Uma geléia geral a partir do cinema

Festival Varilux


Por Luiz Carlos Merten

Escrevi ontem à noite aquele post, rapidamente, só para dar notícia, mas não creio que tenha dado conta do encantamento que me produziu 'Faça-me Feliz'. O filme de Emmanuel Mouret terá sessões hoje à tarde, 14 horas, na Reserva Cultural, e às 18h20 no Arteplex Frei Caneca. Falei em Jacques Tati, a propósito de Mouret, e da originalidade da sua proposta, que consiste em aplicar à comédia romântica certos postulados estéticos do criador de M. Hulot. Mas há algo também de Buster Keaton, o homem que nunca ria, em Mouret, porque ele passa pelo filme, e por todos os acidentes que catalisa, também sem rir. No final, mesmo quando obtém, enfim, o desejado sexo, há um clima de tristeza, porque algo se perdeu no meio do caminho. Estou falando de uma forma meio aérea, para não tirar a graça de quem for ver o filme. Eu mesmo não sabia o que esperar, quando entrei sábado na sala do Estação Ipanema, no Rio. Só me haviam dito que o filme era 'drôle', engraçado, mas é uma graça triste que faz seu encanto particular (para mim, pelo menos). O Festival Varilux mostra hoje pesos pesados - 'Oceanos', o documentário, melhor dizendo, balé marítimo de Jacques Perrin e Jacques Cluzaud, às 16 horas no Arteplex; e 'Hadewijch', de Bruno Dumont, às 18h10, na Reserva Cultural. Conversei bastante com Cluzaud, no Rio, e a entrevista está no 'Caderno 2' de hoje. Depois de fazer com que a gente voasse com os pássaros em 'Migração Alada', Cluzaud e Perrin nos levam agora ao fundo do mar, entre os peixes. Há um momento do filme em que a câmara nada ao lado do grande tubarão branco e ele contou, o que é difícil de acreditar, que o bicho não ataca o homem, que o tubarão branco como predador é lenda. Incomodado pelo som ou pelas bolhas de ar, ele tenta abocanhá-las e termina arrancando pedaços de pessoas e animais. Para evitar que os mergulhadores produzissem bolhas de ar no fundo d'água, eles usaram roupas especiais, que reciclavam internamente o ar produzido pela respiração. Dessa maneira, conseguiram chegar, sem que um acidente tenha sido produzido, mais perto do tubarão branco do que quaisquer outros cinegrafistas. E hoje, às 15h50 na Reserva e às 20h10 no Arteplex, ainda tem 'Coco Chanel & Igor Stravinsky'. Revi o filme que encerrou Cannes no ano passado na quinta-feira, quando abriu o Festival Varilux no Odeon, em plena Cinelândia do Rio. Na saída, ocorreu algo maravilhoso. A ópera 'O Trovador', de Verdi, montada por Bia Lessa, terminava ao mesmo tempo no recém inaugurado Teatro Municipal. A Cinelândia estava super iluminada, os dois públicos se encontraram e formaram um rio humano, com ondas que se espalhavam para todos os lados. Fiquei pasmo, no meio daquela multidão, na qual havia pessoas conhecidas. De volta a 'Coco Chanel' a versão de Jan Kounen, com Anna Mouglalis e Mads Mikkelsen. Ela é carismática, ele é um p... ator. Não creio que seja um grande filme, nem mesmo um bom, realmente bom. Mas tive imenso prazer em rever 'Coco Chanel & Igor Stravinsky' e a cena inicial é de cortar o fôlego. Kounen reconstitui o momento de estreia de 'A Sagração da Primavera', quando a música de Stravinsky, coreografada por Nijinsky, foi rejeitada pela plateia parisiense. A recriação da cena é impressionante, os bailarinos no palco, sob vaias, o público dispersando-se, o clima de caos dominando o teatro e o colapso atingindo o artista nos bastidores. Pode ser, como já disse, que o filme não seja tão bom, mas esta cena é genial - no fim, há outra apresentação da 'Sagração', sem coreografia, e aí é a apoteose. Entre esses extremos, Coco e Stravinsky vivem uma relação intensa, que o espectador já sabe, desde o começo, estar condenada pelo temperamento dos dois. Stravinsky revolucionou a música, suas cenas de sexo com Anna/Coco são acrobáticas. Nada de impressionismo - eletricidade, tempestade pura. Vejam e depois digam se exagero. Pensei em Glauber, 'Terra em Transe', e antes dele em Anthony Mann, 'A Queda do Império Romano', Sophia Loren correndo entre o povo, nas ruas, enquanto Roma está sendo leiloada. É preciso uma ordem para filmar o caos, o transe. Não basta soltar a câmera. Não estranhem se me virem hoje numa das sessões do filme de Kounen. Aquele começo, como dizem os franceses, 'm'a bouleversé'.

Escrevi ontem à noite aquele post, rapidamente, só para dar notícia, mas não creio que tenha dado conta do encantamento que me produziu 'Faça-me Feliz'. O filme de Emmanuel Mouret terá sessões hoje à tarde, 14 horas, na Reserva Cultural, e às 18h20 no Arteplex Frei Caneca. Falei em Jacques Tati, a propósito de Mouret, e da originalidade da sua proposta, que consiste em aplicar à comédia romântica certos postulados estéticos do criador de M. Hulot. Mas há algo também de Buster Keaton, o homem que nunca ria, em Mouret, porque ele passa pelo filme, e por todos os acidentes que catalisa, também sem rir. No final, mesmo quando obtém, enfim, o desejado sexo, há um clima de tristeza, porque algo se perdeu no meio do caminho. Estou falando de uma forma meio aérea, para não tirar a graça de quem for ver o filme. Eu mesmo não sabia o que esperar, quando entrei sábado na sala do Estação Ipanema, no Rio. Só me haviam dito que o filme era 'drôle', engraçado, mas é uma graça triste que faz seu encanto particular (para mim, pelo menos). O Festival Varilux mostra hoje pesos pesados - 'Oceanos', o documentário, melhor dizendo, balé marítimo de Jacques Perrin e Jacques Cluzaud, às 16 horas no Arteplex; e 'Hadewijch', de Bruno Dumont, às 18h10, na Reserva Cultural. Conversei bastante com Cluzaud, no Rio, e a entrevista está no 'Caderno 2' de hoje. Depois de fazer com que a gente voasse com os pássaros em 'Migração Alada', Cluzaud e Perrin nos levam agora ao fundo do mar, entre os peixes. Há um momento do filme em que a câmara nada ao lado do grande tubarão branco e ele contou, o que é difícil de acreditar, que o bicho não ataca o homem, que o tubarão branco como predador é lenda. Incomodado pelo som ou pelas bolhas de ar, ele tenta abocanhá-las e termina arrancando pedaços de pessoas e animais. Para evitar que os mergulhadores produzissem bolhas de ar no fundo d'água, eles usaram roupas especiais, que reciclavam internamente o ar produzido pela respiração. Dessa maneira, conseguiram chegar, sem que um acidente tenha sido produzido, mais perto do tubarão branco do que quaisquer outros cinegrafistas. E hoje, às 15h50 na Reserva e às 20h10 no Arteplex, ainda tem 'Coco Chanel & Igor Stravinsky'. Revi o filme que encerrou Cannes no ano passado na quinta-feira, quando abriu o Festival Varilux no Odeon, em plena Cinelândia do Rio. Na saída, ocorreu algo maravilhoso. A ópera 'O Trovador', de Verdi, montada por Bia Lessa, terminava ao mesmo tempo no recém inaugurado Teatro Municipal. A Cinelândia estava super iluminada, os dois públicos se encontraram e formaram um rio humano, com ondas que se espalhavam para todos os lados. Fiquei pasmo, no meio daquela multidão, na qual havia pessoas conhecidas. De volta a 'Coco Chanel' a versão de Jan Kounen, com Anna Mouglalis e Mads Mikkelsen. Ela é carismática, ele é um p... ator. Não creio que seja um grande filme, nem mesmo um bom, realmente bom. Mas tive imenso prazer em rever 'Coco Chanel & Igor Stravinsky' e a cena inicial é de cortar o fôlego. Kounen reconstitui o momento de estreia de 'A Sagração da Primavera', quando a música de Stravinsky, coreografada por Nijinsky, foi rejeitada pela plateia parisiense. A recriação da cena é impressionante, os bailarinos no palco, sob vaias, o público dispersando-se, o clima de caos dominando o teatro e o colapso atingindo o artista nos bastidores. Pode ser, como já disse, que o filme não seja tão bom, mas esta cena é genial - no fim, há outra apresentação da 'Sagração', sem coreografia, e aí é a apoteose. Entre esses extremos, Coco e Stravinsky vivem uma relação intensa, que o espectador já sabe, desde o começo, estar condenada pelo temperamento dos dois. Stravinsky revolucionou a música, suas cenas de sexo com Anna/Coco são acrobáticas. Nada de impressionismo - eletricidade, tempestade pura. Vejam e depois digam se exagero. Pensei em Glauber, 'Terra em Transe', e antes dele em Anthony Mann, 'A Queda do Império Romano', Sophia Loren correndo entre o povo, nas ruas, enquanto Roma está sendo leiloada. É preciso uma ordem para filmar o caos, o transe. Não basta soltar a câmera. Não estranhem se me virem hoje numa das sessões do filme de Kounen. Aquele começo, como dizem os franceses, 'm'a bouleversé'.

Escrevi ontem à noite aquele post, rapidamente, só para dar notícia, mas não creio que tenha dado conta do encantamento que me produziu 'Faça-me Feliz'. O filme de Emmanuel Mouret terá sessões hoje à tarde, 14 horas, na Reserva Cultural, e às 18h20 no Arteplex Frei Caneca. Falei em Jacques Tati, a propósito de Mouret, e da originalidade da sua proposta, que consiste em aplicar à comédia romântica certos postulados estéticos do criador de M. Hulot. Mas há algo também de Buster Keaton, o homem que nunca ria, em Mouret, porque ele passa pelo filme, e por todos os acidentes que catalisa, também sem rir. No final, mesmo quando obtém, enfim, o desejado sexo, há um clima de tristeza, porque algo se perdeu no meio do caminho. Estou falando de uma forma meio aérea, para não tirar a graça de quem for ver o filme. Eu mesmo não sabia o que esperar, quando entrei sábado na sala do Estação Ipanema, no Rio. Só me haviam dito que o filme era 'drôle', engraçado, mas é uma graça triste que faz seu encanto particular (para mim, pelo menos). O Festival Varilux mostra hoje pesos pesados - 'Oceanos', o documentário, melhor dizendo, balé marítimo de Jacques Perrin e Jacques Cluzaud, às 16 horas no Arteplex; e 'Hadewijch', de Bruno Dumont, às 18h10, na Reserva Cultural. Conversei bastante com Cluzaud, no Rio, e a entrevista está no 'Caderno 2' de hoje. Depois de fazer com que a gente voasse com os pássaros em 'Migração Alada', Cluzaud e Perrin nos levam agora ao fundo do mar, entre os peixes. Há um momento do filme em que a câmara nada ao lado do grande tubarão branco e ele contou, o que é difícil de acreditar, que o bicho não ataca o homem, que o tubarão branco como predador é lenda. Incomodado pelo som ou pelas bolhas de ar, ele tenta abocanhá-las e termina arrancando pedaços de pessoas e animais. Para evitar que os mergulhadores produzissem bolhas de ar no fundo d'água, eles usaram roupas especiais, que reciclavam internamente o ar produzido pela respiração. Dessa maneira, conseguiram chegar, sem que um acidente tenha sido produzido, mais perto do tubarão branco do que quaisquer outros cinegrafistas. E hoje, às 15h50 na Reserva e às 20h10 no Arteplex, ainda tem 'Coco Chanel & Igor Stravinsky'. Revi o filme que encerrou Cannes no ano passado na quinta-feira, quando abriu o Festival Varilux no Odeon, em plena Cinelândia do Rio. Na saída, ocorreu algo maravilhoso. A ópera 'O Trovador', de Verdi, montada por Bia Lessa, terminava ao mesmo tempo no recém inaugurado Teatro Municipal. A Cinelândia estava super iluminada, os dois públicos se encontraram e formaram um rio humano, com ondas que se espalhavam para todos os lados. Fiquei pasmo, no meio daquela multidão, na qual havia pessoas conhecidas. De volta a 'Coco Chanel' a versão de Jan Kounen, com Anna Mouglalis e Mads Mikkelsen. Ela é carismática, ele é um p... ator. Não creio que seja um grande filme, nem mesmo um bom, realmente bom. Mas tive imenso prazer em rever 'Coco Chanel & Igor Stravinsky' e a cena inicial é de cortar o fôlego. Kounen reconstitui o momento de estreia de 'A Sagração da Primavera', quando a música de Stravinsky, coreografada por Nijinsky, foi rejeitada pela plateia parisiense. A recriação da cena é impressionante, os bailarinos no palco, sob vaias, o público dispersando-se, o clima de caos dominando o teatro e o colapso atingindo o artista nos bastidores. Pode ser, como já disse, que o filme não seja tão bom, mas esta cena é genial - no fim, há outra apresentação da 'Sagração', sem coreografia, e aí é a apoteose. Entre esses extremos, Coco e Stravinsky vivem uma relação intensa, que o espectador já sabe, desde o começo, estar condenada pelo temperamento dos dois. Stravinsky revolucionou a música, suas cenas de sexo com Anna/Coco são acrobáticas. Nada de impressionismo - eletricidade, tempestade pura. Vejam e depois digam se exagero. Pensei em Glauber, 'Terra em Transe', e antes dele em Anthony Mann, 'A Queda do Império Romano', Sophia Loren correndo entre o povo, nas ruas, enquanto Roma está sendo leiloada. É preciso uma ordem para filmar o caos, o transe. Não basta soltar a câmera. Não estranhem se me virem hoje numa das sessões do filme de Kounen. Aquele começo, como dizem os franceses, 'm'a bouleversé'.

Escrevi ontem à noite aquele post, rapidamente, só para dar notícia, mas não creio que tenha dado conta do encantamento que me produziu 'Faça-me Feliz'. O filme de Emmanuel Mouret terá sessões hoje à tarde, 14 horas, na Reserva Cultural, e às 18h20 no Arteplex Frei Caneca. Falei em Jacques Tati, a propósito de Mouret, e da originalidade da sua proposta, que consiste em aplicar à comédia romântica certos postulados estéticos do criador de M. Hulot. Mas há algo também de Buster Keaton, o homem que nunca ria, em Mouret, porque ele passa pelo filme, e por todos os acidentes que catalisa, também sem rir. No final, mesmo quando obtém, enfim, o desejado sexo, há um clima de tristeza, porque algo se perdeu no meio do caminho. Estou falando de uma forma meio aérea, para não tirar a graça de quem for ver o filme. Eu mesmo não sabia o que esperar, quando entrei sábado na sala do Estação Ipanema, no Rio. Só me haviam dito que o filme era 'drôle', engraçado, mas é uma graça triste que faz seu encanto particular (para mim, pelo menos). O Festival Varilux mostra hoje pesos pesados - 'Oceanos', o documentário, melhor dizendo, balé marítimo de Jacques Perrin e Jacques Cluzaud, às 16 horas no Arteplex; e 'Hadewijch', de Bruno Dumont, às 18h10, na Reserva Cultural. Conversei bastante com Cluzaud, no Rio, e a entrevista está no 'Caderno 2' de hoje. Depois de fazer com que a gente voasse com os pássaros em 'Migração Alada', Cluzaud e Perrin nos levam agora ao fundo do mar, entre os peixes. Há um momento do filme em que a câmara nada ao lado do grande tubarão branco e ele contou, o que é difícil de acreditar, que o bicho não ataca o homem, que o tubarão branco como predador é lenda. Incomodado pelo som ou pelas bolhas de ar, ele tenta abocanhá-las e termina arrancando pedaços de pessoas e animais. Para evitar que os mergulhadores produzissem bolhas de ar no fundo d'água, eles usaram roupas especiais, que reciclavam internamente o ar produzido pela respiração. Dessa maneira, conseguiram chegar, sem que um acidente tenha sido produzido, mais perto do tubarão branco do que quaisquer outros cinegrafistas. E hoje, às 15h50 na Reserva e às 20h10 no Arteplex, ainda tem 'Coco Chanel & Igor Stravinsky'. Revi o filme que encerrou Cannes no ano passado na quinta-feira, quando abriu o Festival Varilux no Odeon, em plena Cinelândia do Rio. Na saída, ocorreu algo maravilhoso. A ópera 'O Trovador', de Verdi, montada por Bia Lessa, terminava ao mesmo tempo no recém inaugurado Teatro Municipal. A Cinelândia estava super iluminada, os dois públicos se encontraram e formaram um rio humano, com ondas que se espalhavam para todos os lados. Fiquei pasmo, no meio daquela multidão, na qual havia pessoas conhecidas. De volta a 'Coco Chanel' a versão de Jan Kounen, com Anna Mouglalis e Mads Mikkelsen. Ela é carismática, ele é um p... ator. Não creio que seja um grande filme, nem mesmo um bom, realmente bom. Mas tive imenso prazer em rever 'Coco Chanel & Igor Stravinsky' e a cena inicial é de cortar o fôlego. Kounen reconstitui o momento de estreia de 'A Sagração da Primavera', quando a música de Stravinsky, coreografada por Nijinsky, foi rejeitada pela plateia parisiense. A recriação da cena é impressionante, os bailarinos no palco, sob vaias, o público dispersando-se, o clima de caos dominando o teatro e o colapso atingindo o artista nos bastidores. Pode ser, como já disse, que o filme não seja tão bom, mas esta cena é genial - no fim, há outra apresentação da 'Sagração', sem coreografia, e aí é a apoteose. Entre esses extremos, Coco e Stravinsky vivem uma relação intensa, que o espectador já sabe, desde o começo, estar condenada pelo temperamento dos dois. Stravinsky revolucionou a música, suas cenas de sexo com Anna/Coco são acrobáticas. Nada de impressionismo - eletricidade, tempestade pura. Vejam e depois digam se exagero. Pensei em Glauber, 'Terra em Transe', e antes dele em Anthony Mann, 'A Queda do Império Romano', Sophia Loren correndo entre o povo, nas ruas, enquanto Roma está sendo leiloada. É preciso uma ordem para filmar o caos, o transe. Não basta soltar a câmera. Não estranhem se me virem hoje numa das sessões do filme de Kounen. Aquele começo, como dizem os franceses, 'm'a bouleversé'.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.