Uma produção pautada pela indignação e intensidade


Babenco é capaz de operar tanto no registro do realismo como no de um cinema metafórico

Por Luiz Carlos Merten

Hector Babenco reafirma na entrevista que se fez brasileiro por indignação, para poder expressar sua crítica à violência e à corrupção do aparelho repressivo, durante a ditadura militar, em Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia. Pouco depois, com Pixote, a Lei do Mais Fraco, ele abriu uma vertente que prosseguiria com Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. Babenco é um dos mais singulares autores de cinema do Brasil. É um narrador exigente, e não raro brilhante, capaz de operar tanto no registro do realismo como no de um cinema mais interiorizado e até metafórico.

 

Ele prefere O Passado e Coração Iluminado, que não foi bem de público e dividiu a crítica. Babenco foi à forra, arrebentando na bilheteria com Carandiru - O Filme. O tributo ao diretor, no Canal Brasil, vai permitir que se vejam filmes há muito fora de circulação, como O Rei da Noite e Lúcio Flávio. Com Pixote, a Lei do Mais Fraco, será exibido hoje o tributo de Babenco ao ator Fernando Ramos das Silva, Pixote - In Memoriam. Babenco foi atrás de familiares e atores daquele filme mítico.

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Babenco faz cinema no Brasil desde o começo dos anos 70 - quase 40 anos, portanto. Independentemente de se gostar mais, ou menos, deste ou daquele filme, a obra é coerente e, mesmo quando faz sucesso de bilheteria, o diretor não cede à facilidade. Um certo número de cenas que ele realizou expressam nossa identidade na tela - o tango, paradoxalmente, de O Rei da Noite; a Pietà de Pixote; aquele cão que avança pelo corredor crivado de mortos, as vítimas da chacina policial, em Carandiru - O Filme. Mesmo quando indignado, Babenco não facilita as coisas. Mais do que chacina, que reproduz com intensidade, o tema de Carandiru talvez seja a ética dos bandidos na cadeia, talvez seja a discussão do que é, ou como é, ser bandido zé-povinho num país de tamanha impunidade.

 

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Brincando nos Campos do Senhor é pró-índio, sem dúvida, e O Beijo da Mulher Aranha subverte o discurso político corrente do cinema latino porque o travesti que conta esse filme imaginado para um preso político é um delator. Muita coisa é ambígua no cinema de Babenco, a profusão de travestis consagra a ambivalência e os filmes mais pessoais, os que vêm de dentro, tratam de dolorosas questões morais, debatem a criação, o amor, o desejo. Babenco diz que a pior coisa da doença que quase o matou era o sentimento de impotência diante da vida, que paralisava o desejo. Ele é um sobrevivente, na arte e na vida. Fez grandes filmes, criou grandes cenas, fez ainda maiores os grandes atores. O tributo a Babenco presta-se muito bem a uma (re)descoberta.

Hector Babenco reafirma na entrevista que se fez brasileiro por indignação, para poder expressar sua crítica à violência e à corrupção do aparelho repressivo, durante a ditadura militar, em Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia. Pouco depois, com Pixote, a Lei do Mais Fraco, ele abriu uma vertente que prosseguiria com Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. Babenco é um dos mais singulares autores de cinema do Brasil. É um narrador exigente, e não raro brilhante, capaz de operar tanto no registro do realismo como no de um cinema mais interiorizado e até metafórico.

 

Ele prefere O Passado e Coração Iluminado, que não foi bem de público e dividiu a crítica. Babenco foi à forra, arrebentando na bilheteria com Carandiru - O Filme. O tributo ao diretor, no Canal Brasil, vai permitir que se vejam filmes há muito fora de circulação, como O Rei da Noite e Lúcio Flávio. Com Pixote, a Lei do Mais Fraco, será exibido hoje o tributo de Babenco ao ator Fernando Ramos das Silva, Pixote - In Memoriam. Babenco foi atrás de familiares e atores daquele filme mítico.

 

Babenco faz cinema no Brasil desde o começo dos anos 70 - quase 40 anos, portanto. Independentemente de se gostar mais, ou menos, deste ou daquele filme, a obra é coerente e, mesmo quando faz sucesso de bilheteria, o diretor não cede à facilidade. Um certo número de cenas que ele realizou expressam nossa identidade na tela - o tango, paradoxalmente, de O Rei da Noite; a Pietà de Pixote; aquele cão que avança pelo corredor crivado de mortos, as vítimas da chacina policial, em Carandiru - O Filme. Mesmo quando indignado, Babenco não facilita as coisas. Mais do que chacina, que reproduz com intensidade, o tema de Carandiru talvez seja a ética dos bandidos na cadeia, talvez seja a discussão do que é, ou como é, ser bandido zé-povinho num país de tamanha impunidade.

 

Brincando nos Campos do Senhor é pró-índio, sem dúvida, e O Beijo da Mulher Aranha subverte o discurso político corrente do cinema latino porque o travesti que conta esse filme imaginado para um preso político é um delator. Muita coisa é ambígua no cinema de Babenco, a profusão de travestis consagra a ambivalência e os filmes mais pessoais, os que vêm de dentro, tratam de dolorosas questões morais, debatem a criação, o amor, o desejo. Babenco diz que a pior coisa da doença que quase o matou era o sentimento de impotência diante da vida, que paralisava o desejo. Ele é um sobrevivente, na arte e na vida. Fez grandes filmes, criou grandes cenas, fez ainda maiores os grandes atores. O tributo a Babenco presta-se muito bem a uma (re)descoberta.

Hector Babenco reafirma na entrevista que se fez brasileiro por indignação, para poder expressar sua crítica à violência e à corrupção do aparelho repressivo, durante a ditadura militar, em Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia. Pouco depois, com Pixote, a Lei do Mais Fraco, ele abriu uma vertente que prosseguiria com Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. Babenco é um dos mais singulares autores de cinema do Brasil. É um narrador exigente, e não raro brilhante, capaz de operar tanto no registro do realismo como no de um cinema mais interiorizado e até metafórico.

 

Ele prefere O Passado e Coração Iluminado, que não foi bem de público e dividiu a crítica. Babenco foi à forra, arrebentando na bilheteria com Carandiru - O Filme. O tributo ao diretor, no Canal Brasil, vai permitir que se vejam filmes há muito fora de circulação, como O Rei da Noite e Lúcio Flávio. Com Pixote, a Lei do Mais Fraco, será exibido hoje o tributo de Babenco ao ator Fernando Ramos das Silva, Pixote - In Memoriam. Babenco foi atrás de familiares e atores daquele filme mítico.

 

Babenco faz cinema no Brasil desde o começo dos anos 70 - quase 40 anos, portanto. Independentemente de se gostar mais, ou menos, deste ou daquele filme, a obra é coerente e, mesmo quando faz sucesso de bilheteria, o diretor não cede à facilidade. Um certo número de cenas que ele realizou expressam nossa identidade na tela - o tango, paradoxalmente, de O Rei da Noite; a Pietà de Pixote; aquele cão que avança pelo corredor crivado de mortos, as vítimas da chacina policial, em Carandiru - O Filme. Mesmo quando indignado, Babenco não facilita as coisas. Mais do que chacina, que reproduz com intensidade, o tema de Carandiru talvez seja a ética dos bandidos na cadeia, talvez seja a discussão do que é, ou como é, ser bandido zé-povinho num país de tamanha impunidade.

 

Brincando nos Campos do Senhor é pró-índio, sem dúvida, e O Beijo da Mulher Aranha subverte o discurso político corrente do cinema latino porque o travesti que conta esse filme imaginado para um preso político é um delator. Muita coisa é ambígua no cinema de Babenco, a profusão de travestis consagra a ambivalência e os filmes mais pessoais, os que vêm de dentro, tratam de dolorosas questões morais, debatem a criação, o amor, o desejo. Babenco diz que a pior coisa da doença que quase o matou era o sentimento de impotência diante da vida, que paralisava o desejo. Ele é um sobrevivente, na arte e na vida. Fez grandes filmes, criou grandes cenas, fez ainda maiores os grandes atores. O tributo a Babenco presta-se muito bem a uma (re)descoberta.

Hector Babenco reafirma na entrevista que se fez brasileiro por indignação, para poder expressar sua crítica à violência e à corrupção do aparelho repressivo, durante a ditadura militar, em Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia. Pouco depois, com Pixote, a Lei do Mais Fraco, ele abriu uma vertente que prosseguiria com Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. Babenco é um dos mais singulares autores de cinema do Brasil. É um narrador exigente, e não raro brilhante, capaz de operar tanto no registro do realismo como no de um cinema mais interiorizado e até metafórico.

 

Ele prefere O Passado e Coração Iluminado, que não foi bem de público e dividiu a crítica. Babenco foi à forra, arrebentando na bilheteria com Carandiru - O Filme. O tributo ao diretor, no Canal Brasil, vai permitir que se vejam filmes há muito fora de circulação, como O Rei da Noite e Lúcio Flávio. Com Pixote, a Lei do Mais Fraco, será exibido hoje o tributo de Babenco ao ator Fernando Ramos das Silva, Pixote - In Memoriam. Babenco foi atrás de familiares e atores daquele filme mítico.

 

Babenco faz cinema no Brasil desde o começo dos anos 70 - quase 40 anos, portanto. Independentemente de se gostar mais, ou menos, deste ou daquele filme, a obra é coerente e, mesmo quando faz sucesso de bilheteria, o diretor não cede à facilidade. Um certo número de cenas que ele realizou expressam nossa identidade na tela - o tango, paradoxalmente, de O Rei da Noite; a Pietà de Pixote; aquele cão que avança pelo corredor crivado de mortos, as vítimas da chacina policial, em Carandiru - O Filme. Mesmo quando indignado, Babenco não facilita as coisas. Mais do que chacina, que reproduz com intensidade, o tema de Carandiru talvez seja a ética dos bandidos na cadeia, talvez seja a discussão do que é, ou como é, ser bandido zé-povinho num país de tamanha impunidade.

 

Brincando nos Campos do Senhor é pró-índio, sem dúvida, e O Beijo da Mulher Aranha subverte o discurso político corrente do cinema latino porque o travesti que conta esse filme imaginado para um preso político é um delator. Muita coisa é ambígua no cinema de Babenco, a profusão de travestis consagra a ambivalência e os filmes mais pessoais, os que vêm de dentro, tratam de dolorosas questões morais, debatem a criação, o amor, o desejo. Babenco diz que a pior coisa da doença que quase o matou era o sentimento de impotência diante da vida, que paralisava o desejo. Ele é um sobrevivente, na arte e na vida. Fez grandes filmes, criou grandes cenas, fez ainda maiores os grandes atores. O tributo a Babenco presta-se muito bem a uma (re)descoberta.

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