Volta


Voltar de férias é um pouco como sair de um coma. Você esteve inconsciente e tem dificuldade em se reorientar. Onde estou? O que está acontecendo? O Cunha já caiu? E o Assad? O que mudou? Pior, o que não mudou? Dizem que a gente nunca entra no mesmo rio, mas este rio em que acordo me parece familiar – só que estranhamente enlameado. O que houve? Procuro algo para segurar até me reacostumar com a vida real – uma boa novidade, qualquer boa novidade! – e finalmente encontro: o Botafogo vai voltar para a primeira divisão. Pronto. Algumas coisas estão onde deveriam estar. Posso voltar também. Que venham as más notícias.

Por Luis Fernando Verissimo
Atualização:

Mesinha. Não existe lugar para você se sentir ao mesmo tempo no mundo e fora do mundo como uma mesa de calçada em Paris, tomando um café ou um “verre”. Entre turistas e nativos passa o mundo na sua frente. Você e eles estão na cidade mais cosmopolita do planeta, onde os pequenos prazeres (a mesa na calçada, o café, o “verre”) e os grandes prazeres (a beleza da cidade em si e o banquete cultural que ela oferece) convivem como em nenhum outro lugar da Terra. Ao mesmo tempo, em nenhum outro lugar você se sentia tão longe das desavenças e dos perigos do mundo como na sua pacífica mesinha de calçada. Não mais. Tanto os pequenos quanto os grandes prazeres de Paris entraram no raio de alcance dos rifles AK-102.

Às armas. As manifestações de solidariedade com as vítimas do terror em Paris e com a nação francesa se multiplicam pelo mundo, e a Marseillaise está sendo cantada com vários sotaques mundo afora. O François Hollande e a assembleia francesa a entoaram emocionados, e o presidente, que tinha declarado a França em estado de guerra, deve ter enfatizado o trecho mais empolgante do hino, o “Aux armes, citoyens!”. Porque a questão agora é como será a reação francesa aos ataques em Paris. Às armas contra o Estado Islâmico o Ocidente já foi. As ações contra o EI na Síria, com a participação intensiva da França, é, mesmo, uma das razões dos atentados covardes. Parte da culpa pela agressão é da política das grandes potências no Oriente Médio, a começar pela desastrada intervenção americana no Iraque, que está na origem do EI. De que forma mais contundente irão “aux armes” os franceses, agora? Charles De Gaulle insistiu, contra a vontade dos americanos, que a França tivesse uma “force de frappe” que incluía a bomba atômica. Que os franceses, claro, não usariam, mas pelo menos têm na manga.

Mesinha. Não existe lugar para você se sentir ao mesmo tempo no mundo e fora do mundo como uma mesa de calçada em Paris, tomando um café ou um “verre”. Entre turistas e nativos passa o mundo na sua frente. Você e eles estão na cidade mais cosmopolita do planeta, onde os pequenos prazeres (a mesa na calçada, o café, o “verre”) e os grandes prazeres (a beleza da cidade em si e o banquete cultural que ela oferece) convivem como em nenhum outro lugar da Terra. Ao mesmo tempo, em nenhum outro lugar você se sentia tão longe das desavenças e dos perigos do mundo como na sua pacífica mesinha de calçada. Não mais. Tanto os pequenos quanto os grandes prazeres de Paris entraram no raio de alcance dos rifles AK-102.

Às armas. As manifestações de solidariedade com as vítimas do terror em Paris e com a nação francesa se multiplicam pelo mundo, e a Marseillaise está sendo cantada com vários sotaques mundo afora. O François Hollande e a assembleia francesa a entoaram emocionados, e o presidente, que tinha declarado a França em estado de guerra, deve ter enfatizado o trecho mais empolgante do hino, o “Aux armes, citoyens!”. Porque a questão agora é como será a reação francesa aos ataques em Paris. Às armas contra o Estado Islâmico o Ocidente já foi. As ações contra o EI na Síria, com a participação intensiva da França, é, mesmo, uma das razões dos atentados covardes. Parte da culpa pela agressão é da política das grandes potências no Oriente Médio, a começar pela desastrada intervenção americana no Iraque, que está na origem do EI. De que forma mais contundente irão “aux armes” os franceses, agora? Charles De Gaulle insistiu, contra a vontade dos americanos, que a França tivesse uma “force de frappe” que incluía a bomba atômica. Que os franceses, claro, não usariam, mas pelo menos têm na manga.

Mesinha. Não existe lugar para você se sentir ao mesmo tempo no mundo e fora do mundo como uma mesa de calçada em Paris, tomando um café ou um “verre”. Entre turistas e nativos passa o mundo na sua frente. Você e eles estão na cidade mais cosmopolita do planeta, onde os pequenos prazeres (a mesa na calçada, o café, o “verre”) e os grandes prazeres (a beleza da cidade em si e o banquete cultural que ela oferece) convivem como em nenhum outro lugar da Terra. Ao mesmo tempo, em nenhum outro lugar você se sentia tão longe das desavenças e dos perigos do mundo como na sua pacífica mesinha de calçada. Não mais. Tanto os pequenos quanto os grandes prazeres de Paris entraram no raio de alcance dos rifles AK-102.

Às armas. As manifestações de solidariedade com as vítimas do terror em Paris e com a nação francesa se multiplicam pelo mundo, e a Marseillaise está sendo cantada com vários sotaques mundo afora. O François Hollande e a assembleia francesa a entoaram emocionados, e o presidente, que tinha declarado a França em estado de guerra, deve ter enfatizado o trecho mais empolgante do hino, o “Aux armes, citoyens!”. Porque a questão agora é como será a reação francesa aos ataques em Paris. Às armas contra o Estado Islâmico o Ocidente já foi. As ações contra o EI na Síria, com a participação intensiva da França, é, mesmo, uma das razões dos atentados covardes. Parte da culpa pela agressão é da política das grandes potências no Oriente Médio, a começar pela desastrada intervenção americana no Iraque, que está na origem do EI. De que forma mais contundente irão “aux armes” os franceses, agora? Charles De Gaulle insistiu, contra a vontade dos americanos, que a França tivesse uma “force de frappe” que incluía a bomba atômica. Que os franceses, claro, não usariam, mas pelo menos têm na manga.

Mesinha. Não existe lugar para você se sentir ao mesmo tempo no mundo e fora do mundo como uma mesa de calçada em Paris, tomando um café ou um “verre”. Entre turistas e nativos passa o mundo na sua frente. Você e eles estão na cidade mais cosmopolita do planeta, onde os pequenos prazeres (a mesa na calçada, o café, o “verre”) e os grandes prazeres (a beleza da cidade em si e o banquete cultural que ela oferece) convivem como em nenhum outro lugar da Terra. Ao mesmo tempo, em nenhum outro lugar você se sentia tão longe das desavenças e dos perigos do mundo como na sua pacífica mesinha de calçada. Não mais. Tanto os pequenos quanto os grandes prazeres de Paris entraram no raio de alcance dos rifles AK-102.

Às armas. As manifestações de solidariedade com as vítimas do terror em Paris e com a nação francesa se multiplicam pelo mundo, e a Marseillaise está sendo cantada com vários sotaques mundo afora. O François Hollande e a assembleia francesa a entoaram emocionados, e o presidente, que tinha declarado a França em estado de guerra, deve ter enfatizado o trecho mais empolgante do hino, o “Aux armes, citoyens!”. Porque a questão agora é como será a reação francesa aos ataques em Paris. Às armas contra o Estado Islâmico o Ocidente já foi. As ações contra o EI na Síria, com a participação intensiva da França, é, mesmo, uma das razões dos atentados covardes. Parte da culpa pela agressão é da política das grandes potências no Oriente Médio, a começar pela desastrada intervenção americana no Iraque, que está na origem do EI. De que forma mais contundente irão “aux armes” os franceses, agora? Charles De Gaulle insistiu, contra a vontade dos americanos, que a França tivesse uma “force de frappe” que incluía a bomba atômica. Que os franceses, claro, não usariam, mas pelo menos têm na manga.

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