Lucia Santaella demonstra a urgência de pensarmos o mundo com base em novas tecnologias


Obra da pesquisadora aborda o fenômeno da ubiquidade (ocupar espaços distintos simultaneamente) em suas faces cultural e educacional

Por Rodrigo Petronio

Em sociedades cada vez mais ligadas por redes de comunicação, as ciências que estudam essas sociedades se tornam também elas cada vez mais complexas. Por isso, para definir o conjunto de teorias que analisam as formas de comunicação humana e não humana, criou-se a expressão ecologia das mídias, que engloba diversos campos de saber: semiótica, teoria dos sistemas, cibernética, tecnologias da informação, teoria cognitiva e estudos em inteligência coletiva. Ela é necessariamente interdisciplinar.

Nesse horizonte se insere a obra de Lucia Santaella, pesquisadora dessa área, sobre a qual é também autora de diversas obras. A mais recente, A Comunicação Ubíqua: Repercussões na Cultura e na Educação, aborda justamente o fenômeno da ubiquidade (ocupar espaços distintos simultaneamente), em suas faces cultural e educacional.

A obra investiga temas como o pós-humano, as promessas da web 3.0, as interfaces entre a cidade e o corpo. Abre uma reflexão sobre o conceito de privacidade e sua ambivalência na era digital. Enumera as principais mudanças políticas e subjetivas produzidas pelas redes digitais.

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Em outros capítulos, trata do surgimento das chamadas hipermídias e transmídias. Lança luzes sobre a função pedagógica dos games. Ocupa-se especialmente das possibilidades abertas pelo fenômeno da ubiquidade.

Em linhas gerais, a tese central de Santaella é a seguinte: o estudo das mídias pressupõe uma renovação da ontologia (estudo do ser). Esta deixa de ser entendida como metafísica, ou seja, como uma análise da substância da realidade. Passa a ser o estudo dos modos de conexão de diversas realidades.

Relações, associações, mediadores, conexões. Nesse campo semântico, Santaella propõe a criação de uma "ontologia política das redes", tal como a proposta pelo sociólogo francês Bruno Latour. E também dialoga com a sua teoria do ator-rede (TAR), uma das mais instigantes do pensamento contemporâneo.

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Na obra, Santaella desfaz as fronteiras entre mente e corpo. Ressalta como as relações intersubjetivas mudaram depois do advento da internet. Com base em Foucault, Deleuze e Guattari, evidencia como novos dispositivos de saber-poder surgiram com o ciberespaço.

Em outro capítulo, Santaella define o quarto regime da imagem. E o faz com três modelos da imagem fotográfica, definidos pelo filósofo Vilém Flusser. Trata-se de uma reflexão nuclear para todos que lidam com arte e com suas interfaces com novos meios. Os demais capítulos se alinham ao tema da ubiquidade, tanto em sua acepção cultural quanto pedagógica.

Em linhas gerais, a obra de Santaella demonstra a urgência de pensarmos o mundo com base em novas tecnologias. Não é apenas a análise de novas tecnologias com modelos clássicos. O importante é compreender que a vida de novas formas produz novas formas de vida. E essas novas formas de vida demandam novos modelos conceituais.

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Por outro lado, a ubiquidade deixa de ser um patrimônio de elites financeiras e intelectuais do planeta. Torna-se uma experiência cotidiana. É preciso realizar aquela decisiva transgressão das máquinas, profetizada por Flusser. Ou seja, desviá-las de sua função inicial. Essa é a única maneira de reverter a alienação do ser humano produzida pelas máquinas. Usando-as em benefício de nossa liberdade. E em nome da emancipação humana.

RODRIGO PETRONIO É ESCRITOR E FILÓSOFO E PROFESSOR DA FAAP

Em sociedades cada vez mais ligadas por redes de comunicação, as ciências que estudam essas sociedades se tornam também elas cada vez mais complexas. Por isso, para definir o conjunto de teorias que analisam as formas de comunicação humana e não humana, criou-se a expressão ecologia das mídias, que engloba diversos campos de saber: semiótica, teoria dos sistemas, cibernética, tecnologias da informação, teoria cognitiva e estudos em inteligência coletiva. Ela é necessariamente interdisciplinar.

Nesse horizonte se insere a obra de Lucia Santaella, pesquisadora dessa área, sobre a qual é também autora de diversas obras. A mais recente, A Comunicação Ubíqua: Repercussões na Cultura e na Educação, aborda justamente o fenômeno da ubiquidade (ocupar espaços distintos simultaneamente), em suas faces cultural e educacional.

A obra investiga temas como o pós-humano, as promessas da web 3.0, as interfaces entre a cidade e o corpo. Abre uma reflexão sobre o conceito de privacidade e sua ambivalência na era digital. Enumera as principais mudanças políticas e subjetivas produzidas pelas redes digitais.

Em outros capítulos, trata do surgimento das chamadas hipermídias e transmídias. Lança luzes sobre a função pedagógica dos games. Ocupa-se especialmente das possibilidades abertas pelo fenômeno da ubiquidade.

Em linhas gerais, a tese central de Santaella é a seguinte: o estudo das mídias pressupõe uma renovação da ontologia (estudo do ser). Esta deixa de ser entendida como metafísica, ou seja, como uma análise da substância da realidade. Passa a ser o estudo dos modos de conexão de diversas realidades.

Relações, associações, mediadores, conexões. Nesse campo semântico, Santaella propõe a criação de uma "ontologia política das redes", tal como a proposta pelo sociólogo francês Bruno Latour. E também dialoga com a sua teoria do ator-rede (TAR), uma das mais instigantes do pensamento contemporâneo.

Na obra, Santaella desfaz as fronteiras entre mente e corpo. Ressalta como as relações intersubjetivas mudaram depois do advento da internet. Com base em Foucault, Deleuze e Guattari, evidencia como novos dispositivos de saber-poder surgiram com o ciberespaço.

Em outro capítulo, Santaella define o quarto regime da imagem. E o faz com três modelos da imagem fotográfica, definidos pelo filósofo Vilém Flusser. Trata-se de uma reflexão nuclear para todos que lidam com arte e com suas interfaces com novos meios. Os demais capítulos se alinham ao tema da ubiquidade, tanto em sua acepção cultural quanto pedagógica.

Em linhas gerais, a obra de Santaella demonstra a urgência de pensarmos o mundo com base em novas tecnologias. Não é apenas a análise de novas tecnologias com modelos clássicos. O importante é compreender que a vida de novas formas produz novas formas de vida. E essas novas formas de vida demandam novos modelos conceituais.

Por outro lado, a ubiquidade deixa de ser um patrimônio de elites financeiras e intelectuais do planeta. Torna-se uma experiência cotidiana. É preciso realizar aquela decisiva transgressão das máquinas, profetizada por Flusser. Ou seja, desviá-las de sua função inicial. Essa é a única maneira de reverter a alienação do ser humano produzida pelas máquinas. Usando-as em benefício de nossa liberdade. E em nome da emancipação humana.

RODRIGO PETRONIO É ESCRITOR E FILÓSOFO E PROFESSOR DA FAAP

Em sociedades cada vez mais ligadas por redes de comunicação, as ciências que estudam essas sociedades se tornam também elas cada vez mais complexas. Por isso, para definir o conjunto de teorias que analisam as formas de comunicação humana e não humana, criou-se a expressão ecologia das mídias, que engloba diversos campos de saber: semiótica, teoria dos sistemas, cibernética, tecnologias da informação, teoria cognitiva e estudos em inteligência coletiva. Ela é necessariamente interdisciplinar.

Nesse horizonte se insere a obra de Lucia Santaella, pesquisadora dessa área, sobre a qual é também autora de diversas obras. A mais recente, A Comunicação Ubíqua: Repercussões na Cultura e na Educação, aborda justamente o fenômeno da ubiquidade (ocupar espaços distintos simultaneamente), em suas faces cultural e educacional.

A obra investiga temas como o pós-humano, as promessas da web 3.0, as interfaces entre a cidade e o corpo. Abre uma reflexão sobre o conceito de privacidade e sua ambivalência na era digital. Enumera as principais mudanças políticas e subjetivas produzidas pelas redes digitais.

Em outros capítulos, trata do surgimento das chamadas hipermídias e transmídias. Lança luzes sobre a função pedagógica dos games. Ocupa-se especialmente das possibilidades abertas pelo fenômeno da ubiquidade.

Em linhas gerais, a tese central de Santaella é a seguinte: o estudo das mídias pressupõe uma renovação da ontologia (estudo do ser). Esta deixa de ser entendida como metafísica, ou seja, como uma análise da substância da realidade. Passa a ser o estudo dos modos de conexão de diversas realidades.

Relações, associações, mediadores, conexões. Nesse campo semântico, Santaella propõe a criação de uma "ontologia política das redes", tal como a proposta pelo sociólogo francês Bruno Latour. E também dialoga com a sua teoria do ator-rede (TAR), uma das mais instigantes do pensamento contemporâneo.

Na obra, Santaella desfaz as fronteiras entre mente e corpo. Ressalta como as relações intersubjetivas mudaram depois do advento da internet. Com base em Foucault, Deleuze e Guattari, evidencia como novos dispositivos de saber-poder surgiram com o ciberespaço.

Em outro capítulo, Santaella define o quarto regime da imagem. E o faz com três modelos da imagem fotográfica, definidos pelo filósofo Vilém Flusser. Trata-se de uma reflexão nuclear para todos que lidam com arte e com suas interfaces com novos meios. Os demais capítulos se alinham ao tema da ubiquidade, tanto em sua acepção cultural quanto pedagógica.

Em linhas gerais, a obra de Santaella demonstra a urgência de pensarmos o mundo com base em novas tecnologias. Não é apenas a análise de novas tecnologias com modelos clássicos. O importante é compreender que a vida de novas formas produz novas formas de vida. E essas novas formas de vida demandam novos modelos conceituais.

Por outro lado, a ubiquidade deixa de ser um patrimônio de elites financeiras e intelectuais do planeta. Torna-se uma experiência cotidiana. É preciso realizar aquela decisiva transgressão das máquinas, profetizada por Flusser. Ou seja, desviá-las de sua função inicial. Essa é a única maneira de reverter a alienação do ser humano produzida pelas máquinas. Usando-as em benefício de nossa liberdade. E em nome da emancipação humana.

RODRIGO PETRONIO É ESCRITOR E FILÓSOFO E PROFESSOR DA FAAP

Em sociedades cada vez mais ligadas por redes de comunicação, as ciências que estudam essas sociedades se tornam também elas cada vez mais complexas. Por isso, para definir o conjunto de teorias que analisam as formas de comunicação humana e não humana, criou-se a expressão ecologia das mídias, que engloba diversos campos de saber: semiótica, teoria dos sistemas, cibernética, tecnologias da informação, teoria cognitiva e estudos em inteligência coletiva. Ela é necessariamente interdisciplinar.

Nesse horizonte se insere a obra de Lucia Santaella, pesquisadora dessa área, sobre a qual é também autora de diversas obras. A mais recente, A Comunicação Ubíqua: Repercussões na Cultura e na Educação, aborda justamente o fenômeno da ubiquidade (ocupar espaços distintos simultaneamente), em suas faces cultural e educacional.

A obra investiga temas como o pós-humano, as promessas da web 3.0, as interfaces entre a cidade e o corpo. Abre uma reflexão sobre o conceito de privacidade e sua ambivalência na era digital. Enumera as principais mudanças políticas e subjetivas produzidas pelas redes digitais.

Em outros capítulos, trata do surgimento das chamadas hipermídias e transmídias. Lança luzes sobre a função pedagógica dos games. Ocupa-se especialmente das possibilidades abertas pelo fenômeno da ubiquidade.

Em linhas gerais, a tese central de Santaella é a seguinte: o estudo das mídias pressupõe uma renovação da ontologia (estudo do ser). Esta deixa de ser entendida como metafísica, ou seja, como uma análise da substância da realidade. Passa a ser o estudo dos modos de conexão de diversas realidades.

Relações, associações, mediadores, conexões. Nesse campo semântico, Santaella propõe a criação de uma "ontologia política das redes", tal como a proposta pelo sociólogo francês Bruno Latour. E também dialoga com a sua teoria do ator-rede (TAR), uma das mais instigantes do pensamento contemporâneo.

Na obra, Santaella desfaz as fronteiras entre mente e corpo. Ressalta como as relações intersubjetivas mudaram depois do advento da internet. Com base em Foucault, Deleuze e Guattari, evidencia como novos dispositivos de saber-poder surgiram com o ciberespaço.

Em outro capítulo, Santaella define o quarto regime da imagem. E o faz com três modelos da imagem fotográfica, definidos pelo filósofo Vilém Flusser. Trata-se de uma reflexão nuclear para todos que lidam com arte e com suas interfaces com novos meios. Os demais capítulos se alinham ao tema da ubiquidade, tanto em sua acepção cultural quanto pedagógica.

Em linhas gerais, a obra de Santaella demonstra a urgência de pensarmos o mundo com base em novas tecnologias. Não é apenas a análise de novas tecnologias com modelos clássicos. O importante é compreender que a vida de novas formas produz novas formas de vida. E essas novas formas de vida demandam novos modelos conceituais.

Por outro lado, a ubiquidade deixa de ser um patrimônio de elites financeiras e intelectuais do planeta. Torna-se uma experiência cotidiana. É preciso realizar aquela decisiva transgressão das máquinas, profetizada por Flusser. Ou seja, desviá-las de sua função inicial. Essa é a única maneira de reverter a alienação do ser humano produzida pelas máquinas. Usando-as em benefício de nossa liberdade. E em nome da emancipação humana.

RODRIGO PETRONIO É ESCRITOR E FILÓSOFO E PROFESSOR DA FAAP

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