A missão é aumentar a participação do Brasil no mercado de vinhos da Concha y Toro. Para tanto, a chilena Lynn Balaresque (à dir. na foto, com a enóloga Alejandra Vallejo) esteve, semana passada, em SP - onde lançou nova família da vinícola, Trio, dedicada ao público jovem, e enfrentou temperaturas baixíssimas e muita chuva. Maior desafio? O hábito de consumo do brasileiro, ainda em formação. Ela conversou com a coluna pouco antes de embarcar de volta a Santiago.
A Concha y Toro está investindo num look mais jovem?
Sim, baseado em artes plásticas e moda. Começamos com a Erica Mizutani, que fez embalagens lindas - uma série limitada -, e estamos sondando outros artistas. Somos parceiros do MAM no Brasil e, no ano passado, houve uma exposição de Oswaldo Goeldi no museu, quando tivemos a ideia de criar uma linha ilustrada com as xilogravuras dele. Acabou sendo a centelha para este lançamento que estamos fazendo agora.
E a ação com as obras do Goeldi, acabou não saindo?
Deve ocorrer no ano que vem.
O Trio responde por que porcentagem de vendas da Concha y Toro no mundo?
Em comparação com nossas marcas globais, tem um volume baixo, mas importante, por causa do público a que se destina. O conceito da família Trio é diferente, baseado em assemblage.
Onde vocês vendem o Trio?
O top 5 é Holanda, Reino Unido, Chile, Brasil e Suécia. É mais difícil entrar no mercado de países que produzem e exportam vinho.
O objetivo, então, é aumentar o nível de vendas no País?
Acreditamos que há potencial para isso, sim.
Apesar dos altos impostos?
São muito altos mesmo. Mas, apesar disso, entendemos que é uma oportunidade boa para crescer.
Pensam em parcerias com vinícolas brasileiras para produzir por aqui?
Não, somos muito ciumentos de nossa produção nacional! (risos)
Qual o público do Trio?
Pelas pesquisas que fizemos, esse consumidor parte dos 19, 20 anos. E vai até os 45.
Qual o maior desafio do mercado de vinho no Brasil?
Com certeza o hábito do consumo, que ainda é muito recente no País.
É sua primeira vez no Brasil? Gostou de São Paulo?
Sim, e gostei muito, mas esperava outro clima... (risos)
Frio e chuva demais?
Parece Santiago. /DANIEL JAPIASSU