Uma geléia geral a partir do cinema

Mostra 3/Pitanga, Farhadi, Bellocchio, Kore-eda, que belo dia!


Por Luiz Carlos Merten

Nossa pauteira do Caderno 2, Eliana Souza, me pediu que fizesse os destaques da Mostra, no fim de semana, para o blog. Mas também me exortou a facilitar a vida do leitor, separando os filmes e não fazendo um texto corrido, como costumo. Bem mandado - mas não é sempre -, lá vou eu. Pitanga A grande atração do sábado, 22, quiçá de toda a Mostra, é o documentário que Beto Brant e Camila Pitanga fizeram celebrando o pai dela, Antônio, que começou Sampaio e deu um corpo ao Cinema Novo, um corpo em movimento, dentro do movimento, como mostra Eryk Rocha no seu belíssimo documentário, só um pouquinho menos grande que Pitanga, o filme. Uma obra de encontros. Uma celebração estética, humana, política. Arteplex Frei Caneca 1, 19h50. O Apartamento Após o intervalo francês de O Passado, Asghar Farhadi volta ao Irã para fazer talvez o filme mais forte, crítico e contundente sobre a sociedade iraniana contemporânea. Um casal de atores, que representa A Morte do Caixeito Viajante, de Arthur Miller - e é muito curioso ouvir o texto em farsí -, é forçado as deixar sua casa. Um conhecido indica um apartamento, mas sem informar que era de uma prostituta. Aparece um antigo cliente. O que se segue, só vendo. Assédio físico, moral, Vingança, responsabilidade. E Farhadi, que já ganhou Urso de Prata, de Ouro, Globo de Ouro, Oscar, etc, soma mais um prêmio ao currículo - o de roteiro, em Cannes, em maio. Cinearte 2, 19h50. Vencer Marco Bellocchio permanece o mais político dos autores de sua geração no cinema italiano. Surgido nos anos 1960, fez grandes filmes operísticos, tragédias familiares. Esse é um dos mais intensos. A mulher esquecida de Benito Mussolini, o filho que o Duce quis apagar da história. Filmaço. A atriz Giovanna Mezzogiorno é excepcional. Cinesesc, 15 h. Killer Joe Outro homenageado deste ano, William Friedkin. Autor sempre interessado nos aspectos malignos da vida social (Operação França, O Exorcista etc), ele conta aqui a história de drogado que contrata matador der aluguel para liquidar a própria mãe e ainda oferece a irmã como garantia sexual, até que o seguro seja pago. Friedkin segue a via mais difícil - dá intensidade aos conflitos físicos e viaja nas mentes enfermas, atormentadas, de suas criaturas. E que poderoso ator é Matthew McConnaughey. Cinearte 1, 21h50. Exercícios de Memória Há um novo e vigoroso cinema paraguaio. Paz Encina deu-lhe visibilidade com o magnífico Hamaca Paraguaya, há dez anos. Ela agora se volta para a ditadura de Stroessner no Paraguai, reconstituindo, pelo olhar de três filhos, a figura do maior opositor do regime, Agustín Goiburú, morto no quadro da chamada 'Operação Cóndor', que coordenava a repressão dos regimes militares do Cone Sul, nos anos 1970. O filme dela não deixa de dialogar com outros dois que também abordam a tragédia paraguaia - Guerra do Paraguay, de Luiz Rozemberg Filho, maravilhoso, e Martírio, de Vincent Carelli, sobre a espoliação das terras dos guaranis caiowás. Espaço Itaú Augusta, 18h30. Depois da Tempestade O japonês Hirokazu Kore-eda possui o segredo de transformar pequenos filmes familiares em amplos painéis humanos e sociais, e verdadeiros acontecimentos cinematográficos. Um homem separado da mulher e meio à deriva na vida. Sua mãe idosa. A ex e o filho. Diálogos cruzados. Toda a beleza do cinema está no corpo (e nos olhares) dos atores. Reserva Cultural, 21h25.

Nossa pauteira do Caderno 2, Eliana Souza, me pediu que fizesse os destaques da Mostra, no fim de semana, para o blog. Mas também me exortou a facilitar a vida do leitor, separando os filmes e não fazendo um texto corrido, como costumo. Bem mandado - mas não é sempre -, lá vou eu. Pitanga A grande atração do sábado, 22, quiçá de toda a Mostra, é o documentário que Beto Brant e Camila Pitanga fizeram celebrando o pai dela, Antônio, que começou Sampaio e deu um corpo ao Cinema Novo, um corpo em movimento, dentro do movimento, como mostra Eryk Rocha no seu belíssimo documentário, só um pouquinho menos grande que Pitanga, o filme. Uma obra de encontros. Uma celebração estética, humana, política. Arteplex Frei Caneca 1, 19h50. O Apartamento Após o intervalo francês de O Passado, Asghar Farhadi volta ao Irã para fazer talvez o filme mais forte, crítico e contundente sobre a sociedade iraniana contemporânea. Um casal de atores, que representa A Morte do Caixeito Viajante, de Arthur Miller - e é muito curioso ouvir o texto em farsí -, é forçado as deixar sua casa. Um conhecido indica um apartamento, mas sem informar que era de uma prostituta. Aparece um antigo cliente. O que se segue, só vendo. Assédio físico, moral, Vingança, responsabilidade. E Farhadi, que já ganhou Urso de Prata, de Ouro, Globo de Ouro, Oscar, etc, soma mais um prêmio ao currículo - o de roteiro, em Cannes, em maio. Cinearte 2, 19h50. Vencer Marco Bellocchio permanece o mais político dos autores de sua geração no cinema italiano. Surgido nos anos 1960, fez grandes filmes operísticos, tragédias familiares. Esse é um dos mais intensos. A mulher esquecida de Benito Mussolini, o filho que o Duce quis apagar da história. Filmaço. A atriz Giovanna Mezzogiorno é excepcional. Cinesesc, 15 h. Killer Joe Outro homenageado deste ano, William Friedkin. Autor sempre interessado nos aspectos malignos da vida social (Operação França, O Exorcista etc), ele conta aqui a história de drogado que contrata matador der aluguel para liquidar a própria mãe e ainda oferece a irmã como garantia sexual, até que o seguro seja pago. Friedkin segue a via mais difícil - dá intensidade aos conflitos físicos e viaja nas mentes enfermas, atormentadas, de suas criaturas. E que poderoso ator é Matthew McConnaughey. Cinearte 1, 21h50. Exercícios de Memória Há um novo e vigoroso cinema paraguaio. Paz Encina deu-lhe visibilidade com o magnífico Hamaca Paraguaya, há dez anos. Ela agora se volta para a ditadura de Stroessner no Paraguai, reconstituindo, pelo olhar de três filhos, a figura do maior opositor do regime, Agustín Goiburú, morto no quadro da chamada 'Operação Cóndor', que coordenava a repressão dos regimes militares do Cone Sul, nos anos 1970. O filme dela não deixa de dialogar com outros dois que também abordam a tragédia paraguaia - Guerra do Paraguay, de Luiz Rozemberg Filho, maravilhoso, e Martírio, de Vincent Carelli, sobre a espoliação das terras dos guaranis caiowás. Espaço Itaú Augusta, 18h30. Depois da Tempestade O japonês Hirokazu Kore-eda possui o segredo de transformar pequenos filmes familiares em amplos painéis humanos e sociais, e verdadeiros acontecimentos cinematográficos. Um homem separado da mulher e meio à deriva na vida. Sua mãe idosa. A ex e o filho. Diálogos cruzados. Toda a beleza do cinema está no corpo (e nos olhares) dos atores. Reserva Cultural, 21h25.

Nossa pauteira do Caderno 2, Eliana Souza, me pediu que fizesse os destaques da Mostra, no fim de semana, para o blog. Mas também me exortou a facilitar a vida do leitor, separando os filmes e não fazendo um texto corrido, como costumo. Bem mandado - mas não é sempre -, lá vou eu. Pitanga A grande atração do sábado, 22, quiçá de toda a Mostra, é o documentário que Beto Brant e Camila Pitanga fizeram celebrando o pai dela, Antônio, que começou Sampaio e deu um corpo ao Cinema Novo, um corpo em movimento, dentro do movimento, como mostra Eryk Rocha no seu belíssimo documentário, só um pouquinho menos grande que Pitanga, o filme. Uma obra de encontros. Uma celebração estética, humana, política. Arteplex Frei Caneca 1, 19h50. O Apartamento Após o intervalo francês de O Passado, Asghar Farhadi volta ao Irã para fazer talvez o filme mais forte, crítico e contundente sobre a sociedade iraniana contemporânea. Um casal de atores, que representa A Morte do Caixeito Viajante, de Arthur Miller - e é muito curioso ouvir o texto em farsí -, é forçado as deixar sua casa. Um conhecido indica um apartamento, mas sem informar que era de uma prostituta. Aparece um antigo cliente. O que se segue, só vendo. Assédio físico, moral, Vingança, responsabilidade. E Farhadi, que já ganhou Urso de Prata, de Ouro, Globo de Ouro, Oscar, etc, soma mais um prêmio ao currículo - o de roteiro, em Cannes, em maio. Cinearte 2, 19h50. Vencer Marco Bellocchio permanece o mais político dos autores de sua geração no cinema italiano. Surgido nos anos 1960, fez grandes filmes operísticos, tragédias familiares. Esse é um dos mais intensos. A mulher esquecida de Benito Mussolini, o filho que o Duce quis apagar da história. Filmaço. A atriz Giovanna Mezzogiorno é excepcional. Cinesesc, 15 h. Killer Joe Outro homenageado deste ano, William Friedkin. Autor sempre interessado nos aspectos malignos da vida social (Operação França, O Exorcista etc), ele conta aqui a história de drogado que contrata matador der aluguel para liquidar a própria mãe e ainda oferece a irmã como garantia sexual, até que o seguro seja pago. Friedkin segue a via mais difícil - dá intensidade aos conflitos físicos e viaja nas mentes enfermas, atormentadas, de suas criaturas. E que poderoso ator é Matthew McConnaughey. Cinearte 1, 21h50. Exercícios de Memória Há um novo e vigoroso cinema paraguaio. Paz Encina deu-lhe visibilidade com o magnífico Hamaca Paraguaya, há dez anos. Ela agora se volta para a ditadura de Stroessner no Paraguai, reconstituindo, pelo olhar de três filhos, a figura do maior opositor do regime, Agustín Goiburú, morto no quadro da chamada 'Operação Cóndor', que coordenava a repressão dos regimes militares do Cone Sul, nos anos 1970. O filme dela não deixa de dialogar com outros dois que também abordam a tragédia paraguaia - Guerra do Paraguay, de Luiz Rozemberg Filho, maravilhoso, e Martírio, de Vincent Carelli, sobre a espoliação das terras dos guaranis caiowás. Espaço Itaú Augusta, 18h30. Depois da Tempestade O japonês Hirokazu Kore-eda possui o segredo de transformar pequenos filmes familiares em amplos painéis humanos e sociais, e verdadeiros acontecimentos cinematográficos. Um homem separado da mulher e meio à deriva na vida. Sua mãe idosa. A ex e o filho. Diálogos cruzados. Toda a beleza do cinema está no corpo (e nos olhares) dos atores. Reserva Cultural, 21h25.

Nossa pauteira do Caderno 2, Eliana Souza, me pediu que fizesse os destaques da Mostra, no fim de semana, para o blog. Mas também me exortou a facilitar a vida do leitor, separando os filmes e não fazendo um texto corrido, como costumo. Bem mandado - mas não é sempre -, lá vou eu. Pitanga A grande atração do sábado, 22, quiçá de toda a Mostra, é o documentário que Beto Brant e Camila Pitanga fizeram celebrando o pai dela, Antônio, que começou Sampaio e deu um corpo ao Cinema Novo, um corpo em movimento, dentro do movimento, como mostra Eryk Rocha no seu belíssimo documentário, só um pouquinho menos grande que Pitanga, o filme. Uma obra de encontros. Uma celebração estética, humana, política. Arteplex Frei Caneca 1, 19h50. O Apartamento Após o intervalo francês de O Passado, Asghar Farhadi volta ao Irã para fazer talvez o filme mais forte, crítico e contundente sobre a sociedade iraniana contemporânea. Um casal de atores, que representa A Morte do Caixeito Viajante, de Arthur Miller - e é muito curioso ouvir o texto em farsí -, é forçado as deixar sua casa. Um conhecido indica um apartamento, mas sem informar que era de uma prostituta. Aparece um antigo cliente. O que se segue, só vendo. Assédio físico, moral, Vingança, responsabilidade. E Farhadi, que já ganhou Urso de Prata, de Ouro, Globo de Ouro, Oscar, etc, soma mais um prêmio ao currículo - o de roteiro, em Cannes, em maio. Cinearte 2, 19h50. Vencer Marco Bellocchio permanece o mais político dos autores de sua geração no cinema italiano. Surgido nos anos 1960, fez grandes filmes operísticos, tragédias familiares. Esse é um dos mais intensos. A mulher esquecida de Benito Mussolini, o filho que o Duce quis apagar da história. Filmaço. A atriz Giovanna Mezzogiorno é excepcional. Cinesesc, 15 h. Killer Joe Outro homenageado deste ano, William Friedkin. Autor sempre interessado nos aspectos malignos da vida social (Operação França, O Exorcista etc), ele conta aqui a história de drogado que contrata matador der aluguel para liquidar a própria mãe e ainda oferece a irmã como garantia sexual, até que o seguro seja pago. Friedkin segue a via mais difícil - dá intensidade aos conflitos físicos e viaja nas mentes enfermas, atormentadas, de suas criaturas. E que poderoso ator é Matthew McConnaughey. Cinearte 1, 21h50. Exercícios de Memória Há um novo e vigoroso cinema paraguaio. Paz Encina deu-lhe visibilidade com o magnífico Hamaca Paraguaya, há dez anos. Ela agora se volta para a ditadura de Stroessner no Paraguai, reconstituindo, pelo olhar de três filhos, a figura do maior opositor do regime, Agustín Goiburú, morto no quadro da chamada 'Operação Cóndor', que coordenava a repressão dos regimes militares do Cone Sul, nos anos 1970. O filme dela não deixa de dialogar com outros dois que também abordam a tragédia paraguaia - Guerra do Paraguay, de Luiz Rozemberg Filho, maravilhoso, e Martírio, de Vincent Carelli, sobre a espoliação das terras dos guaranis caiowás. Espaço Itaú Augusta, 18h30. Depois da Tempestade O japonês Hirokazu Kore-eda possui o segredo de transformar pequenos filmes familiares em amplos painéis humanos e sociais, e verdadeiros acontecimentos cinematográficos. Um homem separado da mulher e meio à deriva na vida. Sua mãe idosa. A ex e o filho. Diálogos cruzados. Toda a beleza do cinema está no corpo (e nos olhares) dos atores. Reserva Cultural, 21h25.

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