Exposição revela uma nova geração de ilustradores italianos


Até 8 de julho, é possível conhecer, no Centro Italiano de Cultura de São Paulo, o trabalho de jovens artistas que se dedicam a ilustrar livros para crianças

Por Maria Fernanda Rodrigues

Andrea Antinori tem mais livros do que anos de vida. Nascido em 1992, na pequena cidade italiana de Recanati, ele soma, aos 30 anos, 33 títulos como autor ou ilustrador. O jovem artista, considerado um dos nomes promissores de seu país, está no Brasil para a mostra A Nova Geração de Ilustradores Italianos, que será aberta nesta quinta, 12, no Instituto Italiano de Cultura de São Paulo.

Ilustração de Francesca Sanna para o livro 'Eu e Meu Medo' Foto: Francesca Sanna

Até 8 de julho, será possível conhecer o trabalho de 20 artistas que estão se destacando na literatura para a infância. Alguns deles já são conhecidos do leitor brasileiro – caso de Francesca Sanna, autora de A Viagem (2015), um belo livro sobre refugiados narrado pelo olhar de uma criança, e de Eu e Meu Medo (2019), lançados pela V&R.

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A mostra é uma parceria entre a Feira do Livro Infantil de Bolonha, o Instituto Emília e o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, e entre os outros artistas selecionados estão Alice Piaggio, Beatrice Cerocchi, Camilla Pintonato, Cecilia Ferri, Giulia Tomai, Lorenzo Sangiò, Luca Tagliafico, Marianna Coppo e Michelangelo Rossato.

Além da exposição, será realizado, entre hoje e sábado, 14, o Seminário Internacional Educação Estética e Leitura de Imagens, com a participação dos organizadores, de Andrea Antinori e de profissionais brasileiros, como Fernando Vilela, Elisa Carareto e Mariana Zanetti. Estão programadas mesas de debate, sessão de revisão de portfólio para ilustradores e oficinas – incluindo uma para crianças de 6 a 9 anos, com Antinori, chamada Um Galgo Bem Escondido. As inscrições podem ser feitas no site do Instituto Emília, que é dirigido por Dolores Prades.

Andrea Antinori terá suas ilustrações expostas e participa do seminário e de oficina Foto: Andrea Antinori
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“A exposição vem com a chancela da Feira de Bolonha, um polo de referência mundial do livro para as infâncias e juventudes. Este dado é fundamental e é, em si, uma razão. Trazer este olhar do que é considerado de excelência entre os jovens ilustradores italianos é um indicativo das tendências e do momento da ilustração contemporânea”, explica Dolores. 

Ela continua: “Penso que é fundamental esse contato para a criação de repertório dos ilustradores – e também para os profissionais de modo geral que trabalham neste setor do mercado editorial. Uma exposição como esta é como uma bússola que pode indicar alguns caminhos”.

'Quando il signor tordi perse il cappello', de Alice Piaggio Foto: Alice Piaggio
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Diretora da Feira do Livro Infantil de Bolonha, Elena Pasoli também está no Brasil para a abertura da exposição e para o seminário – ela participa às 14h30 de um debate sobre ilustração e o papel da principal feira do gênero para o desenvolvimento do mercado.

“A ilustração italiana tem uma longa e magnífica tradição, que se reflete também na produção da geração mais jovem de artistas italianos. Esta exposição pretende mostrar as vozes mais recentes, frescas e interessantes dos ilustradores infantis italianos”, explica Elena. Ela destaca que muitos desses 20 ilustradores selecionados já ocupam um lugar importante no cenário internacional. 

Giulia Tomai é uma das 20 artistas selecionadas para a mostra de ilustradores italianos Foto: Giulia Tomai
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A publicação de livros de autores estrangeiros ajuda a apresentar um mundo diferente, e ao mesmo tempo tão parecido, às crianças e isso pode contribuir para a formação de uma geração mais empática. Elena Pasoli diz que a exposição também segue esta ideia. “Como podemos ver, várias das ilustrações foram feitas para livros de autores estrangeiros e, por isso, são exemplos de diálogos entre diferentes culturas – momentos artísticos em que a tradução desempenha um papel primordial como ponte e facilitadora de um entrelaçamento”, comenta.

Criada em 1964, a feira abre espaço, desde seu início, a ilustradores novatos. “Prestar atenção nos jovens, investir em atividades focadas neles e detectar talentos reais são tarefas que fazemos com muito comprometimento.”

Para muitos artistas, a feira é mesmo um pontapé inicial. Um dos momentos mais bonitos do evento é ver, logo na abertura, paredes em branco sendo tomadas por ilustrações e cartões de visitas de artistas divulgando seu trabalho. E também os encontros em que eles têm a chance de ter seu portfólio analisado por profissionais.

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Feira do Livro de Bolonha oferece murais para os ilustradores divulgarem seu trabalho Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão

Andrea Antinori, que já foi selecionado algumas vezes para a mostra oficial da feira, espera, em sua passagem pelo País, conhecer ilustradores daqui para trocar ideias e aprender. Para ele, a parte mais divertida do trabalho é contar histórias, que geralmente surgem de suas próprias experiências e acabam o levando de volta à infância. “Os meus livros de não ficção também são parte da minha experiência. Eles são o tipo de livro que eu amava quando pequeno. Eu era obcecado por animais. Na verdade, ainda sou. Então muitas das informações que uso agora aprendi na infância. É como uma pesquisa que começou lá, naquele momento”, conta o artista que desenhou o tigre que ilustra esta página.

A Nova Geração de Ilustradores Italianos

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Instituto Italiano de Cultura de São Paulo. Av. Higienópolis, 436. 2ª/5ª, 10h/13h e 15h/17h, e 6ª, 10h/13h. Gratuito. Até 8/7

Andrea Antinori tem mais livros do que anos de vida. Nascido em 1992, na pequena cidade italiana de Recanati, ele soma, aos 30 anos, 33 títulos como autor ou ilustrador. O jovem artista, considerado um dos nomes promissores de seu país, está no Brasil para a mostra A Nova Geração de Ilustradores Italianos, que será aberta nesta quinta, 12, no Instituto Italiano de Cultura de São Paulo.

Ilustração de Francesca Sanna para o livro 'Eu e Meu Medo' Foto: Francesca Sanna

Até 8 de julho, será possível conhecer o trabalho de 20 artistas que estão se destacando na literatura para a infância. Alguns deles já são conhecidos do leitor brasileiro – caso de Francesca Sanna, autora de A Viagem (2015), um belo livro sobre refugiados narrado pelo olhar de uma criança, e de Eu e Meu Medo (2019), lançados pela V&R.

A mostra é uma parceria entre a Feira do Livro Infantil de Bolonha, o Instituto Emília e o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, e entre os outros artistas selecionados estão Alice Piaggio, Beatrice Cerocchi, Camilla Pintonato, Cecilia Ferri, Giulia Tomai, Lorenzo Sangiò, Luca Tagliafico, Marianna Coppo e Michelangelo Rossato.

Além da exposição, será realizado, entre hoje e sábado, 14, o Seminário Internacional Educação Estética e Leitura de Imagens, com a participação dos organizadores, de Andrea Antinori e de profissionais brasileiros, como Fernando Vilela, Elisa Carareto e Mariana Zanetti. Estão programadas mesas de debate, sessão de revisão de portfólio para ilustradores e oficinas – incluindo uma para crianças de 6 a 9 anos, com Antinori, chamada Um Galgo Bem Escondido. As inscrições podem ser feitas no site do Instituto Emília, que é dirigido por Dolores Prades.

Andrea Antinori terá suas ilustrações expostas e participa do seminário e de oficina Foto: Andrea Antinori

“A exposição vem com a chancela da Feira de Bolonha, um polo de referência mundial do livro para as infâncias e juventudes. Este dado é fundamental e é, em si, uma razão. Trazer este olhar do que é considerado de excelência entre os jovens ilustradores italianos é um indicativo das tendências e do momento da ilustração contemporânea”, explica Dolores. 

Ela continua: “Penso que é fundamental esse contato para a criação de repertório dos ilustradores – e também para os profissionais de modo geral que trabalham neste setor do mercado editorial. Uma exposição como esta é como uma bússola que pode indicar alguns caminhos”.

'Quando il signor tordi perse il cappello', de Alice Piaggio Foto: Alice Piaggio

Diretora da Feira do Livro Infantil de Bolonha, Elena Pasoli também está no Brasil para a abertura da exposição e para o seminário – ela participa às 14h30 de um debate sobre ilustração e o papel da principal feira do gênero para o desenvolvimento do mercado.

“A ilustração italiana tem uma longa e magnífica tradição, que se reflete também na produção da geração mais jovem de artistas italianos. Esta exposição pretende mostrar as vozes mais recentes, frescas e interessantes dos ilustradores infantis italianos”, explica Elena. Ela destaca que muitos desses 20 ilustradores selecionados já ocupam um lugar importante no cenário internacional. 

Giulia Tomai é uma das 20 artistas selecionadas para a mostra de ilustradores italianos Foto: Giulia Tomai

A publicação de livros de autores estrangeiros ajuda a apresentar um mundo diferente, e ao mesmo tempo tão parecido, às crianças e isso pode contribuir para a formação de uma geração mais empática. Elena Pasoli diz que a exposição também segue esta ideia. “Como podemos ver, várias das ilustrações foram feitas para livros de autores estrangeiros e, por isso, são exemplos de diálogos entre diferentes culturas – momentos artísticos em que a tradução desempenha um papel primordial como ponte e facilitadora de um entrelaçamento”, comenta.

Criada em 1964, a feira abre espaço, desde seu início, a ilustradores novatos. “Prestar atenção nos jovens, investir em atividades focadas neles e detectar talentos reais são tarefas que fazemos com muito comprometimento.”

Para muitos artistas, a feira é mesmo um pontapé inicial. Um dos momentos mais bonitos do evento é ver, logo na abertura, paredes em branco sendo tomadas por ilustrações e cartões de visitas de artistas divulgando seu trabalho. E também os encontros em que eles têm a chance de ter seu portfólio analisado por profissionais.

Feira do Livro de Bolonha oferece murais para os ilustradores divulgarem seu trabalho Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão

Andrea Antinori, que já foi selecionado algumas vezes para a mostra oficial da feira, espera, em sua passagem pelo País, conhecer ilustradores daqui para trocar ideias e aprender. Para ele, a parte mais divertida do trabalho é contar histórias, que geralmente surgem de suas próprias experiências e acabam o levando de volta à infância. “Os meus livros de não ficção também são parte da minha experiência. Eles são o tipo de livro que eu amava quando pequeno. Eu era obcecado por animais. Na verdade, ainda sou. Então muitas das informações que uso agora aprendi na infância. É como uma pesquisa que começou lá, naquele momento”, conta o artista que desenhou o tigre que ilustra esta página.

A Nova Geração de Ilustradores Italianos

Instituto Italiano de Cultura de São Paulo. Av. Higienópolis, 436. 2ª/5ª, 10h/13h e 15h/17h, e 6ª, 10h/13h. Gratuito. Até 8/7

Andrea Antinori tem mais livros do que anos de vida. Nascido em 1992, na pequena cidade italiana de Recanati, ele soma, aos 30 anos, 33 títulos como autor ou ilustrador. O jovem artista, considerado um dos nomes promissores de seu país, está no Brasil para a mostra A Nova Geração de Ilustradores Italianos, que será aberta nesta quinta, 12, no Instituto Italiano de Cultura de São Paulo.

Ilustração de Francesca Sanna para o livro 'Eu e Meu Medo' Foto: Francesca Sanna

Até 8 de julho, será possível conhecer o trabalho de 20 artistas que estão se destacando na literatura para a infância. Alguns deles já são conhecidos do leitor brasileiro – caso de Francesca Sanna, autora de A Viagem (2015), um belo livro sobre refugiados narrado pelo olhar de uma criança, e de Eu e Meu Medo (2019), lançados pela V&R.

A mostra é uma parceria entre a Feira do Livro Infantil de Bolonha, o Instituto Emília e o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, e entre os outros artistas selecionados estão Alice Piaggio, Beatrice Cerocchi, Camilla Pintonato, Cecilia Ferri, Giulia Tomai, Lorenzo Sangiò, Luca Tagliafico, Marianna Coppo e Michelangelo Rossato.

Além da exposição, será realizado, entre hoje e sábado, 14, o Seminário Internacional Educação Estética e Leitura de Imagens, com a participação dos organizadores, de Andrea Antinori e de profissionais brasileiros, como Fernando Vilela, Elisa Carareto e Mariana Zanetti. Estão programadas mesas de debate, sessão de revisão de portfólio para ilustradores e oficinas – incluindo uma para crianças de 6 a 9 anos, com Antinori, chamada Um Galgo Bem Escondido. As inscrições podem ser feitas no site do Instituto Emília, que é dirigido por Dolores Prades.

Andrea Antinori terá suas ilustrações expostas e participa do seminário e de oficina Foto: Andrea Antinori

“A exposição vem com a chancela da Feira de Bolonha, um polo de referência mundial do livro para as infâncias e juventudes. Este dado é fundamental e é, em si, uma razão. Trazer este olhar do que é considerado de excelência entre os jovens ilustradores italianos é um indicativo das tendências e do momento da ilustração contemporânea”, explica Dolores. 

Ela continua: “Penso que é fundamental esse contato para a criação de repertório dos ilustradores – e também para os profissionais de modo geral que trabalham neste setor do mercado editorial. Uma exposição como esta é como uma bússola que pode indicar alguns caminhos”.

'Quando il signor tordi perse il cappello', de Alice Piaggio Foto: Alice Piaggio

Diretora da Feira do Livro Infantil de Bolonha, Elena Pasoli também está no Brasil para a abertura da exposição e para o seminário – ela participa às 14h30 de um debate sobre ilustração e o papel da principal feira do gênero para o desenvolvimento do mercado.

“A ilustração italiana tem uma longa e magnífica tradição, que se reflete também na produção da geração mais jovem de artistas italianos. Esta exposição pretende mostrar as vozes mais recentes, frescas e interessantes dos ilustradores infantis italianos”, explica Elena. Ela destaca que muitos desses 20 ilustradores selecionados já ocupam um lugar importante no cenário internacional. 

Giulia Tomai é uma das 20 artistas selecionadas para a mostra de ilustradores italianos Foto: Giulia Tomai

A publicação de livros de autores estrangeiros ajuda a apresentar um mundo diferente, e ao mesmo tempo tão parecido, às crianças e isso pode contribuir para a formação de uma geração mais empática. Elena Pasoli diz que a exposição também segue esta ideia. “Como podemos ver, várias das ilustrações foram feitas para livros de autores estrangeiros e, por isso, são exemplos de diálogos entre diferentes culturas – momentos artísticos em que a tradução desempenha um papel primordial como ponte e facilitadora de um entrelaçamento”, comenta.

Criada em 1964, a feira abre espaço, desde seu início, a ilustradores novatos. “Prestar atenção nos jovens, investir em atividades focadas neles e detectar talentos reais são tarefas que fazemos com muito comprometimento.”

Para muitos artistas, a feira é mesmo um pontapé inicial. Um dos momentos mais bonitos do evento é ver, logo na abertura, paredes em branco sendo tomadas por ilustrações e cartões de visitas de artistas divulgando seu trabalho. E também os encontros em que eles têm a chance de ter seu portfólio analisado por profissionais.

Feira do Livro de Bolonha oferece murais para os ilustradores divulgarem seu trabalho Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão

Andrea Antinori, que já foi selecionado algumas vezes para a mostra oficial da feira, espera, em sua passagem pelo País, conhecer ilustradores daqui para trocar ideias e aprender. Para ele, a parte mais divertida do trabalho é contar histórias, que geralmente surgem de suas próprias experiências e acabam o levando de volta à infância. “Os meus livros de não ficção também são parte da minha experiência. Eles são o tipo de livro que eu amava quando pequeno. Eu era obcecado por animais. Na verdade, ainda sou. Então muitas das informações que uso agora aprendi na infância. É como uma pesquisa que começou lá, naquele momento”, conta o artista que desenhou o tigre que ilustra esta página.

A Nova Geração de Ilustradores Italianos

Instituto Italiano de Cultura de São Paulo. Av. Higienópolis, 436. 2ª/5ª, 10h/13h e 15h/17h, e 6ª, 10h/13h. Gratuito. Até 8/7

Andrea Antinori tem mais livros do que anos de vida. Nascido em 1992, na pequena cidade italiana de Recanati, ele soma, aos 30 anos, 33 títulos como autor ou ilustrador. O jovem artista, considerado um dos nomes promissores de seu país, está no Brasil para a mostra A Nova Geração de Ilustradores Italianos, que será aberta nesta quinta, 12, no Instituto Italiano de Cultura de São Paulo.

Ilustração de Francesca Sanna para o livro 'Eu e Meu Medo' Foto: Francesca Sanna

Até 8 de julho, será possível conhecer o trabalho de 20 artistas que estão se destacando na literatura para a infância. Alguns deles já são conhecidos do leitor brasileiro – caso de Francesca Sanna, autora de A Viagem (2015), um belo livro sobre refugiados narrado pelo olhar de uma criança, e de Eu e Meu Medo (2019), lançados pela V&R.

A mostra é uma parceria entre a Feira do Livro Infantil de Bolonha, o Instituto Emília e o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, e entre os outros artistas selecionados estão Alice Piaggio, Beatrice Cerocchi, Camilla Pintonato, Cecilia Ferri, Giulia Tomai, Lorenzo Sangiò, Luca Tagliafico, Marianna Coppo e Michelangelo Rossato.

Além da exposição, será realizado, entre hoje e sábado, 14, o Seminário Internacional Educação Estética e Leitura de Imagens, com a participação dos organizadores, de Andrea Antinori e de profissionais brasileiros, como Fernando Vilela, Elisa Carareto e Mariana Zanetti. Estão programadas mesas de debate, sessão de revisão de portfólio para ilustradores e oficinas – incluindo uma para crianças de 6 a 9 anos, com Antinori, chamada Um Galgo Bem Escondido. As inscrições podem ser feitas no site do Instituto Emília, que é dirigido por Dolores Prades.

Andrea Antinori terá suas ilustrações expostas e participa do seminário e de oficina Foto: Andrea Antinori

“A exposição vem com a chancela da Feira de Bolonha, um polo de referência mundial do livro para as infâncias e juventudes. Este dado é fundamental e é, em si, uma razão. Trazer este olhar do que é considerado de excelência entre os jovens ilustradores italianos é um indicativo das tendências e do momento da ilustração contemporânea”, explica Dolores. 

Ela continua: “Penso que é fundamental esse contato para a criação de repertório dos ilustradores – e também para os profissionais de modo geral que trabalham neste setor do mercado editorial. Uma exposição como esta é como uma bússola que pode indicar alguns caminhos”.

'Quando il signor tordi perse il cappello', de Alice Piaggio Foto: Alice Piaggio

Diretora da Feira do Livro Infantil de Bolonha, Elena Pasoli também está no Brasil para a abertura da exposição e para o seminário – ela participa às 14h30 de um debate sobre ilustração e o papel da principal feira do gênero para o desenvolvimento do mercado.

“A ilustração italiana tem uma longa e magnífica tradição, que se reflete também na produção da geração mais jovem de artistas italianos. Esta exposição pretende mostrar as vozes mais recentes, frescas e interessantes dos ilustradores infantis italianos”, explica Elena. Ela destaca que muitos desses 20 ilustradores selecionados já ocupam um lugar importante no cenário internacional. 

Giulia Tomai é uma das 20 artistas selecionadas para a mostra de ilustradores italianos Foto: Giulia Tomai

A publicação de livros de autores estrangeiros ajuda a apresentar um mundo diferente, e ao mesmo tempo tão parecido, às crianças e isso pode contribuir para a formação de uma geração mais empática. Elena Pasoli diz que a exposição também segue esta ideia. “Como podemos ver, várias das ilustrações foram feitas para livros de autores estrangeiros e, por isso, são exemplos de diálogos entre diferentes culturas – momentos artísticos em que a tradução desempenha um papel primordial como ponte e facilitadora de um entrelaçamento”, comenta.

Criada em 1964, a feira abre espaço, desde seu início, a ilustradores novatos. “Prestar atenção nos jovens, investir em atividades focadas neles e detectar talentos reais são tarefas que fazemos com muito comprometimento.”

Para muitos artistas, a feira é mesmo um pontapé inicial. Um dos momentos mais bonitos do evento é ver, logo na abertura, paredes em branco sendo tomadas por ilustrações e cartões de visitas de artistas divulgando seu trabalho. E também os encontros em que eles têm a chance de ter seu portfólio analisado por profissionais.

Feira do Livro de Bolonha oferece murais para os ilustradores divulgarem seu trabalho Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão

Andrea Antinori, que já foi selecionado algumas vezes para a mostra oficial da feira, espera, em sua passagem pelo País, conhecer ilustradores daqui para trocar ideias e aprender. Para ele, a parte mais divertida do trabalho é contar histórias, que geralmente surgem de suas próprias experiências e acabam o levando de volta à infância. “Os meus livros de não ficção também são parte da minha experiência. Eles são o tipo de livro que eu amava quando pequeno. Eu era obcecado por animais. Na verdade, ainda sou. Então muitas das informações que uso agora aprendi na infância. É como uma pesquisa que começou lá, naquele momento”, conta o artista que desenhou o tigre que ilustra esta página.

A Nova Geração de Ilustradores Italianos

Instituto Italiano de Cultura de São Paulo. Av. Higienópolis, 436. 2ª/5ª, 10h/13h e 15h/17h, e 6ª, 10h/13h. Gratuito. Até 8/7

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