Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

A arte de presentear sem ceder ao consumismo


Por Sonia Racy
FERNANDA RESENDE. FOTO: ARQUIVO PESSOAL  

Neste fim de ano é preciso pensar outras formas de conexão entre pessoas - menos baseada em consumismo e mais centrada no afeto. Essa é a mensagem da consultora de estilo e autora Fernanda Resende. Como exemplo prático ela sugere cartas escritas a mão, para aproximar as pessoas - e fazer com que elas comprem quando não estejam buscando tapar buracos emocionais. Autora do livro Substitua Consumo por Autoestima, Fernanda admite: "é impossível não consumir na nossa sociedade". Mas o que é ruim "é o consumismo, que tem a ver com supérfluo". A seguir, os principais trechos da conversa com a escritora.

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O que é consumo consciente? É a nossa vontade voluntária de não escorregar para o consumismo. É discernir o que é necessidade, vontade e impulso. É impossível não consumir na nossa sociedade. O que é ruim é o consumismo - que tem a ver com excesso e supérfluo. Precisamos nos esforçar para consumir coisas de qualidade, de olho no comportamento, mais do que no produto. Para, assim, construir uma utopia do mundo no qual gostaríamos de fato de viver.

Nesta época há uma tendência de consumo maior, por conta das festas. Qual o conselho que você daria para as pessoas? No fim de ano aumenta a vontade de se conectar com as pessoas através da troca de presentes. Mas a gente pode reorganizar esse pensamento e refletir: "A vida é boa por quê?". E também: "Quero me conectar, mas como?" Produtos passam. O que posso oferecer? Tempo? Posso convidar uma melhor amiga para cozinhar e botar um papo em dia. Ou escolher uma coisa da minha casa e oferecer a alguém.

Muitas famílias já pensam em formas criativas para dar menos presentes, e mesmo um pacto de Natal sem presentes. Que acha? Pactos de Natal sem presente podem gerar essa oportunidade de conexões sem produtos. A ideia de fazer uma playlist com as memórias, por exemplo. Escrever em uma carta de próprio punho expressando seu sentimento. Isso não passa. São ideais quase hippies, mas presentes valiosos.

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A sustentabilidade tem sido muito discutida. Como o mercado se adaptará a isso? Hoje o mercado está tentando se adaptar ao 'green washing', 'esverdear' as ofertas. Mas precisamos é de menos desigualdade e relações de trabalho mais éticas para um consumo mais saudável.

Qual dica do seu livro é a mais importante para você? Cito três: compre de marcas que não investem maciçamente em propaganda. Outra dica é só comprar quando a gente ama a peça em questão. E, por fim, comprar quando está se sentindo amada, preenchida. Se não estamos fortes emocionalmente, buscamos refresco em coisas que estão fora de nós e elas não trazem esse refresco. A compra extra só devemos fazer se estivermos bem.

FERNANDA RESENDE. FOTO: ARQUIVO PESSOAL  

Neste fim de ano é preciso pensar outras formas de conexão entre pessoas - menos baseada em consumismo e mais centrada no afeto. Essa é a mensagem da consultora de estilo e autora Fernanda Resende. Como exemplo prático ela sugere cartas escritas a mão, para aproximar as pessoas - e fazer com que elas comprem quando não estejam buscando tapar buracos emocionais. Autora do livro Substitua Consumo por Autoestima, Fernanda admite: "é impossível não consumir na nossa sociedade". Mas o que é ruim "é o consumismo, que tem a ver com supérfluo". A seguir, os principais trechos da conversa com a escritora.

O que é consumo consciente? É a nossa vontade voluntária de não escorregar para o consumismo. É discernir o que é necessidade, vontade e impulso. É impossível não consumir na nossa sociedade. O que é ruim é o consumismo - que tem a ver com excesso e supérfluo. Precisamos nos esforçar para consumir coisas de qualidade, de olho no comportamento, mais do que no produto. Para, assim, construir uma utopia do mundo no qual gostaríamos de fato de viver.

Nesta época há uma tendência de consumo maior, por conta das festas. Qual o conselho que você daria para as pessoas? No fim de ano aumenta a vontade de se conectar com as pessoas através da troca de presentes. Mas a gente pode reorganizar esse pensamento e refletir: "A vida é boa por quê?". E também: "Quero me conectar, mas como?" Produtos passam. O que posso oferecer? Tempo? Posso convidar uma melhor amiga para cozinhar e botar um papo em dia. Ou escolher uma coisa da minha casa e oferecer a alguém.

Muitas famílias já pensam em formas criativas para dar menos presentes, e mesmo um pacto de Natal sem presentes. Que acha? Pactos de Natal sem presente podem gerar essa oportunidade de conexões sem produtos. A ideia de fazer uma playlist com as memórias, por exemplo. Escrever em uma carta de próprio punho expressando seu sentimento. Isso não passa. São ideais quase hippies, mas presentes valiosos.

A sustentabilidade tem sido muito discutida. Como o mercado se adaptará a isso? Hoje o mercado está tentando se adaptar ao 'green washing', 'esverdear' as ofertas. Mas precisamos é de menos desigualdade e relações de trabalho mais éticas para um consumo mais saudável.

Qual dica do seu livro é a mais importante para você? Cito três: compre de marcas que não investem maciçamente em propaganda. Outra dica é só comprar quando a gente ama a peça em questão. E, por fim, comprar quando está se sentindo amada, preenchida. Se não estamos fortes emocionalmente, buscamos refresco em coisas que estão fora de nós e elas não trazem esse refresco. A compra extra só devemos fazer se estivermos bem.

FERNANDA RESENDE. FOTO: ARQUIVO PESSOAL  

Neste fim de ano é preciso pensar outras formas de conexão entre pessoas - menos baseada em consumismo e mais centrada no afeto. Essa é a mensagem da consultora de estilo e autora Fernanda Resende. Como exemplo prático ela sugere cartas escritas a mão, para aproximar as pessoas - e fazer com que elas comprem quando não estejam buscando tapar buracos emocionais. Autora do livro Substitua Consumo por Autoestima, Fernanda admite: "é impossível não consumir na nossa sociedade". Mas o que é ruim "é o consumismo, que tem a ver com supérfluo". A seguir, os principais trechos da conversa com a escritora.

O que é consumo consciente? É a nossa vontade voluntária de não escorregar para o consumismo. É discernir o que é necessidade, vontade e impulso. É impossível não consumir na nossa sociedade. O que é ruim é o consumismo - que tem a ver com excesso e supérfluo. Precisamos nos esforçar para consumir coisas de qualidade, de olho no comportamento, mais do que no produto. Para, assim, construir uma utopia do mundo no qual gostaríamos de fato de viver.

Nesta época há uma tendência de consumo maior, por conta das festas. Qual o conselho que você daria para as pessoas? No fim de ano aumenta a vontade de se conectar com as pessoas através da troca de presentes. Mas a gente pode reorganizar esse pensamento e refletir: "A vida é boa por quê?". E também: "Quero me conectar, mas como?" Produtos passam. O que posso oferecer? Tempo? Posso convidar uma melhor amiga para cozinhar e botar um papo em dia. Ou escolher uma coisa da minha casa e oferecer a alguém.

Muitas famílias já pensam em formas criativas para dar menos presentes, e mesmo um pacto de Natal sem presentes. Que acha? Pactos de Natal sem presente podem gerar essa oportunidade de conexões sem produtos. A ideia de fazer uma playlist com as memórias, por exemplo. Escrever em uma carta de próprio punho expressando seu sentimento. Isso não passa. São ideais quase hippies, mas presentes valiosos.

A sustentabilidade tem sido muito discutida. Como o mercado se adaptará a isso? Hoje o mercado está tentando se adaptar ao 'green washing', 'esverdear' as ofertas. Mas precisamos é de menos desigualdade e relações de trabalho mais éticas para um consumo mais saudável.

Qual dica do seu livro é a mais importante para você? Cito três: compre de marcas que não investem maciçamente em propaganda. Outra dica é só comprar quando a gente ama a peça em questão. E, por fim, comprar quando está se sentindo amada, preenchida. Se não estamos fortes emocionalmente, buscamos refresco em coisas que estão fora de nós e elas não trazem esse refresco. A compra extra só devemos fazer se estivermos bem.

FERNANDA RESENDE. FOTO: ARQUIVO PESSOAL  

Neste fim de ano é preciso pensar outras formas de conexão entre pessoas - menos baseada em consumismo e mais centrada no afeto. Essa é a mensagem da consultora de estilo e autora Fernanda Resende. Como exemplo prático ela sugere cartas escritas a mão, para aproximar as pessoas - e fazer com que elas comprem quando não estejam buscando tapar buracos emocionais. Autora do livro Substitua Consumo por Autoestima, Fernanda admite: "é impossível não consumir na nossa sociedade". Mas o que é ruim "é o consumismo, que tem a ver com supérfluo". A seguir, os principais trechos da conversa com a escritora.

O que é consumo consciente? É a nossa vontade voluntária de não escorregar para o consumismo. É discernir o que é necessidade, vontade e impulso. É impossível não consumir na nossa sociedade. O que é ruim é o consumismo - que tem a ver com excesso e supérfluo. Precisamos nos esforçar para consumir coisas de qualidade, de olho no comportamento, mais do que no produto. Para, assim, construir uma utopia do mundo no qual gostaríamos de fato de viver.

Nesta época há uma tendência de consumo maior, por conta das festas. Qual o conselho que você daria para as pessoas? No fim de ano aumenta a vontade de se conectar com as pessoas através da troca de presentes. Mas a gente pode reorganizar esse pensamento e refletir: "A vida é boa por quê?". E também: "Quero me conectar, mas como?" Produtos passam. O que posso oferecer? Tempo? Posso convidar uma melhor amiga para cozinhar e botar um papo em dia. Ou escolher uma coisa da minha casa e oferecer a alguém.

Muitas famílias já pensam em formas criativas para dar menos presentes, e mesmo um pacto de Natal sem presentes. Que acha? Pactos de Natal sem presente podem gerar essa oportunidade de conexões sem produtos. A ideia de fazer uma playlist com as memórias, por exemplo. Escrever em uma carta de próprio punho expressando seu sentimento. Isso não passa. São ideais quase hippies, mas presentes valiosos.

A sustentabilidade tem sido muito discutida. Como o mercado se adaptará a isso? Hoje o mercado está tentando se adaptar ao 'green washing', 'esverdear' as ofertas. Mas precisamos é de menos desigualdade e relações de trabalho mais éticas para um consumo mais saudável.

Qual dica do seu livro é a mais importante para você? Cito três: compre de marcas que não investem maciçamente em propaganda. Outra dica é só comprar quando a gente ama a peça em questão. E, por fim, comprar quando está se sentindo amada, preenchida. Se não estamos fortes emocionalmente, buscamos refresco em coisas que estão fora de nós e elas não trazem esse refresco. A compra extra só devemos fazer se estivermos bem.

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