Uma geléia geral a partir do cinema

Homem sem estrela


Por Luiz Carlos Merten

King Vidor deve sua fama aos filmes que fez ainda no período silencioso. Jean Tulard, no 'Dicionário de Cinema', diz que a era das obras-primas começa quando ele entra para a Metro, em 1923. 'Big Parade', 'The Crowd', 'Show People'. Com o sonoro surgem 'Hallellujah', 'Street Scene', O Turbilhão da Metrópole, e 'Our Daily Bread', O Pão Nosso de Cada Dia. E, logo, os melodramas, como 'Stella Dallas', Mãe Redentora, e os westerns, como 'Atiradores do Texas'. Confesso que tenho imensa curiosidade por um filme que nunca vi, 'A Cidadela', produzido por Joseph L. Mankiewicz e adaptado de um escritor hoje esquecido, mas que foi muito popular nos anos 1930, 40 e 50, A. J. Cronin. O 'meu' King Vidor situa-se no período de uma década, entre 1946 e 56, quando ele assina seus filmes mais apaixonantes - 'Duelo ao Sol', 'Fúria do Desejo', 'Homem sem Rumo' e 'Guerra e Paz'. Muita gente o acusa de haver edulcorado Leon Tolstoi, como Richard Brooks também teria edulcorado Dostoievski, em 'Os Irmãos Karamazov'. Bobagem. A transcriação, transposição de mídias, muitas vezes faz com que os diretores tenham de trair para permanecer fieis aos autores dos livros que colocam na tela. A batalha de Borodino em 'Guerra e Paz' filtra Tolstoi por Stendhal - é Fabrizio del Dongo atravessando o campo de batalha na 'Cartuxa de Parma'. Aquilo não é apenas lindo, visualmente, como revela uma profunda compreensão do fenômeno da guerra e seu efeito sobre as pessoas. E é curioso como o cineasta 'social' do começo da carreira, o que denunciava a exploração dos pobres e a desumanização das metrópoles, tenha se transformado num radical defensor do indivíduo face às civilização. Kirk Douglas é o homem sem estrela, Without a Star, do western agora resgatado em DVD. Ele se movimenta sem rumo num Oeste cujos espaços não são mais abertos e as amplas planícies, recortadas, passam a ser delimitadas pelos novos proprietários com arame farpado. Todos os conflitos do filme - Kirk Douglas indo parar na fazenda de Jeanne Crain - envolvem a sexualidade que as heroínas do rei Vidor sempre gostaram de exercitar, mesmo a última delas, a bíblica rainha de Sabá, Gina Lollobrigida em 'Salomon and Sheba', mas o fundo aqui é o mítico conceito de liberdade perseguido por caubóis solitários como Douglas. Faz tempo que não vejo 'Homem sem Rumo', nem na TV, paga ou aberta, mas é um filme que sempre me atraiu e do qual guardo a lembrança de cenas devastadoras, entre elas justamente a do herói marcado pela surra de arame. 'Homem sem Rumo' é de 1955, o mesmo ano de 'Um Certo Capitão Lockhart', A Man from Laramie, de Anthony Mann, com James Stewart, com o qual guarda algumas similaridades importantes. Em ambos, o 'mocinho' é humilhado, marcado, mas consegue dar a volta por cima, mesmo que permança, basicamente, um inadaptado. Não sei se muitos de vocês - quantos? - conhecem o western de King Vidor, só sei que pode ser uma experiência e tanto vê-lo, o que recomendo, vivamente.

King Vidor deve sua fama aos filmes que fez ainda no período silencioso. Jean Tulard, no 'Dicionário de Cinema', diz que a era das obras-primas começa quando ele entra para a Metro, em 1923. 'Big Parade', 'The Crowd', 'Show People'. Com o sonoro surgem 'Hallellujah', 'Street Scene', O Turbilhão da Metrópole, e 'Our Daily Bread', O Pão Nosso de Cada Dia. E, logo, os melodramas, como 'Stella Dallas', Mãe Redentora, e os westerns, como 'Atiradores do Texas'. Confesso que tenho imensa curiosidade por um filme que nunca vi, 'A Cidadela', produzido por Joseph L. Mankiewicz e adaptado de um escritor hoje esquecido, mas que foi muito popular nos anos 1930, 40 e 50, A. J. Cronin. O 'meu' King Vidor situa-se no período de uma década, entre 1946 e 56, quando ele assina seus filmes mais apaixonantes - 'Duelo ao Sol', 'Fúria do Desejo', 'Homem sem Rumo' e 'Guerra e Paz'. Muita gente o acusa de haver edulcorado Leon Tolstoi, como Richard Brooks também teria edulcorado Dostoievski, em 'Os Irmãos Karamazov'. Bobagem. A transcriação, transposição de mídias, muitas vezes faz com que os diretores tenham de trair para permanecer fieis aos autores dos livros que colocam na tela. A batalha de Borodino em 'Guerra e Paz' filtra Tolstoi por Stendhal - é Fabrizio del Dongo atravessando o campo de batalha na 'Cartuxa de Parma'. Aquilo não é apenas lindo, visualmente, como revela uma profunda compreensão do fenômeno da guerra e seu efeito sobre as pessoas. E é curioso como o cineasta 'social' do começo da carreira, o que denunciava a exploração dos pobres e a desumanização das metrópoles, tenha se transformado num radical defensor do indivíduo face às civilização. Kirk Douglas é o homem sem estrela, Without a Star, do western agora resgatado em DVD. Ele se movimenta sem rumo num Oeste cujos espaços não são mais abertos e as amplas planícies, recortadas, passam a ser delimitadas pelos novos proprietários com arame farpado. Todos os conflitos do filme - Kirk Douglas indo parar na fazenda de Jeanne Crain - envolvem a sexualidade que as heroínas do rei Vidor sempre gostaram de exercitar, mesmo a última delas, a bíblica rainha de Sabá, Gina Lollobrigida em 'Salomon and Sheba', mas o fundo aqui é o mítico conceito de liberdade perseguido por caubóis solitários como Douglas. Faz tempo que não vejo 'Homem sem Rumo', nem na TV, paga ou aberta, mas é um filme que sempre me atraiu e do qual guardo a lembrança de cenas devastadoras, entre elas justamente a do herói marcado pela surra de arame. 'Homem sem Rumo' é de 1955, o mesmo ano de 'Um Certo Capitão Lockhart', A Man from Laramie, de Anthony Mann, com James Stewart, com o qual guarda algumas similaridades importantes. Em ambos, o 'mocinho' é humilhado, marcado, mas consegue dar a volta por cima, mesmo que permança, basicamente, um inadaptado. Não sei se muitos de vocês - quantos? - conhecem o western de King Vidor, só sei que pode ser uma experiência e tanto vê-lo, o que recomendo, vivamente.

King Vidor deve sua fama aos filmes que fez ainda no período silencioso. Jean Tulard, no 'Dicionário de Cinema', diz que a era das obras-primas começa quando ele entra para a Metro, em 1923. 'Big Parade', 'The Crowd', 'Show People'. Com o sonoro surgem 'Hallellujah', 'Street Scene', O Turbilhão da Metrópole, e 'Our Daily Bread', O Pão Nosso de Cada Dia. E, logo, os melodramas, como 'Stella Dallas', Mãe Redentora, e os westerns, como 'Atiradores do Texas'. Confesso que tenho imensa curiosidade por um filme que nunca vi, 'A Cidadela', produzido por Joseph L. Mankiewicz e adaptado de um escritor hoje esquecido, mas que foi muito popular nos anos 1930, 40 e 50, A. J. Cronin. O 'meu' King Vidor situa-se no período de uma década, entre 1946 e 56, quando ele assina seus filmes mais apaixonantes - 'Duelo ao Sol', 'Fúria do Desejo', 'Homem sem Rumo' e 'Guerra e Paz'. Muita gente o acusa de haver edulcorado Leon Tolstoi, como Richard Brooks também teria edulcorado Dostoievski, em 'Os Irmãos Karamazov'. Bobagem. A transcriação, transposição de mídias, muitas vezes faz com que os diretores tenham de trair para permanecer fieis aos autores dos livros que colocam na tela. A batalha de Borodino em 'Guerra e Paz' filtra Tolstoi por Stendhal - é Fabrizio del Dongo atravessando o campo de batalha na 'Cartuxa de Parma'. Aquilo não é apenas lindo, visualmente, como revela uma profunda compreensão do fenômeno da guerra e seu efeito sobre as pessoas. E é curioso como o cineasta 'social' do começo da carreira, o que denunciava a exploração dos pobres e a desumanização das metrópoles, tenha se transformado num radical defensor do indivíduo face às civilização. Kirk Douglas é o homem sem estrela, Without a Star, do western agora resgatado em DVD. Ele se movimenta sem rumo num Oeste cujos espaços não são mais abertos e as amplas planícies, recortadas, passam a ser delimitadas pelos novos proprietários com arame farpado. Todos os conflitos do filme - Kirk Douglas indo parar na fazenda de Jeanne Crain - envolvem a sexualidade que as heroínas do rei Vidor sempre gostaram de exercitar, mesmo a última delas, a bíblica rainha de Sabá, Gina Lollobrigida em 'Salomon and Sheba', mas o fundo aqui é o mítico conceito de liberdade perseguido por caubóis solitários como Douglas. Faz tempo que não vejo 'Homem sem Rumo', nem na TV, paga ou aberta, mas é um filme que sempre me atraiu e do qual guardo a lembrança de cenas devastadoras, entre elas justamente a do herói marcado pela surra de arame. 'Homem sem Rumo' é de 1955, o mesmo ano de 'Um Certo Capitão Lockhart', A Man from Laramie, de Anthony Mann, com James Stewart, com o qual guarda algumas similaridades importantes. Em ambos, o 'mocinho' é humilhado, marcado, mas consegue dar a volta por cima, mesmo que permança, basicamente, um inadaptado. Não sei se muitos de vocês - quantos? - conhecem o western de King Vidor, só sei que pode ser uma experiência e tanto vê-lo, o que recomendo, vivamente.

King Vidor deve sua fama aos filmes que fez ainda no período silencioso. Jean Tulard, no 'Dicionário de Cinema', diz que a era das obras-primas começa quando ele entra para a Metro, em 1923. 'Big Parade', 'The Crowd', 'Show People'. Com o sonoro surgem 'Hallellujah', 'Street Scene', O Turbilhão da Metrópole, e 'Our Daily Bread', O Pão Nosso de Cada Dia. E, logo, os melodramas, como 'Stella Dallas', Mãe Redentora, e os westerns, como 'Atiradores do Texas'. Confesso que tenho imensa curiosidade por um filme que nunca vi, 'A Cidadela', produzido por Joseph L. Mankiewicz e adaptado de um escritor hoje esquecido, mas que foi muito popular nos anos 1930, 40 e 50, A. J. Cronin. O 'meu' King Vidor situa-se no período de uma década, entre 1946 e 56, quando ele assina seus filmes mais apaixonantes - 'Duelo ao Sol', 'Fúria do Desejo', 'Homem sem Rumo' e 'Guerra e Paz'. Muita gente o acusa de haver edulcorado Leon Tolstoi, como Richard Brooks também teria edulcorado Dostoievski, em 'Os Irmãos Karamazov'. Bobagem. A transcriação, transposição de mídias, muitas vezes faz com que os diretores tenham de trair para permanecer fieis aos autores dos livros que colocam na tela. A batalha de Borodino em 'Guerra e Paz' filtra Tolstoi por Stendhal - é Fabrizio del Dongo atravessando o campo de batalha na 'Cartuxa de Parma'. Aquilo não é apenas lindo, visualmente, como revela uma profunda compreensão do fenômeno da guerra e seu efeito sobre as pessoas. E é curioso como o cineasta 'social' do começo da carreira, o que denunciava a exploração dos pobres e a desumanização das metrópoles, tenha se transformado num radical defensor do indivíduo face às civilização. Kirk Douglas é o homem sem estrela, Without a Star, do western agora resgatado em DVD. Ele se movimenta sem rumo num Oeste cujos espaços não são mais abertos e as amplas planícies, recortadas, passam a ser delimitadas pelos novos proprietários com arame farpado. Todos os conflitos do filme - Kirk Douglas indo parar na fazenda de Jeanne Crain - envolvem a sexualidade que as heroínas do rei Vidor sempre gostaram de exercitar, mesmo a última delas, a bíblica rainha de Sabá, Gina Lollobrigida em 'Salomon and Sheba', mas o fundo aqui é o mítico conceito de liberdade perseguido por caubóis solitários como Douglas. Faz tempo que não vejo 'Homem sem Rumo', nem na TV, paga ou aberta, mas é um filme que sempre me atraiu e do qual guardo a lembrança de cenas devastadoras, entre elas justamente a do herói marcado pela surra de arame. 'Homem sem Rumo' é de 1955, o mesmo ano de 'Um Certo Capitão Lockhart', A Man from Laramie, de Anthony Mann, com James Stewart, com o qual guarda algumas similaridades importantes. Em ambos, o 'mocinho' é humilhado, marcado, mas consegue dar a volta por cima, mesmo que permança, basicamente, um inadaptado. Não sei se muitos de vocês - quantos? - conhecem o western de King Vidor, só sei que pode ser uma experiência e tanto vê-lo, o que recomendo, vivamente.

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