Cinema, cultura & afins

Opinião|Diário da Mostra 2012: A Caça


Por Luiz Zanin Oricchio

 

Filme corajoso, ao tocar num tema difícil e de maneira pouco usual no mundo politicamente correto. Infância molestada, é um dos temas tabus da nossa época. Não porque se evite, mas porque se dá de barato que a infância é um paraíso de inocência, etc. Ou seja, vivemos num mundo pré-freudiano.

Convém lembrar. No início de carreira, Freud ficou espantado com o grande número de pacientes que se queixavam de haver sido molestados na infância, em geral por algum adulto e, na maior parte das vezes, pelos próprios pais. Por algum tempo, acreditou estar vivendo numa sociedade de pervertidos. Logo, porém, se apercebeu de algo que o fez olhar de modo diferente. Os ataques sexuais, na maior parte das vezes, existiam apenas na imaginação dos pacientes e não na vida real. Não haviam sido atacadas por adultos quando crianças. Tais ataques faziam parte do seu mundo de fantasia, o que não impedia de produzir sintomas bem reais. Hoje em dia tomamos literalmente o que dizem as crianças.

continua após a publicidade

É o que acontece com Lucas, separado da mulher e que tenta reconstruir a relaçao com o filho adolescente. Ele trabalha num jardim da infância e é bem querido pelas crianças. Até que uma delas, justamente filha de um dos seus melhores amigos, insinua que Lucas se exibiu para ela. É o que basta para transformar sua vida em inferno e, mesmo a menina não se sentindo tão segura assim do que viu ou como viu, a comunidade (uma cidade pequena e rural do interior da Dinamarca) entende que já ouviu o bastante e tem pressa em transformar a vida dele em inferno.

A Caça é um agudo estudo não apenas dos preconceitos contemporâneos (cada época escolhe sua maneira de ser ignorante) mas da pressão de uma comunidade pequena sobre o indivíduo. E não apenas das pequenas comunidades. O caso ficcional de A Caça lembra muito o nosso da Escola Base. O incrível é que sempre resta uma suspeita, porque é muito mais fácil condenar sem maiores provas do que admitir o erro e pedir perdão pela injustiça cometida.

 

continua após a publicidade

 

 

Filme corajoso, ao tocar num tema difícil e de maneira pouco usual no mundo politicamente correto. Infância molestada, é um dos temas tabus da nossa época. Não porque se evite, mas porque se dá de barato que a infância é um paraíso de inocência, etc. Ou seja, vivemos num mundo pré-freudiano.

Convém lembrar. No início de carreira, Freud ficou espantado com o grande número de pacientes que se queixavam de haver sido molestados na infância, em geral por algum adulto e, na maior parte das vezes, pelos próprios pais. Por algum tempo, acreditou estar vivendo numa sociedade de pervertidos. Logo, porém, se apercebeu de algo que o fez olhar de modo diferente. Os ataques sexuais, na maior parte das vezes, existiam apenas na imaginação dos pacientes e não na vida real. Não haviam sido atacadas por adultos quando crianças. Tais ataques faziam parte do seu mundo de fantasia, o que não impedia de produzir sintomas bem reais. Hoje em dia tomamos literalmente o que dizem as crianças.

É o que acontece com Lucas, separado da mulher e que tenta reconstruir a relaçao com o filho adolescente. Ele trabalha num jardim da infância e é bem querido pelas crianças. Até que uma delas, justamente filha de um dos seus melhores amigos, insinua que Lucas se exibiu para ela. É o que basta para transformar sua vida em inferno e, mesmo a menina não se sentindo tão segura assim do que viu ou como viu, a comunidade (uma cidade pequena e rural do interior da Dinamarca) entende que já ouviu o bastante e tem pressa em transformar a vida dele em inferno.

A Caça é um agudo estudo não apenas dos preconceitos contemporâneos (cada época escolhe sua maneira de ser ignorante) mas da pressão de uma comunidade pequena sobre o indivíduo. E não apenas das pequenas comunidades. O caso ficcional de A Caça lembra muito o nosso da Escola Base. O incrível é que sempre resta uma suspeita, porque é muito mais fácil condenar sem maiores provas do que admitir o erro e pedir perdão pela injustiça cometida.

 

 

 

Filme corajoso, ao tocar num tema difícil e de maneira pouco usual no mundo politicamente correto. Infância molestada, é um dos temas tabus da nossa época. Não porque se evite, mas porque se dá de barato que a infância é um paraíso de inocência, etc. Ou seja, vivemos num mundo pré-freudiano.

Convém lembrar. No início de carreira, Freud ficou espantado com o grande número de pacientes que se queixavam de haver sido molestados na infância, em geral por algum adulto e, na maior parte das vezes, pelos próprios pais. Por algum tempo, acreditou estar vivendo numa sociedade de pervertidos. Logo, porém, se apercebeu de algo que o fez olhar de modo diferente. Os ataques sexuais, na maior parte das vezes, existiam apenas na imaginação dos pacientes e não na vida real. Não haviam sido atacadas por adultos quando crianças. Tais ataques faziam parte do seu mundo de fantasia, o que não impedia de produzir sintomas bem reais. Hoje em dia tomamos literalmente o que dizem as crianças.

É o que acontece com Lucas, separado da mulher e que tenta reconstruir a relaçao com o filho adolescente. Ele trabalha num jardim da infância e é bem querido pelas crianças. Até que uma delas, justamente filha de um dos seus melhores amigos, insinua que Lucas se exibiu para ela. É o que basta para transformar sua vida em inferno e, mesmo a menina não se sentindo tão segura assim do que viu ou como viu, a comunidade (uma cidade pequena e rural do interior da Dinamarca) entende que já ouviu o bastante e tem pressa em transformar a vida dele em inferno.

A Caça é um agudo estudo não apenas dos preconceitos contemporâneos (cada época escolhe sua maneira de ser ignorante) mas da pressão de uma comunidade pequena sobre o indivíduo. E não apenas das pequenas comunidades. O caso ficcional de A Caça lembra muito o nosso da Escola Base. O incrível é que sempre resta uma suspeita, porque é muito mais fácil condenar sem maiores provas do que admitir o erro e pedir perdão pela injustiça cometida.

 

 

 

Filme corajoso, ao tocar num tema difícil e de maneira pouco usual no mundo politicamente correto. Infância molestada, é um dos temas tabus da nossa época. Não porque se evite, mas porque se dá de barato que a infância é um paraíso de inocência, etc. Ou seja, vivemos num mundo pré-freudiano.

Convém lembrar. No início de carreira, Freud ficou espantado com o grande número de pacientes que se queixavam de haver sido molestados na infância, em geral por algum adulto e, na maior parte das vezes, pelos próprios pais. Por algum tempo, acreditou estar vivendo numa sociedade de pervertidos. Logo, porém, se apercebeu de algo que o fez olhar de modo diferente. Os ataques sexuais, na maior parte das vezes, existiam apenas na imaginação dos pacientes e não na vida real. Não haviam sido atacadas por adultos quando crianças. Tais ataques faziam parte do seu mundo de fantasia, o que não impedia de produzir sintomas bem reais. Hoje em dia tomamos literalmente o que dizem as crianças.

É o que acontece com Lucas, separado da mulher e que tenta reconstruir a relaçao com o filho adolescente. Ele trabalha num jardim da infância e é bem querido pelas crianças. Até que uma delas, justamente filha de um dos seus melhores amigos, insinua que Lucas se exibiu para ela. É o que basta para transformar sua vida em inferno e, mesmo a menina não se sentindo tão segura assim do que viu ou como viu, a comunidade (uma cidade pequena e rural do interior da Dinamarca) entende que já ouviu o bastante e tem pressa em transformar a vida dele em inferno.

A Caça é um agudo estudo não apenas dos preconceitos contemporâneos (cada época escolhe sua maneira de ser ignorante) mas da pressão de uma comunidade pequena sobre o indivíduo. E não apenas das pequenas comunidades. O caso ficcional de A Caça lembra muito o nosso da Escola Base. O incrível é que sempre resta uma suspeita, porque é muito mais fácil condenar sem maiores provas do que admitir o erro e pedir perdão pela injustiça cometida.

 

 

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.