Livro mostra o nascimento da moderna fotografia brasileira


Obra que será lançada sábado traz imagens de Thomas Farkas, Hans Gunter Flieg, Marcel Gautherot e José Medeiros

Por Antonio Gonçalves Filho

O volume foi organizado por Samuel Titan Jr., cocurador da exposição itinerante aberta em setembro do ano passado no Museum für Fotographie de Berlim – que recebeu até agora mais de 50 mil visitantes. O livro traz fotografias de José Medeiros (1921-1990), Thomas Farkas (1924-2011), Marcel Gautherot (1910-1996) e Hans Gunter Flieg (1923), analisados em ensaios assinados respectivamente por Sergio Burgi, Helouise Costa, Samuel Titan Jr. e Lorenzo Mammì. Os dois últimos participam sábado, 5/4, às 19h30, de um bate-papo no auditório da SP-Arte, no piso térreo do Pavilhão da Bienal.

Três desses fotógrafos são imigrantes europeus: Farkas veio da Hungria, Gautherot, da França, e Flieg, o único vivo, com 91 anos, saiu da Alemanha a tempo de registrar a industrialização do Brasil, então em pleno crescimento quando desembarcou aqui, em 1939, mesmo ano em que Gautherot aportou no Recife. O único brasileiro da turma, José Medeiros, pouco tinha em comum com a vivência artística do trio europeu. Fotojornalista, sua vida foi passada em redações, como a da revista O Cruzeiro. No entanto, sua intuição e inteligência visual o levaram a criar imagens incontestavelmente modernas. Tanto que, ao abandonar o fotojornalismo, virou um dos principais fotógrafos do Cinema Novo, trabalhando para cineastas como Leon Hirszman.

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Os arquivos dos quatro fotógrafos são conservados pelo Instituto Moreira Salles, que bancou a edição do livro. O instituto tem 18 mil negativos de José Medeiros, além de sua produção em O Cruzeiro totalmente digitalizada. De Farkas, o IMS guarda 30 mil negativos, 25 mil de Gautherot e outro tanto de Flieg. O catálogo da exposição traz 111 fotos que, de certa forma, resumem a estética da vanguarda fotográfica brasileira. O curador Samuel Titan Jr. revisitou-a não para esgotar o tema – até mesmo porque ficaram "fora de campo", como ele reconhece, nomes como Geraldo de Barros e German Lorca.

Os quatro fotógrafos do livro não pertencem a uma mesma escola. Formam um quarteto cosmopolita e diversificado, como observa Samuel Titan Jr. Gautherot, parisiense de origem operária, era um homem de esquerda, logo adotado pelo arquiteto modernista Oscar Niemeyer. Farkas, húngaro de Budapeste e filho de comerciantes judeus, desde cedo foi ligado à vanguarda fotográfica europeia. Flieg, judeu alemão que fugiu do nazismo, é de uma família culta, colecionadora de gravuras expressionistas que, a exemplo de Farkas, fotografa desde criança. Medeiros, filho de um fotógrafo amador do Piauí, trabalhou no Rio como funcionário dos Correios, antes de integrar a equipe de O Cruzeiro, em 1943.

A época abordada pelo curador vai do Estado Novo de Vargas ao golpe de 1964. A exemplo dos pintores viajantes, Gautherot, no primeiro período, registra sua passagem por lugares como Ceará, Amazonas e Minas Gerais, chegando a Brasília (ele foi o fotógrafo oficial da construção da capital, apontado pelo próprio Niemeyer). "Escolhi o momento de formação da modernidade fotográfica no Brasil um pouco à maneira como Antonio Candido fez em relação à literatura brasileira, tentando descobrir quando e como nasce esse desejo de construção de uma linguagem própria", justifica Titan. Identidade e modernidade se confundem especialmente nas fotos de Medeiros , como na série registrada em terreiros de candomblé (1951), trabalho pioneiro num país então dominado pelo preconceito racial e religioso.

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"Há vários sentidos do moderno em jogo, daí a pluralidade do título do livro e da exposição", diz Titan. O moderno está tanto no humanismo de Medeiros como na linguagem abstrata de Farkas, marcada por Moholy-Nagy, na foto arquitetônica de Gautherot e na teatralidade das fotos de Flieg no ambiente industrial.

O volume foi organizado por Samuel Titan Jr., cocurador da exposição itinerante aberta em setembro do ano passado no Museum für Fotographie de Berlim – que recebeu até agora mais de 50 mil visitantes. O livro traz fotografias de José Medeiros (1921-1990), Thomas Farkas (1924-2011), Marcel Gautherot (1910-1996) e Hans Gunter Flieg (1923), analisados em ensaios assinados respectivamente por Sergio Burgi, Helouise Costa, Samuel Titan Jr. e Lorenzo Mammì. Os dois últimos participam sábado, 5/4, às 19h30, de um bate-papo no auditório da SP-Arte, no piso térreo do Pavilhão da Bienal.

Três desses fotógrafos são imigrantes europeus: Farkas veio da Hungria, Gautherot, da França, e Flieg, o único vivo, com 91 anos, saiu da Alemanha a tempo de registrar a industrialização do Brasil, então em pleno crescimento quando desembarcou aqui, em 1939, mesmo ano em que Gautherot aportou no Recife. O único brasileiro da turma, José Medeiros, pouco tinha em comum com a vivência artística do trio europeu. Fotojornalista, sua vida foi passada em redações, como a da revista O Cruzeiro. No entanto, sua intuição e inteligência visual o levaram a criar imagens incontestavelmente modernas. Tanto que, ao abandonar o fotojornalismo, virou um dos principais fotógrafos do Cinema Novo, trabalhando para cineastas como Leon Hirszman.

Os arquivos dos quatro fotógrafos são conservados pelo Instituto Moreira Salles, que bancou a edição do livro. O instituto tem 18 mil negativos de José Medeiros, além de sua produção em O Cruzeiro totalmente digitalizada. De Farkas, o IMS guarda 30 mil negativos, 25 mil de Gautherot e outro tanto de Flieg. O catálogo da exposição traz 111 fotos que, de certa forma, resumem a estética da vanguarda fotográfica brasileira. O curador Samuel Titan Jr. revisitou-a não para esgotar o tema – até mesmo porque ficaram "fora de campo", como ele reconhece, nomes como Geraldo de Barros e German Lorca.

Os quatro fotógrafos do livro não pertencem a uma mesma escola. Formam um quarteto cosmopolita e diversificado, como observa Samuel Titan Jr. Gautherot, parisiense de origem operária, era um homem de esquerda, logo adotado pelo arquiteto modernista Oscar Niemeyer. Farkas, húngaro de Budapeste e filho de comerciantes judeus, desde cedo foi ligado à vanguarda fotográfica europeia. Flieg, judeu alemão que fugiu do nazismo, é de uma família culta, colecionadora de gravuras expressionistas que, a exemplo de Farkas, fotografa desde criança. Medeiros, filho de um fotógrafo amador do Piauí, trabalhou no Rio como funcionário dos Correios, antes de integrar a equipe de O Cruzeiro, em 1943.

A época abordada pelo curador vai do Estado Novo de Vargas ao golpe de 1964. A exemplo dos pintores viajantes, Gautherot, no primeiro período, registra sua passagem por lugares como Ceará, Amazonas e Minas Gerais, chegando a Brasília (ele foi o fotógrafo oficial da construção da capital, apontado pelo próprio Niemeyer). "Escolhi o momento de formação da modernidade fotográfica no Brasil um pouco à maneira como Antonio Candido fez em relação à literatura brasileira, tentando descobrir quando e como nasce esse desejo de construção de uma linguagem própria", justifica Titan. Identidade e modernidade se confundem especialmente nas fotos de Medeiros , como na série registrada em terreiros de candomblé (1951), trabalho pioneiro num país então dominado pelo preconceito racial e religioso.

"Há vários sentidos do moderno em jogo, daí a pluralidade do título do livro e da exposição", diz Titan. O moderno está tanto no humanismo de Medeiros como na linguagem abstrata de Farkas, marcada por Moholy-Nagy, na foto arquitetônica de Gautherot e na teatralidade das fotos de Flieg no ambiente industrial.

O volume foi organizado por Samuel Titan Jr., cocurador da exposição itinerante aberta em setembro do ano passado no Museum für Fotographie de Berlim – que recebeu até agora mais de 50 mil visitantes. O livro traz fotografias de José Medeiros (1921-1990), Thomas Farkas (1924-2011), Marcel Gautherot (1910-1996) e Hans Gunter Flieg (1923), analisados em ensaios assinados respectivamente por Sergio Burgi, Helouise Costa, Samuel Titan Jr. e Lorenzo Mammì. Os dois últimos participam sábado, 5/4, às 19h30, de um bate-papo no auditório da SP-Arte, no piso térreo do Pavilhão da Bienal.

Três desses fotógrafos são imigrantes europeus: Farkas veio da Hungria, Gautherot, da França, e Flieg, o único vivo, com 91 anos, saiu da Alemanha a tempo de registrar a industrialização do Brasil, então em pleno crescimento quando desembarcou aqui, em 1939, mesmo ano em que Gautherot aportou no Recife. O único brasileiro da turma, José Medeiros, pouco tinha em comum com a vivência artística do trio europeu. Fotojornalista, sua vida foi passada em redações, como a da revista O Cruzeiro. No entanto, sua intuição e inteligência visual o levaram a criar imagens incontestavelmente modernas. Tanto que, ao abandonar o fotojornalismo, virou um dos principais fotógrafos do Cinema Novo, trabalhando para cineastas como Leon Hirszman.

Os arquivos dos quatro fotógrafos são conservados pelo Instituto Moreira Salles, que bancou a edição do livro. O instituto tem 18 mil negativos de José Medeiros, além de sua produção em O Cruzeiro totalmente digitalizada. De Farkas, o IMS guarda 30 mil negativos, 25 mil de Gautherot e outro tanto de Flieg. O catálogo da exposição traz 111 fotos que, de certa forma, resumem a estética da vanguarda fotográfica brasileira. O curador Samuel Titan Jr. revisitou-a não para esgotar o tema – até mesmo porque ficaram "fora de campo", como ele reconhece, nomes como Geraldo de Barros e German Lorca.

Os quatro fotógrafos do livro não pertencem a uma mesma escola. Formam um quarteto cosmopolita e diversificado, como observa Samuel Titan Jr. Gautherot, parisiense de origem operária, era um homem de esquerda, logo adotado pelo arquiteto modernista Oscar Niemeyer. Farkas, húngaro de Budapeste e filho de comerciantes judeus, desde cedo foi ligado à vanguarda fotográfica europeia. Flieg, judeu alemão que fugiu do nazismo, é de uma família culta, colecionadora de gravuras expressionistas que, a exemplo de Farkas, fotografa desde criança. Medeiros, filho de um fotógrafo amador do Piauí, trabalhou no Rio como funcionário dos Correios, antes de integrar a equipe de O Cruzeiro, em 1943.

A época abordada pelo curador vai do Estado Novo de Vargas ao golpe de 1964. A exemplo dos pintores viajantes, Gautherot, no primeiro período, registra sua passagem por lugares como Ceará, Amazonas e Minas Gerais, chegando a Brasília (ele foi o fotógrafo oficial da construção da capital, apontado pelo próprio Niemeyer). "Escolhi o momento de formação da modernidade fotográfica no Brasil um pouco à maneira como Antonio Candido fez em relação à literatura brasileira, tentando descobrir quando e como nasce esse desejo de construção de uma linguagem própria", justifica Titan. Identidade e modernidade se confundem especialmente nas fotos de Medeiros , como na série registrada em terreiros de candomblé (1951), trabalho pioneiro num país então dominado pelo preconceito racial e religioso.

"Há vários sentidos do moderno em jogo, daí a pluralidade do título do livro e da exposição", diz Titan. O moderno está tanto no humanismo de Medeiros como na linguagem abstrata de Farkas, marcada por Moholy-Nagy, na foto arquitetônica de Gautherot e na teatralidade das fotos de Flieg no ambiente industrial.

O volume foi organizado por Samuel Titan Jr., cocurador da exposição itinerante aberta em setembro do ano passado no Museum für Fotographie de Berlim – que recebeu até agora mais de 50 mil visitantes. O livro traz fotografias de José Medeiros (1921-1990), Thomas Farkas (1924-2011), Marcel Gautherot (1910-1996) e Hans Gunter Flieg (1923), analisados em ensaios assinados respectivamente por Sergio Burgi, Helouise Costa, Samuel Titan Jr. e Lorenzo Mammì. Os dois últimos participam sábado, 5/4, às 19h30, de um bate-papo no auditório da SP-Arte, no piso térreo do Pavilhão da Bienal.

Três desses fotógrafos são imigrantes europeus: Farkas veio da Hungria, Gautherot, da França, e Flieg, o único vivo, com 91 anos, saiu da Alemanha a tempo de registrar a industrialização do Brasil, então em pleno crescimento quando desembarcou aqui, em 1939, mesmo ano em que Gautherot aportou no Recife. O único brasileiro da turma, José Medeiros, pouco tinha em comum com a vivência artística do trio europeu. Fotojornalista, sua vida foi passada em redações, como a da revista O Cruzeiro. No entanto, sua intuição e inteligência visual o levaram a criar imagens incontestavelmente modernas. Tanto que, ao abandonar o fotojornalismo, virou um dos principais fotógrafos do Cinema Novo, trabalhando para cineastas como Leon Hirszman.

Os arquivos dos quatro fotógrafos são conservados pelo Instituto Moreira Salles, que bancou a edição do livro. O instituto tem 18 mil negativos de José Medeiros, além de sua produção em O Cruzeiro totalmente digitalizada. De Farkas, o IMS guarda 30 mil negativos, 25 mil de Gautherot e outro tanto de Flieg. O catálogo da exposição traz 111 fotos que, de certa forma, resumem a estética da vanguarda fotográfica brasileira. O curador Samuel Titan Jr. revisitou-a não para esgotar o tema – até mesmo porque ficaram "fora de campo", como ele reconhece, nomes como Geraldo de Barros e German Lorca.

Os quatro fotógrafos do livro não pertencem a uma mesma escola. Formam um quarteto cosmopolita e diversificado, como observa Samuel Titan Jr. Gautherot, parisiense de origem operária, era um homem de esquerda, logo adotado pelo arquiteto modernista Oscar Niemeyer. Farkas, húngaro de Budapeste e filho de comerciantes judeus, desde cedo foi ligado à vanguarda fotográfica europeia. Flieg, judeu alemão que fugiu do nazismo, é de uma família culta, colecionadora de gravuras expressionistas que, a exemplo de Farkas, fotografa desde criança. Medeiros, filho de um fotógrafo amador do Piauí, trabalhou no Rio como funcionário dos Correios, antes de integrar a equipe de O Cruzeiro, em 1943.

A época abordada pelo curador vai do Estado Novo de Vargas ao golpe de 1964. A exemplo dos pintores viajantes, Gautherot, no primeiro período, registra sua passagem por lugares como Ceará, Amazonas e Minas Gerais, chegando a Brasília (ele foi o fotógrafo oficial da construção da capital, apontado pelo próprio Niemeyer). "Escolhi o momento de formação da modernidade fotográfica no Brasil um pouco à maneira como Antonio Candido fez em relação à literatura brasileira, tentando descobrir quando e como nasce esse desejo de construção de uma linguagem própria", justifica Titan. Identidade e modernidade se confundem especialmente nas fotos de Medeiros , como na série registrada em terreiros de candomblé (1951), trabalho pioneiro num país então dominado pelo preconceito racial e religioso.

"Há vários sentidos do moderno em jogo, daí a pluralidade do título do livro e da exposição", diz Titan. O moderno está tanto no humanismo de Medeiros como na linguagem abstrata de Farkas, marcada por Moholy-Nagy, na foto arquitetônica de Gautherot e na teatralidade das fotos de Flieg no ambiente industrial.

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