Cinema, cultura & afins

Opinião|Contágio, óbvio e redundante


Em Veneza, Steven Soderbergh usou uma frase de Joseph Losey para expressar sua aversão às interpretações dos diretores sobre seus próprios filmes. "Se eu pudesse rodar um filme após outro, com um breve intervalo de repouso no meio, sem ter de perder tempo e energia com entrevistas explicativas, talvez tivesse feito um trabalho melhor em minha vida". Têm razão ambos, Losey e Soderbergh. Os filmes se explicam por si sós. Ou não.

Por Luiz Zanin Oricchio

É o caso deste Contágio, que aparece de cara, sem qualquer esforço, em toda sua dimensão de obviedade e redundância. A história, veja só, fala de um vírus letal, espalhado no ar, que contamina as pessoas e as mata em poucos dias. Transforma-se em pandemia e ameaça a extinção da espécie, não fossem alguns heróis abnegados que arriscam a vida para debelar a ameaça, etc. Quantas vezes já vimos isso antes?

O incrível é a mobilização de um elenco tão estelar para filmar esse claro exemplar de "mais do mesmo": Matt Damon, Marion Cottillard, Laurence Fishburne, Jude Law, Gwyneth Paltrow, Kate Winslet.

A história é a de Beth Emhoff (Gwyneth) que contrai uma estranha febre após uma viagem de negócios a Hong Kong (na qual teve uma aventura extraconjugal). Seu filho contrai a doença, mas o marido, Mitch (Damon) parece imune. A história será a de investigar as possíveis razões dessa imunidade e fabricar uma vacina.

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Bem-feito o filme é. Da maneira como são bem-feitos os blockbusters, com sua narrativa fluente e de pouca ambiguidade. Com personagens que não deixam grande margem à dúvida sobre suas intenções e sentimentos. Enfim, esse tipo de cinema que produz alguma inquietação no espectador para depois deixá-lo aliviado na volta à casa. Afinal, por um motivo ou por outro, existe uma normalidade e a ela tudo reflui. No fundo, um cinema apaziguador que trabalha com o mais norte-americanos dos temas, com exceção talvez do da segunda chance: a ameaça que parece vir do nada, concretiza-se para depois se dissipar para alívio de todos. Essa ameaça parece sempre metáfora de alguma coisa. Comunistas? Não mais. Agora talvez sejam os chineses. Para que tanto esforço, Soderbergh? Grana?

(Caderno 2)

É o caso deste Contágio, que aparece de cara, sem qualquer esforço, em toda sua dimensão de obviedade e redundância. A história, veja só, fala de um vírus letal, espalhado no ar, que contamina as pessoas e as mata em poucos dias. Transforma-se em pandemia e ameaça a extinção da espécie, não fossem alguns heróis abnegados que arriscam a vida para debelar a ameaça, etc. Quantas vezes já vimos isso antes?

O incrível é a mobilização de um elenco tão estelar para filmar esse claro exemplar de "mais do mesmo": Matt Damon, Marion Cottillard, Laurence Fishburne, Jude Law, Gwyneth Paltrow, Kate Winslet.

A história é a de Beth Emhoff (Gwyneth) que contrai uma estranha febre após uma viagem de negócios a Hong Kong (na qual teve uma aventura extraconjugal). Seu filho contrai a doença, mas o marido, Mitch (Damon) parece imune. A história será a de investigar as possíveis razões dessa imunidade e fabricar uma vacina.

Bem-feito o filme é. Da maneira como são bem-feitos os blockbusters, com sua narrativa fluente e de pouca ambiguidade. Com personagens que não deixam grande margem à dúvida sobre suas intenções e sentimentos. Enfim, esse tipo de cinema que produz alguma inquietação no espectador para depois deixá-lo aliviado na volta à casa. Afinal, por um motivo ou por outro, existe uma normalidade e a ela tudo reflui. No fundo, um cinema apaziguador que trabalha com o mais norte-americanos dos temas, com exceção talvez do da segunda chance: a ameaça que parece vir do nada, concretiza-se para depois se dissipar para alívio de todos. Essa ameaça parece sempre metáfora de alguma coisa. Comunistas? Não mais. Agora talvez sejam os chineses. Para que tanto esforço, Soderbergh? Grana?

(Caderno 2)

É o caso deste Contágio, que aparece de cara, sem qualquer esforço, em toda sua dimensão de obviedade e redundância. A história, veja só, fala de um vírus letal, espalhado no ar, que contamina as pessoas e as mata em poucos dias. Transforma-se em pandemia e ameaça a extinção da espécie, não fossem alguns heróis abnegados que arriscam a vida para debelar a ameaça, etc. Quantas vezes já vimos isso antes?

O incrível é a mobilização de um elenco tão estelar para filmar esse claro exemplar de "mais do mesmo": Matt Damon, Marion Cottillard, Laurence Fishburne, Jude Law, Gwyneth Paltrow, Kate Winslet.

A história é a de Beth Emhoff (Gwyneth) que contrai uma estranha febre após uma viagem de negócios a Hong Kong (na qual teve uma aventura extraconjugal). Seu filho contrai a doença, mas o marido, Mitch (Damon) parece imune. A história será a de investigar as possíveis razões dessa imunidade e fabricar uma vacina.

Bem-feito o filme é. Da maneira como são bem-feitos os blockbusters, com sua narrativa fluente e de pouca ambiguidade. Com personagens que não deixam grande margem à dúvida sobre suas intenções e sentimentos. Enfim, esse tipo de cinema que produz alguma inquietação no espectador para depois deixá-lo aliviado na volta à casa. Afinal, por um motivo ou por outro, existe uma normalidade e a ela tudo reflui. No fundo, um cinema apaziguador que trabalha com o mais norte-americanos dos temas, com exceção talvez do da segunda chance: a ameaça que parece vir do nada, concretiza-se para depois se dissipar para alívio de todos. Essa ameaça parece sempre metáfora de alguma coisa. Comunistas? Não mais. Agora talvez sejam os chineses. Para que tanto esforço, Soderbergh? Grana?

(Caderno 2)

É o caso deste Contágio, que aparece de cara, sem qualquer esforço, em toda sua dimensão de obviedade e redundância. A história, veja só, fala de um vírus letal, espalhado no ar, que contamina as pessoas e as mata em poucos dias. Transforma-se em pandemia e ameaça a extinção da espécie, não fossem alguns heróis abnegados que arriscam a vida para debelar a ameaça, etc. Quantas vezes já vimos isso antes?

O incrível é a mobilização de um elenco tão estelar para filmar esse claro exemplar de "mais do mesmo": Matt Damon, Marion Cottillard, Laurence Fishburne, Jude Law, Gwyneth Paltrow, Kate Winslet.

A história é a de Beth Emhoff (Gwyneth) que contrai uma estranha febre após uma viagem de negócios a Hong Kong (na qual teve uma aventura extraconjugal). Seu filho contrai a doença, mas o marido, Mitch (Damon) parece imune. A história será a de investigar as possíveis razões dessa imunidade e fabricar uma vacina.

Bem-feito o filme é. Da maneira como são bem-feitos os blockbusters, com sua narrativa fluente e de pouca ambiguidade. Com personagens que não deixam grande margem à dúvida sobre suas intenções e sentimentos. Enfim, esse tipo de cinema que produz alguma inquietação no espectador para depois deixá-lo aliviado na volta à casa. Afinal, por um motivo ou por outro, existe uma normalidade e a ela tudo reflui. No fundo, um cinema apaziguador que trabalha com o mais norte-americanos dos temas, com exceção talvez do da segunda chance: a ameaça que parece vir do nada, concretiza-se para depois se dissipar para alívio de todos. Essa ameaça parece sempre metáfora de alguma coisa. Comunistas? Não mais. Agora talvez sejam os chineses. Para que tanto esforço, Soderbergh? Grana?

(Caderno 2)

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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