A Agência Nacional de Cinema (Ancine) ficará praticamente paralisada a partir do dia 16. Como a Ancine não pode tomar decisões sem os votos de pelo menos 3 dos 4 membros, correm risco, por exemplo, os projetos que estão na fila para conseguir aprovação de recursos. O motivo é o fim do mandato do diretor Augusto Sevá. Com isso, o colegiado da agência ficará com apenas dois membros - Gustavo Dahl e João da Silveira. Lia Gomensoro Lopes saiu da diretoria há mais de um ano e ainda não foi substituída. Preocupados, os diretores estão fazendo consultas jurídicas, na tentativa de garantir o andamento - ainda que parcial - dos trabalhos. Uma das alternativas seria o ad referendum: Dahl e Silveira tomariam as decisões, que seriam ou não ratificadas posteriormente pelo futuro diretor. O nome para a Ancine deve sair do Ministério da Cultura, que enviará a indicação para a Casa Civil. A decisão final é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois, o futuro diretor será sabatinado pelo Senado e seu nome, aprovado em plenário. Mas mesmo que a agência conte com a boa vontade do Executivo, o calendário é apertadíssimo. Dia 15 o Congresso entra em recesso, e os trabalhos só serão retomados em fevereiro. Entre parlamentares e gente ligada ao setor, comenta-se que o governo não tem pressa em fazer a Ancine trabalhar por causa das negociações em torno da Agência Nacional de Cinema e Audiovisual (Ancinav). Outro motivo seria a reconstrução da base de Lula no Congresso - as duas vagas na Ancine podem ser boa moeda de troca na negociação com eventuais partidos-parceiros.
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