‘Um Lindo Dia na Vizinhança’ é filme sobre bondade com um Tom Hanks genial


No longa-metragem dirigido por Marielle Heller, em cartaz no Brasil, ator é apresentador de TV que decide ajudar jornalista

Por Luiz Carlos Merten

Tom Hanks tem sido indicado para melhor ator coadjuvante em todas as premiações do ano pelo filme Um Lindo Dia na Vizinhança, já em cartaz no Brasil - Globo de Ouro, Critic’s Choice, SAG Award, Oscar, mas é a vez de Brad Pitt e ninguém vai tirar o Academy Award de seu Cliff, de Era Uma Vez Em Hollywood, de Quentin Tarantino. Para a América comemorar e ficar feliz só falta Brad reconciliar-se com Jennifer Aniston, como apostam as revistas de fofocas, depois que ambos trocaram beijinhos no tapete vermelho de uma festa, mas essa, como diria Billy Wilder, é outra história. Como Meryl Streep, Tom Hanks é uma unanimidade na cena cinematográfica dos EUA. Concorre, como coadjuvante, no prêmio que já ganhou duas vezes como melhor ator nos anos 1990, por Filadélfia e Forrest Gump - O Contador de Histórias. O público, os críticos, os produtores, os diretores, todos o adoram e respeitam pelo talento e profissionalismo.

Tom Hanks em 'Um Lindo Dia na Vizinhança' Foto: Lacey Terrell/TriStar Pictures

Hanks, de 63 anos, é casado há mais de 30 - desde 1988 - com Rita Wilson, apoia as boas causas (do meio ambiente ao combate à diabete), possui um patrimônio declarado de US$ 390 milhões - amealhado com o cinema e a TV -, é um exemplo de sucesso e cidadania. Em Um Lindo Dia na Vizinhança, a diretora Marielle Heller faz o que só é possível ousar quando se dispõe de uma persona tão carismática e sedutora. Hanks faz o apresentador de um programa infantil na TV, Mr. Rogers. É ídolo das crianças, e seus pais, que também já foram crianças. Na trama, um escritor e jornalista irascível, Lloyd Vogel, é contratado para traçar seu perfil. Matthew Rhys é quem faz o papel. Tornou-se pai recentemente, e tem problemas - sempre teve - com o próprio pai. Com perspicácia, Mr. Rogers percebe isso imediatamente. E resolve ajudar Vogel.

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Para início de conversa, inverte a relação e passa de entrevistado a entrevistador, o que incomoda o protagonista. Sua mulher lhe pede - “Por favor, não estrague minhas lembranças de infância” -, porque ela também foi formada/informada vendo Mr. Rogers na TV. O personagem é real e o filme inspira-se num perfil de Mr. Rogers na revista Esquire. E o que um diretor, ou diretora, pode fazer só quando dispõe de um ator como Tom Hanks está em duas cenas - na verdade, a mesma. Mr. Rogers propõe a Vogel um minuto de silêncio “por nossos amores”. Um minuto de silêncio vira uma eternidade. Como se isso não bastasse, a diretora Marielle Heller faz com que Hanks olhe fixamente para a câmera, sem nem sequer piscar. Hanks apenas olha. Docemente, placidamente. Como Greta Garbo, no célebre plano final de Rainha Cristina, de Rouben Mamoulian, de 1933, não expressa nada. O espectador fica livre para imaginar... Tudo!

Embutido no personagem de Mr. Rogers está um fenômeno contemporâneo - a questão da autoajuda. Você entra numa livraria e, na estante dos mais vendidos, encontra uma infinidade de livros que ajudam a ser uma pessoa melhor, a viver melhor. Apesar do sucesso da tendência, pode-se argumentar cinicamente que é um fracasso. Nunca as pessoas foram tão individualistas, egoístas, narcisistas - violentas. Mas os gurus da autoajuda vão bem, obrigado. Não dizem nada que não seja o senso comum. Mr. Rogers é um compêndio das banalidades que as pessoas querem ouvir para se sentir melhor.

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Para cinéfilos, é difícil, praticamente impossível, assistir a Um Lindo Dia na Vizinhança sem se lembrar de um filme cult dos anos 1970 - Muito Além do Jardim/Being There, de Hal Ashby, em que Peter Sellers está genial como Chance, o jardineiro que viveu isolado, só assistindo a TV. Quando transpõe o limite do seu jardim, e à custa de repetir frases feitas, baseadas no senso comum - nenhuma grande revelação -, torna-se conselheiro do presidente dos EUA. Marielle, no fundo, talvez esteja querendo refletir sobre a maioria silenciosa que elegeu Donald Trump presidente dos EUA. Não é um filme para todos os gostos - o partido estético tem algo de faz de conta, com cores exageradas e ambientes estilizados -, mas, nesse sentido, pode se tornar bem interessante.

Tom Hanks tem sido indicado para melhor ator coadjuvante em todas as premiações do ano pelo filme Um Lindo Dia na Vizinhança, já em cartaz no Brasil - Globo de Ouro, Critic’s Choice, SAG Award, Oscar, mas é a vez de Brad Pitt e ninguém vai tirar o Academy Award de seu Cliff, de Era Uma Vez Em Hollywood, de Quentin Tarantino. Para a América comemorar e ficar feliz só falta Brad reconciliar-se com Jennifer Aniston, como apostam as revistas de fofocas, depois que ambos trocaram beijinhos no tapete vermelho de uma festa, mas essa, como diria Billy Wilder, é outra história. Como Meryl Streep, Tom Hanks é uma unanimidade na cena cinematográfica dos EUA. Concorre, como coadjuvante, no prêmio que já ganhou duas vezes como melhor ator nos anos 1990, por Filadélfia e Forrest Gump - O Contador de Histórias. O público, os críticos, os produtores, os diretores, todos o adoram e respeitam pelo talento e profissionalismo.

Tom Hanks em 'Um Lindo Dia na Vizinhança' Foto: Lacey Terrell/TriStar Pictures

Hanks, de 63 anos, é casado há mais de 30 - desde 1988 - com Rita Wilson, apoia as boas causas (do meio ambiente ao combate à diabete), possui um patrimônio declarado de US$ 390 milhões - amealhado com o cinema e a TV -, é um exemplo de sucesso e cidadania. Em Um Lindo Dia na Vizinhança, a diretora Marielle Heller faz o que só é possível ousar quando se dispõe de uma persona tão carismática e sedutora. Hanks faz o apresentador de um programa infantil na TV, Mr. Rogers. É ídolo das crianças, e seus pais, que também já foram crianças. Na trama, um escritor e jornalista irascível, Lloyd Vogel, é contratado para traçar seu perfil. Matthew Rhys é quem faz o papel. Tornou-se pai recentemente, e tem problemas - sempre teve - com o próprio pai. Com perspicácia, Mr. Rogers percebe isso imediatamente. E resolve ajudar Vogel.

Para início de conversa, inverte a relação e passa de entrevistado a entrevistador, o que incomoda o protagonista. Sua mulher lhe pede - “Por favor, não estrague minhas lembranças de infância” -, porque ela também foi formada/informada vendo Mr. Rogers na TV. O personagem é real e o filme inspira-se num perfil de Mr. Rogers na revista Esquire. E o que um diretor, ou diretora, pode fazer só quando dispõe de um ator como Tom Hanks está em duas cenas - na verdade, a mesma. Mr. Rogers propõe a Vogel um minuto de silêncio “por nossos amores”. Um minuto de silêncio vira uma eternidade. Como se isso não bastasse, a diretora Marielle Heller faz com que Hanks olhe fixamente para a câmera, sem nem sequer piscar. Hanks apenas olha. Docemente, placidamente. Como Greta Garbo, no célebre plano final de Rainha Cristina, de Rouben Mamoulian, de 1933, não expressa nada. O espectador fica livre para imaginar... Tudo!

Embutido no personagem de Mr. Rogers está um fenômeno contemporâneo - a questão da autoajuda. Você entra numa livraria e, na estante dos mais vendidos, encontra uma infinidade de livros que ajudam a ser uma pessoa melhor, a viver melhor. Apesar do sucesso da tendência, pode-se argumentar cinicamente que é um fracasso. Nunca as pessoas foram tão individualistas, egoístas, narcisistas - violentas. Mas os gurus da autoajuda vão bem, obrigado. Não dizem nada que não seja o senso comum. Mr. Rogers é um compêndio das banalidades que as pessoas querem ouvir para se sentir melhor.

Para cinéfilos, é difícil, praticamente impossível, assistir a Um Lindo Dia na Vizinhança sem se lembrar de um filme cult dos anos 1970 - Muito Além do Jardim/Being There, de Hal Ashby, em que Peter Sellers está genial como Chance, o jardineiro que viveu isolado, só assistindo a TV. Quando transpõe o limite do seu jardim, e à custa de repetir frases feitas, baseadas no senso comum - nenhuma grande revelação -, torna-se conselheiro do presidente dos EUA. Marielle, no fundo, talvez esteja querendo refletir sobre a maioria silenciosa que elegeu Donald Trump presidente dos EUA. Não é um filme para todos os gostos - o partido estético tem algo de faz de conta, com cores exageradas e ambientes estilizados -, mas, nesse sentido, pode se tornar bem interessante.

Tom Hanks tem sido indicado para melhor ator coadjuvante em todas as premiações do ano pelo filme Um Lindo Dia na Vizinhança, já em cartaz no Brasil - Globo de Ouro, Critic’s Choice, SAG Award, Oscar, mas é a vez de Brad Pitt e ninguém vai tirar o Academy Award de seu Cliff, de Era Uma Vez Em Hollywood, de Quentin Tarantino. Para a América comemorar e ficar feliz só falta Brad reconciliar-se com Jennifer Aniston, como apostam as revistas de fofocas, depois que ambos trocaram beijinhos no tapete vermelho de uma festa, mas essa, como diria Billy Wilder, é outra história. Como Meryl Streep, Tom Hanks é uma unanimidade na cena cinematográfica dos EUA. Concorre, como coadjuvante, no prêmio que já ganhou duas vezes como melhor ator nos anos 1990, por Filadélfia e Forrest Gump - O Contador de Histórias. O público, os críticos, os produtores, os diretores, todos o adoram e respeitam pelo talento e profissionalismo.

Tom Hanks em 'Um Lindo Dia na Vizinhança' Foto: Lacey Terrell/TriStar Pictures

Hanks, de 63 anos, é casado há mais de 30 - desde 1988 - com Rita Wilson, apoia as boas causas (do meio ambiente ao combate à diabete), possui um patrimônio declarado de US$ 390 milhões - amealhado com o cinema e a TV -, é um exemplo de sucesso e cidadania. Em Um Lindo Dia na Vizinhança, a diretora Marielle Heller faz o que só é possível ousar quando se dispõe de uma persona tão carismática e sedutora. Hanks faz o apresentador de um programa infantil na TV, Mr. Rogers. É ídolo das crianças, e seus pais, que também já foram crianças. Na trama, um escritor e jornalista irascível, Lloyd Vogel, é contratado para traçar seu perfil. Matthew Rhys é quem faz o papel. Tornou-se pai recentemente, e tem problemas - sempre teve - com o próprio pai. Com perspicácia, Mr. Rogers percebe isso imediatamente. E resolve ajudar Vogel.

Para início de conversa, inverte a relação e passa de entrevistado a entrevistador, o que incomoda o protagonista. Sua mulher lhe pede - “Por favor, não estrague minhas lembranças de infância” -, porque ela também foi formada/informada vendo Mr. Rogers na TV. O personagem é real e o filme inspira-se num perfil de Mr. Rogers na revista Esquire. E o que um diretor, ou diretora, pode fazer só quando dispõe de um ator como Tom Hanks está em duas cenas - na verdade, a mesma. Mr. Rogers propõe a Vogel um minuto de silêncio “por nossos amores”. Um minuto de silêncio vira uma eternidade. Como se isso não bastasse, a diretora Marielle Heller faz com que Hanks olhe fixamente para a câmera, sem nem sequer piscar. Hanks apenas olha. Docemente, placidamente. Como Greta Garbo, no célebre plano final de Rainha Cristina, de Rouben Mamoulian, de 1933, não expressa nada. O espectador fica livre para imaginar... Tudo!

Embutido no personagem de Mr. Rogers está um fenômeno contemporâneo - a questão da autoajuda. Você entra numa livraria e, na estante dos mais vendidos, encontra uma infinidade de livros que ajudam a ser uma pessoa melhor, a viver melhor. Apesar do sucesso da tendência, pode-se argumentar cinicamente que é um fracasso. Nunca as pessoas foram tão individualistas, egoístas, narcisistas - violentas. Mas os gurus da autoajuda vão bem, obrigado. Não dizem nada que não seja o senso comum. Mr. Rogers é um compêndio das banalidades que as pessoas querem ouvir para se sentir melhor.

Para cinéfilos, é difícil, praticamente impossível, assistir a Um Lindo Dia na Vizinhança sem se lembrar de um filme cult dos anos 1970 - Muito Além do Jardim/Being There, de Hal Ashby, em que Peter Sellers está genial como Chance, o jardineiro que viveu isolado, só assistindo a TV. Quando transpõe o limite do seu jardim, e à custa de repetir frases feitas, baseadas no senso comum - nenhuma grande revelação -, torna-se conselheiro do presidente dos EUA. Marielle, no fundo, talvez esteja querendo refletir sobre a maioria silenciosa que elegeu Donald Trump presidente dos EUA. Não é um filme para todos os gostos - o partido estético tem algo de faz de conta, com cores exageradas e ambientes estilizados -, mas, nesse sentido, pode se tornar bem interessante.

Tom Hanks tem sido indicado para melhor ator coadjuvante em todas as premiações do ano pelo filme Um Lindo Dia na Vizinhança, já em cartaz no Brasil - Globo de Ouro, Critic’s Choice, SAG Award, Oscar, mas é a vez de Brad Pitt e ninguém vai tirar o Academy Award de seu Cliff, de Era Uma Vez Em Hollywood, de Quentin Tarantino. Para a América comemorar e ficar feliz só falta Brad reconciliar-se com Jennifer Aniston, como apostam as revistas de fofocas, depois que ambos trocaram beijinhos no tapete vermelho de uma festa, mas essa, como diria Billy Wilder, é outra história. Como Meryl Streep, Tom Hanks é uma unanimidade na cena cinematográfica dos EUA. Concorre, como coadjuvante, no prêmio que já ganhou duas vezes como melhor ator nos anos 1990, por Filadélfia e Forrest Gump - O Contador de Histórias. O público, os críticos, os produtores, os diretores, todos o adoram e respeitam pelo talento e profissionalismo.

Tom Hanks em 'Um Lindo Dia na Vizinhança' Foto: Lacey Terrell/TriStar Pictures

Hanks, de 63 anos, é casado há mais de 30 - desde 1988 - com Rita Wilson, apoia as boas causas (do meio ambiente ao combate à diabete), possui um patrimônio declarado de US$ 390 milhões - amealhado com o cinema e a TV -, é um exemplo de sucesso e cidadania. Em Um Lindo Dia na Vizinhança, a diretora Marielle Heller faz o que só é possível ousar quando se dispõe de uma persona tão carismática e sedutora. Hanks faz o apresentador de um programa infantil na TV, Mr. Rogers. É ídolo das crianças, e seus pais, que também já foram crianças. Na trama, um escritor e jornalista irascível, Lloyd Vogel, é contratado para traçar seu perfil. Matthew Rhys é quem faz o papel. Tornou-se pai recentemente, e tem problemas - sempre teve - com o próprio pai. Com perspicácia, Mr. Rogers percebe isso imediatamente. E resolve ajudar Vogel.

Para início de conversa, inverte a relação e passa de entrevistado a entrevistador, o que incomoda o protagonista. Sua mulher lhe pede - “Por favor, não estrague minhas lembranças de infância” -, porque ela também foi formada/informada vendo Mr. Rogers na TV. O personagem é real e o filme inspira-se num perfil de Mr. Rogers na revista Esquire. E o que um diretor, ou diretora, pode fazer só quando dispõe de um ator como Tom Hanks está em duas cenas - na verdade, a mesma. Mr. Rogers propõe a Vogel um minuto de silêncio “por nossos amores”. Um minuto de silêncio vira uma eternidade. Como se isso não bastasse, a diretora Marielle Heller faz com que Hanks olhe fixamente para a câmera, sem nem sequer piscar. Hanks apenas olha. Docemente, placidamente. Como Greta Garbo, no célebre plano final de Rainha Cristina, de Rouben Mamoulian, de 1933, não expressa nada. O espectador fica livre para imaginar... Tudo!

Embutido no personagem de Mr. Rogers está um fenômeno contemporâneo - a questão da autoajuda. Você entra numa livraria e, na estante dos mais vendidos, encontra uma infinidade de livros que ajudam a ser uma pessoa melhor, a viver melhor. Apesar do sucesso da tendência, pode-se argumentar cinicamente que é um fracasso. Nunca as pessoas foram tão individualistas, egoístas, narcisistas - violentas. Mas os gurus da autoajuda vão bem, obrigado. Não dizem nada que não seja o senso comum. Mr. Rogers é um compêndio das banalidades que as pessoas querem ouvir para se sentir melhor.

Para cinéfilos, é difícil, praticamente impossível, assistir a Um Lindo Dia na Vizinhança sem se lembrar de um filme cult dos anos 1970 - Muito Além do Jardim/Being There, de Hal Ashby, em que Peter Sellers está genial como Chance, o jardineiro que viveu isolado, só assistindo a TV. Quando transpõe o limite do seu jardim, e à custa de repetir frases feitas, baseadas no senso comum - nenhuma grande revelação -, torna-se conselheiro do presidente dos EUA. Marielle, no fundo, talvez esteja querendo refletir sobre a maioria silenciosa que elegeu Donald Trump presidente dos EUA. Não é um filme para todos os gostos - o partido estético tem algo de faz de conta, com cores exageradas e ambientes estilizados -, mas, nesse sentido, pode se tornar bem interessante.

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