Hoineff apresenta as moças em material de arquivo e em imagens atuais. O tempo inclemente, seria o comentário banal. Passa para todos, produzindo estragos. Passou para as chacretes, danificando seu material de trabalho. Algumas parecem bem consigo mesmas; outras nem tanto. Uma fala que fazia programas para complementar o orçamento, outra nega. Uma delas, a Índia Potira, tira a roupa dentro de um chafariz e diz que realizou um sonho. Há imagens também de calouros, costumeiramente buzinados pelo apresentador.
O documentário produz na plateia o mesmo tipo de reação que o programa do Chacrinha: desperta o sadismo do público, num exercício de exposição pública de fragilidades e caos calculado para produzir experiência anárquica. Mexe com sentimentos ancestrais, próximos aos dos romanos que iam ao Coliseu ver lutas de gladiadores ou condenados entregues às feras. A TV é a arena contemporânea onde o voyeurismo sádico se eterniza. Hoineff, homem de TV, sabe por onde pisa e presta sua homenagem ao mestre do gênero.
As discussões éticas estão abertas.
(Caderno 2, 30/10/09)