Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

'Diretor deve conduzir o ator, não tiranizá-lo', diz Mika Lins


Por Sonia Racy
Mika Lins. FOTO IARA MORSELLI/ESTADÃO 

Mika Lins se disse chocada, como tantas outras pessoas, ao ver a entrevista de 2013 na qual Bernardo Bertolucci admite que Maria Schneider não foi inteiramente informada sobre a famosa cena de estupro no filme Último Tango em Paris.De bate-pronto, compartilhou o vídeo em suas redes sociais condenando a atitude de ambos. Para a diretora e atriz, é necessário acabar com a cultura de preparadores de elenco que usam de violência com atores - e é preciso entender que arte é representação.

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Como diretora e atriz, acha que a busca pelo realismo e pela arte tem limite?

Acho que, em primeiro lugar, o que Bertolucci e Marlon Brando praticaram é crime. É uma perversão. Além disso, essa ideia de que os atores têm que viver as coisas de verdade é uma ignorância. Existem preparadores de elenco que torturam atores, acham que têm que acessar algo na pele, mas isso é um mito. Arte é representação. E muitos atores não se posicionam, porque têm medo de não serem mais chamados para os trabalhos. É uma crueldade. Nesse caso, olha a consequência: a vida da atriz foi detonada e nós só estamos sabendo disso agora. Isso não tem nada a ver com o trabalho de ator. Chama-se perversão.

Acha que muitos preparadores de elenco usam de métodos violentos?

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Sim. Isso se chama tortura, não é interpretação. Essas pessoas são ignorantes. Ai de um deles se vier dar tapa na minha cara, para me fazer interpretar. Então se você vai dirigir uma cena de tortura, vai pendurar um ator no pau de arara? É preciso acabar com esses mitos.

Esse não é o único caso. A atriz Léa Seydoux criticou o diretor Abdellatif Kechiche (de Azul É A Cor Mais Quente) pela maneira como conduziu as cenas de sexo. Acha que os diretores têm que refletir sobre essa relação de poder com os atores?

Sim, aquilo também é perversão, misoginia. O diretor tem que pensar muito a maneira como vai conduzir essa relação, que tem que ser de liderança e não de poder. O diretor tem que conduzir o ator e não tiranizá-lo. / MARILIA NEUSTEIN

Mika Lins. FOTO IARA MORSELLI/ESTADÃO 

Mika Lins se disse chocada, como tantas outras pessoas, ao ver a entrevista de 2013 na qual Bernardo Bertolucci admite que Maria Schneider não foi inteiramente informada sobre a famosa cena de estupro no filme Último Tango em Paris.De bate-pronto, compartilhou o vídeo em suas redes sociais condenando a atitude de ambos. Para a diretora e atriz, é necessário acabar com a cultura de preparadores de elenco que usam de violência com atores - e é preciso entender que arte é representação.

Como diretora e atriz, acha que a busca pelo realismo e pela arte tem limite?

Acho que, em primeiro lugar, o que Bertolucci e Marlon Brando praticaram é crime. É uma perversão. Além disso, essa ideia de que os atores têm que viver as coisas de verdade é uma ignorância. Existem preparadores de elenco que torturam atores, acham que têm que acessar algo na pele, mas isso é um mito. Arte é representação. E muitos atores não se posicionam, porque têm medo de não serem mais chamados para os trabalhos. É uma crueldade. Nesse caso, olha a consequência: a vida da atriz foi detonada e nós só estamos sabendo disso agora. Isso não tem nada a ver com o trabalho de ator. Chama-se perversão.

Acha que muitos preparadores de elenco usam de métodos violentos?

Sim. Isso se chama tortura, não é interpretação. Essas pessoas são ignorantes. Ai de um deles se vier dar tapa na minha cara, para me fazer interpretar. Então se você vai dirigir uma cena de tortura, vai pendurar um ator no pau de arara? É preciso acabar com esses mitos.

Esse não é o único caso. A atriz Léa Seydoux criticou o diretor Abdellatif Kechiche (de Azul É A Cor Mais Quente) pela maneira como conduziu as cenas de sexo. Acha que os diretores têm que refletir sobre essa relação de poder com os atores?

Sim, aquilo também é perversão, misoginia. O diretor tem que pensar muito a maneira como vai conduzir essa relação, que tem que ser de liderança e não de poder. O diretor tem que conduzir o ator e não tiranizá-lo. / MARILIA NEUSTEIN

Mika Lins. FOTO IARA MORSELLI/ESTADÃO 

Mika Lins se disse chocada, como tantas outras pessoas, ao ver a entrevista de 2013 na qual Bernardo Bertolucci admite que Maria Schneider não foi inteiramente informada sobre a famosa cena de estupro no filme Último Tango em Paris.De bate-pronto, compartilhou o vídeo em suas redes sociais condenando a atitude de ambos. Para a diretora e atriz, é necessário acabar com a cultura de preparadores de elenco que usam de violência com atores - e é preciso entender que arte é representação.

Como diretora e atriz, acha que a busca pelo realismo e pela arte tem limite?

Acho que, em primeiro lugar, o que Bertolucci e Marlon Brando praticaram é crime. É uma perversão. Além disso, essa ideia de que os atores têm que viver as coisas de verdade é uma ignorância. Existem preparadores de elenco que torturam atores, acham que têm que acessar algo na pele, mas isso é um mito. Arte é representação. E muitos atores não se posicionam, porque têm medo de não serem mais chamados para os trabalhos. É uma crueldade. Nesse caso, olha a consequência: a vida da atriz foi detonada e nós só estamos sabendo disso agora. Isso não tem nada a ver com o trabalho de ator. Chama-se perversão.

Acha que muitos preparadores de elenco usam de métodos violentos?

Sim. Isso se chama tortura, não é interpretação. Essas pessoas são ignorantes. Ai de um deles se vier dar tapa na minha cara, para me fazer interpretar. Então se você vai dirigir uma cena de tortura, vai pendurar um ator no pau de arara? É preciso acabar com esses mitos.

Esse não é o único caso. A atriz Léa Seydoux criticou o diretor Abdellatif Kechiche (de Azul É A Cor Mais Quente) pela maneira como conduziu as cenas de sexo. Acha que os diretores têm que refletir sobre essa relação de poder com os atores?

Sim, aquilo também é perversão, misoginia. O diretor tem que pensar muito a maneira como vai conduzir essa relação, que tem que ser de liderança e não de poder. O diretor tem que conduzir o ator e não tiranizá-lo. / MARILIA NEUSTEIN

Mika Lins. FOTO IARA MORSELLI/ESTADÃO 

Mika Lins se disse chocada, como tantas outras pessoas, ao ver a entrevista de 2013 na qual Bernardo Bertolucci admite que Maria Schneider não foi inteiramente informada sobre a famosa cena de estupro no filme Último Tango em Paris.De bate-pronto, compartilhou o vídeo em suas redes sociais condenando a atitude de ambos. Para a diretora e atriz, é necessário acabar com a cultura de preparadores de elenco que usam de violência com atores - e é preciso entender que arte é representação.

Como diretora e atriz, acha que a busca pelo realismo e pela arte tem limite?

Acho que, em primeiro lugar, o que Bertolucci e Marlon Brando praticaram é crime. É uma perversão. Além disso, essa ideia de que os atores têm que viver as coisas de verdade é uma ignorância. Existem preparadores de elenco que torturam atores, acham que têm que acessar algo na pele, mas isso é um mito. Arte é representação. E muitos atores não se posicionam, porque têm medo de não serem mais chamados para os trabalhos. É uma crueldade. Nesse caso, olha a consequência: a vida da atriz foi detonada e nós só estamos sabendo disso agora. Isso não tem nada a ver com o trabalho de ator. Chama-se perversão.

Acha que muitos preparadores de elenco usam de métodos violentos?

Sim. Isso se chama tortura, não é interpretação. Essas pessoas são ignorantes. Ai de um deles se vier dar tapa na minha cara, para me fazer interpretar. Então se você vai dirigir uma cena de tortura, vai pendurar um ator no pau de arara? É preciso acabar com esses mitos.

Esse não é o único caso. A atriz Léa Seydoux criticou o diretor Abdellatif Kechiche (de Azul É A Cor Mais Quente) pela maneira como conduziu as cenas de sexo. Acha que os diretores têm que refletir sobre essa relação de poder com os atores?

Sim, aquilo também é perversão, misoginia. O diretor tem que pensar muito a maneira como vai conduzir essa relação, que tem que ser de liderança e não de poder. O diretor tem que conduzir o ator e não tiranizá-lo. / MARILIA NEUSTEIN

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