Um fio de cabelo no paletó de Bach


Por Cristina Padiglione

Tudo bem, o assunto nada tem a ver com televisão. Azar da televisão.

O show-concerto que reuniu Chitãozinho e Xororó sob a batuta do maestro João Carlos Martins, ontem, na Sala São Paulo, com a Orquestra Bachiana Filarmônica, Jesus-alegria-dos-homens, seria mesmo intraduzível dentro das arestas da televisão. Nem HD nem 3D nem áudio Dolby qualquer dariam conta de levar a um telespectador a comoção que tomou a plateia ali de corpo presente.

Viu-se um Xororó com voz mais educada que nunca, disposta a percorrer todas as notas musicais cravadas numa partitura de Schubert, a acompanhar cada corda e acorde dos violinos e celos ao redor. Do agudo mais potente ao pianíssimo, Durval surpreendeu. E teve o afinado Chitãozinho a lhe emprestar o grave sob medida, aqui e ali, o que só valoriza o dueto agora em bodas por 40 anos de estrada.

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O maestro foi de uma gentileza sábia, daí tão rara. Disse que um show como aquele era mesmo coisa para levar a música clássica aos amantes da música sertaneja e para abrir os ouvidos e "empinados" narizes do público da música clássica ao som sertanejo.

Deu nisso: Martins arranjou um Fio de Cabelo, sucesso-mor da dupla e divisora de águas na história da música brasileira, com nada menos que J.S.Bach, via Jesus Alegria dos Homens. Obra de gênio.

O ponto alto foi ver Martins ao piano, e depois humildemente a confessar o quanto lhe custava dedilhar cada acorde, a acompanhar a orquesta com o tema de Cinema Paradiso, de Enio Morricone. A plateia, arrepiada até os cabelos, levantou-se para aplaudi-lo. Passaram-se segundos, minutos, e as palmas nada de cessar. Xororó ajoelhou-se aos seus pés. Uma ode.

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João Carlos permitiu-se mais. Ao final, estendeu o bis para, de novo ao piano, tocar Piazzola, sem concessões às mãos.

Até por tudo isso, e já que falei em concessões, os meninos de Astorga não parecem lá muito dispostos a fazer concessões a redes de TV que, em geral, só entram em campo para pasteurizar o repertório. Mas, agora que o espetáculo está feito, pelamordedeus, por que não lançar um CD do show? É conteúdo musical com meritocracia para ser ouvido e reouvido, uma, duas, cem vezes.

A atmosfera contaminou o público. Figura quase fanfarrona em shows da dupla, a plateia meio que se acanhou. O show é deles, pensava cada um, e quem sou eu para abrir a boca? Chitão convidou, insistiu, e, vá lá, um bocadinho de cantoria foi saindo.

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A SEGUIR Martins anunciou que estará no Lincoln Center, em Nova York, dia 25 de setembro, devidamente acompanhado de Villa Lobos no repertório, de sua Filarmônica no plano físico, e, anote aí, da bateria da Vai Vai.

Antes disso, em 1º de agosto, o maestro volta à Sala São Paulo com a dupla, sua Filarmônica, mais Caetano Veloso, Djavan, Fábio Jr., Alexandre Pires e Fafá de Belém, aí sim, para a gravação de um DVD.

Amém.

Tudo bem, o assunto nada tem a ver com televisão. Azar da televisão.

O show-concerto que reuniu Chitãozinho e Xororó sob a batuta do maestro João Carlos Martins, ontem, na Sala São Paulo, com a Orquestra Bachiana Filarmônica, Jesus-alegria-dos-homens, seria mesmo intraduzível dentro das arestas da televisão. Nem HD nem 3D nem áudio Dolby qualquer dariam conta de levar a um telespectador a comoção que tomou a plateia ali de corpo presente.

Viu-se um Xororó com voz mais educada que nunca, disposta a percorrer todas as notas musicais cravadas numa partitura de Schubert, a acompanhar cada corda e acorde dos violinos e celos ao redor. Do agudo mais potente ao pianíssimo, Durval surpreendeu. E teve o afinado Chitãozinho a lhe emprestar o grave sob medida, aqui e ali, o que só valoriza o dueto agora em bodas por 40 anos de estrada.

O maestro foi de uma gentileza sábia, daí tão rara. Disse que um show como aquele era mesmo coisa para levar a música clássica aos amantes da música sertaneja e para abrir os ouvidos e "empinados" narizes do público da música clássica ao som sertanejo.

Deu nisso: Martins arranjou um Fio de Cabelo, sucesso-mor da dupla e divisora de águas na história da música brasileira, com nada menos que J.S.Bach, via Jesus Alegria dos Homens. Obra de gênio.

O ponto alto foi ver Martins ao piano, e depois humildemente a confessar o quanto lhe custava dedilhar cada acorde, a acompanhar a orquesta com o tema de Cinema Paradiso, de Enio Morricone. A plateia, arrepiada até os cabelos, levantou-se para aplaudi-lo. Passaram-se segundos, minutos, e as palmas nada de cessar. Xororó ajoelhou-se aos seus pés. Uma ode.

João Carlos permitiu-se mais. Ao final, estendeu o bis para, de novo ao piano, tocar Piazzola, sem concessões às mãos.

Até por tudo isso, e já que falei em concessões, os meninos de Astorga não parecem lá muito dispostos a fazer concessões a redes de TV que, em geral, só entram em campo para pasteurizar o repertório. Mas, agora que o espetáculo está feito, pelamordedeus, por que não lançar um CD do show? É conteúdo musical com meritocracia para ser ouvido e reouvido, uma, duas, cem vezes.

A atmosfera contaminou o público. Figura quase fanfarrona em shows da dupla, a plateia meio que se acanhou. O show é deles, pensava cada um, e quem sou eu para abrir a boca? Chitão convidou, insistiu, e, vá lá, um bocadinho de cantoria foi saindo.

A SEGUIR Martins anunciou que estará no Lincoln Center, em Nova York, dia 25 de setembro, devidamente acompanhado de Villa Lobos no repertório, de sua Filarmônica no plano físico, e, anote aí, da bateria da Vai Vai.

Antes disso, em 1º de agosto, o maestro volta à Sala São Paulo com a dupla, sua Filarmônica, mais Caetano Veloso, Djavan, Fábio Jr., Alexandre Pires e Fafá de Belém, aí sim, para a gravação de um DVD.

Amém.

Tudo bem, o assunto nada tem a ver com televisão. Azar da televisão.

O show-concerto que reuniu Chitãozinho e Xororó sob a batuta do maestro João Carlos Martins, ontem, na Sala São Paulo, com a Orquestra Bachiana Filarmônica, Jesus-alegria-dos-homens, seria mesmo intraduzível dentro das arestas da televisão. Nem HD nem 3D nem áudio Dolby qualquer dariam conta de levar a um telespectador a comoção que tomou a plateia ali de corpo presente.

Viu-se um Xororó com voz mais educada que nunca, disposta a percorrer todas as notas musicais cravadas numa partitura de Schubert, a acompanhar cada corda e acorde dos violinos e celos ao redor. Do agudo mais potente ao pianíssimo, Durval surpreendeu. E teve o afinado Chitãozinho a lhe emprestar o grave sob medida, aqui e ali, o que só valoriza o dueto agora em bodas por 40 anos de estrada.

O maestro foi de uma gentileza sábia, daí tão rara. Disse que um show como aquele era mesmo coisa para levar a música clássica aos amantes da música sertaneja e para abrir os ouvidos e "empinados" narizes do público da música clássica ao som sertanejo.

Deu nisso: Martins arranjou um Fio de Cabelo, sucesso-mor da dupla e divisora de águas na história da música brasileira, com nada menos que J.S.Bach, via Jesus Alegria dos Homens. Obra de gênio.

O ponto alto foi ver Martins ao piano, e depois humildemente a confessar o quanto lhe custava dedilhar cada acorde, a acompanhar a orquesta com o tema de Cinema Paradiso, de Enio Morricone. A plateia, arrepiada até os cabelos, levantou-se para aplaudi-lo. Passaram-se segundos, minutos, e as palmas nada de cessar. Xororó ajoelhou-se aos seus pés. Uma ode.

João Carlos permitiu-se mais. Ao final, estendeu o bis para, de novo ao piano, tocar Piazzola, sem concessões às mãos.

Até por tudo isso, e já que falei em concessões, os meninos de Astorga não parecem lá muito dispostos a fazer concessões a redes de TV que, em geral, só entram em campo para pasteurizar o repertório. Mas, agora que o espetáculo está feito, pelamordedeus, por que não lançar um CD do show? É conteúdo musical com meritocracia para ser ouvido e reouvido, uma, duas, cem vezes.

A atmosfera contaminou o público. Figura quase fanfarrona em shows da dupla, a plateia meio que se acanhou. O show é deles, pensava cada um, e quem sou eu para abrir a boca? Chitão convidou, insistiu, e, vá lá, um bocadinho de cantoria foi saindo.

A SEGUIR Martins anunciou que estará no Lincoln Center, em Nova York, dia 25 de setembro, devidamente acompanhado de Villa Lobos no repertório, de sua Filarmônica no plano físico, e, anote aí, da bateria da Vai Vai.

Antes disso, em 1º de agosto, o maestro volta à Sala São Paulo com a dupla, sua Filarmônica, mais Caetano Veloso, Djavan, Fábio Jr., Alexandre Pires e Fafá de Belém, aí sim, para a gravação de um DVD.

Amém.

Tudo bem, o assunto nada tem a ver com televisão. Azar da televisão.

O show-concerto que reuniu Chitãozinho e Xororó sob a batuta do maestro João Carlos Martins, ontem, na Sala São Paulo, com a Orquestra Bachiana Filarmônica, Jesus-alegria-dos-homens, seria mesmo intraduzível dentro das arestas da televisão. Nem HD nem 3D nem áudio Dolby qualquer dariam conta de levar a um telespectador a comoção que tomou a plateia ali de corpo presente.

Viu-se um Xororó com voz mais educada que nunca, disposta a percorrer todas as notas musicais cravadas numa partitura de Schubert, a acompanhar cada corda e acorde dos violinos e celos ao redor. Do agudo mais potente ao pianíssimo, Durval surpreendeu. E teve o afinado Chitãozinho a lhe emprestar o grave sob medida, aqui e ali, o que só valoriza o dueto agora em bodas por 40 anos de estrada.

O maestro foi de uma gentileza sábia, daí tão rara. Disse que um show como aquele era mesmo coisa para levar a música clássica aos amantes da música sertaneja e para abrir os ouvidos e "empinados" narizes do público da música clássica ao som sertanejo.

Deu nisso: Martins arranjou um Fio de Cabelo, sucesso-mor da dupla e divisora de águas na história da música brasileira, com nada menos que J.S.Bach, via Jesus Alegria dos Homens. Obra de gênio.

O ponto alto foi ver Martins ao piano, e depois humildemente a confessar o quanto lhe custava dedilhar cada acorde, a acompanhar a orquesta com o tema de Cinema Paradiso, de Enio Morricone. A plateia, arrepiada até os cabelos, levantou-se para aplaudi-lo. Passaram-se segundos, minutos, e as palmas nada de cessar. Xororó ajoelhou-se aos seus pés. Uma ode.

João Carlos permitiu-se mais. Ao final, estendeu o bis para, de novo ao piano, tocar Piazzola, sem concessões às mãos.

Até por tudo isso, e já que falei em concessões, os meninos de Astorga não parecem lá muito dispostos a fazer concessões a redes de TV que, em geral, só entram em campo para pasteurizar o repertório. Mas, agora que o espetáculo está feito, pelamordedeus, por que não lançar um CD do show? É conteúdo musical com meritocracia para ser ouvido e reouvido, uma, duas, cem vezes.

A atmosfera contaminou o público. Figura quase fanfarrona em shows da dupla, a plateia meio que se acanhou. O show é deles, pensava cada um, e quem sou eu para abrir a boca? Chitão convidou, insistiu, e, vá lá, um bocadinho de cantoria foi saindo.

A SEGUIR Martins anunciou que estará no Lincoln Center, em Nova York, dia 25 de setembro, devidamente acompanhado de Villa Lobos no repertório, de sua Filarmônica no plano físico, e, anote aí, da bateria da Vai Vai.

Antes disso, em 1º de agosto, o maestro volta à Sala São Paulo com a dupla, sua Filarmônica, mais Caetano Veloso, Djavan, Fábio Jr., Alexandre Pires e Fafá de Belém, aí sim, para a gravação de um DVD.

Amém.

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