Garotas de Mike Leigh saem em vídeo


Por Agencia Estado

Curiosos são os caminhos dos lançamentos de cinema e vídeo no País. Não é só o novo filme de Eduardo Coutinho, Babilônia 2000, que está chegando aos cinemas no momento em que o trabalho anterior do cineasta, Santo Forte, sai em vídeo. Ocorre a mesma coisa com o inglês Mike Leigh. O novo filme dele, Topsy Turvy - O Espetáculo, estreou na semana passada e o anterior, Garotas de Futuro, chega às locadoras. Embora tenha iniciado sua carreira de diretor no começo dos anos 70, Leigh só adquiriu projeção no País quando Segredos e Mentiras ganhou a Palma de Ouro em Cannes e, logo em seguida, foi indicado para o Oscar. Leigh foi saudado como um grande diretor. Talvez não seja, mas seu método é suficientemente original para tornar seus filmes atraentes e merecedores de atenção. Em Topsy Turvy, ele transforma o próprio filme numa metáfora desse método baseado na organização e na improvisação. Garotas de Futuro não tem a grandeza de Segredos e Mentiras nem mesmo essa vontade (ou necessidade) de auto-exposição de Topsy Turvy, mas não há como ficar indiferente à experiência vivida pelas personagens de Lynda Steadman e Kathryn Cartlidge. De novo o diretor revolve as feridas do passado. Desta vez, o faz por meio da história das amigas que se reencontram após seis anos de afastamento. Cada uma seguiu seu caminho após a formatura na universidade. Naquele tempo, dividiam não só um apartamento, mas também sonhos. E agora reavaliam tudo isso. Lynda é Annie, sensível a ponto de desabar em lágrimas ou ter um ataque de nervos por qualquer coisinha. Kathryn é Hannah e, embora os nomes sejam parecidos, as duas não poderiam ser mais diferentes. Hannah é durona e auto-suficiente. Não agüentaria expor sua intimidade em público ou ficar sujeita à piedade alheia. As duas reencontram o antigo namorado de uma delas, sujeito patético que não melhorou com o tempo. Leigh não se preocupa em levar esse filme, como o anterior, na chave do drama realista. Opta por um registro mais cômico, que pode ser mais estranho e até esquisito, mas certamente não é a caricatura deplorada por tantos críticos. O reencontro de Annie e Hannah, expondo diferenças, termina aproximando as duas no que têm de comum. Confrontam seus fantasmas, fazem as pazes com o passado e, sem radicalismo, são recuperadas em sua humanidade. É um filme de atrizes e tanto Lynda quanto Kathryn, a maravilhosa Claire Dolan, de Lodge Kerrigan, são ótimas. O filme foi feito de acordo com o método habitual de Leigh. É um diretor que trafega entre cinema e teatro. Possui um jeito bem pouco usual de filmar. Para início de conversa, não parte de um roteiro estabelecido. Faz o que não deixa de ser um work in progress. Ele adota uma idéia e se isola com os atores durante um par de meses. Nesse período, diretor e elenco desenvolvem a história e tratam de dar credibilidade aos personagens e às situações. Estabelecida a linha de conduta, os atores estão familiarizados com os personagens que podem improvisar e é isso o que o diretor quer. No ápice, o método produz uma obra-prima como Segredos e Mentiras. Num registro mais mediano produz Garotas de Futuro, que tem seu charme e está longe de ser desprezível. Garotas de Futuro (Career Girls) - Inglaterra, 1997. Direção de Mike Leigh, com Kathryn Cartlidge e Lynda Steadman. Europa/Cannes, 87 min.

Curiosos são os caminhos dos lançamentos de cinema e vídeo no País. Não é só o novo filme de Eduardo Coutinho, Babilônia 2000, que está chegando aos cinemas no momento em que o trabalho anterior do cineasta, Santo Forte, sai em vídeo. Ocorre a mesma coisa com o inglês Mike Leigh. O novo filme dele, Topsy Turvy - O Espetáculo, estreou na semana passada e o anterior, Garotas de Futuro, chega às locadoras. Embora tenha iniciado sua carreira de diretor no começo dos anos 70, Leigh só adquiriu projeção no País quando Segredos e Mentiras ganhou a Palma de Ouro em Cannes e, logo em seguida, foi indicado para o Oscar. Leigh foi saudado como um grande diretor. Talvez não seja, mas seu método é suficientemente original para tornar seus filmes atraentes e merecedores de atenção. Em Topsy Turvy, ele transforma o próprio filme numa metáfora desse método baseado na organização e na improvisação. Garotas de Futuro não tem a grandeza de Segredos e Mentiras nem mesmo essa vontade (ou necessidade) de auto-exposição de Topsy Turvy, mas não há como ficar indiferente à experiência vivida pelas personagens de Lynda Steadman e Kathryn Cartlidge. De novo o diretor revolve as feridas do passado. Desta vez, o faz por meio da história das amigas que se reencontram após seis anos de afastamento. Cada uma seguiu seu caminho após a formatura na universidade. Naquele tempo, dividiam não só um apartamento, mas também sonhos. E agora reavaliam tudo isso. Lynda é Annie, sensível a ponto de desabar em lágrimas ou ter um ataque de nervos por qualquer coisinha. Kathryn é Hannah e, embora os nomes sejam parecidos, as duas não poderiam ser mais diferentes. Hannah é durona e auto-suficiente. Não agüentaria expor sua intimidade em público ou ficar sujeita à piedade alheia. As duas reencontram o antigo namorado de uma delas, sujeito patético que não melhorou com o tempo. Leigh não se preocupa em levar esse filme, como o anterior, na chave do drama realista. Opta por um registro mais cômico, que pode ser mais estranho e até esquisito, mas certamente não é a caricatura deplorada por tantos críticos. O reencontro de Annie e Hannah, expondo diferenças, termina aproximando as duas no que têm de comum. Confrontam seus fantasmas, fazem as pazes com o passado e, sem radicalismo, são recuperadas em sua humanidade. É um filme de atrizes e tanto Lynda quanto Kathryn, a maravilhosa Claire Dolan, de Lodge Kerrigan, são ótimas. O filme foi feito de acordo com o método habitual de Leigh. É um diretor que trafega entre cinema e teatro. Possui um jeito bem pouco usual de filmar. Para início de conversa, não parte de um roteiro estabelecido. Faz o que não deixa de ser um work in progress. Ele adota uma idéia e se isola com os atores durante um par de meses. Nesse período, diretor e elenco desenvolvem a história e tratam de dar credibilidade aos personagens e às situações. Estabelecida a linha de conduta, os atores estão familiarizados com os personagens que podem improvisar e é isso o que o diretor quer. No ápice, o método produz uma obra-prima como Segredos e Mentiras. Num registro mais mediano produz Garotas de Futuro, que tem seu charme e está longe de ser desprezível. Garotas de Futuro (Career Girls) - Inglaterra, 1997. Direção de Mike Leigh, com Kathryn Cartlidge e Lynda Steadman. Europa/Cannes, 87 min.

Curiosos são os caminhos dos lançamentos de cinema e vídeo no País. Não é só o novo filme de Eduardo Coutinho, Babilônia 2000, que está chegando aos cinemas no momento em que o trabalho anterior do cineasta, Santo Forte, sai em vídeo. Ocorre a mesma coisa com o inglês Mike Leigh. O novo filme dele, Topsy Turvy - O Espetáculo, estreou na semana passada e o anterior, Garotas de Futuro, chega às locadoras. Embora tenha iniciado sua carreira de diretor no começo dos anos 70, Leigh só adquiriu projeção no País quando Segredos e Mentiras ganhou a Palma de Ouro em Cannes e, logo em seguida, foi indicado para o Oscar. Leigh foi saudado como um grande diretor. Talvez não seja, mas seu método é suficientemente original para tornar seus filmes atraentes e merecedores de atenção. Em Topsy Turvy, ele transforma o próprio filme numa metáfora desse método baseado na organização e na improvisação. Garotas de Futuro não tem a grandeza de Segredos e Mentiras nem mesmo essa vontade (ou necessidade) de auto-exposição de Topsy Turvy, mas não há como ficar indiferente à experiência vivida pelas personagens de Lynda Steadman e Kathryn Cartlidge. De novo o diretor revolve as feridas do passado. Desta vez, o faz por meio da história das amigas que se reencontram após seis anos de afastamento. Cada uma seguiu seu caminho após a formatura na universidade. Naquele tempo, dividiam não só um apartamento, mas também sonhos. E agora reavaliam tudo isso. Lynda é Annie, sensível a ponto de desabar em lágrimas ou ter um ataque de nervos por qualquer coisinha. Kathryn é Hannah e, embora os nomes sejam parecidos, as duas não poderiam ser mais diferentes. Hannah é durona e auto-suficiente. Não agüentaria expor sua intimidade em público ou ficar sujeita à piedade alheia. As duas reencontram o antigo namorado de uma delas, sujeito patético que não melhorou com o tempo. Leigh não se preocupa em levar esse filme, como o anterior, na chave do drama realista. Opta por um registro mais cômico, que pode ser mais estranho e até esquisito, mas certamente não é a caricatura deplorada por tantos críticos. O reencontro de Annie e Hannah, expondo diferenças, termina aproximando as duas no que têm de comum. Confrontam seus fantasmas, fazem as pazes com o passado e, sem radicalismo, são recuperadas em sua humanidade. É um filme de atrizes e tanto Lynda quanto Kathryn, a maravilhosa Claire Dolan, de Lodge Kerrigan, são ótimas. O filme foi feito de acordo com o método habitual de Leigh. É um diretor que trafega entre cinema e teatro. Possui um jeito bem pouco usual de filmar. Para início de conversa, não parte de um roteiro estabelecido. Faz o que não deixa de ser um work in progress. Ele adota uma idéia e se isola com os atores durante um par de meses. Nesse período, diretor e elenco desenvolvem a história e tratam de dar credibilidade aos personagens e às situações. Estabelecida a linha de conduta, os atores estão familiarizados com os personagens que podem improvisar e é isso o que o diretor quer. No ápice, o método produz uma obra-prima como Segredos e Mentiras. Num registro mais mediano produz Garotas de Futuro, que tem seu charme e está longe de ser desprezível. Garotas de Futuro (Career Girls) - Inglaterra, 1997. Direção de Mike Leigh, com Kathryn Cartlidge e Lynda Steadman. Europa/Cannes, 87 min.

Curiosos são os caminhos dos lançamentos de cinema e vídeo no País. Não é só o novo filme de Eduardo Coutinho, Babilônia 2000, que está chegando aos cinemas no momento em que o trabalho anterior do cineasta, Santo Forte, sai em vídeo. Ocorre a mesma coisa com o inglês Mike Leigh. O novo filme dele, Topsy Turvy - O Espetáculo, estreou na semana passada e o anterior, Garotas de Futuro, chega às locadoras. Embora tenha iniciado sua carreira de diretor no começo dos anos 70, Leigh só adquiriu projeção no País quando Segredos e Mentiras ganhou a Palma de Ouro em Cannes e, logo em seguida, foi indicado para o Oscar. Leigh foi saudado como um grande diretor. Talvez não seja, mas seu método é suficientemente original para tornar seus filmes atraentes e merecedores de atenção. Em Topsy Turvy, ele transforma o próprio filme numa metáfora desse método baseado na organização e na improvisação. Garotas de Futuro não tem a grandeza de Segredos e Mentiras nem mesmo essa vontade (ou necessidade) de auto-exposição de Topsy Turvy, mas não há como ficar indiferente à experiência vivida pelas personagens de Lynda Steadman e Kathryn Cartlidge. De novo o diretor revolve as feridas do passado. Desta vez, o faz por meio da história das amigas que se reencontram após seis anos de afastamento. Cada uma seguiu seu caminho após a formatura na universidade. Naquele tempo, dividiam não só um apartamento, mas também sonhos. E agora reavaliam tudo isso. Lynda é Annie, sensível a ponto de desabar em lágrimas ou ter um ataque de nervos por qualquer coisinha. Kathryn é Hannah e, embora os nomes sejam parecidos, as duas não poderiam ser mais diferentes. Hannah é durona e auto-suficiente. Não agüentaria expor sua intimidade em público ou ficar sujeita à piedade alheia. As duas reencontram o antigo namorado de uma delas, sujeito patético que não melhorou com o tempo. Leigh não se preocupa em levar esse filme, como o anterior, na chave do drama realista. Opta por um registro mais cômico, que pode ser mais estranho e até esquisito, mas certamente não é a caricatura deplorada por tantos críticos. O reencontro de Annie e Hannah, expondo diferenças, termina aproximando as duas no que têm de comum. Confrontam seus fantasmas, fazem as pazes com o passado e, sem radicalismo, são recuperadas em sua humanidade. É um filme de atrizes e tanto Lynda quanto Kathryn, a maravilhosa Claire Dolan, de Lodge Kerrigan, são ótimas. O filme foi feito de acordo com o método habitual de Leigh. É um diretor que trafega entre cinema e teatro. Possui um jeito bem pouco usual de filmar. Para início de conversa, não parte de um roteiro estabelecido. Faz o que não deixa de ser um work in progress. Ele adota uma idéia e se isola com os atores durante um par de meses. Nesse período, diretor e elenco desenvolvem a história e tratam de dar credibilidade aos personagens e às situações. Estabelecida a linha de conduta, os atores estão familiarizados com os personagens que podem improvisar e é isso o que o diretor quer. No ápice, o método produz uma obra-prima como Segredos e Mentiras. Num registro mais mediano produz Garotas de Futuro, que tem seu charme e está longe de ser desprezível. Garotas de Futuro (Career Girls) - Inglaterra, 1997. Direção de Mike Leigh, com Kathryn Cartlidge e Lynda Steadman. Europa/Cannes, 87 min.

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