Uma geléia geral a partir do cinema

Visconti, 110 anos


Por Luiz Carlos Merten

Deixem-me aproveitar enquanto é tempo. Completaram-se em março, dia 17, 40 anos da morte de Luchino Visconti. Nesta quarta, 2, são os 110 anos de nascimento do grande diretor. Luchino Visconti! Neste mundo que vive uma onda de conservadorismo - de direitização -, ele virou um exemplo a ser rejeitado, quase uma excrescência. Foi o que declarou, numa entrevista por telefone, Roberto Faenza, diretor de Páginas da Revolução, que virá ao Brasil para o Festival de Cinema Italiano de São Paulo, ainda neste mês. Repetiu-o, aqui mesmo, Marco Bellocchio, homenageado da Mostra que chega ao fim, mas na verdade recomeça na repescagem, com direito até a programa exclusivo - Lavoura Arcaica! A Itália da operação Mãos Limpas tem mais orgulho de seu passado fascista que dos grandes autores de esquerda. Pier Paolo Pasolini é o único que se mantém, por sua vocação polemista. Visconti incomoda. O Conde Vermelho - aristocrata de nascimento, fez-se comunista por opção ideológica. Palmiro Togliatti, o lendário dirigente do PCI, Partido Comunista Italiano, o considerava o maior dos autores, e O Leopardo, de 1963, o maior dos filmes. Pasolini era o indesejado, por sua homossexualidade escandalosa - nos tempos em que ser gay era considerado desvio ideológico e comportamental. Visconti foi decisivo na eclosão do neo-realismo, ao qual deu títulos fundamentais - Obsessão, La Terra Trema. Nos anos 1950, percebeu que a Itália estava mudando e o movimento também tinha de mudar. Seu temperamento clássico levou-o a abraçar a História e o melodrama - Sedução da Carne, para Berllocchio, é o filme perfeito de Visconti. Vieram depois Rocco e Seus Irmãos, meu favorito, O Leopardo e Vagas Estrelas da Ursa. Com Os Deuses Malditos, de 1969, inicia-se a fase alemã, que prossegue com Morte em Veneza e Ludwig, a Paixão de Um Rei. Será que Visconti antecipava o que ia ocorrer com seu legado? Em Violência e Paixão, de 1974, o 'Professore' (Burt Lancaster) grita. "Não sou um reacionário." Talvez fosse o próprio Visconti falando.

Deixem-me aproveitar enquanto é tempo. Completaram-se em março, dia 17, 40 anos da morte de Luchino Visconti. Nesta quarta, 2, são os 110 anos de nascimento do grande diretor. Luchino Visconti! Neste mundo que vive uma onda de conservadorismo - de direitização -, ele virou um exemplo a ser rejeitado, quase uma excrescência. Foi o que declarou, numa entrevista por telefone, Roberto Faenza, diretor de Páginas da Revolução, que virá ao Brasil para o Festival de Cinema Italiano de São Paulo, ainda neste mês. Repetiu-o, aqui mesmo, Marco Bellocchio, homenageado da Mostra que chega ao fim, mas na verdade recomeça na repescagem, com direito até a programa exclusivo - Lavoura Arcaica! A Itália da operação Mãos Limpas tem mais orgulho de seu passado fascista que dos grandes autores de esquerda. Pier Paolo Pasolini é o único que se mantém, por sua vocação polemista. Visconti incomoda. O Conde Vermelho - aristocrata de nascimento, fez-se comunista por opção ideológica. Palmiro Togliatti, o lendário dirigente do PCI, Partido Comunista Italiano, o considerava o maior dos autores, e O Leopardo, de 1963, o maior dos filmes. Pasolini era o indesejado, por sua homossexualidade escandalosa - nos tempos em que ser gay era considerado desvio ideológico e comportamental. Visconti foi decisivo na eclosão do neo-realismo, ao qual deu títulos fundamentais - Obsessão, La Terra Trema. Nos anos 1950, percebeu que a Itália estava mudando e o movimento também tinha de mudar. Seu temperamento clássico levou-o a abraçar a História e o melodrama - Sedução da Carne, para Berllocchio, é o filme perfeito de Visconti. Vieram depois Rocco e Seus Irmãos, meu favorito, O Leopardo e Vagas Estrelas da Ursa. Com Os Deuses Malditos, de 1969, inicia-se a fase alemã, que prossegue com Morte em Veneza e Ludwig, a Paixão de Um Rei. Será que Visconti antecipava o que ia ocorrer com seu legado? Em Violência e Paixão, de 1974, o 'Professore' (Burt Lancaster) grita. "Não sou um reacionário." Talvez fosse o próprio Visconti falando.

Deixem-me aproveitar enquanto é tempo. Completaram-se em março, dia 17, 40 anos da morte de Luchino Visconti. Nesta quarta, 2, são os 110 anos de nascimento do grande diretor. Luchino Visconti! Neste mundo que vive uma onda de conservadorismo - de direitização -, ele virou um exemplo a ser rejeitado, quase uma excrescência. Foi o que declarou, numa entrevista por telefone, Roberto Faenza, diretor de Páginas da Revolução, que virá ao Brasil para o Festival de Cinema Italiano de São Paulo, ainda neste mês. Repetiu-o, aqui mesmo, Marco Bellocchio, homenageado da Mostra que chega ao fim, mas na verdade recomeça na repescagem, com direito até a programa exclusivo - Lavoura Arcaica! A Itália da operação Mãos Limpas tem mais orgulho de seu passado fascista que dos grandes autores de esquerda. Pier Paolo Pasolini é o único que se mantém, por sua vocação polemista. Visconti incomoda. O Conde Vermelho - aristocrata de nascimento, fez-se comunista por opção ideológica. Palmiro Togliatti, o lendário dirigente do PCI, Partido Comunista Italiano, o considerava o maior dos autores, e O Leopardo, de 1963, o maior dos filmes. Pasolini era o indesejado, por sua homossexualidade escandalosa - nos tempos em que ser gay era considerado desvio ideológico e comportamental. Visconti foi decisivo na eclosão do neo-realismo, ao qual deu títulos fundamentais - Obsessão, La Terra Trema. Nos anos 1950, percebeu que a Itália estava mudando e o movimento também tinha de mudar. Seu temperamento clássico levou-o a abraçar a História e o melodrama - Sedução da Carne, para Berllocchio, é o filme perfeito de Visconti. Vieram depois Rocco e Seus Irmãos, meu favorito, O Leopardo e Vagas Estrelas da Ursa. Com Os Deuses Malditos, de 1969, inicia-se a fase alemã, que prossegue com Morte em Veneza e Ludwig, a Paixão de Um Rei. Será que Visconti antecipava o que ia ocorrer com seu legado? Em Violência e Paixão, de 1974, o 'Professore' (Burt Lancaster) grita. "Não sou um reacionário." Talvez fosse o próprio Visconti falando.

Deixem-me aproveitar enquanto é tempo. Completaram-se em março, dia 17, 40 anos da morte de Luchino Visconti. Nesta quarta, 2, são os 110 anos de nascimento do grande diretor. Luchino Visconti! Neste mundo que vive uma onda de conservadorismo - de direitização -, ele virou um exemplo a ser rejeitado, quase uma excrescência. Foi o que declarou, numa entrevista por telefone, Roberto Faenza, diretor de Páginas da Revolução, que virá ao Brasil para o Festival de Cinema Italiano de São Paulo, ainda neste mês. Repetiu-o, aqui mesmo, Marco Bellocchio, homenageado da Mostra que chega ao fim, mas na verdade recomeça na repescagem, com direito até a programa exclusivo - Lavoura Arcaica! A Itália da operação Mãos Limpas tem mais orgulho de seu passado fascista que dos grandes autores de esquerda. Pier Paolo Pasolini é o único que se mantém, por sua vocação polemista. Visconti incomoda. O Conde Vermelho - aristocrata de nascimento, fez-se comunista por opção ideológica. Palmiro Togliatti, o lendário dirigente do PCI, Partido Comunista Italiano, o considerava o maior dos autores, e O Leopardo, de 1963, o maior dos filmes. Pasolini era o indesejado, por sua homossexualidade escandalosa - nos tempos em que ser gay era considerado desvio ideológico e comportamental. Visconti foi decisivo na eclosão do neo-realismo, ao qual deu títulos fundamentais - Obsessão, La Terra Trema. Nos anos 1950, percebeu que a Itália estava mudando e o movimento também tinha de mudar. Seu temperamento clássico levou-o a abraçar a História e o melodrama - Sedução da Carne, para Berllocchio, é o filme perfeito de Visconti. Vieram depois Rocco e Seus Irmãos, meu favorito, O Leopardo e Vagas Estrelas da Ursa. Com Os Deuses Malditos, de 1969, inicia-se a fase alemã, que prossegue com Morte em Veneza e Ludwig, a Paixão de Um Rei. Será que Visconti antecipava o que ia ocorrer com seu legado? Em Violência e Paixão, de 1974, o 'Professore' (Burt Lancaster) grita. "Não sou um reacionário." Talvez fosse o próprio Visconti falando.

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