Diário a salvo dos militares


Editado em Buenos Aires, Ese Hombre y Otros Papeles Personales traz os textos finais

Por Ubiratan Brasil

Uma ação entre amigos permitiu que os papéis pessoais de Rodolfo Walsh não se perdessem. Alguns dos documentos que foram pilhados do arquivo do jornalista e escritor na mesma noite de seu desaparecimento, a 25 de março de 1977, foram recuperados - alguns de maneira heroica, pois envolveram riscos - e, unidos, formaram o volume Ese Hombre y Otros Papeles Personales, lançado na Argentina em 1995 e reeditado em 2007, pela Ediciones de La Flor, com acréscimos e ajustes preciosos. Trata-se da reunião de escritos produzidos entre 1957 e 1976. Walsh era um autor zeloso com datas, dono de uma caligrafia apurada e pouco afeito a rasuras. A essência do material preservado revela um criador preocupado com seu ofício - "um viciado em literatura", conforme comentário de Ricardo Piglia.O primeiro texto é uma pequena autobiografia. Ali, Walsh brinca com o próprio nome ("Não serve para presidente da República") e lembra com carinho do pai ("Falava com os cavalos. Um o matou, em 1947") e da mãe ("Vivia em meio a coisas que não gostava: o campo, a pobreza") e com desprezo do primeiro livro ("Escrevi em um mês, sem pensar na literatura, apenas na diversão e no dinheiro"). São os escritos finais, no entanto, os mais emocionantes. Em outubro de 1976, Walsh descobre uma filha - a mais velha, Victoria - entre os assassinados do dia pelo regime militar. "Não pude me despedir. Morremos perseguidos, na obscuridade. O verdadeiro cemitério é a memória." E arremata: "Gostaria de dormir e acordar em um ano".

Uma ação entre amigos permitiu que os papéis pessoais de Rodolfo Walsh não se perdessem. Alguns dos documentos que foram pilhados do arquivo do jornalista e escritor na mesma noite de seu desaparecimento, a 25 de março de 1977, foram recuperados - alguns de maneira heroica, pois envolveram riscos - e, unidos, formaram o volume Ese Hombre y Otros Papeles Personales, lançado na Argentina em 1995 e reeditado em 2007, pela Ediciones de La Flor, com acréscimos e ajustes preciosos. Trata-se da reunião de escritos produzidos entre 1957 e 1976. Walsh era um autor zeloso com datas, dono de uma caligrafia apurada e pouco afeito a rasuras. A essência do material preservado revela um criador preocupado com seu ofício - "um viciado em literatura", conforme comentário de Ricardo Piglia.O primeiro texto é uma pequena autobiografia. Ali, Walsh brinca com o próprio nome ("Não serve para presidente da República") e lembra com carinho do pai ("Falava com os cavalos. Um o matou, em 1947") e da mãe ("Vivia em meio a coisas que não gostava: o campo, a pobreza") e com desprezo do primeiro livro ("Escrevi em um mês, sem pensar na literatura, apenas na diversão e no dinheiro"). São os escritos finais, no entanto, os mais emocionantes. Em outubro de 1976, Walsh descobre uma filha - a mais velha, Victoria - entre os assassinados do dia pelo regime militar. "Não pude me despedir. Morremos perseguidos, na obscuridade. O verdadeiro cemitério é a memória." E arremata: "Gostaria de dormir e acordar em um ano".

Uma ação entre amigos permitiu que os papéis pessoais de Rodolfo Walsh não se perdessem. Alguns dos documentos que foram pilhados do arquivo do jornalista e escritor na mesma noite de seu desaparecimento, a 25 de março de 1977, foram recuperados - alguns de maneira heroica, pois envolveram riscos - e, unidos, formaram o volume Ese Hombre y Otros Papeles Personales, lançado na Argentina em 1995 e reeditado em 2007, pela Ediciones de La Flor, com acréscimos e ajustes preciosos. Trata-se da reunião de escritos produzidos entre 1957 e 1976. Walsh era um autor zeloso com datas, dono de uma caligrafia apurada e pouco afeito a rasuras. A essência do material preservado revela um criador preocupado com seu ofício - "um viciado em literatura", conforme comentário de Ricardo Piglia.O primeiro texto é uma pequena autobiografia. Ali, Walsh brinca com o próprio nome ("Não serve para presidente da República") e lembra com carinho do pai ("Falava com os cavalos. Um o matou, em 1947") e da mãe ("Vivia em meio a coisas que não gostava: o campo, a pobreza") e com desprezo do primeiro livro ("Escrevi em um mês, sem pensar na literatura, apenas na diversão e no dinheiro"). São os escritos finais, no entanto, os mais emocionantes. Em outubro de 1976, Walsh descobre uma filha - a mais velha, Victoria - entre os assassinados do dia pelo regime militar. "Não pude me despedir. Morremos perseguidos, na obscuridade. O verdadeiro cemitério é a memória." E arremata: "Gostaria de dormir e acordar em um ano".

Uma ação entre amigos permitiu que os papéis pessoais de Rodolfo Walsh não se perdessem. Alguns dos documentos que foram pilhados do arquivo do jornalista e escritor na mesma noite de seu desaparecimento, a 25 de março de 1977, foram recuperados - alguns de maneira heroica, pois envolveram riscos - e, unidos, formaram o volume Ese Hombre y Otros Papeles Personales, lançado na Argentina em 1995 e reeditado em 2007, pela Ediciones de La Flor, com acréscimos e ajustes preciosos. Trata-se da reunião de escritos produzidos entre 1957 e 1976. Walsh era um autor zeloso com datas, dono de uma caligrafia apurada e pouco afeito a rasuras. A essência do material preservado revela um criador preocupado com seu ofício - "um viciado em literatura", conforme comentário de Ricardo Piglia.O primeiro texto é uma pequena autobiografia. Ali, Walsh brinca com o próprio nome ("Não serve para presidente da República") e lembra com carinho do pai ("Falava com os cavalos. Um o matou, em 1947") e da mãe ("Vivia em meio a coisas que não gostava: o campo, a pobreza") e com desprezo do primeiro livro ("Escrevi em um mês, sem pensar na literatura, apenas na diversão e no dinheiro"). São os escritos finais, no entanto, os mais emocionantes. Em outubro de 1976, Walsh descobre uma filha - a mais velha, Victoria - entre os assassinados do dia pelo regime militar. "Não pude me despedir. Morremos perseguidos, na obscuridade. O verdadeiro cemitério é a memória." E arremata: "Gostaria de dormir e acordar em um ano".

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