Música clássica... E um pouco de tudo

Opinião|Uma conversa com Leonard Slatkin


Por João Luiz Sampaio

"Não há nada como estar em uma sala de concertos. E o desafio atual é convencer as pessoas disso." A conversa mal começara e o maestro norte-americano Leonard Slatkin já pregava seu credo. Nas últimas décadas, à frente de algumas das principais orquestras americanas, ele criou diversos projetos de formação de plateia - e, ao mesmo tempo, é um dos regentes atuais mais atentos à música nova. "A orquestra é um organismo vivo e precisa se mostrar assim para as plateias." Slatkin chega hoje a São Paulo, acompanhado da Filarmônica de Roterdã. Faz dois concertos na Sala São Paulo, pela Sociedade de Cultura Artística. "Pensamos em um repertório que fosse o mais variado possível", diz ele, por telefone, de Lima. "E também queríamos criar um contraste entre obras mais leves e outras mais densas." Assim, nas duas apresentações, a primeira parte tem a Sinfonia n.º 100, de Haydn, e o Ensaio n.º 2 para Orquestra, de Samuel Barber. "Na segunda parte, uma obra para cada dia: a Sinfonia n.º 4 de Tchaikovski e a Sinfonia n.º 2 de Rachmaninoff. São peças românticas, que exigem muito dos músicos e carregam contrastes e nuances interessantes de recriar." Sobre o Barber, Slatkin explica: "É uma peça curta e apenas um pequeno exemplo de um universo muito mais amplo que é a produção do compositor. Mas é sempre bom poder tocar algo diferente dele, que não seja o Adagio para Cordas, já tão famoso". Slatkin dirige atualmente a Sinfônica de Detroit, que no início do ano passou por uma paralização em consequência de uma greve dos músicos, em busca de salários e condições melhores. Ele se diz contente com a volta ao trabalho, mas reconhece que este é um momento delicado. "Não há, no entanto, soluções fáceis. Tudo está interligado. Orquestras precisam atrair o público para, cada vez mais, conseguirem apoio, patrocínio. Mas, com a decadência da educação musical, as pessoas têm se distanciado dos concertos. Eu me lembro que, quando saí da escola, cantava no coro e tocava em pequenos conjuntos. Hoje, quem faz isso?" Apesar das constatações, o discurso do maestro não se encerra com notas pessimistas. "A internet é um veículo importante de divulgação do nosso trabalho. Quando transmitimos concertos pelo nosso site em Detroit, gratuitamente, temos a esperança de que o internauta possa ir à sala de concertos. É para isso que trabalhamos." Em seu site, Slatkin mantém um diário em que conversa com o público, fala da sua rotina, dos concertos, das peças que está estudando ou mesmo das impressões de viagens. "A palavra-chave, hoje, é o diálogo", diz. Ele conta que, no começo de 2012, vai lançar um livro em que discute o papel do maestro nos dias atuais, sua função social, o sentido da direção artística. "Refletir sobre isso me parece necessário. Está equivocado um maestro que hoje ainda considera Karajan como modelo. Os tempos mudaram."

"Não há nada como estar em uma sala de concertos. E o desafio atual é convencer as pessoas disso." A conversa mal começara e o maestro norte-americano Leonard Slatkin já pregava seu credo. Nas últimas décadas, à frente de algumas das principais orquestras americanas, ele criou diversos projetos de formação de plateia - e, ao mesmo tempo, é um dos regentes atuais mais atentos à música nova. "A orquestra é um organismo vivo e precisa se mostrar assim para as plateias." Slatkin chega hoje a São Paulo, acompanhado da Filarmônica de Roterdã. Faz dois concertos na Sala São Paulo, pela Sociedade de Cultura Artística. "Pensamos em um repertório que fosse o mais variado possível", diz ele, por telefone, de Lima. "E também queríamos criar um contraste entre obras mais leves e outras mais densas." Assim, nas duas apresentações, a primeira parte tem a Sinfonia n.º 100, de Haydn, e o Ensaio n.º 2 para Orquestra, de Samuel Barber. "Na segunda parte, uma obra para cada dia: a Sinfonia n.º 4 de Tchaikovski e a Sinfonia n.º 2 de Rachmaninoff. São peças românticas, que exigem muito dos músicos e carregam contrastes e nuances interessantes de recriar." Sobre o Barber, Slatkin explica: "É uma peça curta e apenas um pequeno exemplo de um universo muito mais amplo que é a produção do compositor. Mas é sempre bom poder tocar algo diferente dele, que não seja o Adagio para Cordas, já tão famoso". Slatkin dirige atualmente a Sinfônica de Detroit, que no início do ano passou por uma paralização em consequência de uma greve dos músicos, em busca de salários e condições melhores. Ele se diz contente com a volta ao trabalho, mas reconhece que este é um momento delicado. "Não há, no entanto, soluções fáceis. Tudo está interligado. Orquestras precisam atrair o público para, cada vez mais, conseguirem apoio, patrocínio. Mas, com a decadência da educação musical, as pessoas têm se distanciado dos concertos. Eu me lembro que, quando saí da escola, cantava no coro e tocava em pequenos conjuntos. Hoje, quem faz isso?" Apesar das constatações, o discurso do maestro não se encerra com notas pessimistas. "A internet é um veículo importante de divulgação do nosso trabalho. Quando transmitimos concertos pelo nosso site em Detroit, gratuitamente, temos a esperança de que o internauta possa ir à sala de concertos. É para isso que trabalhamos." Em seu site, Slatkin mantém um diário em que conversa com o público, fala da sua rotina, dos concertos, das peças que está estudando ou mesmo das impressões de viagens. "A palavra-chave, hoje, é o diálogo", diz. Ele conta que, no começo de 2012, vai lançar um livro em que discute o papel do maestro nos dias atuais, sua função social, o sentido da direção artística. "Refletir sobre isso me parece necessário. Está equivocado um maestro que hoje ainda considera Karajan como modelo. Os tempos mudaram."

"Não há nada como estar em uma sala de concertos. E o desafio atual é convencer as pessoas disso." A conversa mal começara e o maestro norte-americano Leonard Slatkin já pregava seu credo. Nas últimas décadas, à frente de algumas das principais orquestras americanas, ele criou diversos projetos de formação de plateia - e, ao mesmo tempo, é um dos regentes atuais mais atentos à música nova. "A orquestra é um organismo vivo e precisa se mostrar assim para as plateias." Slatkin chega hoje a São Paulo, acompanhado da Filarmônica de Roterdã. Faz dois concertos na Sala São Paulo, pela Sociedade de Cultura Artística. "Pensamos em um repertório que fosse o mais variado possível", diz ele, por telefone, de Lima. "E também queríamos criar um contraste entre obras mais leves e outras mais densas." Assim, nas duas apresentações, a primeira parte tem a Sinfonia n.º 100, de Haydn, e o Ensaio n.º 2 para Orquestra, de Samuel Barber. "Na segunda parte, uma obra para cada dia: a Sinfonia n.º 4 de Tchaikovski e a Sinfonia n.º 2 de Rachmaninoff. São peças românticas, que exigem muito dos músicos e carregam contrastes e nuances interessantes de recriar." Sobre o Barber, Slatkin explica: "É uma peça curta e apenas um pequeno exemplo de um universo muito mais amplo que é a produção do compositor. Mas é sempre bom poder tocar algo diferente dele, que não seja o Adagio para Cordas, já tão famoso". Slatkin dirige atualmente a Sinfônica de Detroit, que no início do ano passou por uma paralização em consequência de uma greve dos músicos, em busca de salários e condições melhores. Ele se diz contente com a volta ao trabalho, mas reconhece que este é um momento delicado. "Não há, no entanto, soluções fáceis. Tudo está interligado. Orquestras precisam atrair o público para, cada vez mais, conseguirem apoio, patrocínio. Mas, com a decadência da educação musical, as pessoas têm se distanciado dos concertos. Eu me lembro que, quando saí da escola, cantava no coro e tocava em pequenos conjuntos. Hoje, quem faz isso?" Apesar das constatações, o discurso do maestro não se encerra com notas pessimistas. "A internet é um veículo importante de divulgação do nosso trabalho. Quando transmitimos concertos pelo nosso site em Detroit, gratuitamente, temos a esperança de que o internauta possa ir à sala de concertos. É para isso que trabalhamos." Em seu site, Slatkin mantém um diário em que conversa com o público, fala da sua rotina, dos concertos, das peças que está estudando ou mesmo das impressões de viagens. "A palavra-chave, hoje, é o diálogo", diz. Ele conta que, no começo de 2012, vai lançar um livro em que discute o papel do maestro nos dias atuais, sua função social, o sentido da direção artística. "Refletir sobre isso me parece necessário. Está equivocado um maestro que hoje ainda considera Karajan como modelo. Os tempos mudaram."

"Não há nada como estar em uma sala de concertos. E o desafio atual é convencer as pessoas disso." A conversa mal começara e o maestro norte-americano Leonard Slatkin já pregava seu credo. Nas últimas décadas, à frente de algumas das principais orquestras americanas, ele criou diversos projetos de formação de plateia - e, ao mesmo tempo, é um dos regentes atuais mais atentos à música nova. "A orquestra é um organismo vivo e precisa se mostrar assim para as plateias." Slatkin chega hoje a São Paulo, acompanhado da Filarmônica de Roterdã. Faz dois concertos na Sala São Paulo, pela Sociedade de Cultura Artística. "Pensamos em um repertório que fosse o mais variado possível", diz ele, por telefone, de Lima. "E também queríamos criar um contraste entre obras mais leves e outras mais densas." Assim, nas duas apresentações, a primeira parte tem a Sinfonia n.º 100, de Haydn, e o Ensaio n.º 2 para Orquestra, de Samuel Barber. "Na segunda parte, uma obra para cada dia: a Sinfonia n.º 4 de Tchaikovski e a Sinfonia n.º 2 de Rachmaninoff. São peças românticas, que exigem muito dos músicos e carregam contrastes e nuances interessantes de recriar." Sobre o Barber, Slatkin explica: "É uma peça curta e apenas um pequeno exemplo de um universo muito mais amplo que é a produção do compositor. Mas é sempre bom poder tocar algo diferente dele, que não seja o Adagio para Cordas, já tão famoso". Slatkin dirige atualmente a Sinfônica de Detroit, que no início do ano passou por uma paralização em consequência de uma greve dos músicos, em busca de salários e condições melhores. Ele se diz contente com a volta ao trabalho, mas reconhece que este é um momento delicado. "Não há, no entanto, soluções fáceis. Tudo está interligado. Orquestras precisam atrair o público para, cada vez mais, conseguirem apoio, patrocínio. Mas, com a decadência da educação musical, as pessoas têm se distanciado dos concertos. Eu me lembro que, quando saí da escola, cantava no coro e tocava em pequenos conjuntos. Hoje, quem faz isso?" Apesar das constatações, o discurso do maestro não se encerra com notas pessimistas. "A internet é um veículo importante de divulgação do nosso trabalho. Quando transmitimos concertos pelo nosso site em Detroit, gratuitamente, temos a esperança de que o internauta possa ir à sala de concertos. É para isso que trabalhamos." Em seu site, Slatkin mantém um diário em que conversa com o público, fala da sua rotina, dos concertos, das peças que está estudando ou mesmo das impressões de viagens. "A palavra-chave, hoje, é o diálogo", diz. Ele conta que, no começo de 2012, vai lançar um livro em que discute o papel do maestro nos dias atuais, sua função social, o sentido da direção artística. "Refletir sobre isso me parece necessário. Está equivocado um maestro que hoje ainda considera Karajan como modelo. Os tempos mudaram."

Opinião por João Luiz Sampaio

É jornalista e crítico musical, autor de "Ópera à Brasileira", "Antônio Meneses: Arquitetura da Emoção" e "Guiomar Novas do Brasil", entre outros livros; foi editor - assistente dos suplementos "Cultura" e "Sabático" e do "Caderno 2"

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