'Em Paris' dialoga com autores da Nouvelle Vague


Christophe Honoré resgata charme do musical e homenageia um dos principais movimentos do cinema francês

Por Alysson Oliveira e da Reuters

Christophe Honoré resgata o charme do musical e também homenageia os principais momentos da Nouvelle Vague em seu filme Em Paris, que estréia em São Paulo na sexta-feira, 28. Veja também: Trailer de 'Em Paris'  Em sua cena inicial, Jonathan (Louis Garrel, de Os Amantes Constantes) olha para a câmera e diz: "É realmente possível que uma história de amor nos faça querer pular de uma ponte?". Logo depois da provocação, ele muda o tom trágico e a comédia dramática Em Paris entra nos trilhos de um romantismo desesperado, que acompanha os personagens ao longo de um dia em sua vidas. O diretor e roteirista Christophe Honoré demonstra um carinho enorme por seus protagonistas: os irmãos Jonathan e Paul (Romain Duris, De Tanto Bater Meu Coração Parou). Mas o carinho maior do cineasta é pelo cinema francês. O longa desenvolve-se como uma colagem de melhores momentos dos mais variados estilos e escolas - em especial a Nouvelle Vague, um dos principais movimentos de renovação do cinema francês, nos anos 50 e 60. Do cineasta Jean-Luc Godard, Honoré pega emprestado cortes e monólogos nos quais os personagens falam olhando diretamente para a câmera, como a cena inicial. Inspira-se em François Truffaut para compor o clima de seu romantismo e a visão dos relacionamentos amorosos - em especial, a partir de filmes como Domicílio Conjugal e Beijos Roubados. Do cinema de Jacques Démy, vem o tom musical - numa das cenas mais tocantes do filme, um dueto via telefone. Os diálogos, nos quais se tenta resolver tudo, remetem ao melhor do cinema de Jacques Rivette e Eric Rohmer. Mas Honoré não é apenas um aprendiz. Ele reverencia seus mestres, mas sabe fazer seu próprio cinema ao contar as desventuras amorosas dos irmãos. Os dois são apresentados em forma de contrastes: luz e sombra, alegria e tristeza, esperança e desespero. Jonathan simboliza todos os pontos positivos. Já Paul acaba de sofrer uma decepção amorosa, mal consegue sair da cama, tamanha sua depressão. Os dois moram no apartamento do pai (Guy Marchand, de Socorro! Chamem o Ladrão!), que se esforça, quase sempre em vão, para melhorar o humor dos filhos. Como está próximo do Natal, a mãe (Marie-France Pisier, estrela de filmes de Truffaut, como Amor em Fuga) faz uma visita rápida. Porém, as figuras femininas pouco têm a fazer aqui. Para Paul, que acabou de se separar de Anna (Joana Preiss, de Paris, Te Amo), a vida não tem mais sentido. Ele mal se alimenta ou toma banho. Cabe a Jonathan contar a história do irmão - mas ele mesmo tem seus próprios amores para viver. Nessas suas aventuras, ele evoca momentos clássicos da Nouvelle Vague, como as gargalhadas românticas de Jules e Jim, de Truffaut, e estripulias pelos corredores do Louvre, como no filme de Godard, Bande à Part. Em Garrel e Duris, o diretor encontra dois atores à altura de desafio de retratar personagens tão complexos. São eles o contraponto humano à experiência visual de Em Paris. Dois personagens fascinantes, num filme no qual o tom de absurdo, como pular de uma ponte por causa de uma decepção amorosa, é o que mais seduz.

Christophe Honoré resgata o charme do musical e também homenageia os principais momentos da Nouvelle Vague em seu filme Em Paris, que estréia em São Paulo na sexta-feira, 28. Veja também: Trailer de 'Em Paris'  Em sua cena inicial, Jonathan (Louis Garrel, de Os Amantes Constantes) olha para a câmera e diz: "É realmente possível que uma história de amor nos faça querer pular de uma ponte?". Logo depois da provocação, ele muda o tom trágico e a comédia dramática Em Paris entra nos trilhos de um romantismo desesperado, que acompanha os personagens ao longo de um dia em sua vidas. O diretor e roteirista Christophe Honoré demonstra um carinho enorme por seus protagonistas: os irmãos Jonathan e Paul (Romain Duris, De Tanto Bater Meu Coração Parou). Mas o carinho maior do cineasta é pelo cinema francês. O longa desenvolve-se como uma colagem de melhores momentos dos mais variados estilos e escolas - em especial a Nouvelle Vague, um dos principais movimentos de renovação do cinema francês, nos anos 50 e 60. Do cineasta Jean-Luc Godard, Honoré pega emprestado cortes e monólogos nos quais os personagens falam olhando diretamente para a câmera, como a cena inicial. Inspira-se em François Truffaut para compor o clima de seu romantismo e a visão dos relacionamentos amorosos - em especial, a partir de filmes como Domicílio Conjugal e Beijos Roubados. Do cinema de Jacques Démy, vem o tom musical - numa das cenas mais tocantes do filme, um dueto via telefone. Os diálogos, nos quais se tenta resolver tudo, remetem ao melhor do cinema de Jacques Rivette e Eric Rohmer. Mas Honoré não é apenas um aprendiz. Ele reverencia seus mestres, mas sabe fazer seu próprio cinema ao contar as desventuras amorosas dos irmãos. Os dois são apresentados em forma de contrastes: luz e sombra, alegria e tristeza, esperança e desespero. Jonathan simboliza todos os pontos positivos. Já Paul acaba de sofrer uma decepção amorosa, mal consegue sair da cama, tamanha sua depressão. Os dois moram no apartamento do pai (Guy Marchand, de Socorro! Chamem o Ladrão!), que se esforça, quase sempre em vão, para melhorar o humor dos filhos. Como está próximo do Natal, a mãe (Marie-France Pisier, estrela de filmes de Truffaut, como Amor em Fuga) faz uma visita rápida. Porém, as figuras femininas pouco têm a fazer aqui. Para Paul, que acabou de se separar de Anna (Joana Preiss, de Paris, Te Amo), a vida não tem mais sentido. Ele mal se alimenta ou toma banho. Cabe a Jonathan contar a história do irmão - mas ele mesmo tem seus próprios amores para viver. Nessas suas aventuras, ele evoca momentos clássicos da Nouvelle Vague, como as gargalhadas românticas de Jules e Jim, de Truffaut, e estripulias pelos corredores do Louvre, como no filme de Godard, Bande à Part. Em Garrel e Duris, o diretor encontra dois atores à altura de desafio de retratar personagens tão complexos. São eles o contraponto humano à experiência visual de Em Paris. Dois personagens fascinantes, num filme no qual o tom de absurdo, como pular de uma ponte por causa de uma decepção amorosa, é o que mais seduz.

Christophe Honoré resgata o charme do musical e também homenageia os principais momentos da Nouvelle Vague em seu filme Em Paris, que estréia em São Paulo na sexta-feira, 28. Veja também: Trailer de 'Em Paris'  Em sua cena inicial, Jonathan (Louis Garrel, de Os Amantes Constantes) olha para a câmera e diz: "É realmente possível que uma história de amor nos faça querer pular de uma ponte?". Logo depois da provocação, ele muda o tom trágico e a comédia dramática Em Paris entra nos trilhos de um romantismo desesperado, que acompanha os personagens ao longo de um dia em sua vidas. O diretor e roteirista Christophe Honoré demonstra um carinho enorme por seus protagonistas: os irmãos Jonathan e Paul (Romain Duris, De Tanto Bater Meu Coração Parou). Mas o carinho maior do cineasta é pelo cinema francês. O longa desenvolve-se como uma colagem de melhores momentos dos mais variados estilos e escolas - em especial a Nouvelle Vague, um dos principais movimentos de renovação do cinema francês, nos anos 50 e 60. Do cineasta Jean-Luc Godard, Honoré pega emprestado cortes e monólogos nos quais os personagens falam olhando diretamente para a câmera, como a cena inicial. Inspira-se em François Truffaut para compor o clima de seu romantismo e a visão dos relacionamentos amorosos - em especial, a partir de filmes como Domicílio Conjugal e Beijos Roubados. Do cinema de Jacques Démy, vem o tom musical - numa das cenas mais tocantes do filme, um dueto via telefone. Os diálogos, nos quais se tenta resolver tudo, remetem ao melhor do cinema de Jacques Rivette e Eric Rohmer. Mas Honoré não é apenas um aprendiz. Ele reverencia seus mestres, mas sabe fazer seu próprio cinema ao contar as desventuras amorosas dos irmãos. Os dois são apresentados em forma de contrastes: luz e sombra, alegria e tristeza, esperança e desespero. Jonathan simboliza todos os pontos positivos. Já Paul acaba de sofrer uma decepção amorosa, mal consegue sair da cama, tamanha sua depressão. Os dois moram no apartamento do pai (Guy Marchand, de Socorro! Chamem o Ladrão!), que se esforça, quase sempre em vão, para melhorar o humor dos filhos. Como está próximo do Natal, a mãe (Marie-France Pisier, estrela de filmes de Truffaut, como Amor em Fuga) faz uma visita rápida. Porém, as figuras femininas pouco têm a fazer aqui. Para Paul, que acabou de se separar de Anna (Joana Preiss, de Paris, Te Amo), a vida não tem mais sentido. Ele mal se alimenta ou toma banho. Cabe a Jonathan contar a história do irmão - mas ele mesmo tem seus próprios amores para viver. Nessas suas aventuras, ele evoca momentos clássicos da Nouvelle Vague, como as gargalhadas românticas de Jules e Jim, de Truffaut, e estripulias pelos corredores do Louvre, como no filme de Godard, Bande à Part. Em Garrel e Duris, o diretor encontra dois atores à altura de desafio de retratar personagens tão complexos. São eles o contraponto humano à experiência visual de Em Paris. Dois personagens fascinantes, num filme no qual o tom de absurdo, como pular de uma ponte por causa de uma decepção amorosa, é o que mais seduz.

Christophe Honoré resgata o charme do musical e também homenageia os principais momentos da Nouvelle Vague em seu filme Em Paris, que estréia em São Paulo na sexta-feira, 28. Veja também: Trailer de 'Em Paris'  Em sua cena inicial, Jonathan (Louis Garrel, de Os Amantes Constantes) olha para a câmera e diz: "É realmente possível que uma história de amor nos faça querer pular de uma ponte?". Logo depois da provocação, ele muda o tom trágico e a comédia dramática Em Paris entra nos trilhos de um romantismo desesperado, que acompanha os personagens ao longo de um dia em sua vidas. O diretor e roteirista Christophe Honoré demonstra um carinho enorme por seus protagonistas: os irmãos Jonathan e Paul (Romain Duris, De Tanto Bater Meu Coração Parou). Mas o carinho maior do cineasta é pelo cinema francês. O longa desenvolve-se como uma colagem de melhores momentos dos mais variados estilos e escolas - em especial a Nouvelle Vague, um dos principais movimentos de renovação do cinema francês, nos anos 50 e 60. Do cineasta Jean-Luc Godard, Honoré pega emprestado cortes e monólogos nos quais os personagens falam olhando diretamente para a câmera, como a cena inicial. Inspira-se em François Truffaut para compor o clima de seu romantismo e a visão dos relacionamentos amorosos - em especial, a partir de filmes como Domicílio Conjugal e Beijos Roubados. Do cinema de Jacques Démy, vem o tom musical - numa das cenas mais tocantes do filme, um dueto via telefone. Os diálogos, nos quais se tenta resolver tudo, remetem ao melhor do cinema de Jacques Rivette e Eric Rohmer. Mas Honoré não é apenas um aprendiz. Ele reverencia seus mestres, mas sabe fazer seu próprio cinema ao contar as desventuras amorosas dos irmãos. Os dois são apresentados em forma de contrastes: luz e sombra, alegria e tristeza, esperança e desespero. Jonathan simboliza todos os pontos positivos. Já Paul acaba de sofrer uma decepção amorosa, mal consegue sair da cama, tamanha sua depressão. Os dois moram no apartamento do pai (Guy Marchand, de Socorro! Chamem o Ladrão!), que se esforça, quase sempre em vão, para melhorar o humor dos filhos. Como está próximo do Natal, a mãe (Marie-France Pisier, estrela de filmes de Truffaut, como Amor em Fuga) faz uma visita rápida. Porém, as figuras femininas pouco têm a fazer aqui. Para Paul, que acabou de se separar de Anna (Joana Preiss, de Paris, Te Amo), a vida não tem mais sentido. Ele mal se alimenta ou toma banho. Cabe a Jonathan contar a história do irmão - mas ele mesmo tem seus próprios amores para viver. Nessas suas aventuras, ele evoca momentos clássicos da Nouvelle Vague, como as gargalhadas românticas de Jules e Jim, de Truffaut, e estripulias pelos corredores do Louvre, como no filme de Godard, Bande à Part. Em Garrel e Duris, o diretor encontra dois atores à altura de desafio de retratar personagens tão complexos. São eles o contraponto humano à experiência visual de Em Paris. Dois personagens fascinantes, num filme no qual o tom de absurdo, como pular de uma ponte por causa de uma decepção amorosa, é o que mais seduz.

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