Cruzando a fronteira


Pequenos galeristas estrangeiros buscam o País, mas gigantes mantêm cautela antes de entrar

Por Antonio Gonçalves Filho

Há pouco menos de duas semanas, enquanto São Paulo pegava fogo com os protestos de rua, um enigmático banner chamava a atenção de quem passava pela rua Pedroso de Morais, em Pinheiros. Dizia apenas: Neblina no Outro Lado da Rua. O que significava aquela faixa, pendurada na fachada de um prédio todo pintado ao lado do Instituto Tomie Ohtake? Seria uma referência metafórica à "neblina" que impede os governantes de ver? Não foi propriamente essa a intenção da artista alemã Thyra Schmidt, mas poderia ter sido, pois seu trabalho lida com a interação entre o público e o privado, ou melhor, com a invasão do espaço das ruas por mensagens cifradas e um tanto particulares.Tyra Schmidt faz parte do trio de artistas alemães - os outros dois são Hannes Norberg e Juergen Staack - que Ellen Slegers, também artista, traz a São Paulo para testar uma nova forma de mostrar arte. No último dia 13, ela abriu em São Paulo um espaço chamado Estemp, que se assemelha a uma galeria de arte. As semelhanças, entretanto, se restringem ao modo de exibir as obras. Misto de ateliê e sala de exposição, Estemp (abreviatura de Estemporary) é a versão brasileira de uma experiência que Ellen Slegers, também cientista social, desenvolveu em Düsseldorf. De 2005 a 2010 ela manteve lá um espaço similar, cujo aluguel era dividido entre os artistas que ocupavam a Estemp alemã.Sem a intermediação de marchands e curadores, os próprios artistas organizavam suas exposições na nona maior cidade alemã, também um importante celeiro de artistas (lá nasceu o Kraftwerk). Ellen Slegers quer repetir a experiência no Brasil, repelindo um modelo consagrado no mercado de arte - em que galeristas, diretores de museus e curadores impõem nomes de forma arbitrária. "É difícil acreditar, mas uma artista do porte de Agnes Martin ficou anos sem expor por causa da miopia do sistema", lembra Ellen, marcada pelo pensamento do psicanalista berlinense Arno Gruen.Gruen é conhecido por refutar a teoria freudiana de que os homens nascem com uma tendência inata à destruição e violência. Ele, ao contrário, pensa que as pessoas criam um falso "self" para agradar aos outros. Gruen prega a autonomia e a autenticidade contra o conformismo de uma sociedade que exclui e esmaga formas de diversidade. A liliputiana Ellen quer a independência e cruzou a fronteira. Mas as galerias gulliverianas, como Gagosian e Pace, ainda esperam a poeira baixar para se instalar no Brasil.

Há pouco menos de duas semanas, enquanto São Paulo pegava fogo com os protestos de rua, um enigmático banner chamava a atenção de quem passava pela rua Pedroso de Morais, em Pinheiros. Dizia apenas: Neblina no Outro Lado da Rua. O que significava aquela faixa, pendurada na fachada de um prédio todo pintado ao lado do Instituto Tomie Ohtake? Seria uma referência metafórica à "neblina" que impede os governantes de ver? Não foi propriamente essa a intenção da artista alemã Thyra Schmidt, mas poderia ter sido, pois seu trabalho lida com a interação entre o público e o privado, ou melhor, com a invasão do espaço das ruas por mensagens cifradas e um tanto particulares.Tyra Schmidt faz parte do trio de artistas alemães - os outros dois são Hannes Norberg e Juergen Staack - que Ellen Slegers, também artista, traz a São Paulo para testar uma nova forma de mostrar arte. No último dia 13, ela abriu em São Paulo um espaço chamado Estemp, que se assemelha a uma galeria de arte. As semelhanças, entretanto, se restringem ao modo de exibir as obras. Misto de ateliê e sala de exposição, Estemp (abreviatura de Estemporary) é a versão brasileira de uma experiência que Ellen Slegers, também cientista social, desenvolveu em Düsseldorf. De 2005 a 2010 ela manteve lá um espaço similar, cujo aluguel era dividido entre os artistas que ocupavam a Estemp alemã.Sem a intermediação de marchands e curadores, os próprios artistas organizavam suas exposições na nona maior cidade alemã, também um importante celeiro de artistas (lá nasceu o Kraftwerk). Ellen Slegers quer repetir a experiência no Brasil, repelindo um modelo consagrado no mercado de arte - em que galeristas, diretores de museus e curadores impõem nomes de forma arbitrária. "É difícil acreditar, mas uma artista do porte de Agnes Martin ficou anos sem expor por causa da miopia do sistema", lembra Ellen, marcada pelo pensamento do psicanalista berlinense Arno Gruen.Gruen é conhecido por refutar a teoria freudiana de que os homens nascem com uma tendência inata à destruição e violência. Ele, ao contrário, pensa que as pessoas criam um falso "self" para agradar aos outros. Gruen prega a autonomia e a autenticidade contra o conformismo de uma sociedade que exclui e esmaga formas de diversidade. A liliputiana Ellen quer a independência e cruzou a fronteira. Mas as galerias gulliverianas, como Gagosian e Pace, ainda esperam a poeira baixar para se instalar no Brasil.

Há pouco menos de duas semanas, enquanto São Paulo pegava fogo com os protestos de rua, um enigmático banner chamava a atenção de quem passava pela rua Pedroso de Morais, em Pinheiros. Dizia apenas: Neblina no Outro Lado da Rua. O que significava aquela faixa, pendurada na fachada de um prédio todo pintado ao lado do Instituto Tomie Ohtake? Seria uma referência metafórica à "neblina" que impede os governantes de ver? Não foi propriamente essa a intenção da artista alemã Thyra Schmidt, mas poderia ter sido, pois seu trabalho lida com a interação entre o público e o privado, ou melhor, com a invasão do espaço das ruas por mensagens cifradas e um tanto particulares.Tyra Schmidt faz parte do trio de artistas alemães - os outros dois são Hannes Norberg e Juergen Staack - que Ellen Slegers, também artista, traz a São Paulo para testar uma nova forma de mostrar arte. No último dia 13, ela abriu em São Paulo um espaço chamado Estemp, que se assemelha a uma galeria de arte. As semelhanças, entretanto, se restringem ao modo de exibir as obras. Misto de ateliê e sala de exposição, Estemp (abreviatura de Estemporary) é a versão brasileira de uma experiência que Ellen Slegers, também cientista social, desenvolveu em Düsseldorf. De 2005 a 2010 ela manteve lá um espaço similar, cujo aluguel era dividido entre os artistas que ocupavam a Estemp alemã.Sem a intermediação de marchands e curadores, os próprios artistas organizavam suas exposições na nona maior cidade alemã, também um importante celeiro de artistas (lá nasceu o Kraftwerk). Ellen Slegers quer repetir a experiência no Brasil, repelindo um modelo consagrado no mercado de arte - em que galeristas, diretores de museus e curadores impõem nomes de forma arbitrária. "É difícil acreditar, mas uma artista do porte de Agnes Martin ficou anos sem expor por causa da miopia do sistema", lembra Ellen, marcada pelo pensamento do psicanalista berlinense Arno Gruen.Gruen é conhecido por refutar a teoria freudiana de que os homens nascem com uma tendência inata à destruição e violência. Ele, ao contrário, pensa que as pessoas criam um falso "self" para agradar aos outros. Gruen prega a autonomia e a autenticidade contra o conformismo de uma sociedade que exclui e esmaga formas de diversidade. A liliputiana Ellen quer a independência e cruzou a fronteira. Mas as galerias gulliverianas, como Gagosian e Pace, ainda esperam a poeira baixar para se instalar no Brasil.

Há pouco menos de duas semanas, enquanto São Paulo pegava fogo com os protestos de rua, um enigmático banner chamava a atenção de quem passava pela rua Pedroso de Morais, em Pinheiros. Dizia apenas: Neblina no Outro Lado da Rua. O que significava aquela faixa, pendurada na fachada de um prédio todo pintado ao lado do Instituto Tomie Ohtake? Seria uma referência metafórica à "neblina" que impede os governantes de ver? Não foi propriamente essa a intenção da artista alemã Thyra Schmidt, mas poderia ter sido, pois seu trabalho lida com a interação entre o público e o privado, ou melhor, com a invasão do espaço das ruas por mensagens cifradas e um tanto particulares.Tyra Schmidt faz parte do trio de artistas alemães - os outros dois são Hannes Norberg e Juergen Staack - que Ellen Slegers, também artista, traz a São Paulo para testar uma nova forma de mostrar arte. No último dia 13, ela abriu em São Paulo um espaço chamado Estemp, que se assemelha a uma galeria de arte. As semelhanças, entretanto, se restringem ao modo de exibir as obras. Misto de ateliê e sala de exposição, Estemp (abreviatura de Estemporary) é a versão brasileira de uma experiência que Ellen Slegers, também cientista social, desenvolveu em Düsseldorf. De 2005 a 2010 ela manteve lá um espaço similar, cujo aluguel era dividido entre os artistas que ocupavam a Estemp alemã.Sem a intermediação de marchands e curadores, os próprios artistas organizavam suas exposições na nona maior cidade alemã, também um importante celeiro de artistas (lá nasceu o Kraftwerk). Ellen Slegers quer repetir a experiência no Brasil, repelindo um modelo consagrado no mercado de arte - em que galeristas, diretores de museus e curadores impõem nomes de forma arbitrária. "É difícil acreditar, mas uma artista do porte de Agnes Martin ficou anos sem expor por causa da miopia do sistema", lembra Ellen, marcada pelo pensamento do psicanalista berlinense Arno Gruen.Gruen é conhecido por refutar a teoria freudiana de que os homens nascem com uma tendência inata à destruição e violência. Ele, ao contrário, pensa que as pessoas criam um falso "self" para agradar aos outros. Gruen prega a autonomia e a autenticidade contra o conformismo de uma sociedade que exclui e esmaga formas de diversidade. A liliputiana Ellen quer a independência e cruzou a fronteira. Mas as galerias gulliverianas, como Gagosian e Pace, ainda esperam a poeira baixar para se instalar no Brasil.

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