Uma geléia geral a partir do cinema

Minha ode tardia a Emmanuelle Riva


Por Luiz Carlos Merten

Estou em choque. Ainda não consegui postar nada sobre Estrelas Além do Tempo nem Eu não Sou Seu Negro, embora sobre o primeiro já esteja escrevendo no Caderno 2 de hoje. Gostei bastante do primeiro e quanto ao segundo, do qual gostei mais ainda, somente fortaleceu minha crença na necessidade de filmes como o de Raoul Peck e o de Nate Parker (O Nascimento de Uma Nação), que tanta discussão provocou no ano passado. Mas ambos vão ter de esperar. Estou em choque - repito. Somente agora, no almoço, e graças a uma piada de mau gosto que não vou reproduzir, soube da morte de Emmanuelle Riva no fim de semana. Emmanuelle Riva! Embora tenha participado de filmes importantes e/ou polêmicos como Kapò, de Gillo Pontecorvo, Thérèse Desqueyroux, de Georges Franju, e o mais recente Amor, de Michael Haneke, Emmanuelle será sempre, no meu imaginário, elle, la femme, no clássico de Alain Resnais (e Marguerite Duras), Hiroshima, Meu Amor, que é um dos filmes da minha vida (com Rocco e Seus Irmãos, Rastros de Ódio, A Primeira Vitória, O Intrépido General Custer, M - O Vampiro de Dusseldorf e Selva Trágica, os sete que, nesse momento, eu levaria para a ilha deserta). Tu n'as rien vu à Hiroshima. A voz pausada, máscula de Eiji Okada. E a repetição nervosa de Emmanuelle - Je tout vu. Tout... Ainsi l'hôpital je l'ai vu. J'en suis süre. L'hôpital existe. Comment aurais-je pu éviter de le voir à Hiroshima? Não tinha idade para ver o filme quando estreou no Brasil, mas o conheci, ainda nos anos 1960, quando ainda era muito jovem e já me interessava por cinema. Hiroshima, Meu Amor causou-me funda impressão. A explosão naquele bar, sob o efeito da bebida - Ah que j'ai été jeune un jour... Em Cannes tive o privilégio de conhecer Emmanuelle Riva e me curvar perante ela. Foi quando passou a versão restaurada de Hiroshima em Cannes Classics, em 2013. Okada e Duras já se haviam ido, Resnais estava tão debilitado que não pôde participar da sessão (e também ele se iria em março do ano seguinte). Sobrava o mistério de Emmanuelle. Frágil, delicada, mas quando ela falou para nos apresentar o filme, saudada por Thierry Frémaux, a voz, como uma madeleine, antecipou as imagens que logo em seguida iriam bater na tela. Emmanuelle Riva e seu japonês - Qui es-tu? Tu me tues, tu me fait du bien... Emannuelle e seu alemão - On faisait l'amor partout... Não sei se faz diferença ter sido jovem nos anos 1960, quando o mundo estava mudando e tudo parecia possível. O texto, o recitativo de Duras e a montagem de Resnais. A fotografia, a trilha. E Eiji Okada e Emmanuelle Riva. Ela se foi aos 89 anos, no dia 27, a menos de um mês de completar 90 (em 24 de fevereiro). Será eterna enquanto existir Hiroshima Mon Amour.

Estou em choque. Ainda não consegui postar nada sobre Estrelas Além do Tempo nem Eu não Sou Seu Negro, embora sobre o primeiro já esteja escrevendo no Caderno 2 de hoje. Gostei bastante do primeiro e quanto ao segundo, do qual gostei mais ainda, somente fortaleceu minha crença na necessidade de filmes como o de Raoul Peck e o de Nate Parker (O Nascimento de Uma Nação), que tanta discussão provocou no ano passado. Mas ambos vão ter de esperar. Estou em choque - repito. Somente agora, no almoço, e graças a uma piada de mau gosto que não vou reproduzir, soube da morte de Emmanuelle Riva no fim de semana. Emmanuelle Riva! Embora tenha participado de filmes importantes e/ou polêmicos como Kapò, de Gillo Pontecorvo, Thérèse Desqueyroux, de Georges Franju, e o mais recente Amor, de Michael Haneke, Emmanuelle será sempre, no meu imaginário, elle, la femme, no clássico de Alain Resnais (e Marguerite Duras), Hiroshima, Meu Amor, que é um dos filmes da minha vida (com Rocco e Seus Irmãos, Rastros de Ódio, A Primeira Vitória, O Intrépido General Custer, M - O Vampiro de Dusseldorf e Selva Trágica, os sete que, nesse momento, eu levaria para a ilha deserta). Tu n'as rien vu à Hiroshima. A voz pausada, máscula de Eiji Okada. E a repetição nervosa de Emmanuelle - Je tout vu. Tout... Ainsi l'hôpital je l'ai vu. J'en suis süre. L'hôpital existe. Comment aurais-je pu éviter de le voir à Hiroshima? Não tinha idade para ver o filme quando estreou no Brasil, mas o conheci, ainda nos anos 1960, quando ainda era muito jovem e já me interessava por cinema. Hiroshima, Meu Amor causou-me funda impressão. A explosão naquele bar, sob o efeito da bebida - Ah que j'ai été jeune un jour... Em Cannes tive o privilégio de conhecer Emmanuelle Riva e me curvar perante ela. Foi quando passou a versão restaurada de Hiroshima em Cannes Classics, em 2013. Okada e Duras já se haviam ido, Resnais estava tão debilitado que não pôde participar da sessão (e também ele se iria em março do ano seguinte). Sobrava o mistério de Emmanuelle. Frágil, delicada, mas quando ela falou para nos apresentar o filme, saudada por Thierry Frémaux, a voz, como uma madeleine, antecipou as imagens que logo em seguida iriam bater na tela. Emmanuelle Riva e seu japonês - Qui es-tu? Tu me tues, tu me fait du bien... Emannuelle e seu alemão - On faisait l'amor partout... Não sei se faz diferença ter sido jovem nos anos 1960, quando o mundo estava mudando e tudo parecia possível. O texto, o recitativo de Duras e a montagem de Resnais. A fotografia, a trilha. E Eiji Okada e Emmanuelle Riva. Ela se foi aos 89 anos, no dia 27, a menos de um mês de completar 90 (em 24 de fevereiro). Será eterna enquanto existir Hiroshima Mon Amour.

Estou em choque. Ainda não consegui postar nada sobre Estrelas Além do Tempo nem Eu não Sou Seu Negro, embora sobre o primeiro já esteja escrevendo no Caderno 2 de hoje. Gostei bastante do primeiro e quanto ao segundo, do qual gostei mais ainda, somente fortaleceu minha crença na necessidade de filmes como o de Raoul Peck e o de Nate Parker (O Nascimento de Uma Nação), que tanta discussão provocou no ano passado. Mas ambos vão ter de esperar. Estou em choque - repito. Somente agora, no almoço, e graças a uma piada de mau gosto que não vou reproduzir, soube da morte de Emmanuelle Riva no fim de semana. Emmanuelle Riva! Embora tenha participado de filmes importantes e/ou polêmicos como Kapò, de Gillo Pontecorvo, Thérèse Desqueyroux, de Georges Franju, e o mais recente Amor, de Michael Haneke, Emmanuelle será sempre, no meu imaginário, elle, la femme, no clássico de Alain Resnais (e Marguerite Duras), Hiroshima, Meu Amor, que é um dos filmes da minha vida (com Rocco e Seus Irmãos, Rastros de Ódio, A Primeira Vitória, O Intrépido General Custer, M - O Vampiro de Dusseldorf e Selva Trágica, os sete que, nesse momento, eu levaria para a ilha deserta). Tu n'as rien vu à Hiroshima. A voz pausada, máscula de Eiji Okada. E a repetição nervosa de Emmanuelle - Je tout vu. Tout... Ainsi l'hôpital je l'ai vu. J'en suis süre. L'hôpital existe. Comment aurais-je pu éviter de le voir à Hiroshima? Não tinha idade para ver o filme quando estreou no Brasil, mas o conheci, ainda nos anos 1960, quando ainda era muito jovem e já me interessava por cinema. Hiroshima, Meu Amor causou-me funda impressão. A explosão naquele bar, sob o efeito da bebida - Ah que j'ai été jeune un jour... Em Cannes tive o privilégio de conhecer Emmanuelle Riva e me curvar perante ela. Foi quando passou a versão restaurada de Hiroshima em Cannes Classics, em 2013. Okada e Duras já se haviam ido, Resnais estava tão debilitado que não pôde participar da sessão (e também ele se iria em março do ano seguinte). Sobrava o mistério de Emmanuelle. Frágil, delicada, mas quando ela falou para nos apresentar o filme, saudada por Thierry Frémaux, a voz, como uma madeleine, antecipou as imagens que logo em seguida iriam bater na tela. Emmanuelle Riva e seu japonês - Qui es-tu? Tu me tues, tu me fait du bien... Emannuelle e seu alemão - On faisait l'amor partout... Não sei se faz diferença ter sido jovem nos anos 1960, quando o mundo estava mudando e tudo parecia possível. O texto, o recitativo de Duras e a montagem de Resnais. A fotografia, a trilha. E Eiji Okada e Emmanuelle Riva. Ela se foi aos 89 anos, no dia 27, a menos de um mês de completar 90 (em 24 de fevereiro). Será eterna enquanto existir Hiroshima Mon Amour.

Estou em choque. Ainda não consegui postar nada sobre Estrelas Além do Tempo nem Eu não Sou Seu Negro, embora sobre o primeiro já esteja escrevendo no Caderno 2 de hoje. Gostei bastante do primeiro e quanto ao segundo, do qual gostei mais ainda, somente fortaleceu minha crença na necessidade de filmes como o de Raoul Peck e o de Nate Parker (O Nascimento de Uma Nação), que tanta discussão provocou no ano passado. Mas ambos vão ter de esperar. Estou em choque - repito. Somente agora, no almoço, e graças a uma piada de mau gosto que não vou reproduzir, soube da morte de Emmanuelle Riva no fim de semana. Emmanuelle Riva! Embora tenha participado de filmes importantes e/ou polêmicos como Kapò, de Gillo Pontecorvo, Thérèse Desqueyroux, de Georges Franju, e o mais recente Amor, de Michael Haneke, Emmanuelle será sempre, no meu imaginário, elle, la femme, no clássico de Alain Resnais (e Marguerite Duras), Hiroshima, Meu Amor, que é um dos filmes da minha vida (com Rocco e Seus Irmãos, Rastros de Ódio, A Primeira Vitória, O Intrépido General Custer, M - O Vampiro de Dusseldorf e Selva Trágica, os sete que, nesse momento, eu levaria para a ilha deserta). Tu n'as rien vu à Hiroshima. A voz pausada, máscula de Eiji Okada. E a repetição nervosa de Emmanuelle - Je tout vu. Tout... Ainsi l'hôpital je l'ai vu. J'en suis süre. L'hôpital existe. Comment aurais-je pu éviter de le voir à Hiroshima? Não tinha idade para ver o filme quando estreou no Brasil, mas o conheci, ainda nos anos 1960, quando ainda era muito jovem e já me interessava por cinema. Hiroshima, Meu Amor causou-me funda impressão. A explosão naquele bar, sob o efeito da bebida - Ah que j'ai été jeune un jour... Em Cannes tive o privilégio de conhecer Emmanuelle Riva e me curvar perante ela. Foi quando passou a versão restaurada de Hiroshima em Cannes Classics, em 2013. Okada e Duras já se haviam ido, Resnais estava tão debilitado que não pôde participar da sessão (e também ele se iria em março do ano seguinte). Sobrava o mistério de Emmanuelle. Frágil, delicada, mas quando ela falou para nos apresentar o filme, saudada por Thierry Frémaux, a voz, como uma madeleine, antecipou as imagens que logo em seguida iriam bater na tela. Emmanuelle Riva e seu japonês - Qui es-tu? Tu me tues, tu me fait du bien... Emannuelle e seu alemão - On faisait l'amor partout... Não sei se faz diferença ter sido jovem nos anos 1960, quando o mundo estava mudando e tudo parecia possível. O texto, o recitativo de Duras e a montagem de Resnais. A fotografia, a trilha. E Eiji Okada e Emmanuelle Riva. Ela se foi aos 89 anos, no dia 27, a menos de um mês de completar 90 (em 24 de fevereiro). Será eterna enquanto existir Hiroshima Mon Amour.

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