Em LEGO, Batman (enfim) é capaz de rir da própria sisudez


Divertida versão Lego do personagem desbancou ‘Cinquenta Tons Mais Escuros’ e liderou a bilheteria nos EUA

Por Pedro Antunes

Batman parece ter se perdido no meio do caminho. Entre tantas versões nas telonas, da concepção gótica de Tim Burton, passando pelas cores esquisitas de Joel Schumacher, a versão carne e osso de Christopher Nolan e o sisudo Ben Affleck da visão de Zack Snyder, algo foi esquecido. A excitação e o novo foram deixados de lado em cada um dos filmes do Morcegão lançados desde a década de 1990 – e foram oito! – para se buscar a adaptação mais perfeita das histórias em quadrinhos para a tela grande. Respeitaram arquétipos diferentes do personagem, inovaram em outros, deixaram outros para lá. Esqueceu-se, contudo o tamanho do personagem. O Homem-Morcego é, provavelmente ao lado de Superman, o maior e mais popular super-herói dos quadrinhos. Seu símbolo é reconhecível em qualquer canto do planeta. Diretores e roteiristas se digladiam tanto para achar o tal Batman definitivo que esqueceram que poderiam se divertir com ele. 

Cena do filme LEGO Batman: O Filme Foto: Divulgação

É o que Lego Batman: O Filme, animação em cartaz no Brasil e que desbancou o filme Cinquenta Tons Mais Escuros na bilheteria dos EUA, se propõe a fazer. E se deu bem nisso. Curiosamente ao criar a versão mais palhaça de Batman desde a série da década de 1960, quando o manto era vestido por Adam West, o personagem ganha profundidade em aspectos de sua personalidade que não haviam sido explorados no cinema. Quantas vezes foi debatido se o queixo de algum ator era perfeito ou não para usar a máscara do Morcego a cada anúncio de novo filme? Quantos fãs chiaram ou zombaram da voz rouca que o personagem ganhava ao se vestir para combater o crime? Sabe-se lá quantas vezes questionaram se determinada luta contra o vilão era digna do maior detetive do universo dos quadrinhos? A versão de brinquedo do personagem faz com que toda a discussão seja irrelevante – desnecessária. 

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Parte-se de um personagem já estabelecido e reconhecido – o jovem órfão que combate o crime com incríveis bat-bugigangas e um cérebro invejável – e, por isso, não é preciso se prender a tantas amarras. O novo Batman, por exemplo, escancara o tamanho do ego do personagem, a incapacidade dele em lidar com sentimentos afetivos e que vive em total solidão. São aspectos que foram pincelados nas HQs, ignorado nos filmes e escancarados aqui. 

Lego Batman acerta em pegar emprestada aquela versão que surgiu em Uma Aventura Lego e lhe dar mais de duas horas de tela. E é uma comédia ainda mais ousada do que a antecessora, também criado no universo dos bloquinhos de montar. Além do exterior superficial, do sujeito banhado no próprio ego e fissurado pelo número de gomos que seu abdômen de tanquinho exibe (são nove), somos apresentados à intimidade do Morcego e seus cantos sombrios. Tudo sem perder a leveza. 

Bruce Wayne, órfão desde pequeno, não sabe o que é amor. Amar e ser amado. A máscara que ele usa ali esconde ele de si mesmo, o protege. Até em casa, ele não tira o capuz, mesmo que já esteja vestindo um robe vermelho e saboreando um jantar de lagosta aquecido no micro-ondas. É difícil, para o patrão Wayne, como diz o mordomo Alfred, entender o conceito de família. Numa virada curiosa, contudo, Bruce adota um jovem garoto, órfão como ele, e é jogado em um ambiente familiar que há tempos não tinha. 

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Esse Batman, felizmente, não é perfeito. Erra, e muito, até entender o mundo à sua volta. A direção de Chris McKay, arrojada, não teme tirar sarro do personagem, de suas outras versões na telona e, como uma criança brincando com os blocos de montar, tem a liberdade de fazer o que quer com o personagem. Altera até a relação do personagem com o arquirrival desde sempre Coringa – o que dá início ao arco principal do longa. Com isso, McKay cria o Batman mais excitante em décadas. E, em tempos da sisudez de Ben-Affleck-o-dono-do-queixo-perfeito, rir parece ser o melhor negócio. 

Batman parece ter se perdido no meio do caminho. Entre tantas versões nas telonas, da concepção gótica de Tim Burton, passando pelas cores esquisitas de Joel Schumacher, a versão carne e osso de Christopher Nolan e o sisudo Ben Affleck da visão de Zack Snyder, algo foi esquecido. A excitação e o novo foram deixados de lado em cada um dos filmes do Morcegão lançados desde a década de 1990 – e foram oito! – para se buscar a adaptação mais perfeita das histórias em quadrinhos para a tela grande. Respeitaram arquétipos diferentes do personagem, inovaram em outros, deixaram outros para lá. Esqueceu-se, contudo o tamanho do personagem. O Homem-Morcego é, provavelmente ao lado de Superman, o maior e mais popular super-herói dos quadrinhos. Seu símbolo é reconhecível em qualquer canto do planeta. Diretores e roteiristas se digladiam tanto para achar o tal Batman definitivo que esqueceram que poderiam se divertir com ele. 

Cena do filme LEGO Batman: O Filme Foto: Divulgação

É o que Lego Batman: O Filme, animação em cartaz no Brasil e que desbancou o filme Cinquenta Tons Mais Escuros na bilheteria dos EUA, se propõe a fazer. E se deu bem nisso. Curiosamente ao criar a versão mais palhaça de Batman desde a série da década de 1960, quando o manto era vestido por Adam West, o personagem ganha profundidade em aspectos de sua personalidade que não haviam sido explorados no cinema. Quantas vezes foi debatido se o queixo de algum ator era perfeito ou não para usar a máscara do Morcego a cada anúncio de novo filme? Quantos fãs chiaram ou zombaram da voz rouca que o personagem ganhava ao se vestir para combater o crime? Sabe-se lá quantas vezes questionaram se determinada luta contra o vilão era digna do maior detetive do universo dos quadrinhos? A versão de brinquedo do personagem faz com que toda a discussão seja irrelevante – desnecessária. 

Parte-se de um personagem já estabelecido e reconhecido – o jovem órfão que combate o crime com incríveis bat-bugigangas e um cérebro invejável – e, por isso, não é preciso se prender a tantas amarras. O novo Batman, por exemplo, escancara o tamanho do ego do personagem, a incapacidade dele em lidar com sentimentos afetivos e que vive em total solidão. São aspectos que foram pincelados nas HQs, ignorado nos filmes e escancarados aqui. 

Lego Batman acerta em pegar emprestada aquela versão que surgiu em Uma Aventura Lego e lhe dar mais de duas horas de tela. E é uma comédia ainda mais ousada do que a antecessora, também criado no universo dos bloquinhos de montar. Além do exterior superficial, do sujeito banhado no próprio ego e fissurado pelo número de gomos que seu abdômen de tanquinho exibe (são nove), somos apresentados à intimidade do Morcego e seus cantos sombrios. Tudo sem perder a leveza. 

Bruce Wayne, órfão desde pequeno, não sabe o que é amor. Amar e ser amado. A máscara que ele usa ali esconde ele de si mesmo, o protege. Até em casa, ele não tira o capuz, mesmo que já esteja vestindo um robe vermelho e saboreando um jantar de lagosta aquecido no micro-ondas. É difícil, para o patrão Wayne, como diz o mordomo Alfred, entender o conceito de família. Numa virada curiosa, contudo, Bruce adota um jovem garoto, órfão como ele, e é jogado em um ambiente familiar que há tempos não tinha. 

Esse Batman, felizmente, não é perfeito. Erra, e muito, até entender o mundo à sua volta. A direção de Chris McKay, arrojada, não teme tirar sarro do personagem, de suas outras versões na telona e, como uma criança brincando com os blocos de montar, tem a liberdade de fazer o que quer com o personagem. Altera até a relação do personagem com o arquirrival desde sempre Coringa – o que dá início ao arco principal do longa. Com isso, McKay cria o Batman mais excitante em décadas. E, em tempos da sisudez de Ben-Affleck-o-dono-do-queixo-perfeito, rir parece ser o melhor negócio. 

Batman parece ter se perdido no meio do caminho. Entre tantas versões nas telonas, da concepção gótica de Tim Burton, passando pelas cores esquisitas de Joel Schumacher, a versão carne e osso de Christopher Nolan e o sisudo Ben Affleck da visão de Zack Snyder, algo foi esquecido. A excitação e o novo foram deixados de lado em cada um dos filmes do Morcegão lançados desde a década de 1990 – e foram oito! – para se buscar a adaptação mais perfeita das histórias em quadrinhos para a tela grande. Respeitaram arquétipos diferentes do personagem, inovaram em outros, deixaram outros para lá. Esqueceu-se, contudo o tamanho do personagem. O Homem-Morcego é, provavelmente ao lado de Superman, o maior e mais popular super-herói dos quadrinhos. Seu símbolo é reconhecível em qualquer canto do planeta. Diretores e roteiristas se digladiam tanto para achar o tal Batman definitivo que esqueceram que poderiam se divertir com ele. 

Cena do filme LEGO Batman: O Filme Foto: Divulgação

É o que Lego Batman: O Filme, animação em cartaz no Brasil e que desbancou o filme Cinquenta Tons Mais Escuros na bilheteria dos EUA, se propõe a fazer. E se deu bem nisso. Curiosamente ao criar a versão mais palhaça de Batman desde a série da década de 1960, quando o manto era vestido por Adam West, o personagem ganha profundidade em aspectos de sua personalidade que não haviam sido explorados no cinema. Quantas vezes foi debatido se o queixo de algum ator era perfeito ou não para usar a máscara do Morcego a cada anúncio de novo filme? Quantos fãs chiaram ou zombaram da voz rouca que o personagem ganhava ao se vestir para combater o crime? Sabe-se lá quantas vezes questionaram se determinada luta contra o vilão era digna do maior detetive do universo dos quadrinhos? A versão de brinquedo do personagem faz com que toda a discussão seja irrelevante – desnecessária. 

Parte-se de um personagem já estabelecido e reconhecido – o jovem órfão que combate o crime com incríveis bat-bugigangas e um cérebro invejável – e, por isso, não é preciso se prender a tantas amarras. O novo Batman, por exemplo, escancara o tamanho do ego do personagem, a incapacidade dele em lidar com sentimentos afetivos e que vive em total solidão. São aspectos que foram pincelados nas HQs, ignorado nos filmes e escancarados aqui. 

Lego Batman acerta em pegar emprestada aquela versão que surgiu em Uma Aventura Lego e lhe dar mais de duas horas de tela. E é uma comédia ainda mais ousada do que a antecessora, também criado no universo dos bloquinhos de montar. Além do exterior superficial, do sujeito banhado no próprio ego e fissurado pelo número de gomos que seu abdômen de tanquinho exibe (são nove), somos apresentados à intimidade do Morcego e seus cantos sombrios. Tudo sem perder a leveza. 

Bruce Wayne, órfão desde pequeno, não sabe o que é amor. Amar e ser amado. A máscara que ele usa ali esconde ele de si mesmo, o protege. Até em casa, ele não tira o capuz, mesmo que já esteja vestindo um robe vermelho e saboreando um jantar de lagosta aquecido no micro-ondas. É difícil, para o patrão Wayne, como diz o mordomo Alfred, entender o conceito de família. Numa virada curiosa, contudo, Bruce adota um jovem garoto, órfão como ele, e é jogado em um ambiente familiar que há tempos não tinha. 

Esse Batman, felizmente, não é perfeito. Erra, e muito, até entender o mundo à sua volta. A direção de Chris McKay, arrojada, não teme tirar sarro do personagem, de suas outras versões na telona e, como uma criança brincando com os blocos de montar, tem a liberdade de fazer o que quer com o personagem. Altera até a relação do personagem com o arquirrival desde sempre Coringa – o que dá início ao arco principal do longa. Com isso, McKay cria o Batman mais excitante em décadas. E, em tempos da sisudez de Ben-Affleck-o-dono-do-queixo-perfeito, rir parece ser o melhor negócio. 

Batman parece ter se perdido no meio do caminho. Entre tantas versões nas telonas, da concepção gótica de Tim Burton, passando pelas cores esquisitas de Joel Schumacher, a versão carne e osso de Christopher Nolan e o sisudo Ben Affleck da visão de Zack Snyder, algo foi esquecido. A excitação e o novo foram deixados de lado em cada um dos filmes do Morcegão lançados desde a década de 1990 – e foram oito! – para se buscar a adaptação mais perfeita das histórias em quadrinhos para a tela grande. Respeitaram arquétipos diferentes do personagem, inovaram em outros, deixaram outros para lá. Esqueceu-se, contudo o tamanho do personagem. O Homem-Morcego é, provavelmente ao lado de Superman, o maior e mais popular super-herói dos quadrinhos. Seu símbolo é reconhecível em qualquer canto do planeta. Diretores e roteiristas se digladiam tanto para achar o tal Batman definitivo que esqueceram que poderiam se divertir com ele. 

Cena do filme LEGO Batman: O Filme Foto: Divulgação

É o que Lego Batman: O Filme, animação em cartaz no Brasil e que desbancou o filme Cinquenta Tons Mais Escuros na bilheteria dos EUA, se propõe a fazer. E se deu bem nisso. Curiosamente ao criar a versão mais palhaça de Batman desde a série da década de 1960, quando o manto era vestido por Adam West, o personagem ganha profundidade em aspectos de sua personalidade que não haviam sido explorados no cinema. Quantas vezes foi debatido se o queixo de algum ator era perfeito ou não para usar a máscara do Morcego a cada anúncio de novo filme? Quantos fãs chiaram ou zombaram da voz rouca que o personagem ganhava ao se vestir para combater o crime? Sabe-se lá quantas vezes questionaram se determinada luta contra o vilão era digna do maior detetive do universo dos quadrinhos? A versão de brinquedo do personagem faz com que toda a discussão seja irrelevante – desnecessária. 

Parte-se de um personagem já estabelecido e reconhecido – o jovem órfão que combate o crime com incríveis bat-bugigangas e um cérebro invejável – e, por isso, não é preciso se prender a tantas amarras. O novo Batman, por exemplo, escancara o tamanho do ego do personagem, a incapacidade dele em lidar com sentimentos afetivos e que vive em total solidão. São aspectos que foram pincelados nas HQs, ignorado nos filmes e escancarados aqui. 

Lego Batman acerta em pegar emprestada aquela versão que surgiu em Uma Aventura Lego e lhe dar mais de duas horas de tela. E é uma comédia ainda mais ousada do que a antecessora, também criado no universo dos bloquinhos de montar. Além do exterior superficial, do sujeito banhado no próprio ego e fissurado pelo número de gomos que seu abdômen de tanquinho exibe (são nove), somos apresentados à intimidade do Morcego e seus cantos sombrios. Tudo sem perder a leveza. 

Bruce Wayne, órfão desde pequeno, não sabe o que é amor. Amar e ser amado. A máscara que ele usa ali esconde ele de si mesmo, o protege. Até em casa, ele não tira o capuz, mesmo que já esteja vestindo um robe vermelho e saboreando um jantar de lagosta aquecido no micro-ondas. É difícil, para o patrão Wayne, como diz o mordomo Alfred, entender o conceito de família. Numa virada curiosa, contudo, Bruce adota um jovem garoto, órfão como ele, e é jogado em um ambiente familiar que há tempos não tinha. 

Esse Batman, felizmente, não é perfeito. Erra, e muito, até entender o mundo à sua volta. A direção de Chris McKay, arrojada, não teme tirar sarro do personagem, de suas outras versões na telona e, como uma criança brincando com os blocos de montar, tem a liberdade de fazer o que quer com o personagem. Altera até a relação do personagem com o arquirrival desde sempre Coringa – o que dá início ao arco principal do longa. Com isso, McKay cria o Batman mais excitante em décadas. E, em tempos da sisudez de Ben-Affleck-o-dono-do-queixo-perfeito, rir parece ser o melhor negócio. 

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