Uma geléia geral a partir do cinema

'Je t'Aime, Moi non Plus


Por Luiz Carlos Merten

Serge Gainsbourg foi um personagem 'étonnant', como dizem os franceses. Ator, cantor, compositor, diretor, ele deixou uma marca em tudo o que fez. Como compositor, criou fama de 'beat' e, além das músicas que compôs para ele mesmo, foi o letrista preferido das atrizes/cantoras. Françoise Hardy, Brigitte Bardot, Anna Karina, Juliette Gréco, Mireille Darc, Jeanne Moreau e, claro, sua mulher - com quem teve a filha Charlotte Gainsbourg -, Jane Birkin. Todas cantaram suas músicas. Mal comparando, porque os estilos são muito diferentes, Serge teria sido o Chico francês, no sentido de que suas letras também dão voz às inquietações das mulheres. E ele foi um ator muito apreciável, criando um tipo de dândi nonchalant e irônico. Começou em pequenos papéis de 'Quer Dançar Comigo?' e 'Strip-Tease' (de Jacques Poitrenaud, de 1962) e ganhou o primeiro plano, estrelando 'Os Caminhos de Katmandu' e 'Cannabis', que tinham a cara dele - uma peregrinação de hippies ao antigo Nepal, uma defesa da maconha. Em 1975/76. o próprio Serge Gainsbourg resolveu dirigir e fez 'Paixão Selvagem', que - descobri ontem - é o cartaz da Sessão Cineclube HSBC desta semana. No original, o filme chama-se 'Je t'Aime, Moi non Plus', como a canção (de Serge) que ele e a mulher cantavam, sussurrando e gemendo como se estivessem gozando, em vez de cantar. Vocês podem imaginar o escândalo que isso representou na época, no Brasil da ditadura, na sequência de outras polêmicas proporcionadas por 'A Laranja Mecânica', 'Último Tango em Paris' e 'O Porteiro da Noite'. Fiquei na maior fissura para rever 'Paixão Selvagem'. Talvez o faça hoje. Não tenho uma lembrança muito boa do filme. É algo vago, talvez me engane, mas é como se Serge Gainsbourg, intencionalmente, tivesse aplicado um visual 'publicitário', à 'Um Homem, Uma Mulher', a uma história que é muito mais barra-pesada. Ele pegou Joe Dalessandro, um ícone da contracultura, dos filmes de Paul Morrissey, e teceu a história desse caminhoneiro homossexual que se envolve com garçonete andrógina (Jane Birkin), a quem confundiu com um garoto provocador. Existe um triângulo, porque Jane tem um namorado possessivo, não me lembro bem. Um filme com o título da música não poderia prescindir do sexo gemido e a transa acho que é anal, porque Joe, afinal, pensa que Jane é 'ele'. Como será (re)ver 'Paixão Selvagem', num mundo aparentemente muito mais livre e, no entanto, tão mais careta? Só para encerrar o post sobre Serge Gainsbourg, ele fez na Itália um 'péplum', um daqueles épicos mitológicos, de Nunzio Malassomma. Chamava-se 'A Revolta dos Escravos' e fornecia um divertido exemplo do estilo Serge Gainsbourg de ser e atuar. Ele fazia o procurador romano que ensaiava em si mesmo as torturas aplicadas aos revoltados do título e concluía - 'São suportáveis'. E mandava torturar mais.

Serge Gainsbourg foi um personagem 'étonnant', como dizem os franceses. Ator, cantor, compositor, diretor, ele deixou uma marca em tudo o que fez. Como compositor, criou fama de 'beat' e, além das músicas que compôs para ele mesmo, foi o letrista preferido das atrizes/cantoras. Françoise Hardy, Brigitte Bardot, Anna Karina, Juliette Gréco, Mireille Darc, Jeanne Moreau e, claro, sua mulher - com quem teve a filha Charlotte Gainsbourg -, Jane Birkin. Todas cantaram suas músicas. Mal comparando, porque os estilos são muito diferentes, Serge teria sido o Chico francês, no sentido de que suas letras também dão voz às inquietações das mulheres. E ele foi um ator muito apreciável, criando um tipo de dândi nonchalant e irônico. Começou em pequenos papéis de 'Quer Dançar Comigo?' e 'Strip-Tease' (de Jacques Poitrenaud, de 1962) e ganhou o primeiro plano, estrelando 'Os Caminhos de Katmandu' e 'Cannabis', que tinham a cara dele - uma peregrinação de hippies ao antigo Nepal, uma defesa da maconha. Em 1975/76. o próprio Serge Gainsbourg resolveu dirigir e fez 'Paixão Selvagem', que - descobri ontem - é o cartaz da Sessão Cineclube HSBC desta semana. No original, o filme chama-se 'Je t'Aime, Moi non Plus', como a canção (de Serge) que ele e a mulher cantavam, sussurrando e gemendo como se estivessem gozando, em vez de cantar. Vocês podem imaginar o escândalo que isso representou na época, no Brasil da ditadura, na sequência de outras polêmicas proporcionadas por 'A Laranja Mecânica', 'Último Tango em Paris' e 'O Porteiro da Noite'. Fiquei na maior fissura para rever 'Paixão Selvagem'. Talvez o faça hoje. Não tenho uma lembrança muito boa do filme. É algo vago, talvez me engane, mas é como se Serge Gainsbourg, intencionalmente, tivesse aplicado um visual 'publicitário', à 'Um Homem, Uma Mulher', a uma história que é muito mais barra-pesada. Ele pegou Joe Dalessandro, um ícone da contracultura, dos filmes de Paul Morrissey, e teceu a história desse caminhoneiro homossexual que se envolve com garçonete andrógina (Jane Birkin), a quem confundiu com um garoto provocador. Existe um triângulo, porque Jane tem um namorado possessivo, não me lembro bem. Um filme com o título da música não poderia prescindir do sexo gemido e a transa acho que é anal, porque Joe, afinal, pensa que Jane é 'ele'. Como será (re)ver 'Paixão Selvagem', num mundo aparentemente muito mais livre e, no entanto, tão mais careta? Só para encerrar o post sobre Serge Gainsbourg, ele fez na Itália um 'péplum', um daqueles épicos mitológicos, de Nunzio Malassomma. Chamava-se 'A Revolta dos Escravos' e fornecia um divertido exemplo do estilo Serge Gainsbourg de ser e atuar. Ele fazia o procurador romano que ensaiava em si mesmo as torturas aplicadas aos revoltados do título e concluía - 'São suportáveis'. E mandava torturar mais.

Serge Gainsbourg foi um personagem 'étonnant', como dizem os franceses. Ator, cantor, compositor, diretor, ele deixou uma marca em tudo o que fez. Como compositor, criou fama de 'beat' e, além das músicas que compôs para ele mesmo, foi o letrista preferido das atrizes/cantoras. Françoise Hardy, Brigitte Bardot, Anna Karina, Juliette Gréco, Mireille Darc, Jeanne Moreau e, claro, sua mulher - com quem teve a filha Charlotte Gainsbourg -, Jane Birkin. Todas cantaram suas músicas. Mal comparando, porque os estilos são muito diferentes, Serge teria sido o Chico francês, no sentido de que suas letras também dão voz às inquietações das mulheres. E ele foi um ator muito apreciável, criando um tipo de dândi nonchalant e irônico. Começou em pequenos papéis de 'Quer Dançar Comigo?' e 'Strip-Tease' (de Jacques Poitrenaud, de 1962) e ganhou o primeiro plano, estrelando 'Os Caminhos de Katmandu' e 'Cannabis', que tinham a cara dele - uma peregrinação de hippies ao antigo Nepal, uma defesa da maconha. Em 1975/76. o próprio Serge Gainsbourg resolveu dirigir e fez 'Paixão Selvagem', que - descobri ontem - é o cartaz da Sessão Cineclube HSBC desta semana. No original, o filme chama-se 'Je t'Aime, Moi non Plus', como a canção (de Serge) que ele e a mulher cantavam, sussurrando e gemendo como se estivessem gozando, em vez de cantar. Vocês podem imaginar o escândalo que isso representou na época, no Brasil da ditadura, na sequência de outras polêmicas proporcionadas por 'A Laranja Mecânica', 'Último Tango em Paris' e 'O Porteiro da Noite'. Fiquei na maior fissura para rever 'Paixão Selvagem'. Talvez o faça hoje. Não tenho uma lembrança muito boa do filme. É algo vago, talvez me engane, mas é como se Serge Gainsbourg, intencionalmente, tivesse aplicado um visual 'publicitário', à 'Um Homem, Uma Mulher', a uma história que é muito mais barra-pesada. Ele pegou Joe Dalessandro, um ícone da contracultura, dos filmes de Paul Morrissey, e teceu a história desse caminhoneiro homossexual que se envolve com garçonete andrógina (Jane Birkin), a quem confundiu com um garoto provocador. Existe um triângulo, porque Jane tem um namorado possessivo, não me lembro bem. Um filme com o título da música não poderia prescindir do sexo gemido e a transa acho que é anal, porque Joe, afinal, pensa que Jane é 'ele'. Como será (re)ver 'Paixão Selvagem', num mundo aparentemente muito mais livre e, no entanto, tão mais careta? Só para encerrar o post sobre Serge Gainsbourg, ele fez na Itália um 'péplum', um daqueles épicos mitológicos, de Nunzio Malassomma. Chamava-se 'A Revolta dos Escravos' e fornecia um divertido exemplo do estilo Serge Gainsbourg de ser e atuar. Ele fazia o procurador romano que ensaiava em si mesmo as torturas aplicadas aos revoltados do título e concluía - 'São suportáveis'. E mandava torturar mais.

Serge Gainsbourg foi um personagem 'étonnant', como dizem os franceses. Ator, cantor, compositor, diretor, ele deixou uma marca em tudo o que fez. Como compositor, criou fama de 'beat' e, além das músicas que compôs para ele mesmo, foi o letrista preferido das atrizes/cantoras. Françoise Hardy, Brigitte Bardot, Anna Karina, Juliette Gréco, Mireille Darc, Jeanne Moreau e, claro, sua mulher - com quem teve a filha Charlotte Gainsbourg -, Jane Birkin. Todas cantaram suas músicas. Mal comparando, porque os estilos são muito diferentes, Serge teria sido o Chico francês, no sentido de que suas letras também dão voz às inquietações das mulheres. E ele foi um ator muito apreciável, criando um tipo de dândi nonchalant e irônico. Começou em pequenos papéis de 'Quer Dançar Comigo?' e 'Strip-Tease' (de Jacques Poitrenaud, de 1962) e ganhou o primeiro plano, estrelando 'Os Caminhos de Katmandu' e 'Cannabis', que tinham a cara dele - uma peregrinação de hippies ao antigo Nepal, uma defesa da maconha. Em 1975/76. o próprio Serge Gainsbourg resolveu dirigir e fez 'Paixão Selvagem', que - descobri ontem - é o cartaz da Sessão Cineclube HSBC desta semana. No original, o filme chama-se 'Je t'Aime, Moi non Plus', como a canção (de Serge) que ele e a mulher cantavam, sussurrando e gemendo como se estivessem gozando, em vez de cantar. Vocês podem imaginar o escândalo que isso representou na época, no Brasil da ditadura, na sequência de outras polêmicas proporcionadas por 'A Laranja Mecânica', 'Último Tango em Paris' e 'O Porteiro da Noite'. Fiquei na maior fissura para rever 'Paixão Selvagem'. Talvez o faça hoje. Não tenho uma lembrança muito boa do filme. É algo vago, talvez me engane, mas é como se Serge Gainsbourg, intencionalmente, tivesse aplicado um visual 'publicitário', à 'Um Homem, Uma Mulher', a uma história que é muito mais barra-pesada. Ele pegou Joe Dalessandro, um ícone da contracultura, dos filmes de Paul Morrissey, e teceu a história desse caminhoneiro homossexual que se envolve com garçonete andrógina (Jane Birkin), a quem confundiu com um garoto provocador. Existe um triângulo, porque Jane tem um namorado possessivo, não me lembro bem. Um filme com o título da música não poderia prescindir do sexo gemido e a transa acho que é anal, porque Joe, afinal, pensa que Jane é 'ele'. Como será (re)ver 'Paixão Selvagem', num mundo aparentemente muito mais livre e, no entanto, tão mais careta? Só para encerrar o post sobre Serge Gainsbourg, ele fez na Itália um 'péplum', um daqueles épicos mitológicos, de Nunzio Malassomma. Chamava-se 'A Revolta dos Escravos' e fornecia um divertido exemplo do estilo Serge Gainsbourg de ser e atuar. Ele fazia o procurador romano que ensaiava em si mesmo as torturas aplicadas aos revoltados do título e concluía - 'São suportáveis'. E mandava torturar mais.

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