Uma geléia geral a partir do cinema

'Fort Saganne'


Por Luiz Carlos Merten

Confesso que gostava dos policiais de Alain Corneau. 'Calibre Python 357', 'Encurralado para Morrer', 'Série Noir'. E, então, em meados dos anos 1980 veio a virada, com 'Fort Saganne'. Corneau, considerado o mais clássico cineasta de sua geração, trocou a cidade pelo deserto - e pelo passado colonial francês. Gérard Depardieu, Catherine Deneuve, Philippe Noiret, Sophie Marceau, imagens deslumbrantes, a trilha idem e a história calcada nas velhas aventuras da Legião Estrangeira, com ecos de 'Beau Geste'. Depardieu combate tribos nômades no Saara. Saudades de 'Lawrence da Arábia' e de Alec Guinness, dizendo a seus 'filhos' Peter O'Toole e Omar Sharif que eles devem sair de cena porque começa a política profissional e, com ela, a podridão. É um  pouco a trajetória do tenente Saganne e das duas mulheres de sua vida, a jovem Sophie Marceau e a mais madura Deneuve, na França de 1910/11. Na sequência, Corneau inspirtou-se em Antonio Tabucchi para 'Noturno Indiano', a trilha de Schubert e a história do francês que busca, na Índia, um amigo desaparecido e encontra o conhecimento (e o sentido da vida). No começo dos anos 1990, Corneau chega, enfim, ao ápice com 'Todas as Manhãs do Mundo'. Jean-Pierre Marielle é extraordinário como o senhor de Saint-Colombe, que, no século 17, levou a viola de gamba à perfeição, mas o filme não é sobre a arte da música. A grande, a verdadeira arte para Corneau, em 'Todas as Manhãs' como em 'Noturno Indiano', é sempre o ser humano. O que buscam os personagens do autor? A transcendência. O que busca, ele próprio? A superação, como homem e artista? Corneau dá a impressão de desconfiar dessa superação, porque o que lhe interessa é o homem com seus limites. Depardieu e Marielle vivem experiências diversas, mas a dádiva da manhã que buscam é rigorosamente a mesma - a vida. Nunca consegui assistir ao remake de 'Le Deuxième Souffle', Os Profissionais do Crime. Corneau, que foi considerado o herdeiro, o sucessor de Jean-Pierre Melville no filme noir, refez um dos maiores filmes do mestre. A repercussão não foi aquela com que ele sonhava, nem de público nem de crítica. Corneau morreu em agosto do ano passado, aos 67 anos. E, agora, a Signature Pictures resgata 'Fort Saganne' em DVD. Outro filme com a bela Deneuve, como 'A Chamada do Amor', La Chamade. Estou adorando esses reencontros com autores, e filmes, que pareciam distantes - perdidos? - no meu imaginário.

Confesso que gostava dos policiais de Alain Corneau. 'Calibre Python 357', 'Encurralado para Morrer', 'Série Noir'. E, então, em meados dos anos 1980 veio a virada, com 'Fort Saganne'. Corneau, considerado o mais clássico cineasta de sua geração, trocou a cidade pelo deserto - e pelo passado colonial francês. Gérard Depardieu, Catherine Deneuve, Philippe Noiret, Sophie Marceau, imagens deslumbrantes, a trilha idem e a história calcada nas velhas aventuras da Legião Estrangeira, com ecos de 'Beau Geste'. Depardieu combate tribos nômades no Saara. Saudades de 'Lawrence da Arábia' e de Alec Guinness, dizendo a seus 'filhos' Peter O'Toole e Omar Sharif que eles devem sair de cena porque começa a política profissional e, com ela, a podridão. É um  pouco a trajetória do tenente Saganne e das duas mulheres de sua vida, a jovem Sophie Marceau e a mais madura Deneuve, na França de 1910/11. Na sequência, Corneau inspirtou-se em Antonio Tabucchi para 'Noturno Indiano', a trilha de Schubert e a história do francês que busca, na Índia, um amigo desaparecido e encontra o conhecimento (e o sentido da vida). No começo dos anos 1990, Corneau chega, enfim, ao ápice com 'Todas as Manhãs do Mundo'. Jean-Pierre Marielle é extraordinário como o senhor de Saint-Colombe, que, no século 17, levou a viola de gamba à perfeição, mas o filme não é sobre a arte da música. A grande, a verdadeira arte para Corneau, em 'Todas as Manhãs' como em 'Noturno Indiano', é sempre o ser humano. O que buscam os personagens do autor? A transcendência. O que busca, ele próprio? A superação, como homem e artista? Corneau dá a impressão de desconfiar dessa superação, porque o que lhe interessa é o homem com seus limites. Depardieu e Marielle vivem experiências diversas, mas a dádiva da manhã que buscam é rigorosamente a mesma - a vida. Nunca consegui assistir ao remake de 'Le Deuxième Souffle', Os Profissionais do Crime. Corneau, que foi considerado o herdeiro, o sucessor de Jean-Pierre Melville no filme noir, refez um dos maiores filmes do mestre. A repercussão não foi aquela com que ele sonhava, nem de público nem de crítica. Corneau morreu em agosto do ano passado, aos 67 anos. E, agora, a Signature Pictures resgata 'Fort Saganne' em DVD. Outro filme com a bela Deneuve, como 'A Chamada do Amor', La Chamade. Estou adorando esses reencontros com autores, e filmes, que pareciam distantes - perdidos? - no meu imaginário.

Confesso que gostava dos policiais de Alain Corneau. 'Calibre Python 357', 'Encurralado para Morrer', 'Série Noir'. E, então, em meados dos anos 1980 veio a virada, com 'Fort Saganne'. Corneau, considerado o mais clássico cineasta de sua geração, trocou a cidade pelo deserto - e pelo passado colonial francês. Gérard Depardieu, Catherine Deneuve, Philippe Noiret, Sophie Marceau, imagens deslumbrantes, a trilha idem e a história calcada nas velhas aventuras da Legião Estrangeira, com ecos de 'Beau Geste'. Depardieu combate tribos nômades no Saara. Saudades de 'Lawrence da Arábia' e de Alec Guinness, dizendo a seus 'filhos' Peter O'Toole e Omar Sharif que eles devem sair de cena porque começa a política profissional e, com ela, a podridão. É um  pouco a trajetória do tenente Saganne e das duas mulheres de sua vida, a jovem Sophie Marceau e a mais madura Deneuve, na França de 1910/11. Na sequência, Corneau inspirtou-se em Antonio Tabucchi para 'Noturno Indiano', a trilha de Schubert e a história do francês que busca, na Índia, um amigo desaparecido e encontra o conhecimento (e o sentido da vida). No começo dos anos 1990, Corneau chega, enfim, ao ápice com 'Todas as Manhãs do Mundo'. Jean-Pierre Marielle é extraordinário como o senhor de Saint-Colombe, que, no século 17, levou a viola de gamba à perfeição, mas o filme não é sobre a arte da música. A grande, a verdadeira arte para Corneau, em 'Todas as Manhãs' como em 'Noturno Indiano', é sempre o ser humano. O que buscam os personagens do autor? A transcendência. O que busca, ele próprio? A superação, como homem e artista? Corneau dá a impressão de desconfiar dessa superação, porque o que lhe interessa é o homem com seus limites. Depardieu e Marielle vivem experiências diversas, mas a dádiva da manhã que buscam é rigorosamente a mesma - a vida. Nunca consegui assistir ao remake de 'Le Deuxième Souffle', Os Profissionais do Crime. Corneau, que foi considerado o herdeiro, o sucessor de Jean-Pierre Melville no filme noir, refez um dos maiores filmes do mestre. A repercussão não foi aquela com que ele sonhava, nem de público nem de crítica. Corneau morreu em agosto do ano passado, aos 67 anos. E, agora, a Signature Pictures resgata 'Fort Saganne' em DVD. Outro filme com a bela Deneuve, como 'A Chamada do Amor', La Chamade. Estou adorando esses reencontros com autores, e filmes, que pareciam distantes - perdidos? - no meu imaginário.

Confesso que gostava dos policiais de Alain Corneau. 'Calibre Python 357', 'Encurralado para Morrer', 'Série Noir'. E, então, em meados dos anos 1980 veio a virada, com 'Fort Saganne'. Corneau, considerado o mais clássico cineasta de sua geração, trocou a cidade pelo deserto - e pelo passado colonial francês. Gérard Depardieu, Catherine Deneuve, Philippe Noiret, Sophie Marceau, imagens deslumbrantes, a trilha idem e a história calcada nas velhas aventuras da Legião Estrangeira, com ecos de 'Beau Geste'. Depardieu combate tribos nômades no Saara. Saudades de 'Lawrence da Arábia' e de Alec Guinness, dizendo a seus 'filhos' Peter O'Toole e Omar Sharif que eles devem sair de cena porque começa a política profissional e, com ela, a podridão. É um  pouco a trajetória do tenente Saganne e das duas mulheres de sua vida, a jovem Sophie Marceau e a mais madura Deneuve, na França de 1910/11. Na sequência, Corneau inspirtou-se em Antonio Tabucchi para 'Noturno Indiano', a trilha de Schubert e a história do francês que busca, na Índia, um amigo desaparecido e encontra o conhecimento (e o sentido da vida). No começo dos anos 1990, Corneau chega, enfim, ao ápice com 'Todas as Manhãs do Mundo'. Jean-Pierre Marielle é extraordinário como o senhor de Saint-Colombe, que, no século 17, levou a viola de gamba à perfeição, mas o filme não é sobre a arte da música. A grande, a verdadeira arte para Corneau, em 'Todas as Manhãs' como em 'Noturno Indiano', é sempre o ser humano. O que buscam os personagens do autor? A transcendência. O que busca, ele próprio? A superação, como homem e artista? Corneau dá a impressão de desconfiar dessa superação, porque o que lhe interessa é o homem com seus limites. Depardieu e Marielle vivem experiências diversas, mas a dádiva da manhã que buscam é rigorosamente a mesma - a vida. Nunca consegui assistir ao remake de 'Le Deuxième Souffle', Os Profissionais do Crime. Corneau, que foi considerado o herdeiro, o sucessor de Jean-Pierre Melville no filme noir, refez um dos maiores filmes do mestre. A repercussão não foi aquela com que ele sonhava, nem de público nem de crítica. Corneau morreu em agosto do ano passado, aos 67 anos. E, agora, a Signature Pictures resgata 'Fort Saganne' em DVD. Outro filme com a bela Deneuve, como 'A Chamada do Amor', La Chamade. Estou adorando esses reencontros com autores, e filmes, que pareciam distantes - perdidos? - no meu imaginário.

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