Benjamin Black cria história narrada por Philip Marlowe


Autor irlandês aceita desafio de escrever como Raymond Chandler

Por Ubiratan Brasil

O renomado escritor irlandês John Banville se exercita na literatura policial sob a alcunha de Benjamin Black. E, depois de publicar O Pecado de Christine e O Cisne de Prata, arriscou-se ainda mais ao escrever A Loura dos Olhos Negros. Afinal, ele assume o grande personagem criado por Raymond Chandler, o detetive Philip Marlowe. Sob o desafio, ele respondeu as seguintes questões.

reference

O que significa a literatura de Chandler para o senhor? 

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Li Chandler pela primeira vez quando era adolescente. Até então, meu conhecimento da literatura de ficção criminal era limitado às refinadas romancistas inglesas, como Agatha Christie e Dorothy L. Sayers, cujos livros evocavam, para mim, um jogo de palavras cruzadas. Chandler foi uma experiência inteiramente nova: um autor com um grande estilo, transformando a ficção barata em literatura.

Georges Simenon foi sua inspiração original para Benjamin Black. Por que preferiu Chandler? Bem, o espólio de Chandler pediu-me para escrever um livro usando o personagem Philip Marlowe e eu quis encarar o desafio. Admiro enormemente os “romans durs” de Simenon, como ele os qualificava, embora não me interesse muito pelos livros do inspetor Maigret. Ele é uma criação ficcional maravilhosa, mas os livros não são tão interessantes quanto os romances duros. Descobri que poderia escrever no estilo de Chandler porque ele tem um estilo reconhecível imediatamente e, portanto, relativamente fácil de imitar. Simenon, por seu lado, orgulhava-se de não ter um estilo. O que não é verdade, mas certamente ele tem “uma escrita neutra” se comparado a Chandler.

Qual é o componente essencial dos livros de Chandler? 

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O próprio Chandler dizia que a única coisa que perdura na escrita é o estilo, o que me agrada. Ele também desprezava a mera trama - independentemente do tema do livro, importa é a maneira como é escrito. Assim, no caso de Chandler, o estilo vem em primeiro e último lugar. 

E o fascínio pelos anos 1950? 

Simples: cresci nessa década. Além do que, se você deseja escrever um livro “noir”, este é o período ideal para a história, com o desencantamento do pós-guerra, e os novos terrores da Guerra Fria. E pense em toda aquela fumaça de cigarros, todo aquele uísque e as meias de seda com risca usadas pelas mulheres.

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É importante determinar a perspectiva do narrador? 

A verdade é muito vaga na ficção. Como Black e como Banville, sinto-me mais à vontade com o estilo de narração na primeira pessoa, pois parece mais honesto. O que podemos saber a respeito de outras pessoas salvo o que vemos? 

Por que Benjamin Black escreve mais rápido que John Banville? São dois tipos totalmente diferentes de ficção. Sempre digo que Black é um equilibrista: segue em frente, jamais olha para trás e não protela. Banville é uma toupeira, mergulhado na escuridão, cavando seu túnel por anos, na esperança de um dia encontrar a luz.

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A LOURA DE OLHOS NEGROSAutor: Benjamin BlackTradução: Geni HirataEditora: Rocco (320 págs., R$ 34,50 (papel) e R$ 22,50 (e-book)

O renomado escritor irlandês John Banville se exercita na literatura policial sob a alcunha de Benjamin Black. E, depois de publicar O Pecado de Christine e O Cisne de Prata, arriscou-se ainda mais ao escrever A Loura dos Olhos Negros. Afinal, ele assume o grande personagem criado por Raymond Chandler, o detetive Philip Marlowe. Sob o desafio, ele respondeu as seguintes questões.

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O que significa a literatura de Chandler para o senhor? 

Li Chandler pela primeira vez quando era adolescente. Até então, meu conhecimento da literatura de ficção criminal era limitado às refinadas romancistas inglesas, como Agatha Christie e Dorothy L. Sayers, cujos livros evocavam, para mim, um jogo de palavras cruzadas. Chandler foi uma experiência inteiramente nova: um autor com um grande estilo, transformando a ficção barata em literatura.

Georges Simenon foi sua inspiração original para Benjamin Black. Por que preferiu Chandler? Bem, o espólio de Chandler pediu-me para escrever um livro usando o personagem Philip Marlowe e eu quis encarar o desafio. Admiro enormemente os “romans durs” de Simenon, como ele os qualificava, embora não me interesse muito pelos livros do inspetor Maigret. Ele é uma criação ficcional maravilhosa, mas os livros não são tão interessantes quanto os romances duros. Descobri que poderia escrever no estilo de Chandler porque ele tem um estilo reconhecível imediatamente e, portanto, relativamente fácil de imitar. Simenon, por seu lado, orgulhava-se de não ter um estilo. O que não é verdade, mas certamente ele tem “uma escrita neutra” se comparado a Chandler.

Qual é o componente essencial dos livros de Chandler? 

O próprio Chandler dizia que a única coisa que perdura na escrita é o estilo, o que me agrada. Ele também desprezava a mera trama - independentemente do tema do livro, importa é a maneira como é escrito. Assim, no caso de Chandler, o estilo vem em primeiro e último lugar. 

E o fascínio pelos anos 1950? 

Simples: cresci nessa década. Além do que, se você deseja escrever um livro “noir”, este é o período ideal para a história, com o desencantamento do pós-guerra, e os novos terrores da Guerra Fria. E pense em toda aquela fumaça de cigarros, todo aquele uísque e as meias de seda com risca usadas pelas mulheres.

É importante determinar a perspectiva do narrador? 

A verdade é muito vaga na ficção. Como Black e como Banville, sinto-me mais à vontade com o estilo de narração na primeira pessoa, pois parece mais honesto. O que podemos saber a respeito de outras pessoas salvo o que vemos? 

Por que Benjamin Black escreve mais rápido que John Banville? São dois tipos totalmente diferentes de ficção. Sempre digo que Black é um equilibrista: segue em frente, jamais olha para trás e não protela. Banville é uma toupeira, mergulhado na escuridão, cavando seu túnel por anos, na esperança de um dia encontrar a luz.

A LOURA DE OLHOS NEGROSAutor: Benjamin BlackTradução: Geni HirataEditora: Rocco (320 págs., R$ 34,50 (papel) e R$ 22,50 (e-book)

O renomado escritor irlandês John Banville se exercita na literatura policial sob a alcunha de Benjamin Black. E, depois de publicar O Pecado de Christine e O Cisne de Prata, arriscou-se ainda mais ao escrever A Loura dos Olhos Negros. Afinal, ele assume o grande personagem criado por Raymond Chandler, o detetive Philip Marlowe. Sob o desafio, ele respondeu as seguintes questões.

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O que significa a literatura de Chandler para o senhor? 

Li Chandler pela primeira vez quando era adolescente. Até então, meu conhecimento da literatura de ficção criminal era limitado às refinadas romancistas inglesas, como Agatha Christie e Dorothy L. Sayers, cujos livros evocavam, para mim, um jogo de palavras cruzadas. Chandler foi uma experiência inteiramente nova: um autor com um grande estilo, transformando a ficção barata em literatura.

Georges Simenon foi sua inspiração original para Benjamin Black. Por que preferiu Chandler? Bem, o espólio de Chandler pediu-me para escrever um livro usando o personagem Philip Marlowe e eu quis encarar o desafio. Admiro enormemente os “romans durs” de Simenon, como ele os qualificava, embora não me interesse muito pelos livros do inspetor Maigret. Ele é uma criação ficcional maravilhosa, mas os livros não são tão interessantes quanto os romances duros. Descobri que poderia escrever no estilo de Chandler porque ele tem um estilo reconhecível imediatamente e, portanto, relativamente fácil de imitar. Simenon, por seu lado, orgulhava-se de não ter um estilo. O que não é verdade, mas certamente ele tem “uma escrita neutra” se comparado a Chandler.

Qual é o componente essencial dos livros de Chandler? 

O próprio Chandler dizia que a única coisa que perdura na escrita é o estilo, o que me agrada. Ele também desprezava a mera trama - independentemente do tema do livro, importa é a maneira como é escrito. Assim, no caso de Chandler, o estilo vem em primeiro e último lugar. 

E o fascínio pelos anos 1950? 

Simples: cresci nessa década. Além do que, se você deseja escrever um livro “noir”, este é o período ideal para a história, com o desencantamento do pós-guerra, e os novos terrores da Guerra Fria. E pense em toda aquela fumaça de cigarros, todo aquele uísque e as meias de seda com risca usadas pelas mulheres.

É importante determinar a perspectiva do narrador? 

A verdade é muito vaga na ficção. Como Black e como Banville, sinto-me mais à vontade com o estilo de narração na primeira pessoa, pois parece mais honesto. O que podemos saber a respeito de outras pessoas salvo o que vemos? 

Por que Benjamin Black escreve mais rápido que John Banville? São dois tipos totalmente diferentes de ficção. Sempre digo que Black é um equilibrista: segue em frente, jamais olha para trás e não protela. Banville é uma toupeira, mergulhado na escuridão, cavando seu túnel por anos, na esperança de um dia encontrar a luz.

A LOURA DE OLHOS NEGROSAutor: Benjamin BlackTradução: Geni HirataEditora: Rocco (320 págs., R$ 34,50 (papel) e R$ 22,50 (e-book)

O renomado escritor irlandês John Banville se exercita na literatura policial sob a alcunha de Benjamin Black. E, depois de publicar O Pecado de Christine e O Cisne de Prata, arriscou-se ainda mais ao escrever A Loura dos Olhos Negros. Afinal, ele assume o grande personagem criado por Raymond Chandler, o detetive Philip Marlowe. Sob o desafio, ele respondeu as seguintes questões.

reference

O que significa a literatura de Chandler para o senhor? 

Li Chandler pela primeira vez quando era adolescente. Até então, meu conhecimento da literatura de ficção criminal era limitado às refinadas romancistas inglesas, como Agatha Christie e Dorothy L. Sayers, cujos livros evocavam, para mim, um jogo de palavras cruzadas. Chandler foi uma experiência inteiramente nova: um autor com um grande estilo, transformando a ficção barata em literatura.

Georges Simenon foi sua inspiração original para Benjamin Black. Por que preferiu Chandler? Bem, o espólio de Chandler pediu-me para escrever um livro usando o personagem Philip Marlowe e eu quis encarar o desafio. Admiro enormemente os “romans durs” de Simenon, como ele os qualificava, embora não me interesse muito pelos livros do inspetor Maigret. Ele é uma criação ficcional maravilhosa, mas os livros não são tão interessantes quanto os romances duros. Descobri que poderia escrever no estilo de Chandler porque ele tem um estilo reconhecível imediatamente e, portanto, relativamente fácil de imitar. Simenon, por seu lado, orgulhava-se de não ter um estilo. O que não é verdade, mas certamente ele tem “uma escrita neutra” se comparado a Chandler.

Qual é o componente essencial dos livros de Chandler? 

O próprio Chandler dizia que a única coisa que perdura na escrita é o estilo, o que me agrada. Ele também desprezava a mera trama - independentemente do tema do livro, importa é a maneira como é escrito. Assim, no caso de Chandler, o estilo vem em primeiro e último lugar. 

E o fascínio pelos anos 1950? 

Simples: cresci nessa década. Além do que, se você deseja escrever um livro “noir”, este é o período ideal para a história, com o desencantamento do pós-guerra, e os novos terrores da Guerra Fria. E pense em toda aquela fumaça de cigarros, todo aquele uísque e as meias de seda com risca usadas pelas mulheres.

É importante determinar a perspectiva do narrador? 

A verdade é muito vaga na ficção. Como Black e como Banville, sinto-me mais à vontade com o estilo de narração na primeira pessoa, pois parece mais honesto. O que podemos saber a respeito de outras pessoas salvo o que vemos? 

Por que Benjamin Black escreve mais rápido que John Banville? São dois tipos totalmente diferentes de ficção. Sempre digo que Black é um equilibrista: segue em frente, jamais olha para trás e não protela. Banville é uma toupeira, mergulhado na escuridão, cavando seu túnel por anos, na esperança de um dia encontrar a luz.

A LOURA DE OLHOS NEGROSAutor: Benjamin BlackTradução: Geni HirataEditora: Rocco (320 págs., R$ 34,50 (papel) e R$ 22,50 (e-book)

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