Cinema, cultura & afins

Opinião|Diário da Mostra 2014. 11 dicas para o último dia


 

Por Luiz Zanin Oricchio

 

 Foto: Estadão

Muitas dicas para o último dia da Mostra 2014. Vou dar minhas indicações rápidas, sem firulas:

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1)  Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira (Brasil). Uma ficção que, na verdade, é a história da própria família do diretor e eles mesmos são os intérpretes. Muito interessante e com momentos de emoção. Simples e complexo ao mesmo tempo

 

2)  As Maravilhas, de Alice Rohrwacher (Brasil) . Na verdade, achei o filme estranhíssimo. Mas gente cuja opinião prezo achou-o quase uma obra-prima. A conferir.

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3)  A Vida Privada dos Dinossauros, de Maíra Bühler e Matias Mariani (Brasil). Longo depoimento de um rapaz norte-americano que se lança à aventura. Narra, com muito encanto, seu envolvimento com uma moça misteriosa. Ela parece uma mentirosa compulsiva. Mas será assim? Jogo interessante entre o que é verdade e ficção.

 

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4)  Cássia, de Paulo Henrique Fontenelle (Brasil). Doc legal sobre a cantora Cássia Eller, que foi uma contestadora e morreu cedo, deixando uma lenda atrás de si e uma legião de fãs órfãos. Convencional como realização, mas baseado em material de arquivo de primeira.

 

5)  O Fim e os Meios, de Murilo Salles (Brasil). Nova ficção do diretor, tocando agora nas relações promíscuas entre imprensa e poder em Brasília. Tema delicado, num filme soturno que vale a pena ver.

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6)  Falstaff - o Toque da Meia-noite, de Orson Welles (Espanha). Esse está na categoria dos imperdíveis. Welles, nessa produção espanhola, adaptada de Shakespeare, interpreta o personagem que tem por amigo o futuro rei Henrique IV. Os temas são o poder, a amizade e a ingratidão. Temas eternos, como se vê. Experiência única de ver este filme na tela grande, em cópia restaurada.

 

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7)  Jauja, de Lisandro Alonso (Argentina). Este eu também coloco na categoria dos imperdíveis. Viggo Mortensen faz o engenheiro dinamarquês que vai para a Patagônia em companhia de linda filha adolescente. Quando a menina foge com um soldado, ele se embrenha atrás dela no deserto. Um visual lindíssimo, que serve como comentário a uma viagem que começa em tom realista e evolui para uma busca metafísica. Não sei por quê (aliás, sei muito bem), à medida que a trama progredia eu ia me lembrando do Diário de Arthur Gordon Pym, único e estranho romance de Poe.

 

8)  Osvaldão, de Vandré Fernandes, Ana Petta, Fabio Bardella, André Michiles. O documentário tem lá suas limitações. Mas compensa por relembrar a figura deste guerrilheiro, nascido em Minas Gerais e que foi morrer assassinado na Guerrilha do Araguaia, no tempo da ditadura militar. Um raro filme, há pouco descoberto, mostra imagens em movimento de Osvaldão em sua temporada como estudante de engenharia na então Checoslováquia.

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9)  Quanto a mim, vou ver Campo de Jogo, de Eryk Rocha, e Flores de Taipei - o novo Cinema de Taiwan, de Chinlin Hsieh. Esses não conheço (claro, né?) ,mas tenho ótimas indicações.

 

10) O Pequeno Quinquin, de Bruno Dumont (França). Uma das mais insólitas (e divertidas) comédias jamais filmadas. Com 200 minutos de duração, mostra uma dupla de investigadores bizarros tentando decifrar uma série de crimes em Boulogne-sur-Mer. Concebido originalmente para minissérie de TV, aqui é exibido como se deve. De uma vez e na tela grande (Dumont é fascinado pelas panorâmicas). Nem os franceses ainda viram o que nós aqui estamos vendo. Aproveite!

 

11)  À noite, há entrega dos prêmios. Eu mesmo vou subir ao palco para entregar o certificado da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), em companhia de Carol Almeida. O vencedor ainda não posso contar. Depois será exibido o filme Dólares de Areia, com Geraldine Chaplin. A filha de Carlitos estará na sessão.

 

 

 

 Foto: Estadão

Muitas dicas para o último dia da Mostra 2014. Vou dar minhas indicações rápidas, sem firulas:

1)  Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira (Brasil). Uma ficção que, na verdade, é a história da própria família do diretor e eles mesmos são os intérpretes. Muito interessante e com momentos de emoção. Simples e complexo ao mesmo tempo

 

2)  As Maravilhas, de Alice Rohrwacher (Brasil) . Na verdade, achei o filme estranhíssimo. Mas gente cuja opinião prezo achou-o quase uma obra-prima. A conferir.

 

3)  A Vida Privada dos Dinossauros, de Maíra Bühler e Matias Mariani (Brasil). Longo depoimento de um rapaz norte-americano que se lança à aventura. Narra, com muito encanto, seu envolvimento com uma moça misteriosa. Ela parece uma mentirosa compulsiva. Mas será assim? Jogo interessante entre o que é verdade e ficção.

 

4)  Cássia, de Paulo Henrique Fontenelle (Brasil). Doc legal sobre a cantora Cássia Eller, que foi uma contestadora e morreu cedo, deixando uma lenda atrás de si e uma legião de fãs órfãos. Convencional como realização, mas baseado em material de arquivo de primeira.

 

5)  O Fim e os Meios, de Murilo Salles (Brasil). Nova ficção do diretor, tocando agora nas relações promíscuas entre imprensa e poder em Brasília. Tema delicado, num filme soturno que vale a pena ver.

 

6)  Falstaff - o Toque da Meia-noite, de Orson Welles (Espanha). Esse está na categoria dos imperdíveis. Welles, nessa produção espanhola, adaptada de Shakespeare, interpreta o personagem que tem por amigo o futuro rei Henrique IV. Os temas são o poder, a amizade e a ingratidão. Temas eternos, como se vê. Experiência única de ver este filme na tela grande, em cópia restaurada.

 

7)  Jauja, de Lisandro Alonso (Argentina). Este eu também coloco na categoria dos imperdíveis. Viggo Mortensen faz o engenheiro dinamarquês que vai para a Patagônia em companhia de linda filha adolescente. Quando a menina foge com um soldado, ele se embrenha atrás dela no deserto. Um visual lindíssimo, que serve como comentário a uma viagem que começa em tom realista e evolui para uma busca metafísica. Não sei por quê (aliás, sei muito bem), à medida que a trama progredia eu ia me lembrando do Diário de Arthur Gordon Pym, único e estranho romance de Poe.

 

8)  Osvaldão, de Vandré Fernandes, Ana Petta, Fabio Bardella, André Michiles. O documentário tem lá suas limitações. Mas compensa por relembrar a figura deste guerrilheiro, nascido em Minas Gerais e que foi morrer assassinado na Guerrilha do Araguaia, no tempo da ditadura militar. Um raro filme, há pouco descoberto, mostra imagens em movimento de Osvaldão em sua temporada como estudante de engenharia na então Checoslováquia.

 

9)  Quanto a mim, vou ver Campo de Jogo, de Eryk Rocha, e Flores de Taipei - o novo Cinema de Taiwan, de Chinlin Hsieh. Esses não conheço (claro, né?) ,mas tenho ótimas indicações.

 

10) O Pequeno Quinquin, de Bruno Dumont (França). Uma das mais insólitas (e divertidas) comédias jamais filmadas. Com 200 minutos de duração, mostra uma dupla de investigadores bizarros tentando decifrar uma série de crimes em Boulogne-sur-Mer. Concebido originalmente para minissérie de TV, aqui é exibido como se deve. De uma vez e na tela grande (Dumont é fascinado pelas panorâmicas). Nem os franceses ainda viram o que nós aqui estamos vendo. Aproveite!

 

11)  À noite, há entrega dos prêmios. Eu mesmo vou subir ao palco para entregar o certificado da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), em companhia de Carol Almeida. O vencedor ainda não posso contar. Depois será exibido o filme Dólares de Areia, com Geraldine Chaplin. A filha de Carlitos estará na sessão.

 

 

 

 Foto: Estadão

Muitas dicas para o último dia da Mostra 2014. Vou dar minhas indicações rápidas, sem firulas:

1)  Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira (Brasil). Uma ficção que, na verdade, é a história da própria família do diretor e eles mesmos são os intérpretes. Muito interessante e com momentos de emoção. Simples e complexo ao mesmo tempo

 

2)  As Maravilhas, de Alice Rohrwacher (Brasil) . Na verdade, achei o filme estranhíssimo. Mas gente cuja opinião prezo achou-o quase uma obra-prima. A conferir.

 

3)  A Vida Privada dos Dinossauros, de Maíra Bühler e Matias Mariani (Brasil). Longo depoimento de um rapaz norte-americano que se lança à aventura. Narra, com muito encanto, seu envolvimento com uma moça misteriosa. Ela parece uma mentirosa compulsiva. Mas será assim? Jogo interessante entre o que é verdade e ficção.

 

4)  Cássia, de Paulo Henrique Fontenelle (Brasil). Doc legal sobre a cantora Cássia Eller, que foi uma contestadora e morreu cedo, deixando uma lenda atrás de si e uma legião de fãs órfãos. Convencional como realização, mas baseado em material de arquivo de primeira.

 

5)  O Fim e os Meios, de Murilo Salles (Brasil). Nova ficção do diretor, tocando agora nas relações promíscuas entre imprensa e poder em Brasília. Tema delicado, num filme soturno que vale a pena ver.

 

6)  Falstaff - o Toque da Meia-noite, de Orson Welles (Espanha). Esse está na categoria dos imperdíveis. Welles, nessa produção espanhola, adaptada de Shakespeare, interpreta o personagem que tem por amigo o futuro rei Henrique IV. Os temas são o poder, a amizade e a ingratidão. Temas eternos, como se vê. Experiência única de ver este filme na tela grande, em cópia restaurada.

 

7)  Jauja, de Lisandro Alonso (Argentina). Este eu também coloco na categoria dos imperdíveis. Viggo Mortensen faz o engenheiro dinamarquês que vai para a Patagônia em companhia de linda filha adolescente. Quando a menina foge com um soldado, ele se embrenha atrás dela no deserto. Um visual lindíssimo, que serve como comentário a uma viagem que começa em tom realista e evolui para uma busca metafísica. Não sei por quê (aliás, sei muito bem), à medida que a trama progredia eu ia me lembrando do Diário de Arthur Gordon Pym, único e estranho romance de Poe.

 

8)  Osvaldão, de Vandré Fernandes, Ana Petta, Fabio Bardella, André Michiles. O documentário tem lá suas limitações. Mas compensa por relembrar a figura deste guerrilheiro, nascido em Minas Gerais e que foi morrer assassinado na Guerrilha do Araguaia, no tempo da ditadura militar. Um raro filme, há pouco descoberto, mostra imagens em movimento de Osvaldão em sua temporada como estudante de engenharia na então Checoslováquia.

 

9)  Quanto a mim, vou ver Campo de Jogo, de Eryk Rocha, e Flores de Taipei - o novo Cinema de Taiwan, de Chinlin Hsieh. Esses não conheço (claro, né?) ,mas tenho ótimas indicações.

 

10) O Pequeno Quinquin, de Bruno Dumont (França). Uma das mais insólitas (e divertidas) comédias jamais filmadas. Com 200 minutos de duração, mostra uma dupla de investigadores bizarros tentando decifrar uma série de crimes em Boulogne-sur-Mer. Concebido originalmente para minissérie de TV, aqui é exibido como se deve. De uma vez e na tela grande (Dumont é fascinado pelas panorâmicas). Nem os franceses ainda viram o que nós aqui estamos vendo. Aproveite!

 

11)  À noite, há entrega dos prêmios. Eu mesmo vou subir ao palco para entregar o certificado da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), em companhia de Carol Almeida. O vencedor ainda não posso contar. Depois será exibido o filme Dólares de Areia, com Geraldine Chaplin. A filha de Carlitos estará na sessão.

 

 

 

 Foto: Estadão

Muitas dicas para o último dia da Mostra 2014. Vou dar minhas indicações rápidas, sem firulas:

1)  Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira (Brasil). Uma ficção que, na verdade, é a história da própria família do diretor e eles mesmos são os intérpretes. Muito interessante e com momentos de emoção. Simples e complexo ao mesmo tempo

 

2)  As Maravilhas, de Alice Rohrwacher (Brasil) . Na verdade, achei o filme estranhíssimo. Mas gente cuja opinião prezo achou-o quase uma obra-prima. A conferir.

 

3)  A Vida Privada dos Dinossauros, de Maíra Bühler e Matias Mariani (Brasil). Longo depoimento de um rapaz norte-americano que se lança à aventura. Narra, com muito encanto, seu envolvimento com uma moça misteriosa. Ela parece uma mentirosa compulsiva. Mas será assim? Jogo interessante entre o que é verdade e ficção.

 

4)  Cássia, de Paulo Henrique Fontenelle (Brasil). Doc legal sobre a cantora Cássia Eller, que foi uma contestadora e morreu cedo, deixando uma lenda atrás de si e uma legião de fãs órfãos. Convencional como realização, mas baseado em material de arquivo de primeira.

 

5)  O Fim e os Meios, de Murilo Salles (Brasil). Nova ficção do diretor, tocando agora nas relações promíscuas entre imprensa e poder em Brasília. Tema delicado, num filme soturno que vale a pena ver.

 

6)  Falstaff - o Toque da Meia-noite, de Orson Welles (Espanha). Esse está na categoria dos imperdíveis. Welles, nessa produção espanhola, adaptada de Shakespeare, interpreta o personagem que tem por amigo o futuro rei Henrique IV. Os temas são o poder, a amizade e a ingratidão. Temas eternos, como se vê. Experiência única de ver este filme na tela grande, em cópia restaurada.

 

7)  Jauja, de Lisandro Alonso (Argentina). Este eu também coloco na categoria dos imperdíveis. Viggo Mortensen faz o engenheiro dinamarquês que vai para a Patagônia em companhia de linda filha adolescente. Quando a menina foge com um soldado, ele se embrenha atrás dela no deserto. Um visual lindíssimo, que serve como comentário a uma viagem que começa em tom realista e evolui para uma busca metafísica. Não sei por quê (aliás, sei muito bem), à medida que a trama progredia eu ia me lembrando do Diário de Arthur Gordon Pym, único e estranho romance de Poe.

 

8)  Osvaldão, de Vandré Fernandes, Ana Petta, Fabio Bardella, André Michiles. O documentário tem lá suas limitações. Mas compensa por relembrar a figura deste guerrilheiro, nascido em Minas Gerais e que foi morrer assassinado na Guerrilha do Araguaia, no tempo da ditadura militar. Um raro filme, há pouco descoberto, mostra imagens em movimento de Osvaldão em sua temporada como estudante de engenharia na então Checoslováquia.

 

9)  Quanto a mim, vou ver Campo de Jogo, de Eryk Rocha, e Flores de Taipei - o novo Cinema de Taiwan, de Chinlin Hsieh. Esses não conheço (claro, né?) ,mas tenho ótimas indicações.

 

10) O Pequeno Quinquin, de Bruno Dumont (França). Uma das mais insólitas (e divertidas) comédias jamais filmadas. Com 200 minutos de duração, mostra uma dupla de investigadores bizarros tentando decifrar uma série de crimes em Boulogne-sur-Mer. Concebido originalmente para minissérie de TV, aqui é exibido como se deve. De uma vez e na tela grande (Dumont é fascinado pelas panorâmicas). Nem os franceses ainda viram o que nós aqui estamos vendo. Aproveite!

 

11)  À noite, há entrega dos prêmios. Eu mesmo vou subir ao palco para entregar o certificado da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), em companhia de Carol Almeida. O vencedor ainda não posso contar. Depois será exibido o filme Dólares de Areia, com Geraldine Chaplin. A filha de Carlitos estará na sessão.

 

 

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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