A polícia russa fez uma batida na sexta-feira, 26, em um cinema de Moscou onde se projetava o filme satírico A Morte de Stalin, uma comédia franco-britânica sobre os últimos dias do ditador, levando os responsáveis pela sala a decidir cancelar as projeções.
"Queridos amigos, por razões alheias à nossa vontade, o cinema Pioner se vê obrigado a cancelar as sessões do filme The death of Stalin (A Morte de Stalin) a partir de 27 de janeiro", informou esse cinema em um comunicado publicado na internet.
O Ministério da Cultura russo ameaçou na quinta-feira impor "sanções administrativas" aos cinemas que decidissem projetar a comédia, cuja licença de distribuição foi anulada na terça-feira, dois dias antes de sua estreia comercial na Rússia.
** Indicados ao Oscar 2018 são anunciados; veja a lista de candidatos
O cinema Pioner decidiu, no entanto, organizar na sexta-feira várias sessões deste filme de Armando Iannucci, considerado "extremista" por cineastas e políticos russos.
Após a primeira sessão matinal, seis policiais se apresentaram no cinema, interrogaram vários empregados e tiraram fotos no local, presenciou uma jornalista da AFP.
** 'Se Touro Ferdinando vencer, será uma zebra', diz diretor Carlos Saldanha
Na segunda-feira passada, o Ministério da Cultura organizou uma sessão privada para responsáveis políticos, cineastas e deputados.
O público saiu visivelmente indignado da projeção e assinou uma solicitação ao ministro Vladimir Medinski para que proíba esta comédia "extremista" que "ridiculariza os símbolos nacionais russos".