'Euforia', de Valeria Golino, retrata distância entre irmãos muito diferentes


Em entrevista ao 'Estado', diretora fala sobre o processo de produção do filme, que abre a Festa do Cinema Italiano nesta quarta, 7

Por Luiz Carlos Merten

Há cinco anos, quando veio inaugurar outro festival de cinema italiano no Brasil, Riccardo Scamarcio era companheiro da atriz Valeria Golino, que estreava como diretora, e ele havia produzido Mel. Anos antes, Scamarcio estrelara O Paraíso a Oeste, longa de Costa-Gavras que abordava a delicada questão dos imigrantes. Nesta quarta, 7, outro filme de Valeria Golino como diretora – Euforia – inaugura para convidados a 8 ½ Festa do Cinema Italiano no Espaço Itaú de Cinema, às 20h.

'Euforia'. Valerio Mastrandea e Riccardo Scamarcio em cena Foto: Rai Filmes

Scamarcio lidera o elenco, mas não é mais o companheiro de Valeria – “É meu irmão intelectual, minha alma gêmea sensível”, ela informa numa entrevista por telefone.

continua após a publicidade

Valeria desculpa-se por não estar em São Paulo esta noite. Está escrevendo o próximo filme como diretora, mas não é o que a prende na Itália. “Estou em pleno processo de lançamento de três filmes que estarão no Festival de Veneza”, ela conta. O repórter brinca que ela será a ‘regina’ do Lido. “Não, não, a rainha, não. Sou mais uma operária do cinema, uma trabalhadora.” O curioso é que um desses três novos filmes de Valeria como atriz é assinado por... Costa-Gavras! Aos 86 anos, o importante autor de obras como Z, A Confissão Missing estará em Veneza, fora de concurso, com Adults in the Room. “É um mestre, e de um tipo de cinema, o político, que está em falta neste momento. Costa, Elio Petri, Francesco Rosi, Damiano Damiani são parte da História.”

A Festa do Cinema Italiano deve atingir este ano 16 cidades. Realiza-se em São Paulo (e Rio, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Niterói, Porto Alegre, Recife) de 8 a 14, prosseguindo de 15 a 21 nas demais praças (Belém, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Londrina, Natal, Salvador, Vitória). Valeria a inaugura com seu segundo longa como diretora. Em 2013, com o primeiro, Miele, integrou a seleção oficial de Cannes, na mostra Un Certain Regard. Com Euforia, voltou a Um Certo Olhar, no ano passado. Conta que o segundo filme é sempre mais difícil, mas sente que passou pela prova. “Foi um set muito tranquilo, cercada de pessoas que amo, com Riccardo atuando e amigos queridos na equipe técnica.” Muito importante – “Acho que amadureci como diretora. Tenho mais consciência de meus meios, das histórias que quero contar.” Euforia conta a história de dois irmãos. Um extrovertido – sexo, drogas e rock’n’roll (ela ri da definição do repórter). O outro, mais amargo, sarcástico. Afastaram-se, e agora Scamarcio, o primeiro, descobre que Valerio Mastrandea está gravemente enfermo.

“Embora a história não tenha ocorrido comigo, nem com ninguém da minha família de sangue, ocorreu com pessoas muito próximas, meus amigos. E, depois, família, doença, tudo o que afasta e aproxima as pessoas, são temas universais, de fácil identificação.” Como diretora/autora, acrescenta que a escolha dos atores foi decisiva na construção dos personagem. “Com Riccardo e Valerio eu já tinha uma dinâmica muito forte. Ambos são atores potentes, que dominam a cena. Chegaram cheios de vontade, com os personagens à flor da pele. E o filme é muito bem escrito. Não inicio a filmagem sem ter um roteiro que me pareça sólido. Roteiro e elenco me deram segurança no set, mas é claro que a filmagem é sempre uma aventura. Muda-se muita coisa, ocorrem imprevistos. Você escreve uma cena solar, e o tempo não ajuda. Esses imprevistos ocorrem e precisam ser integrados, mas como? Você tem de se sentir segura para mudar, pelo menos comigo é assim.”

continua após a publicidade

Euforia foi muito bem de público e crítica na Itália, o que, até certo ponto, foi uma surpresa. “O mercado está formatado para os blockbusters, tenho certeza de que no Brasil é a mesma coisa. O público não tem mais o hábito de ver os filmes italianos como antigamente. Já tivemos os maiores diretores do mundo, mas não adianta chorar esse passado. É preciso tentar cativar o público com novas histórias.” É o que faz a nova edição da Festa do Cinema Italiano, com novos filmes de Valeria, Paolo Virzi. Isso sem falar na versão restaurada de A Melhor Juventude, que está trazendo à cidade o diretor Marco Tullio Giordana para a abertura desta noite, para apresentar seu filme (em duas partes) na 5.ª e 6.ª, no Espaço Itaú Augusta, e para uma masterclasss no mesmo lugar, às 11h de quinta, 8

Destaques da Festa do Cinema Italiano

  • Bangla. De Phaim Bhuiyan, as desventuras amorosas de um descendente de imigrantes de Bangladesh narradas em ritmo de comédia
  • Desafio de Um Campeão. Amizade e companheirismo no futebol, com Stefano Accorsa.
  • Entre Tempos. A reflexão poética, pelo diretor Valerio Mieli, sobre um amor nunca esquecido. O clássico de Marco Tullio Giordana de volta, restaurado, 40 anos de história da Itália vistos pela relação entre dois irmãos.
  • O Melhor da Juventude.
  • Noite Mágica. De Paolo Virzi, três jovens roteiristas são suspeitos da morte de um produtor.
  • Sílvio e os Outros. O mundo Berlusconi visto por Paolo Sorrentino.

Há cinco anos, quando veio inaugurar outro festival de cinema italiano no Brasil, Riccardo Scamarcio era companheiro da atriz Valeria Golino, que estreava como diretora, e ele havia produzido Mel. Anos antes, Scamarcio estrelara O Paraíso a Oeste, longa de Costa-Gavras que abordava a delicada questão dos imigrantes. Nesta quarta, 7, outro filme de Valeria Golino como diretora – Euforia – inaugura para convidados a 8 ½ Festa do Cinema Italiano no Espaço Itaú de Cinema, às 20h.

'Euforia'. Valerio Mastrandea e Riccardo Scamarcio em cena Foto: Rai Filmes

Scamarcio lidera o elenco, mas não é mais o companheiro de Valeria – “É meu irmão intelectual, minha alma gêmea sensível”, ela informa numa entrevista por telefone.

Valeria desculpa-se por não estar em São Paulo esta noite. Está escrevendo o próximo filme como diretora, mas não é o que a prende na Itália. “Estou em pleno processo de lançamento de três filmes que estarão no Festival de Veneza”, ela conta. O repórter brinca que ela será a ‘regina’ do Lido. “Não, não, a rainha, não. Sou mais uma operária do cinema, uma trabalhadora.” O curioso é que um desses três novos filmes de Valeria como atriz é assinado por... Costa-Gavras! Aos 86 anos, o importante autor de obras como Z, A Confissão Missing estará em Veneza, fora de concurso, com Adults in the Room. “É um mestre, e de um tipo de cinema, o político, que está em falta neste momento. Costa, Elio Petri, Francesco Rosi, Damiano Damiani são parte da História.”

A Festa do Cinema Italiano deve atingir este ano 16 cidades. Realiza-se em São Paulo (e Rio, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Niterói, Porto Alegre, Recife) de 8 a 14, prosseguindo de 15 a 21 nas demais praças (Belém, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Londrina, Natal, Salvador, Vitória). Valeria a inaugura com seu segundo longa como diretora. Em 2013, com o primeiro, Miele, integrou a seleção oficial de Cannes, na mostra Un Certain Regard. Com Euforia, voltou a Um Certo Olhar, no ano passado. Conta que o segundo filme é sempre mais difícil, mas sente que passou pela prova. “Foi um set muito tranquilo, cercada de pessoas que amo, com Riccardo atuando e amigos queridos na equipe técnica.” Muito importante – “Acho que amadureci como diretora. Tenho mais consciência de meus meios, das histórias que quero contar.” Euforia conta a história de dois irmãos. Um extrovertido – sexo, drogas e rock’n’roll (ela ri da definição do repórter). O outro, mais amargo, sarcástico. Afastaram-se, e agora Scamarcio, o primeiro, descobre que Valerio Mastrandea está gravemente enfermo.

“Embora a história não tenha ocorrido comigo, nem com ninguém da minha família de sangue, ocorreu com pessoas muito próximas, meus amigos. E, depois, família, doença, tudo o que afasta e aproxima as pessoas, são temas universais, de fácil identificação.” Como diretora/autora, acrescenta que a escolha dos atores foi decisiva na construção dos personagem. “Com Riccardo e Valerio eu já tinha uma dinâmica muito forte. Ambos são atores potentes, que dominam a cena. Chegaram cheios de vontade, com os personagens à flor da pele. E o filme é muito bem escrito. Não inicio a filmagem sem ter um roteiro que me pareça sólido. Roteiro e elenco me deram segurança no set, mas é claro que a filmagem é sempre uma aventura. Muda-se muita coisa, ocorrem imprevistos. Você escreve uma cena solar, e o tempo não ajuda. Esses imprevistos ocorrem e precisam ser integrados, mas como? Você tem de se sentir segura para mudar, pelo menos comigo é assim.”

Euforia foi muito bem de público e crítica na Itália, o que, até certo ponto, foi uma surpresa. “O mercado está formatado para os blockbusters, tenho certeza de que no Brasil é a mesma coisa. O público não tem mais o hábito de ver os filmes italianos como antigamente. Já tivemos os maiores diretores do mundo, mas não adianta chorar esse passado. É preciso tentar cativar o público com novas histórias.” É o que faz a nova edição da Festa do Cinema Italiano, com novos filmes de Valeria, Paolo Virzi. Isso sem falar na versão restaurada de A Melhor Juventude, que está trazendo à cidade o diretor Marco Tullio Giordana para a abertura desta noite, para apresentar seu filme (em duas partes) na 5.ª e 6.ª, no Espaço Itaú Augusta, e para uma masterclasss no mesmo lugar, às 11h de quinta, 8

Destaques da Festa do Cinema Italiano

  • Bangla. De Phaim Bhuiyan, as desventuras amorosas de um descendente de imigrantes de Bangladesh narradas em ritmo de comédia
  • Desafio de Um Campeão. Amizade e companheirismo no futebol, com Stefano Accorsa.
  • Entre Tempos. A reflexão poética, pelo diretor Valerio Mieli, sobre um amor nunca esquecido. O clássico de Marco Tullio Giordana de volta, restaurado, 40 anos de história da Itália vistos pela relação entre dois irmãos.
  • O Melhor da Juventude.
  • Noite Mágica. De Paolo Virzi, três jovens roteiristas são suspeitos da morte de um produtor.
  • Sílvio e os Outros. O mundo Berlusconi visto por Paolo Sorrentino.

Há cinco anos, quando veio inaugurar outro festival de cinema italiano no Brasil, Riccardo Scamarcio era companheiro da atriz Valeria Golino, que estreava como diretora, e ele havia produzido Mel. Anos antes, Scamarcio estrelara O Paraíso a Oeste, longa de Costa-Gavras que abordava a delicada questão dos imigrantes. Nesta quarta, 7, outro filme de Valeria Golino como diretora – Euforia – inaugura para convidados a 8 ½ Festa do Cinema Italiano no Espaço Itaú de Cinema, às 20h.

'Euforia'. Valerio Mastrandea e Riccardo Scamarcio em cena Foto: Rai Filmes

Scamarcio lidera o elenco, mas não é mais o companheiro de Valeria – “É meu irmão intelectual, minha alma gêmea sensível”, ela informa numa entrevista por telefone.

Valeria desculpa-se por não estar em São Paulo esta noite. Está escrevendo o próximo filme como diretora, mas não é o que a prende na Itália. “Estou em pleno processo de lançamento de três filmes que estarão no Festival de Veneza”, ela conta. O repórter brinca que ela será a ‘regina’ do Lido. “Não, não, a rainha, não. Sou mais uma operária do cinema, uma trabalhadora.” O curioso é que um desses três novos filmes de Valeria como atriz é assinado por... Costa-Gavras! Aos 86 anos, o importante autor de obras como Z, A Confissão Missing estará em Veneza, fora de concurso, com Adults in the Room. “É um mestre, e de um tipo de cinema, o político, que está em falta neste momento. Costa, Elio Petri, Francesco Rosi, Damiano Damiani são parte da História.”

A Festa do Cinema Italiano deve atingir este ano 16 cidades. Realiza-se em São Paulo (e Rio, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Niterói, Porto Alegre, Recife) de 8 a 14, prosseguindo de 15 a 21 nas demais praças (Belém, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Londrina, Natal, Salvador, Vitória). Valeria a inaugura com seu segundo longa como diretora. Em 2013, com o primeiro, Miele, integrou a seleção oficial de Cannes, na mostra Un Certain Regard. Com Euforia, voltou a Um Certo Olhar, no ano passado. Conta que o segundo filme é sempre mais difícil, mas sente que passou pela prova. “Foi um set muito tranquilo, cercada de pessoas que amo, com Riccardo atuando e amigos queridos na equipe técnica.” Muito importante – “Acho que amadureci como diretora. Tenho mais consciência de meus meios, das histórias que quero contar.” Euforia conta a história de dois irmãos. Um extrovertido – sexo, drogas e rock’n’roll (ela ri da definição do repórter). O outro, mais amargo, sarcástico. Afastaram-se, e agora Scamarcio, o primeiro, descobre que Valerio Mastrandea está gravemente enfermo.

“Embora a história não tenha ocorrido comigo, nem com ninguém da minha família de sangue, ocorreu com pessoas muito próximas, meus amigos. E, depois, família, doença, tudo o que afasta e aproxima as pessoas, são temas universais, de fácil identificação.” Como diretora/autora, acrescenta que a escolha dos atores foi decisiva na construção dos personagem. “Com Riccardo e Valerio eu já tinha uma dinâmica muito forte. Ambos são atores potentes, que dominam a cena. Chegaram cheios de vontade, com os personagens à flor da pele. E o filme é muito bem escrito. Não inicio a filmagem sem ter um roteiro que me pareça sólido. Roteiro e elenco me deram segurança no set, mas é claro que a filmagem é sempre uma aventura. Muda-se muita coisa, ocorrem imprevistos. Você escreve uma cena solar, e o tempo não ajuda. Esses imprevistos ocorrem e precisam ser integrados, mas como? Você tem de se sentir segura para mudar, pelo menos comigo é assim.”

Euforia foi muito bem de público e crítica na Itália, o que, até certo ponto, foi uma surpresa. “O mercado está formatado para os blockbusters, tenho certeza de que no Brasil é a mesma coisa. O público não tem mais o hábito de ver os filmes italianos como antigamente. Já tivemos os maiores diretores do mundo, mas não adianta chorar esse passado. É preciso tentar cativar o público com novas histórias.” É o que faz a nova edição da Festa do Cinema Italiano, com novos filmes de Valeria, Paolo Virzi. Isso sem falar na versão restaurada de A Melhor Juventude, que está trazendo à cidade o diretor Marco Tullio Giordana para a abertura desta noite, para apresentar seu filme (em duas partes) na 5.ª e 6.ª, no Espaço Itaú Augusta, e para uma masterclasss no mesmo lugar, às 11h de quinta, 8

Destaques da Festa do Cinema Italiano

  • Bangla. De Phaim Bhuiyan, as desventuras amorosas de um descendente de imigrantes de Bangladesh narradas em ritmo de comédia
  • Desafio de Um Campeão. Amizade e companheirismo no futebol, com Stefano Accorsa.
  • Entre Tempos. A reflexão poética, pelo diretor Valerio Mieli, sobre um amor nunca esquecido. O clássico de Marco Tullio Giordana de volta, restaurado, 40 anos de história da Itália vistos pela relação entre dois irmãos.
  • O Melhor da Juventude.
  • Noite Mágica. De Paolo Virzi, três jovens roteiristas são suspeitos da morte de um produtor.
  • Sílvio e os Outros. O mundo Berlusconi visto por Paolo Sorrentino.

Há cinco anos, quando veio inaugurar outro festival de cinema italiano no Brasil, Riccardo Scamarcio era companheiro da atriz Valeria Golino, que estreava como diretora, e ele havia produzido Mel. Anos antes, Scamarcio estrelara O Paraíso a Oeste, longa de Costa-Gavras que abordava a delicada questão dos imigrantes. Nesta quarta, 7, outro filme de Valeria Golino como diretora – Euforia – inaugura para convidados a 8 ½ Festa do Cinema Italiano no Espaço Itaú de Cinema, às 20h.

'Euforia'. Valerio Mastrandea e Riccardo Scamarcio em cena Foto: Rai Filmes

Scamarcio lidera o elenco, mas não é mais o companheiro de Valeria – “É meu irmão intelectual, minha alma gêmea sensível”, ela informa numa entrevista por telefone.

Valeria desculpa-se por não estar em São Paulo esta noite. Está escrevendo o próximo filme como diretora, mas não é o que a prende na Itália. “Estou em pleno processo de lançamento de três filmes que estarão no Festival de Veneza”, ela conta. O repórter brinca que ela será a ‘regina’ do Lido. “Não, não, a rainha, não. Sou mais uma operária do cinema, uma trabalhadora.” O curioso é que um desses três novos filmes de Valeria como atriz é assinado por... Costa-Gavras! Aos 86 anos, o importante autor de obras como Z, A Confissão Missing estará em Veneza, fora de concurso, com Adults in the Room. “É um mestre, e de um tipo de cinema, o político, que está em falta neste momento. Costa, Elio Petri, Francesco Rosi, Damiano Damiani são parte da História.”

A Festa do Cinema Italiano deve atingir este ano 16 cidades. Realiza-se em São Paulo (e Rio, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Niterói, Porto Alegre, Recife) de 8 a 14, prosseguindo de 15 a 21 nas demais praças (Belém, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Londrina, Natal, Salvador, Vitória). Valeria a inaugura com seu segundo longa como diretora. Em 2013, com o primeiro, Miele, integrou a seleção oficial de Cannes, na mostra Un Certain Regard. Com Euforia, voltou a Um Certo Olhar, no ano passado. Conta que o segundo filme é sempre mais difícil, mas sente que passou pela prova. “Foi um set muito tranquilo, cercada de pessoas que amo, com Riccardo atuando e amigos queridos na equipe técnica.” Muito importante – “Acho que amadureci como diretora. Tenho mais consciência de meus meios, das histórias que quero contar.” Euforia conta a história de dois irmãos. Um extrovertido – sexo, drogas e rock’n’roll (ela ri da definição do repórter). O outro, mais amargo, sarcástico. Afastaram-se, e agora Scamarcio, o primeiro, descobre que Valerio Mastrandea está gravemente enfermo.

“Embora a história não tenha ocorrido comigo, nem com ninguém da minha família de sangue, ocorreu com pessoas muito próximas, meus amigos. E, depois, família, doença, tudo o que afasta e aproxima as pessoas, são temas universais, de fácil identificação.” Como diretora/autora, acrescenta que a escolha dos atores foi decisiva na construção dos personagem. “Com Riccardo e Valerio eu já tinha uma dinâmica muito forte. Ambos são atores potentes, que dominam a cena. Chegaram cheios de vontade, com os personagens à flor da pele. E o filme é muito bem escrito. Não inicio a filmagem sem ter um roteiro que me pareça sólido. Roteiro e elenco me deram segurança no set, mas é claro que a filmagem é sempre uma aventura. Muda-se muita coisa, ocorrem imprevistos. Você escreve uma cena solar, e o tempo não ajuda. Esses imprevistos ocorrem e precisam ser integrados, mas como? Você tem de se sentir segura para mudar, pelo menos comigo é assim.”

Euforia foi muito bem de público e crítica na Itália, o que, até certo ponto, foi uma surpresa. “O mercado está formatado para os blockbusters, tenho certeza de que no Brasil é a mesma coisa. O público não tem mais o hábito de ver os filmes italianos como antigamente. Já tivemos os maiores diretores do mundo, mas não adianta chorar esse passado. É preciso tentar cativar o público com novas histórias.” É o que faz a nova edição da Festa do Cinema Italiano, com novos filmes de Valeria, Paolo Virzi. Isso sem falar na versão restaurada de A Melhor Juventude, que está trazendo à cidade o diretor Marco Tullio Giordana para a abertura desta noite, para apresentar seu filme (em duas partes) na 5.ª e 6.ª, no Espaço Itaú Augusta, e para uma masterclasss no mesmo lugar, às 11h de quinta, 8

Destaques da Festa do Cinema Italiano

  • Bangla. De Phaim Bhuiyan, as desventuras amorosas de um descendente de imigrantes de Bangladesh narradas em ritmo de comédia
  • Desafio de Um Campeão. Amizade e companheirismo no futebol, com Stefano Accorsa.
  • Entre Tempos. A reflexão poética, pelo diretor Valerio Mieli, sobre um amor nunca esquecido. O clássico de Marco Tullio Giordana de volta, restaurado, 40 anos de história da Itália vistos pela relação entre dois irmãos.
  • O Melhor da Juventude.
  • Noite Mágica. De Paolo Virzi, três jovens roteiristas são suspeitos da morte de um produtor.
  • Sílvio e os Outros. O mundo Berlusconi visto por Paolo Sorrentino.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.