Marnie Stern: guitarrista de dar medo


Roberto Nascimento

Por Redação

A maneira mais simples de retratar o virtuosismo de Marnie Stern é compará-lo ao estilo dos guitar heroes dos anos 80. Mas isso deixa a desejar.

Há pouco desta fase que se aproxime do resultado final de Marnie, uma mescla de tapping, a vertiginosa técnica de dedilhado dos metaleiros (vide o solo de Van Halen em Beat It), com elementos de indie rock que, juntados aos agudos de sua voz, chegam ao limite entre o caos e a canção.

Marnie tornou-se a guitar hero da cena indie nova iorquina em 2007 ao lançar seu excelente In Advance of the Broken Arm. Desde então, seu estilo foi aclamado por publicações como The New York Times, Pitchfork e New Yorker. Marnie conversou com o Estado de S. Paulo sobre seu estilo e os empecilhos de ser uma mulher guitarrista.

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 Foto: Estadão

Há poucos guitarristas, homens ou mulheres, que tocam hoje com tanta originalidade. Como seu estilo evoluiu?

Eu morava em Nova York e por dez anos toquei sozinha. Frequentava os shows de outras pessoas e elas não eram muito amigáveis. Eu tinha uma amiga que era pintora e quando eu tocava, muitas vezes era a única que aparecia. Nós éramos ridículas, líamos muito e frequentávamos o museu quase todo dia. Eu estava imersa em um mundo esquisito e não prestava atenção em outras coisas. Quando isso acontece, quando você está na sua própria jaula criativa, você progride bastante. Esse foi o meu maior trunfo criativo.

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Houve influência de metaleiros?

Não. Eu demorei anos para conseguir ouvir as partes diferentes de uma música. Fui influenciada por bandas que foram influenciadas por estes caras. Lembro-me do dia em que ouvi Freebird, do Lynyrd Skynyrd, e percebi que eram várias guitarras. É como um guitarrista que conheci. Ele gostava de Hendrix mas não sabiam que sobrepunha três, às vezes quatro guitarras. Ele acabou tocando de um jeito completamente original, subindo e descendo no braço. Esquisitíssimo.

Como é ser considerada expoente de um instrumento historicamente tocado por homens?

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É complicado. Eu não me dei conta disso por muito tempo, mas um dia a Amy Klein, da banda Titus Andronicus, escreveu sobre isso e provocou uma onda de respostas em seu twitter. Ela disse que conseguia contar nos dedos as vezes que foi xavecada em sua carreira. É verdade. Os homens não sabem o que fazer quando se deparam com uma boa guitarrista. Eles podem dizer que seu sorriso é bonito, mas a situação é sempre esquisita e acaba por ser disseminada pela turnê inteira, os promotores, os engenheiros de som e principalmente as plateias.

Ninguém sabe o que dizer?

Francamente, depois de 300 shows, isso não faz muita diferença. Mas foi interessante descobrir que tantas mulheres roqueiras se sentem da mesma maneira. Eu sou muito, muito, amigável. Mas algo acontece quando subo ao palco com a minha guitarra, ela age como um repelente para as pessoas. Eu sempre achei que se tivesse sucesso as pessoas chegariam mais perto de mim, mas o que acontece é exatamente o contrário.

A maneira mais simples de retratar o virtuosismo de Marnie Stern é compará-lo ao estilo dos guitar heroes dos anos 80. Mas isso deixa a desejar.

Há pouco desta fase que se aproxime do resultado final de Marnie, uma mescla de tapping, a vertiginosa técnica de dedilhado dos metaleiros (vide o solo de Van Halen em Beat It), com elementos de indie rock que, juntados aos agudos de sua voz, chegam ao limite entre o caos e a canção.

Marnie tornou-se a guitar hero da cena indie nova iorquina em 2007 ao lançar seu excelente In Advance of the Broken Arm. Desde então, seu estilo foi aclamado por publicações como The New York Times, Pitchfork e New Yorker. Marnie conversou com o Estado de S. Paulo sobre seu estilo e os empecilhos de ser uma mulher guitarrista.

 Foto: Estadão

Há poucos guitarristas, homens ou mulheres, que tocam hoje com tanta originalidade. Como seu estilo evoluiu?

Eu morava em Nova York e por dez anos toquei sozinha. Frequentava os shows de outras pessoas e elas não eram muito amigáveis. Eu tinha uma amiga que era pintora e quando eu tocava, muitas vezes era a única que aparecia. Nós éramos ridículas, líamos muito e frequentávamos o museu quase todo dia. Eu estava imersa em um mundo esquisito e não prestava atenção em outras coisas. Quando isso acontece, quando você está na sua própria jaula criativa, você progride bastante. Esse foi o meu maior trunfo criativo.

Houve influência de metaleiros?

Não. Eu demorei anos para conseguir ouvir as partes diferentes de uma música. Fui influenciada por bandas que foram influenciadas por estes caras. Lembro-me do dia em que ouvi Freebird, do Lynyrd Skynyrd, e percebi que eram várias guitarras. É como um guitarrista que conheci. Ele gostava de Hendrix mas não sabiam que sobrepunha três, às vezes quatro guitarras. Ele acabou tocando de um jeito completamente original, subindo e descendo no braço. Esquisitíssimo.

Como é ser considerada expoente de um instrumento historicamente tocado por homens?

É complicado. Eu não me dei conta disso por muito tempo, mas um dia a Amy Klein, da banda Titus Andronicus, escreveu sobre isso e provocou uma onda de respostas em seu twitter. Ela disse que conseguia contar nos dedos as vezes que foi xavecada em sua carreira. É verdade. Os homens não sabem o que fazer quando se deparam com uma boa guitarrista. Eles podem dizer que seu sorriso é bonito, mas a situação é sempre esquisita e acaba por ser disseminada pela turnê inteira, os promotores, os engenheiros de som e principalmente as plateias.

Ninguém sabe o que dizer?

Francamente, depois de 300 shows, isso não faz muita diferença. Mas foi interessante descobrir que tantas mulheres roqueiras se sentem da mesma maneira. Eu sou muito, muito, amigável. Mas algo acontece quando subo ao palco com a minha guitarra, ela age como um repelente para as pessoas. Eu sempre achei que se tivesse sucesso as pessoas chegariam mais perto de mim, mas o que acontece é exatamente o contrário.

A maneira mais simples de retratar o virtuosismo de Marnie Stern é compará-lo ao estilo dos guitar heroes dos anos 80. Mas isso deixa a desejar.

Há pouco desta fase que se aproxime do resultado final de Marnie, uma mescla de tapping, a vertiginosa técnica de dedilhado dos metaleiros (vide o solo de Van Halen em Beat It), com elementos de indie rock que, juntados aos agudos de sua voz, chegam ao limite entre o caos e a canção.

Marnie tornou-se a guitar hero da cena indie nova iorquina em 2007 ao lançar seu excelente In Advance of the Broken Arm. Desde então, seu estilo foi aclamado por publicações como The New York Times, Pitchfork e New Yorker. Marnie conversou com o Estado de S. Paulo sobre seu estilo e os empecilhos de ser uma mulher guitarrista.

 Foto: Estadão

Há poucos guitarristas, homens ou mulheres, que tocam hoje com tanta originalidade. Como seu estilo evoluiu?

Eu morava em Nova York e por dez anos toquei sozinha. Frequentava os shows de outras pessoas e elas não eram muito amigáveis. Eu tinha uma amiga que era pintora e quando eu tocava, muitas vezes era a única que aparecia. Nós éramos ridículas, líamos muito e frequentávamos o museu quase todo dia. Eu estava imersa em um mundo esquisito e não prestava atenção em outras coisas. Quando isso acontece, quando você está na sua própria jaula criativa, você progride bastante. Esse foi o meu maior trunfo criativo.

Houve influência de metaleiros?

Não. Eu demorei anos para conseguir ouvir as partes diferentes de uma música. Fui influenciada por bandas que foram influenciadas por estes caras. Lembro-me do dia em que ouvi Freebird, do Lynyrd Skynyrd, e percebi que eram várias guitarras. É como um guitarrista que conheci. Ele gostava de Hendrix mas não sabiam que sobrepunha três, às vezes quatro guitarras. Ele acabou tocando de um jeito completamente original, subindo e descendo no braço. Esquisitíssimo.

Como é ser considerada expoente de um instrumento historicamente tocado por homens?

É complicado. Eu não me dei conta disso por muito tempo, mas um dia a Amy Klein, da banda Titus Andronicus, escreveu sobre isso e provocou uma onda de respostas em seu twitter. Ela disse que conseguia contar nos dedos as vezes que foi xavecada em sua carreira. É verdade. Os homens não sabem o que fazer quando se deparam com uma boa guitarrista. Eles podem dizer que seu sorriso é bonito, mas a situação é sempre esquisita e acaba por ser disseminada pela turnê inteira, os promotores, os engenheiros de som e principalmente as plateias.

Ninguém sabe o que dizer?

Francamente, depois de 300 shows, isso não faz muita diferença. Mas foi interessante descobrir que tantas mulheres roqueiras se sentem da mesma maneira. Eu sou muito, muito, amigável. Mas algo acontece quando subo ao palco com a minha guitarra, ela age como um repelente para as pessoas. Eu sempre achei que se tivesse sucesso as pessoas chegariam mais perto de mim, mas o que acontece é exatamente o contrário.

A maneira mais simples de retratar o virtuosismo de Marnie Stern é compará-lo ao estilo dos guitar heroes dos anos 80. Mas isso deixa a desejar.

Há pouco desta fase que se aproxime do resultado final de Marnie, uma mescla de tapping, a vertiginosa técnica de dedilhado dos metaleiros (vide o solo de Van Halen em Beat It), com elementos de indie rock que, juntados aos agudos de sua voz, chegam ao limite entre o caos e a canção.

Marnie tornou-se a guitar hero da cena indie nova iorquina em 2007 ao lançar seu excelente In Advance of the Broken Arm. Desde então, seu estilo foi aclamado por publicações como The New York Times, Pitchfork e New Yorker. Marnie conversou com o Estado de S. Paulo sobre seu estilo e os empecilhos de ser uma mulher guitarrista.

 Foto: Estadão

Há poucos guitarristas, homens ou mulheres, que tocam hoje com tanta originalidade. Como seu estilo evoluiu?

Eu morava em Nova York e por dez anos toquei sozinha. Frequentava os shows de outras pessoas e elas não eram muito amigáveis. Eu tinha uma amiga que era pintora e quando eu tocava, muitas vezes era a única que aparecia. Nós éramos ridículas, líamos muito e frequentávamos o museu quase todo dia. Eu estava imersa em um mundo esquisito e não prestava atenção em outras coisas. Quando isso acontece, quando você está na sua própria jaula criativa, você progride bastante. Esse foi o meu maior trunfo criativo.

Houve influência de metaleiros?

Não. Eu demorei anos para conseguir ouvir as partes diferentes de uma música. Fui influenciada por bandas que foram influenciadas por estes caras. Lembro-me do dia em que ouvi Freebird, do Lynyrd Skynyrd, e percebi que eram várias guitarras. É como um guitarrista que conheci. Ele gostava de Hendrix mas não sabiam que sobrepunha três, às vezes quatro guitarras. Ele acabou tocando de um jeito completamente original, subindo e descendo no braço. Esquisitíssimo.

Como é ser considerada expoente de um instrumento historicamente tocado por homens?

É complicado. Eu não me dei conta disso por muito tempo, mas um dia a Amy Klein, da banda Titus Andronicus, escreveu sobre isso e provocou uma onda de respostas em seu twitter. Ela disse que conseguia contar nos dedos as vezes que foi xavecada em sua carreira. É verdade. Os homens não sabem o que fazer quando se deparam com uma boa guitarrista. Eles podem dizer que seu sorriso é bonito, mas a situação é sempre esquisita e acaba por ser disseminada pela turnê inteira, os promotores, os engenheiros de som e principalmente as plateias.

Ninguém sabe o que dizer?

Francamente, depois de 300 shows, isso não faz muita diferença. Mas foi interessante descobrir que tantas mulheres roqueiras se sentem da mesma maneira. Eu sou muito, muito, amigável. Mas algo acontece quando subo ao palco com a minha guitarra, ela age como um repelente para as pessoas. Eu sempre achei que se tivesse sucesso as pessoas chegariam mais perto de mim, mas o que acontece é exatamente o contrário.

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