No novo ‘Rebu’, direção ganha protagonismo


Dos planos de câmera à edição final, passando por filtros e fotografia, trabalho dos diretores fica em primeiro plano

Por Cristina Padiglione
Empatia. Sophie Charlotte e Patrícia Pillar, bom exemplo do trabalho de direção de atores Foto: Estevam Avellar/Divulgação

É usual ouvir dizerem que tal programa “é tão bom, que até parece cinema” – como se a televisão não pudesse fazer boas obras, e como se o cinema também não tivesse lá o direito de fabricar seus lixos. A sensação de que o novo O Rebu parece cinema é latente, mas tem lá sua razão de ser. A direção, que costuma dar as rédeas no audiovisual da telona, em detrimento do roteirista, assume aqui a posição de primeiro plano. E o autor, que na ficção televisionada ocupa essa vaga, é relegado a uma falsa sombra.

Dos planos de câmera à edição final, passando por filtros azulados, fotografia, fumacê de festa regada a álcool e, importante ressaltar, um belo trabalho de direção de atores, a estreia de O Rebu, anteontem, honrou só o ponto de partida do enredo original, criado por Bráulio Pedroso há 40 anos. Há um corpo boiando na piscina de uma festa de luxo. Isso é tudo.

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George Moura e Sérgio Goldenberg subvertem todo o resto. Se no original o público passou vários capítulos sem saber sequer se o morto era do sexo masculino ou feminino, aqui já conhecemos, de pronto, a identidade do cadáver e a alta capacidade da vítima em atrair inimigos. A própria redução dos 132 capítulos originais para atuais 37 conspira a favor de algumas alterações, vá lá.

Mas, se o trabalho de direção se impõe mais que o texto na estreia, é o script que se encarrega do essencial para fisgar o telespectador numa novela, ao fechar o capítulo com gancho forte o bastante para que o público volte a sintonizar o título no dia seguinte. Daí porque O Rebu, longe de incitar a ideia de uma disputa entre direção e texto, expõe uma convergência de intenções entre as duas partes, numa mistura bastante eficaz. Ali estão, além de George Moura, o diretor de Núcleo José Luiz Villamarim e o diretor de fotografia Walter Carvalho, que agora divide os sets de cinema com os de TV. Estamos, afinal, diante do mesmo time que amarrou cada final de capítulo em um gancho dito imperdível para o dia seguinte na série que mobilizou atenções na Globo, ainda no início deste ano, Amores Roubados. Com todas as dificuldades de se reter a atenção da massa, hoje em dia, acusada de dividir seu foco entre várias telas, não há classe social ou etária que consiga escapar de um bom enredo com desfechos diários de suspense.

O elenco é um desfile de grifes. No episódio de estreia, sem tempo para dar a cada um o merecido tempo de exposição, medalhões faziam quase papel de figurantes, com uma frase, um clique ou um sorriso. Cássia Kis Magro reina no quesito dos excepcionais que sempre são capazes de nos surpreender ainda mais. Patrícia Pillar e Tony Ramos honram as expectativas, enquanto Jesuíta Barbosa, trazido à tona para a TV também em Amores Roubados, confirma agora a aposta no seu nome. Até Sophie Carlotte, bonitinha que nos habituou a esperar uma atuação no estilo mais-do-mesmo, sem comprometer, surgiu como grata surpresa, e foi ela quem mais ocupou o foco da cena no dia da estreia. 

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A fotografia colabora em vasta medida para contagiar o espectador até no teor etílico da cena. Selfies e postagens nas redes sociais anunciam a overdose de álcool e a perda de uma sobriedade que só será resgatada na ressaca da tragédia anunciada na piscina. Figurino e direção de arte fazem sua parte com competência, diga-se, o que torna a vida da concorrência um inferno: a superioridade da teledramaturgia feita na Globo sempre instiga o resto a correr atrás do prejuízo. A audiência respondeu com 24 pontos na Grande São Paulo, o que não é pouco para o horário em relação às semanas anteriores, mas é menos que Saramandaia (27) e Gabriela (30). Cada ponto corresponde a 65 mil lares na região.

Avaliação: ótimo (4/5).

Empatia. Sophie Charlotte e Patrícia Pillar, bom exemplo do trabalho de direção de atores Foto: Estevam Avellar/Divulgação

É usual ouvir dizerem que tal programa “é tão bom, que até parece cinema” – como se a televisão não pudesse fazer boas obras, e como se o cinema também não tivesse lá o direito de fabricar seus lixos. A sensação de que o novo O Rebu parece cinema é latente, mas tem lá sua razão de ser. A direção, que costuma dar as rédeas no audiovisual da telona, em detrimento do roteirista, assume aqui a posição de primeiro plano. E o autor, que na ficção televisionada ocupa essa vaga, é relegado a uma falsa sombra.

Dos planos de câmera à edição final, passando por filtros azulados, fotografia, fumacê de festa regada a álcool e, importante ressaltar, um belo trabalho de direção de atores, a estreia de O Rebu, anteontem, honrou só o ponto de partida do enredo original, criado por Bráulio Pedroso há 40 anos. Há um corpo boiando na piscina de uma festa de luxo. Isso é tudo.

George Moura e Sérgio Goldenberg subvertem todo o resto. Se no original o público passou vários capítulos sem saber sequer se o morto era do sexo masculino ou feminino, aqui já conhecemos, de pronto, a identidade do cadáver e a alta capacidade da vítima em atrair inimigos. A própria redução dos 132 capítulos originais para atuais 37 conspira a favor de algumas alterações, vá lá.

Mas, se o trabalho de direção se impõe mais que o texto na estreia, é o script que se encarrega do essencial para fisgar o telespectador numa novela, ao fechar o capítulo com gancho forte o bastante para que o público volte a sintonizar o título no dia seguinte. Daí porque O Rebu, longe de incitar a ideia de uma disputa entre direção e texto, expõe uma convergência de intenções entre as duas partes, numa mistura bastante eficaz. Ali estão, além de George Moura, o diretor de Núcleo José Luiz Villamarim e o diretor de fotografia Walter Carvalho, que agora divide os sets de cinema com os de TV. Estamos, afinal, diante do mesmo time que amarrou cada final de capítulo em um gancho dito imperdível para o dia seguinte na série que mobilizou atenções na Globo, ainda no início deste ano, Amores Roubados. Com todas as dificuldades de se reter a atenção da massa, hoje em dia, acusada de dividir seu foco entre várias telas, não há classe social ou etária que consiga escapar de um bom enredo com desfechos diários de suspense.

O elenco é um desfile de grifes. No episódio de estreia, sem tempo para dar a cada um o merecido tempo de exposição, medalhões faziam quase papel de figurantes, com uma frase, um clique ou um sorriso. Cássia Kis Magro reina no quesito dos excepcionais que sempre são capazes de nos surpreender ainda mais. Patrícia Pillar e Tony Ramos honram as expectativas, enquanto Jesuíta Barbosa, trazido à tona para a TV também em Amores Roubados, confirma agora a aposta no seu nome. Até Sophie Carlotte, bonitinha que nos habituou a esperar uma atuação no estilo mais-do-mesmo, sem comprometer, surgiu como grata surpresa, e foi ela quem mais ocupou o foco da cena no dia da estreia. 

A fotografia colabora em vasta medida para contagiar o espectador até no teor etílico da cena. Selfies e postagens nas redes sociais anunciam a overdose de álcool e a perda de uma sobriedade que só será resgatada na ressaca da tragédia anunciada na piscina. Figurino e direção de arte fazem sua parte com competência, diga-se, o que torna a vida da concorrência um inferno: a superioridade da teledramaturgia feita na Globo sempre instiga o resto a correr atrás do prejuízo. A audiência respondeu com 24 pontos na Grande São Paulo, o que não é pouco para o horário em relação às semanas anteriores, mas é menos que Saramandaia (27) e Gabriela (30). Cada ponto corresponde a 65 mil lares na região.

Avaliação: ótimo (4/5).

Empatia. Sophie Charlotte e Patrícia Pillar, bom exemplo do trabalho de direção de atores Foto: Estevam Avellar/Divulgação

É usual ouvir dizerem que tal programa “é tão bom, que até parece cinema” – como se a televisão não pudesse fazer boas obras, e como se o cinema também não tivesse lá o direito de fabricar seus lixos. A sensação de que o novo O Rebu parece cinema é latente, mas tem lá sua razão de ser. A direção, que costuma dar as rédeas no audiovisual da telona, em detrimento do roteirista, assume aqui a posição de primeiro plano. E o autor, que na ficção televisionada ocupa essa vaga, é relegado a uma falsa sombra.

Dos planos de câmera à edição final, passando por filtros azulados, fotografia, fumacê de festa regada a álcool e, importante ressaltar, um belo trabalho de direção de atores, a estreia de O Rebu, anteontem, honrou só o ponto de partida do enredo original, criado por Bráulio Pedroso há 40 anos. Há um corpo boiando na piscina de uma festa de luxo. Isso é tudo.

George Moura e Sérgio Goldenberg subvertem todo o resto. Se no original o público passou vários capítulos sem saber sequer se o morto era do sexo masculino ou feminino, aqui já conhecemos, de pronto, a identidade do cadáver e a alta capacidade da vítima em atrair inimigos. A própria redução dos 132 capítulos originais para atuais 37 conspira a favor de algumas alterações, vá lá.

Mas, se o trabalho de direção se impõe mais que o texto na estreia, é o script que se encarrega do essencial para fisgar o telespectador numa novela, ao fechar o capítulo com gancho forte o bastante para que o público volte a sintonizar o título no dia seguinte. Daí porque O Rebu, longe de incitar a ideia de uma disputa entre direção e texto, expõe uma convergência de intenções entre as duas partes, numa mistura bastante eficaz. Ali estão, além de George Moura, o diretor de Núcleo José Luiz Villamarim e o diretor de fotografia Walter Carvalho, que agora divide os sets de cinema com os de TV. Estamos, afinal, diante do mesmo time que amarrou cada final de capítulo em um gancho dito imperdível para o dia seguinte na série que mobilizou atenções na Globo, ainda no início deste ano, Amores Roubados. Com todas as dificuldades de se reter a atenção da massa, hoje em dia, acusada de dividir seu foco entre várias telas, não há classe social ou etária que consiga escapar de um bom enredo com desfechos diários de suspense.

O elenco é um desfile de grifes. No episódio de estreia, sem tempo para dar a cada um o merecido tempo de exposição, medalhões faziam quase papel de figurantes, com uma frase, um clique ou um sorriso. Cássia Kis Magro reina no quesito dos excepcionais que sempre são capazes de nos surpreender ainda mais. Patrícia Pillar e Tony Ramos honram as expectativas, enquanto Jesuíta Barbosa, trazido à tona para a TV também em Amores Roubados, confirma agora a aposta no seu nome. Até Sophie Carlotte, bonitinha que nos habituou a esperar uma atuação no estilo mais-do-mesmo, sem comprometer, surgiu como grata surpresa, e foi ela quem mais ocupou o foco da cena no dia da estreia. 

A fotografia colabora em vasta medida para contagiar o espectador até no teor etílico da cena. Selfies e postagens nas redes sociais anunciam a overdose de álcool e a perda de uma sobriedade que só será resgatada na ressaca da tragédia anunciada na piscina. Figurino e direção de arte fazem sua parte com competência, diga-se, o que torna a vida da concorrência um inferno: a superioridade da teledramaturgia feita na Globo sempre instiga o resto a correr atrás do prejuízo. A audiência respondeu com 24 pontos na Grande São Paulo, o que não é pouco para o horário em relação às semanas anteriores, mas é menos que Saramandaia (27) e Gabriela (30). Cada ponto corresponde a 65 mil lares na região.

Avaliação: ótimo (4/5).

Empatia. Sophie Charlotte e Patrícia Pillar, bom exemplo do trabalho de direção de atores Foto: Estevam Avellar/Divulgação

É usual ouvir dizerem que tal programa “é tão bom, que até parece cinema” – como se a televisão não pudesse fazer boas obras, e como se o cinema também não tivesse lá o direito de fabricar seus lixos. A sensação de que o novo O Rebu parece cinema é latente, mas tem lá sua razão de ser. A direção, que costuma dar as rédeas no audiovisual da telona, em detrimento do roteirista, assume aqui a posição de primeiro plano. E o autor, que na ficção televisionada ocupa essa vaga, é relegado a uma falsa sombra.

Dos planos de câmera à edição final, passando por filtros azulados, fotografia, fumacê de festa regada a álcool e, importante ressaltar, um belo trabalho de direção de atores, a estreia de O Rebu, anteontem, honrou só o ponto de partida do enredo original, criado por Bráulio Pedroso há 40 anos. Há um corpo boiando na piscina de uma festa de luxo. Isso é tudo.

George Moura e Sérgio Goldenberg subvertem todo o resto. Se no original o público passou vários capítulos sem saber sequer se o morto era do sexo masculino ou feminino, aqui já conhecemos, de pronto, a identidade do cadáver e a alta capacidade da vítima em atrair inimigos. A própria redução dos 132 capítulos originais para atuais 37 conspira a favor de algumas alterações, vá lá.

Mas, se o trabalho de direção se impõe mais que o texto na estreia, é o script que se encarrega do essencial para fisgar o telespectador numa novela, ao fechar o capítulo com gancho forte o bastante para que o público volte a sintonizar o título no dia seguinte. Daí porque O Rebu, longe de incitar a ideia de uma disputa entre direção e texto, expõe uma convergência de intenções entre as duas partes, numa mistura bastante eficaz. Ali estão, além de George Moura, o diretor de Núcleo José Luiz Villamarim e o diretor de fotografia Walter Carvalho, que agora divide os sets de cinema com os de TV. Estamos, afinal, diante do mesmo time que amarrou cada final de capítulo em um gancho dito imperdível para o dia seguinte na série que mobilizou atenções na Globo, ainda no início deste ano, Amores Roubados. Com todas as dificuldades de se reter a atenção da massa, hoje em dia, acusada de dividir seu foco entre várias telas, não há classe social ou etária que consiga escapar de um bom enredo com desfechos diários de suspense.

O elenco é um desfile de grifes. No episódio de estreia, sem tempo para dar a cada um o merecido tempo de exposição, medalhões faziam quase papel de figurantes, com uma frase, um clique ou um sorriso. Cássia Kis Magro reina no quesito dos excepcionais que sempre são capazes de nos surpreender ainda mais. Patrícia Pillar e Tony Ramos honram as expectativas, enquanto Jesuíta Barbosa, trazido à tona para a TV também em Amores Roubados, confirma agora a aposta no seu nome. Até Sophie Carlotte, bonitinha que nos habituou a esperar uma atuação no estilo mais-do-mesmo, sem comprometer, surgiu como grata surpresa, e foi ela quem mais ocupou o foco da cena no dia da estreia. 

A fotografia colabora em vasta medida para contagiar o espectador até no teor etílico da cena. Selfies e postagens nas redes sociais anunciam a overdose de álcool e a perda de uma sobriedade que só será resgatada na ressaca da tragédia anunciada na piscina. Figurino e direção de arte fazem sua parte com competência, diga-se, o que torna a vida da concorrência um inferno: a superioridade da teledramaturgia feita na Globo sempre instiga o resto a correr atrás do prejuízo. A audiência respondeu com 24 pontos na Grande São Paulo, o que não é pouco para o horário em relação às semanas anteriores, mas é menos que Saramandaia (27) e Gabriela (30). Cada ponto corresponde a 65 mil lares na região.

Avaliação: ótimo (4/5).

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