Raoul Ruiz faz da solidão infantil sua "Crônica da Inocência"


Por Agencia Estado

Não deixa de ser uma coincidência interessante que no mesmo dia entrem em cartaz E.T. - O Extraterrestre, de Steven Spielberg, e Crônica da Inocência, de Raoul Ruiz. A coincidência é que ambos se movem no universo da infância, um mundo sempre meio fechado para os adultos, que nele penetram movidos por suas lembranças e fantasias a respeito. As semelhanças param por aí, pois são diferentes como a água e o vinho as abordagem do cineasta norte-americano e a de Ruiz, um chileno radicado na França. Spielberg é cristalino, mesmo porque faz cinema comercial, coisa que não entra nos cálculos de Ruiz, famoso por filmes-cabeça como As Três Coroas do Marinheiro, ou a adaptação que fez da obra de Proust, Em Busca do Tempo Perdido. Em Crônica da Inocência, Ruiz baseia-se no livro do italiano Massimo Bontempelli que fala de um garotinho, Camille (Nils Hugon) que, como a maior parte das crianças de hoje, se ressente da falta de atenção dos pais. Ariane e Pierre (Isabelle Huppert e Danis Podalydes) formam o típico casal moderno, cada um deles envolvido demais com seu trabalho para dedicar tempo a aspectos menores como família, filhos, afetos, amizade, ternura, etc. Nunca ouviram falar em Domenico de Masi e portanto desconhecem os efeitos benéficos do ócio na vida humana. Enfim, Camille sente-se só e, como o ser humano desde jovem é adaptável, passa a encarar a solidão como um dado da existência. Mas assim como a natureza tem horror ao vácuo, a mente humana também não se conforma com a solidão e precisa preenchê-la com alguma coisa, real ou não. Em falta de melhor, a fantasia resolve. E é isso que faz Camille, ou pelo menos, esta é uma possibilidade aberta ao espectador. Porque se em E.T. a solidão infantil é preenchida por um alienígena cuja existência real não se discute, em Crônica da Inocência tudo se filtra pela ambigüidade da fantasia. E mais ainda quando, para surpresa de Ariane, Camille anuncia que deseja ir viver com sua verdadeira mãe. Quem é ela? Ariane decide conferir até onde pode levar a fantasia do filho e o acompanha até o outro lado da cidade, onde mora Isabella (Jeanne Balibar), mulher que perdeu o filho recentemente em um acidente. Camille deixa as duas perplexas quando anuncia que ele é reencarnação do garoto morto. Importa menos esse aspecto da trama, chegado a um certo espiritualismo, que o outro véu de mistério adicionado por Raoul Ruiz à história. Há um dado de estilo também. Raoul Ruiz sabe manter o mistério como um dado de interesse para o espectador. Existe uma opção aí. O mistério pode ser encarado como algo que paralisa o pensamento do público ou como aquilo que exige dele algum esforço e portanto o estimula. Um certo cinema tem horror a possíveis dificuldades, ao trabalho com zonas de luz e sombras, às incertezas, porque supõe que ninguém tem tempo, nem paciência, para algum tipo de trabalho mental quando está numa sala de cinema. Outro tipo de cinema aposta na suposição contrária. Considera que o tipo de trabalho envolvido na fruição e na decodificação de uma obra de arte não causa qualquer enfado ou aborrecimento; muito pelo contrário, é um dos grandes prazeres desta vida, talvez o segundo na escala física, seguramente o primeiro, na espiritual. Mas, enfim, são duas concepções diferentes de cinema, e uma noção muito empobrecida do que seja entretenimento colocou a diversão em termos excludentes com a profundidade, a sutileza, a inteligência e outras qualidades afins. O cinema de Ruiz é em geral profundo, sutil, inteligente. Os quebra-cabeças que propõe ao espectador são como presentes refinados, jogos intelectuais destinados a gente sofisticada. Não são estéreis. Simplesmente, ele é um artista que se coloca em posição de expectativa diante da opacidade do mundo, como fazia Kieslowski, mas com uma diferença. Kieslowski mesclava suas histórias ambivalentes a uma tonalidade emocional de que Ruiz parece incapaz. Kieslowski humanizava onde Ruiz opera a seco. Veja por exemplo, A Dupla Vida de Veronique, que muita gente achou mais enigmático que ideograma chinês colocado de cabeça para baixo. Mesmo assim, as pessoas consideravam-se capazes de sentir as implicações emocionais do filme, sem entendê-lo completamente. É que a sensação em muitos casos precede a compreensão e a supera, fato que todo grande artista conhece e pratica. Opções diferentes, de dois cineastas exigentes, e o caminho descarnado escolhido por Ruiz deixa às vezes a impressão de que alguns dos seus filmes são frios, cerebrais em excesso. Não é o caso deste Crônica da Inocência, no qual o desamparo do personagem infantil é trabalhado com tanta sensibilidade que empresta colorido emotivo à história. Crônica da Inocência (Comédie de L´Innocence). Drama. Direção de Raoul Ruiz. Fr/2000. Duração: 95 minutos. 16 anos.

Não deixa de ser uma coincidência interessante que no mesmo dia entrem em cartaz E.T. - O Extraterrestre, de Steven Spielberg, e Crônica da Inocência, de Raoul Ruiz. A coincidência é que ambos se movem no universo da infância, um mundo sempre meio fechado para os adultos, que nele penetram movidos por suas lembranças e fantasias a respeito. As semelhanças param por aí, pois são diferentes como a água e o vinho as abordagem do cineasta norte-americano e a de Ruiz, um chileno radicado na França. Spielberg é cristalino, mesmo porque faz cinema comercial, coisa que não entra nos cálculos de Ruiz, famoso por filmes-cabeça como As Três Coroas do Marinheiro, ou a adaptação que fez da obra de Proust, Em Busca do Tempo Perdido. Em Crônica da Inocência, Ruiz baseia-se no livro do italiano Massimo Bontempelli que fala de um garotinho, Camille (Nils Hugon) que, como a maior parte das crianças de hoje, se ressente da falta de atenção dos pais. Ariane e Pierre (Isabelle Huppert e Danis Podalydes) formam o típico casal moderno, cada um deles envolvido demais com seu trabalho para dedicar tempo a aspectos menores como família, filhos, afetos, amizade, ternura, etc. Nunca ouviram falar em Domenico de Masi e portanto desconhecem os efeitos benéficos do ócio na vida humana. Enfim, Camille sente-se só e, como o ser humano desde jovem é adaptável, passa a encarar a solidão como um dado da existência. Mas assim como a natureza tem horror ao vácuo, a mente humana também não se conforma com a solidão e precisa preenchê-la com alguma coisa, real ou não. Em falta de melhor, a fantasia resolve. E é isso que faz Camille, ou pelo menos, esta é uma possibilidade aberta ao espectador. Porque se em E.T. a solidão infantil é preenchida por um alienígena cuja existência real não se discute, em Crônica da Inocência tudo se filtra pela ambigüidade da fantasia. E mais ainda quando, para surpresa de Ariane, Camille anuncia que deseja ir viver com sua verdadeira mãe. Quem é ela? Ariane decide conferir até onde pode levar a fantasia do filho e o acompanha até o outro lado da cidade, onde mora Isabella (Jeanne Balibar), mulher que perdeu o filho recentemente em um acidente. Camille deixa as duas perplexas quando anuncia que ele é reencarnação do garoto morto. Importa menos esse aspecto da trama, chegado a um certo espiritualismo, que o outro véu de mistério adicionado por Raoul Ruiz à história. Há um dado de estilo também. Raoul Ruiz sabe manter o mistério como um dado de interesse para o espectador. Existe uma opção aí. O mistério pode ser encarado como algo que paralisa o pensamento do público ou como aquilo que exige dele algum esforço e portanto o estimula. Um certo cinema tem horror a possíveis dificuldades, ao trabalho com zonas de luz e sombras, às incertezas, porque supõe que ninguém tem tempo, nem paciência, para algum tipo de trabalho mental quando está numa sala de cinema. Outro tipo de cinema aposta na suposição contrária. Considera que o tipo de trabalho envolvido na fruição e na decodificação de uma obra de arte não causa qualquer enfado ou aborrecimento; muito pelo contrário, é um dos grandes prazeres desta vida, talvez o segundo na escala física, seguramente o primeiro, na espiritual. Mas, enfim, são duas concepções diferentes de cinema, e uma noção muito empobrecida do que seja entretenimento colocou a diversão em termos excludentes com a profundidade, a sutileza, a inteligência e outras qualidades afins. O cinema de Ruiz é em geral profundo, sutil, inteligente. Os quebra-cabeças que propõe ao espectador são como presentes refinados, jogos intelectuais destinados a gente sofisticada. Não são estéreis. Simplesmente, ele é um artista que se coloca em posição de expectativa diante da opacidade do mundo, como fazia Kieslowski, mas com uma diferença. Kieslowski mesclava suas histórias ambivalentes a uma tonalidade emocional de que Ruiz parece incapaz. Kieslowski humanizava onde Ruiz opera a seco. Veja por exemplo, A Dupla Vida de Veronique, que muita gente achou mais enigmático que ideograma chinês colocado de cabeça para baixo. Mesmo assim, as pessoas consideravam-se capazes de sentir as implicações emocionais do filme, sem entendê-lo completamente. É que a sensação em muitos casos precede a compreensão e a supera, fato que todo grande artista conhece e pratica. Opções diferentes, de dois cineastas exigentes, e o caminho descarnado escolhido por Ruiz deixa às vezes a impressão de que alguns dos seus filmes são frios, cerebrais em excesso. Não é o caso deste Crônica da Inocência, no qual o desamparo do personagem infantil é trabalhado com tanta sensibilidade que empresta colorido emotivo à história. Crônica da Inocência (Comédie de L´Innocence). Drama. Direção de Raoul Ruiz. Fr/2000. Duração: 95 minutos. 16 anos.

Não deixa de ser uma coincidência interessante que no mesmo dia entrem em cartaz E.T. - O Extraterrestre, de Steven Spielberg, e Crônica da Inocência, de Raoul Ruiz. A coincidência é que ambos se movem no universo da infância, um mundo sempre meio fechado para os adultos, que nele penetram movidos por suas lembranças e fantasias a respeito. As semelhanças param por aí, pois são diferentes como a água e o vinho as abordagem do cineasta norte-americano e a de Ruiz, um chileno radicado na França. Spielberg é cristalino, mesmo porque faz cinema comercial, coisa que não entra nos cálculos de Ruiz, famoso por filmes-cabeça como As Três Coroas do Marinheiro, ou a adaptação que fez da obra de Proust, Em Busca do Tempo Perdido. Em Crônica da Inocência, Ruiz baseia-se no livro do italiano Massimo Bontempelli que fala de um garotinho, Camille (Nils Hugon) que, como a maior parte das crianças de hoje, se ressente da falta de atenção dos pais. Ariane e Pierre (Isabelle Huppert e Danis Podalydes) formam o típico casal moderno, cada um deles envolvido demais com seu trabalho para dedicar tempo a aspectos menores como família, filhos, afetos, amizade, ternura, etc. Nunca ouviram falar em Domenico de Masi e portanto desconhecem os efeitos benéficos do ócio na vida humana. Enfim, Camille sente-se só e, como o ser humano desde jovem é adaptável, passa a encarar a solidão como um dado da existência. Mas assim como a natureza tem horror ao vácuo, a mente humana também não se conforma com a solidão e precisa preenchê-la com alguma coisa, real ou não. Em falta de melhor, a fantasia resolve. E é isso que faz Camille, ou pelo menos, esta é uma possibilidade aberta ao espectador. Porque se em E.T. a solidão infantil é preenchida por um alienígena cuja existência real não se discute, em Crônica da Inocência tudo se filtra pela ambigüidade da fantasia. E mais ainda quando, para surpresa de Ariane, Camille anuncia que deseja ir viver com sua verdadeira mãe. Quem é ela? Ariane decide conferir até onde pode levar a fantasia do filho e o acompanha até o outro lado da cidade, onde mora Isabella (Jeanne Balibar), mulher que perdeu o filho recentemente em um acidente. Camille deixa as duas perplexas quando anuncia que ele é reencarnação do garoto morto. Importa menos esse aspecto da trama, chegado a um certo espiritualismo, que o outro véu de mistério adicionado por Raoul Ruiz à história. Há um dado de estilo também. Raoul Ruiz sabe manter o mistério como um dado de interesse para o espectador. Existe uma opção aí. O mistério pode ser encarado como algo que paralisa o pensamento do público ou como aquilo que exige dele algum esforço e portanto o estimula. Um certo cinema tem horror a possíveis dificuldades, ao trabalho com zonas de luz e sombras, às incertezas, porque supõe que ninguém tem tempo, nem paciência, para algum tipo de trabalho mental quando está numa sala de cinema. Outro tipo de cinema aposta na suposição contrária. Considera que o tipo de trabalho envolvido na fruição e na decodificação de uma obra de arte não causa qualquer enfado ou aborrecimento; muito pelo contrário, é um dos grandes prazeres desta vida, talvez o segundo na escala física, seguramente o primeiro, na espiritual. Mas, enfim, são duas concepções diferentes de cinema, e uma noção muito empobrecida do que seja entretenimento colocou a diversão em termos excludentes com a profundidade, a sutileza, a inteligência e outras qualidades afins. O cinema de Ruiz é em geral profundo, sutil, inteligente. Os quebra-cabeças que propõe ao espectador são como presentes refinados, jogos intelectuais destinados a gente sofisticada. Não são estéreis. Simplesmente, ele é um artista que se coloca em posição de expectativa diante da opacidade do mundo, como fazia Kieslowski, mas com uma diferença. Kieslowski mesclava suas histórias ambivalentes a uma tonalidade emocional de que Ruiz parece incapaz. Kieslowski humanizava onde Ruiz opera a seco. Veja por exemplo, A Dupla Vida de Veronique, que muita gente achou mais enigmático que ideograma chinês colocado de cabeça para baixo. Mesmo assim, as pessoas consideravam-se capazes de sentir as implicações emocionais do filme, sem entendê-lo completamente. É que a sensação em muitos casos precede a compreensão e a supera, fato que todo grande artista conhece e pratica. Opções diferentes, de dois cineastas exigentes, e o caminho descarnado escolhido por Ruiz deixa às vezes a impressão de que alguns dos seus filmes são frios, cerebrais em excesso. Não é o caso deste Crônica da Inocência, no qual o desamparo do personagem infantil é trabalhado com tanta sensibilidade que empresta colorido emotivo à história. Crônica da Inocência (Comédie de L´Innocence). Drama. Direção de Raoul Ruiz. Fr/2000. Duração: 95 minutos. 16 anos.

Não deixa de ser uma coincidência interessante que no mesmo dia entrem em cartaz E.T. - O Extraterrestre, de Steven Spielberg, e Crônica da Inocência, de Raoul Ruiz. A coincidência é que ambos se movem no universo da infância, um mundo sempre meio fechado para os adultos, que nele penetram movidos por suas lembranças e fantasias a respeito. As semelhanças param por aí, pois são diferentes como a água e o vinho as abordagem do cineasta norte-americano e a de Ruiz, um chileno radicado na França. Spielberg é cristalino, mesmo porque faz cinema comercial, coisa que não entra nos cálculos de Ruiz, famoso por filmes-cabeça como As Três Coroas do Marinheiro, ou a adaptação que fez da obra de Proust, Em Busca do Tempo Perdido. Em Crônica da Inocência, Ruiz baseia-se no livro do italiano Massimo Bontempelli que fala de um garotinho, Camille (Nils Hugon) que, como a maior parte das crianças de hoje, se ressente da falta de atenção dos pais. Ariane e Pierre (Isabelle Huppert e Danis Podalydes) formam o típico casal moderno, cada um deles envolvido demais com seu trabalho para dedicar tempo a aspectos menores como família, filhos, afetos, amizade, ternura, etc. Nunca ouviram falar em Domenico de Masi e portanto desconhecem os efeitos benéficos do ócio na vida humana. Enfim, Camille sente-se só e, como o ser humano desde jovem é adaptável, passa a encarar a solidão como um dado da existência. Mas assim como a natureza tem horror ao vácuo, a mente humana também não se conforma com a solidão e precisa preenchê-la com alguma coisa, real ou não. Em falta de melhor, a fantasia resolve. E é isso que faz Camille, ou pelo menos, esta é uma possibilidade aberta ao espectador. Porque se em E.T. a solidão infantil é preenchida por um alienígena cuja existência real não se discute, em Crônica da Inocência tudo se filtra pela ambigüidade da fantasia. E mais ainda quando, para surpresa de Ariane, Camille anuncia que deseja ir viver com sua verdadeira mãe. Quem é ela? Ariane decide conferir até onde pode levar a fantasia do filho e o acompanha até o outro lado da cidade, onde mora Isabella (Jeanne Balibar), mulher que perdeu o filho recentemente em um acidente. Camille deixa as duas perplexas quando anuncia que ele é reencarnação do garoto morto. Importa menos esse aspecto da trama, chegado a um certo espiritualismo, que o outro véu de mistério adicionado por Raoul Ruiz à história. Há um dado de estilo também. Raoul Ruiz sabe manter o mistério como um dado de interesse para o espectador. Existe uma opção aí. O mistério pode ser encarado como algo que paralisa o pensamento do público ou como aquilo que exige dele algum esforço e portanto o estimula. Um certo cinema tem horror a possíveis dificuldades, ao trabalho com zonas de luz e sombras, às incertezas, porque supõe que ninguém tem tempo, nem paciência, para algum tipo de trabalho mental quando está numa sala de cinema. Outro tipo de cinema aposta na suposição contrária. Considera que o tipo de trabalho envolvido na fruição e na decodificação de uma obra de arte não causa qualquer enfado ou aborrecimento; muito pelo contrário, é um dos grandes prazeres desta vida, talvez o segundo na escala física, seguramente o primeiro, na espiritual. Mas, enfim, são duas concepções diferentes de cinema, e uma noção muito empobrecida do que seja entretenimento colocou a diversão em termos excludentes com a profundidade, a sutileza, a inteligência e outras qualidades afins. O cinema de Ruiz é em geral profundo, sutil, inteligente. Os quebra-cabeças que propõe ao espectador são como presentes refinados, jogos intelectuais destinados a gente sofisticada. Não são estéreis. Simplesmente, ele é um artista que se coloca em posição de expectativa diante da opacidade do mundo, como fazia Kieslowski, mas com uma diferença. Kieslowski mesclava suas histórias ambivalentes a uma tonalidade emocional de que Ruiz parece incapaz. Kieslowski humanizava onde Ruiz opera a seco. Veja por exemplo, A Dupla Vida de Veronique, que muita gente achou mais enigmático que ideograma chinês colocado de cabeça para baixo. Mesmo assim, as pessoas consideravam-se capazes de sentir as implicações emocionais do filme, sem entendê-lo completamente. É que a sensação em muitos casos precede a compreensão e a supera, fato que todo grande artista conhece e pratica. Opções diferentes, de dois cineastas exigentes, e o caminho descarnado escolhido por Ruiz deixa às vezes a impressão de que alguns dos seus filmes são frios, cerebrais em excesso. Não é o caso deste Crônica da Inocência, no qual o desamparo do personagem infantil é trabalhado com tanta sensibilidade que empresta colorido emotivo à história. Crônica da Inocência (Comédie de L´Innocence). Drama. Direção de Raoul Ruiz. Fr/2000. Duração: 95 minutos. 16 anos.

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