Cinema, cultura & afins

Opinião|Enterros


Por Luiz Zanin Oricchio

Um dos trechos que acho mais pungentes na crônica de Euclides da Cunha sobre Machado de Assis (leia no post abaixo) é quando ele fala da absoluta indiferença da cidade diante da agonia do mestre. Em comentário ao post, Daniel Piza, que é biógrafo de Machado, conta que houve certa repercussão com a morte do mestre. Centenas de pessoas foram ao seu enterro no Rio. Acho pouco. A morte de alguém como Machado de Assis deveria causar uma comoção nacional, como escreve Euclides. Algo como a agonia de Victor Hugo em Paris, acompanhada por centenas de parisienses plantados à porta do escritor. O corpo foi velado sob o Arco do Triunfo e o enterro parou Paris, como se vê pela foto. Calcula-se em mais de um milhão de pessoas no cortejo que acompanhou os restos até o Panteão.

Longe de mim estabelecer uma competição macabra entre enterros. Aliás, para quebrar um pouco o clima, me permito lembrar uma história engraçada. Dizem que Ari Barroso, em seu leito de morte, dizia aos amigos: "Tudo o que eu quero é um enterro maior do que do Francisco Alves". Não conseguiu, pois o funeral do cantor bateu o seu com folgas. Mas, enfim, anedotas à parte, a dimensão de um enterro reflete o apreço do morto junto à população. E escritores, por aqui, nunca foram lá muito populares. Nem mesmo um gigante como Machado.

Um dos trechos que acho mais pungentes na crônica de Euclides da Cunha sobre Machado de Assis (leia no post abaixo) é quando ele fala da absoluta indiferença da cidade diante da agonia do mestre. Em comentário ao post, Daniel Piza, que é biógrafo de Machado, conta que houve certa repercussão com a morte do mestre. Centenas de pessoas foram ao seu enterro no Rio. Acho pouco. A morte de alguém como Machado de Assis deveria causar uma comoção nacional, como escreve Euclides. Algo como a agonia de Victor Hugo em Paris, acompanhada por centenas de parisienses plantados à porta do escritor. O corpo foi velado sob o Arco do Triunfo e o enterro parou Paris, como se vê pela foto. Calcula-se em mais de um milhão de pessoas no cortejo que acompanhou os restos até o Panteão.

Longe de mim estabelecer uma competição macabra entre enterros. Aliás, para quebrar um pouco o clima, me permito lembrar uma história engraçada. Dizem que Ari Barroso, em seu leito de morte, dizia aos amigos: "Tudo o que eu quero é um enterro maior do que do Francisco Alves". Não conseguiu, pois o funeral do cantor bateu o seu com folgas. Mas, enfim, anedotas à parte, a dimensão de um enterro reflete o apreço do morto junto à população. E escritores, por aqui, nunca foram lá muito populares. Nem mesmo um gigante como Machado.

Um dos trechos que acho mais pungentes na crônica de Euclides da Cunha sobre Machado de Assis (leia no post abaixo) é quando ele fala da absoluta indiferença da cidade diante da agonia do mestre. Em comentário ao post, Daniel Piza, que é biógrafo de Machado, conta que houve certa repercussão com a morte do mestre. Centenas de pessoas foram ao seu enterro no Rio. Acho pouco. A morte de alguém como Machado de Assis deveria causar uma comoção nacional, como escreve Euclides. Algo como a agonia de Victor Hugo em Paris, acompanhada por centenas de parisienses plantados à porta do escritor. O corpo foi velado sob o Arco do Triunfo e o enterro parou Paris, como se vê pela foto. Calcula-se em mais de um milhão de pessoas no cortejo que acompanhou os restos até o Panteão.

Longe de mim estabelecer uma competição macabra entre enterros. Aliás, para quebrar um pouco o clima, me permito lembrar uma história engraçada. Dizem que Ari Barroso, em seu leito de morte, dizia aos amigos: "Tudo o que eu quero é um enterro maior do que do Francisco Alves". Não conseguiu, pois o funeral do cantor bateu o seu com folgas. Mas, enfim, anedotas à parte, a dimensão de um enterro reflete o apreço do morto junto à população. E escritores, por aqui, nunca foram lá muito populares. Nem mesmo um gigante como Machado.

Um dos trechos que acho mais pungentes na crônica de Euclides da Cunha sobre Machado de Assis (leia no post abaixo) é quando ele fala da absoluta indiferença da cidade diante da agonia do mestre. Em comentário ao post, Daniel Piza, que é biógrafo de Machado, conta que houve certa repercussão com a morte do mestre. Centenas de pessoas foram ao seu enterro no Rio. Acho pouco. A morte de alguém como Machado de Assis deveria causar uma comoção nacional, como escreve Euclides. Algo como a agonia de Victor Hugo em Paris, acompanhada por centenas de parisienses plantados à porta do escritor. O corpo foi velado sob o Arco do Triunfo e o enterro parou Paris, como se vê pela foto. Calcula-se em mais de um milhão de pessoas no cortejo que acompanhou os restos até o Panteão.

Longe de mim estabelecer uma competição macabra entre enterros. Aliás, para quebrar um pouco o clima, me permito lembrar uma história engraçada. Dizem que Ari Barroso, em seu leito de morte, dizia aos amigos: "Tudo o que eu quero é um enterro maior do que do Francisco Alves". Não conseguiu, pois o funeral do cantor bateu o seu com folgas. Mas, enfim, anedotas à parte, a dimensão de um enterro reflete o apreço do morto junto à população. E escritores, por aqui, nunca foram lá muito populares. Nem mesmo um gigante como Machado.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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