"Terra em Transe" volta em cópia restaurada


Longa de Glauber Rocha considerado precursor do movimento tropicalista reestréia com cópia restaurada e vai virar DVD. Veja trailer

Por Agencia Estado

Terra em Transe, de Glauber Rocha, reestréia hoje, com cópia restaurada, no Rio, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e, na segunda-feira, em Salvador. O projeto de restauração foi conduzido pela filha de Glauber, Paloma Rocha, que agora pretende restaurar outra obra do pai, Deus e o Diabo na Terra do Sol, além de lançar Terra em Transe em DVD. Quando estreou, em 1967, Terra em Transe provocou reações desencontradas, pois não é fácil assimilar. É um filme dilacerado, de linguagem fragmentária, considerado precursor do movimento tropicalista, e que põe em cena de maneira dramática a ressaca brasileira pós-golpe de 1964. No começo dos anos 1960 parecia aos intelectuais brasileiros de esquerda que a revolução socialista era algo que aconteceria de um dia para o outro, de maneira automática e inevitável. A impressão (falsa) foi reforçada com chegada ao poder de João Goulart, que substituiu o demissionário Jânio Quadros. Poucos dias antes do golpe, em 13 de março de 1964, Goulart participa do famoso comício da Central do Brasil, conclamando os sindicatos a lhe darem respaldo para as chamadas reformas de base. Enquanto isso, o País pegava fogo e a sua queda já estava sendo preparada. Nesse mesmo dia, Glauber apresentava a uma seleta platéia de amigos e críticos seu segundo longa-metragem, Deus e o Diabo na Terra do Sol, uma alegoria da revolução que vinha chegando. Não chegou, e o Brasil caiu em uma ditadura militar da qual emergiria apenas 21 anos depois. Terra em Transe foi essa tentativa de digerir e assimilar um novo presente, no qual o socialismo não chegaria com o romper do dia. No filme, Eldorado, país imaginário que pode ser o Brasil mas também qualquer república latino-americana dos anos 60, Paulo Martins (Jardel Filho) é o poeta baleado ao tentar furar um cerco policial e que, à beira da morte, em seu delírio, revive a luta pelo poder em Eldorado. Paulo Autran é Porfírio Diaz, que tenta instaurar uma ditadura. José Lewgoy é Felipe Vieira, líder populista. Paulo Gracindo faz Julio Fontes, dono da TV local e expoente do poder econômico. Em torno dessas figuras do poder, há o líder camponês, as massas de manobra, as multidões que se aglomeram diante dos palanques dos políticos, os sons e a fúria de personagens mantidos sempre em estado de exasperação, as orgias dos ricos - enfim, toda a cacofonia de um país dividido por graves contradições econômicas, políticas e culturais. Em Terra em Transe, o Brasil aparece com todos os seus nós internos e em toda a sua complexidade. Daí a atualidade do filme, que é o que de mais moderno, impactante e pungente foi feito até hoje pelo cinema brasileiro.

Terra em Transe, de Glauber Rocha, reestréia hoje, com cópia restaurada, no Rio, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e, na segunda-feira, em Salvador. O projeto de restauração foi conduzido pela filha de Glauber, Paloma Rocha, que agora pretende restaurar outra obra do pai, Deus e o Diabo na Terra do Sol, além de lançar Terra em Transe em DVD. Quando estreou, em 1967, Terra em Transe provocou reações desencontradas, pois não é fácil assimilar. É um filme dilacerado, de linguagem fragmentária, considerado precursor do movimento tropicalista, e que põe em cena de maneira dramática a ressaca brasileira pós-golpe de 1964. No começo dos anos 1960 parecia aos intelectuais brasileiros de esquerda que a revolução socialista era algo que aconteceria de um dia para o outro, de maneira automática e inevitável. A impressão (falsa) foi reforçada com chegada ao poder de João Goulart, que substituiu o demissionário Jânio Quadros. Poucos dias antes do golpe, em 13 de março de 1964, Goulart participa do famoso comício da Central do Brasil, conclamando os sindicatos a lhe darem respaldo para as chamadas reformas de base. Enquanto isso, o País pegava fogo e a sua queda já estava sendo preparada. Nesse mesmo dia, Glauber apresentava a uma seleta platéia de amigos e críticos seu segundo longa-metragem, Deus e o Diabo na Terra do Sol, uma alegoria da revolução que vinha chegando. Não chegou, e o Brasil caiu em uma ditadura militar da qual emergiria apenas 21 anos depois. Terra em Transe foi essa tentativa de digerir e assimilar um novo presente, no qual o socialismo não chegaria com o romper do dia. No filme, Eldorado, país imaginário que pode ser o Brasil mas também qualquer república latino-americana dos anos 60, Paulo Martins (Jardel Filho) é o poeta baleado ao tentar furar um cerco policial e que, à beira da morte, em seu delírio, revive a luta pelo poder em Eldorado. Paulo Autran é Porfírio Diaz, que tenta instaurar uma ditadura. José Lewgoy é Felipe Vieira, líder populista. Paulo Gracindo faz Julio Fontes, dono da TV local e expoente do poder econômico. Em torno dessas figuras do poder, há o líder camponês, as massas de manobra, as multidões que se aglomeram diante dos palanques dos políticos, os sons e a fúria de personagens mantidos sempre em estado de exasperação, as orgias dos ricos - enfim, toda a cacofonia de um país dividido por graves contradições econômicas, políticas e culturais. Em Terra em Transe, o Brasil aparece com todos os seus nós internos e em toda a sua complexidade. Daí a atualidade do filme, que é o que de mais moderno, impactante e pungente foi feito até hoje pelo cinema brasileiro.

Terra em Transe, de Glauber Rocha, reestréia hoje, com cópia restaurada, no Rio, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e, na segunda-feira, em Salvador. O projeto de restauração foi conduzido pela filha de Glauber, Paloma Rocha, que agora pretende restaurar outra obra do pai, Deus e o Diabo na Terra do Sol, além de lançar Terra em Transe em DVD. Quando estreou, em 1967, Terra em Transe provocou reações desencontradas, pois não é fácil assimilar. É um filme dilacerado, de linguagem fragmentária, considerado precursor do movimento tropicalista, e que põe em cena de maneira dramática a ressaca brasileira pós-golpe de 1964. No começo dos anos 1960 parecia aos intelectuais brasileiros de esquerda que a revolução socialista era algo que aconteceria de um dia para o outro, de maneira automática e inevitável. A impressão (falsa) foi reforçada com chegada ao poder de João Goulart, que substituiu o demissionário Jânio Quadros. Poucos dias antes do golpe, em 13 de março de 1964, Goulart participa do famoso comício da Central do Brasil, conclamando os sindicatos a lhe darem respaldo para as chamadas reformas de base. Enquanto isso, o País pegava fogo e a sua queda já estava sendo preparada. Nesse mesmo dia, Glauber apresentava a uma seleta platéia de amigos e críticos seu segundo longa-metragem, Deus e o Diabo na Terra do Sol, uma alegoria da revolução que vinha chegando. Não chegou, e o Brasil caiu em uma ditadura militar da qual emergiria apenas 21 anos depois. Terra em Transe foi essa tentativa de digerir e assimilar um novo presente, no qual o socialismo não chegaria com o romper do dia. No filme, Eldorado, país imaginário que pode ser o Brasil mas também qualquer república latino-americana dos anos 60, Paulo Martins (Jardel Filho) é o poeta baleado ao tentar furar um cerco policial e que, à beira da morte, em seu delírio, revive a luta pelo poder em Eldorado. Paulo Autran é Porfírio Diaz, que tenta instaurar uma ditadura. José Lewgoy é Felipe Vieira, líder populista. Paulo Gracindo faz Julio Fontes, dono da TV local e expoente do poder econômico. Em torno dessas figuras do poder, há o líder camponês, as massas de manobra, as multidões que se aglomeram diante dos palanques dos políticos, os sons e a fúria de personagens mantidos sempre em estado de exasperação, as orgias dos ricos - enfim, toda a cacofonia de um país dividido por graves contradições econômicas, políticas e culturais. Em Terra em Transe, o Brasil aparece com todos os seus nós internos e em toda a sua complexidade. Daí a atualidade do filme, que é o que de mais moderno, impactante e pungente foi feito até hoje pelo cinema brasileiro.

Terra em Transe, de Glauber Rocha, reestréia hoje, com cópia restaurada, no Rio, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e, na segunda-feira, em Salvador. O projeto de restauração foi conduzido pela filha de Glauber, Paloma Rocha, que agora pretende restaurar outra obra do pai, Deus e o Diabo na Terra do Sol, além de lançar Terra em Transe em DVD. Quando estreou, em 1967, Terra em Transe provocou reações desencontradas, pois não é fácil assimilar. É um filme dilacerado, de linguagem fragmentária, considerado precursor do movimento tropicalista, e que põe em cena de maneira dramática a ressaca brasileira pós-golpe de 1964. No começo dos anos 1960 parecia aos intelectuais brasileiros de esquerda que a revolução socialista era algo que aconteceria de um dia para o outro, de maneira automática e inevitável. A impressão (falsa) foi reforçada com chegada ao poder de João Goulart, que substituiu o demissionário Jânio Quadros. Poucos dias antes do golpe, em 13 de março de 1964, Goulart participa do famoso comício da Central do Brasil, conclamando os sindicatos a lhe darem respaldo para as chamadas reformas de base. Enquanto isso, o País pegava fogo e a sua queda já estava sendo preparada. Nesse mesmo dia, Glauber apresentava a uma seleta platéia de amigos e críticos seu segundo longa-metragem, Deus e o Diabo na Terra do Sol, uma alegoria da revolução que vinha chegando. Não chegou, e o Brasil caiu em uma ditadura militar da qual emergiria apenas 21 anos depois. Terra em Transe foi essa tentativa de digerir e assimilar um novo presente, no qual o socialismo não chegaria com o romper do dia. No filme, Eldorado, país imaginário que pode ser o Brasil mas também qualquer república latino-americana dos anos 60, Paulo Martins (Jardel Filho) é o poeta baleado ao tentar furar um cerco policial e que, à beira da morte, em seu delírio, revive a luta pelo poder em Eldorado. Paulo Autran é Porfírio Diaz, que tenta instaurar uma ditadura. José Lewgoy é Felipe Vieira, líder populista. Paulo Gracindo faz Julio Fontes, dono da TV local e expoente do poder econômico. Em torno dessas figuras do poder, há o líder camponês, as massas de manobra, as multidões que se aglomeram diante dos palanques dos políticos, os sons e a fúria de personagens mantidos sempre em estado de exasperação, as orgias dos ricos - enfim, toda a cacofonia de um país dividido por graves contradições econômicas, políticas e culturais. Em Terra em Transe, o Brasil aparece com todos os seus nós internos e em toda a sua complexidade. Daí a atualidade do filme, que é o que de mais moderno, impactante e pungente foi feito até hoje pelo cinema brasileiro.

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