Em SP, a arte quase romântica de Piva


Artista expõe na Fortes Vilaça obras que ressaltam paradoxos das relações afetivas. Galeria também recebe trabalhos do português Julião Sarmento

Por Agencia Estado

Os temas da solidão, perda da identidade e incomunicabilidade são expostos pelo jovem artista Mauro Piva em sua nova mostra individual, que começa hoje na Galeria Fortes Vilaça. A partir de um casal ícone - imagem centena de vezes reproduzida de uma figura masculina, trajando marrom, e uma feminina, vestida de cinza -, Piva discute paradoxos conhecidos por quem já tenha se apaixonado. Se o amor conforta, também implica renúncia de nossa personalidade. Talvez por isso seus personagens-chave (que não têm rostos) carreguem doses de indecisão, hesitando entre se abraçar ou deixar-se estar por ali, mantendo uma distância segura do outro e suas angústias. Nessa individual, Piva expõe suas novas experiências com grupos de pessoas, reprodução das mesmas figuras homem-mulher que apareciam sozinhas. Entretanto, a experiência em grupo acaba acentuando o isolamento do casal, confinado em seus ambientes íntimos. Pela perspectiva aérea das composições (as cenas são vistas de cima) e pela montagem das obras, que ficam em caixas de acrílico sobre mesas, Piva, que confessa ser fascinado por plantas-baixas de apartamentos, transforma o espectador em voyeur daquelas cenas. A disposição regular dos móveis encontra eco na paginação simétrica dos assoalhos, que funcionam como grade geométrica em contraste com os corpos, sinuosos e imprevisíveis. Estes ficam "chapados", como numa representação medieval, espécie de achatamento que funde homens, coisas e superfícies. Não por acaso, Piva fala em "espaços fundidos", definindo com precisão, no interior dos ambientes, as conexões que unem diferentes cômodos e mobiliário, em uma conexão que tende ao infinito. E as coisas e os espaços servem para isolar os personagens. Principalmente a cama, templo da vida a dois, que paradoxalmente ele transmuta em prisão do corpo, de seu sentimento, impossibilitado de alcançar seu par. Este mal-estar também está presente na relação com o mundo exterior, simbolizado pelas mesas, cadeiras, camas e computadores - não por acaso objetos que funcionam como uma extensão do corpo físico. São equivocadas as aproximações já feitas entre o trabalho de Mauro Piva e o do artista português Julião Sarmento, que inaugura mostra no mezanino da Fortes Vilaça, parte da série Pornstar, exibida na 25.ª Bienal. São pinturas negras sobre fundo branco, entre o figurativo e o abstrato, que deixam entrever cenas de uma orgia. Os pontos de contato entre os dois artistas começam e terminam em algumas semelhanças formais, ligadas até mesmo à produção antiga de Sarmento. Um olhar menos apressado logo percebe tratar-se de uma maneira de representar a figura humana que mais distancia que aproxima os dois artistas. Sarmento é erótico, explícito, no limite do pornográfico. Piva é intimista, mais esconde que revela, quase um romântico.

Os temas da solidão, perda da identidade e incomunicabilidade são expostos pelo jovem artista Mauro Piva em sua nova mostra individual, que começa hoje na Galeria Fortes Vilaça. A partir de um casal ícone - imagem centena de vezes reproduzida de uma figura masculina, trajando marrom, e uma feminina, vestida de cinza -, Piva discute paradoxos conhecidos por quem já tenha se apaixonado. Se o amor conforta, também implica renúncia de nossa personalidade. Talvez por isso seus personagens-chave (que não têm rostos) carreguem doses de indecisão, hesitando entre se abraçar ou deixar-se estar por ali, mantendo uma distância segura do outro e suas angústias. Nessa individual, Piva expõe suas novas experiências com grupos de pessoas, reprodução das mesmas figuras homem-mulher que apareciam sozinhas. Entretanto, a experiência em grupo acaba acentuando o isolamento do casal, confinado em seus ambientes íntimos. Pela perspectiva aérea das composições (as cenas são vistas de cima) e pela montagem das obras, que ficam em caixas de acrílico sobre mesas, Piva, que confessa ser fascinado por plantas-baixas de apartamentos, transforma o espectador em voyeur daquelas cenas. A disposição regular dos móveis encontra eco na paginação simétrica dos assoalhos, que funcionam como grade geométrica em contraste com os corpos, sinuosos e imprevisíveis. Estes ficam "chapados", como numa representação medieval, espécie de achatamento que funde homens, coisas e superfícies. Não por acaso, Piva fala em "espaços fundidos", definindo com precisão, no interior dos ambientes, as conexões que unem diferentes cômodos e mobiliário, em uma conexão que tende ao infinito. E as coisas e os espaços servem para isolar os personagens. Principalmente a cama, templo da vida a dois, que paradoxalmente ele transmuta em prisão do corpo, de seu sentimento, impossibilitado de alcançar seu par. Este mal-estar também está presente na relação com o mundo exterior, simbolizado pelas mesas, cadeiras, camas e computadores - não por acaso objetos que funcionam como uma extensão do corpo físico. São equivocadas as aproximações já feitas entre o trabalho de Mauro Piva e o do artista português Julião Sarmento, que inaugura mostra no mezanino da Fortes Vilaça, parte da série Pornstar, exibida na 25.ª Bienal. São pinturas negras sobre fundo branco, entre o figurativo e o abstrato, que deixam entrever cenas de uma orgia. Os pontos de contato entre os dois artistas começam e terminam em algumas semelhanças formais, ligadas até mesmo à produção antiga de Sarmento. Um olhar menos apressado logo percebe tratar-se de uma maneira de representar a figura humana que mais distancia que aproxima os dois artistas. Sarmento é erótico, explícito, no limite do pornográfico. Piva é intimista, mais esconde que revela, quase um romântico.

Os temas da solidão, perda da identidade e incomunicabilidade são expostos pelo jovem artista Mauro Piva em sua nova mostra individual, que começa hoje na Galeria Fortes Vilaça. A partir de um casal ícone - imagem centena de vezes reproduzida de uma figura masculina, trajando marrom, e uma feminina, vestida de cinza -, Piva discute paradoxos conhecidos por quem já tenha se apaixonado. Se o amor conforta, também implica renúncia de nossa personalidade. Talvez por isso seus personagens-chave (que não têm rostos) carreguem doses de indecisão, hesitando entre se abraçar ou deixar-se estar por ali, mantendo uma distância segura do outro e suas angústias. Nessa individual, Piva expõe suas novas experiências com grupos de pessoas, reprodução das mesmas figuras homem-mulher que apareciam sozinhas. Entretanto, a experiência em grupo acaba acentuando o isolamento do casal, confinado em seus ambientes íntimos. Pela perspectiva aérea das composições (as cenas são vistas de cima) e pela montagem das obras, que ficam em caixas de acrílico sobre mesas, Piva, que confessa ser fascinado por plantas-baixas de apartamentos, transforma o espectador em voyeur daquelas cenas. A disposição regular dos móveis encontra eco na paginação simétrica dos assoalhos, que funcionam como grade geométrica em contraste com os corpos, sinuosos e imprevisíveis. Estes ficam "chapados", como numa representação medieval, espécie de achatamento que funde homens, coisas e superfícies. Não por acaso, Piva fala em "espaços fundidos", definindo com precisão, no interior dos ambientes, as conexões que unem diferentes cômodos e mobiliário, em uma conexão que tende ao infinito. E as coisas e os espaços servem para isolar os personagens. Principalmente a cama, templo da vida a dois, que paradoxalmente ele transmuta em prisão do corpo, de seu sentimento, impossibilitado de alcançar seu par. Este mal-estar também está presente na relação com o mundo exterior, simbolizado pelas mesas, cadeiras, camas e computadores - não por acaso objetos que funcionam como uma extensão do corpo físico. São equivocadas as aproximações já feitas entre o trabalho de Mauro Piva e o do artista português Julião Sarmento, que inaugura mostra no mezanino da Fortes Vilaça, parte da série Pornstar, exibida na 25.ª Bienal. São pinturas negras sobre fundo branco, entre o figurativo e o abstrato, que deixam entrever cenas de uma orgia. Os pontos de contato entre os dois artistas começam e terminam em algumas semelhanças formais, ligadas até mesmo à produção antiga de Sarmento. Um olhar menos apressado logo percebe tratar-se de uma maneira de representar a figura humana que mais distancia que aproxima os dois artistas. Sarmento é erótico, explícito, no limite do pornográfico. Piva é intimista, mais esconde que revela, quase um romântico.

Os temas da solidão, perda da identidade e incomunicabilidade são expostos pelo jovem artista Mauro Piva em sua nova mostra individual, que começa hoje na Galeria Fortes Vilaça. A partir de um casal ícone - imagem centena de vezes reproduzida de uma figura masculina, trajando marrom, e uma feminina, vestida de cinza -, Piva discute paradoxos conhecidos por quem já tenha se apaixonado. Se o amor conforta, também implica renúncia de nossa personalidade. Talvez por isso seus personagens-chave (que não têm rostos) carreguem doses de indecisão, hesitando entre se abraçar ou deixar-se estar por ali, mantendo uma distância segura do outro e suas angústias. Nessa individual, Piva expõe suas novas experiências com grupos de pessoas, reprodução das mesmas figuras homem-mulher que apareciam sozinhas. Entretanto, a experiência em grupo acaba acentuando o isolamento do casal, confinado em seus ambientes íntimos. Pela perspectiva aérea das composições (as cenas são vistas de cima) e pela montagem das obras, que ficam em caixas de acrílico sobre mesas, Piva, que confessa ser fascinado por plantas-baixas de apartamentos, transforma o espectador em voyeur daquelas cenas. A disposição regular dos móveis encontra eco na paginação simétrica dos assoalhos, que funcionam como grade geométrica em contraste com os corpos, sinuosos e imprevisíveis. Estes ficam "chapados", como numa representação medieval, espécie de achatamento que funde homens, coisas e superfícies. Não por acaso, Piva fala em "espaços fundidos", definindo com precisão, no interior dos ambientes, as conexões que unem diferentes cômodos e mobiliário, em uma conexão que tende ao infinito. E as coisas e os espaços servem para isolar os personagens. Principalmente a cama, templo da vida a dois, que paradoxalmente ele transmuta em prisão do corpo, de seu sentimento, impossibilitado de alcançar seu par. Este mal-estar também está presente na relação com o mundo exterior, simbolizado pelas mesas, cadeiras, camas e computadores - não por acaso objetos que funcionam como uma extensão do corpo físico. São equivocadas as aproximações já feitas entre o trabalho de Mauro Piva e o do artista português Julião Sarmento, que inaugura mostra no mezanino da Fortes Vilaça, parte da série Pornstar, exibida na 25.ª Bienal. São pinturas negras sobre fundo branco, entre o figurativo e o abstrato, que deixam entrever cenas de uma orgia. Os pontos de contato entre os dois artistas começam e terminam em algumas semelhanças formais, ligadas até mesmo à produção antiga de Sarmento. Um olhar menos apressado logo percebe tratar-se de uma maneira de representar a figura humana que mais distancia que aproxima os dois artistas. Sarmento é erótico, explícito, no limite do pornográfico. Piva é intimista, mais esconde que revela, quase um romântico.

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