Cinema, cultura & afins

Opinião|'Lavoura Arcaica', com presença de Raduan Nassar, põe fim à Mostra


Por Luiz Zanin Oricchio
Luiz Fernando Carvalho, Raduan Nassar e Milton Hatoum, ontem, no Cinesesc Foto: Estadão

Enquanto o mundo explode (ou suspira) com os Temer e os Trump da vida, a arte nos salva. Pelo menos em parte nos alivia. Ontem à noite terminou de vez a 40ª Mostra de Cinema de São Paulo. E não poderia ter colocado um ponto final melhor que, na verdade, seria mais bem definido como um vistoso ponto de exclamação! Lavoura Arcaica, em cópia 35 mm, com a presença do diretor Luiz Fernando Carvalho e do autor do livro, Raduan Nassar. De quebra, na plateia, o escritor Milton Hatoum. Ele e Raduan, salvo engano, são as duas maiores expressões contemporâneas da cultura árabe em versão brasileira.

Lavoura Arcaica vai fundo nessa cultura e, de certa forma, em diálogo com as escrituras bíblicas, mas também com a tragédia grega, mostra o estraçalhamento de um núcleo familiar no entanto muito bem assentado. O pai (Raul Cortez), a mãe (Juliana Carneiro da Cunha), os filhos André (Selton Melo) e Pedro (Leonardo Medeiros), a deslumbrante irmã, Ana (Simone Spoladore). As sentenças do pai à cabeceira da mesa, a ética rígida de vida, corroída pelo desejo, pelo incesto, pela decadência. A fotografia de Walter Carvalho é estupenda. Mostra um filme bem brasileiro que, no entanto, dialoga com Visconti. É, entre muitíssimas outras coisas, uma meditação sobre o desejo, o tempo e a morte.

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Depois da projeção do longa de quase três horas, houve debate com o diretor. Muito bom, por sinal. Raduan não participou. A uma pergunta sobre as versões cinematográficas dos seus livros para o cinema (Um Copo de Cólera foi dirigido por Aluisio Abranches), limitou-se a responder: "Estamos vivendo num estado de exceção, e isso é tudo que me preocupa agora".

Falou e disse, mestre. Mas está na hora de reler Lavoura Arcaica.

Mesmo porque vivemos em pleno arcaísmo.

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Enquanto o mundo explode (ou suspira) com os Temer e os Trump da vida, a arte nos salva. Pelo menos em parte nos alivia. Ontem à noite terminou de vez a 40ª Mostra de Cinema de São Paulo. E não poderia ter colocado um ponto final melhor que, na verdade, seria mais bem definido como um vistoso ponto de exclamação! Lavoura Arcaica, em cópia 35 mm, com a presença do diretor Luiz Fernando Carvalho e do autor do livro, Raduan Nassar. De quebra, na plateia, o escritor Milton Hatoum. Ele e Raduan, salvo engano, são as duas maiores expressões contemporâneas da cultura árabe em versão brasileira.

Lavoura Arcaica vai fundo nessa cultura e, de certa forma, em diálogo com as escrituras bíblicas, mas também com a tragédia grega, mostra o estraçalhamento de um núcleo familiar no entanto muito bem assentado. O pai (Raul Cortez), a mãe (Juliana Carneiro da Cunha), os filhos André (Selton Melo) e Pedro (Leonardo Medeiros), a deslumbrante irmã, Ana (Simone Spoladore). As sentenças do pai à cabeceira da mesa, a ética rígida de vida, corroída pelo desejo, pelo incesto, pela decadência. A fotografia de Walter Carvalho é estupenda. Mostra um filme bem brasileiro que, no entanto, dialoga com Visconti. É, entre muitíssimas outras coisas, uma meditação sobre o desejo, o tempo e a morte.

Depois da projeção do longa de quase três horas, houve debate com o diretor. Muito bom, por sinal. Raduan não participou. A uma pergunta sobre as versões cinematográficas dos seus livros para o cinema (Um Copo de Cólera foi dirigido por Aluisio Abranches), limitou-se a responder: "Estamos vivendo num estado de exceção, e isso é tudo que me preocupa agora".

Falou e disse, mestre. Mas está na hora de reler Lavoura Arcaica.

Mesmo porque vivemos em pleno arcaísmo.

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Enquanto o mundo explode (ou suspira) com os Temer e os Trump da vida, a arte nos salva. Pelo menos em parte nos alivia. Ontem à noite terminou de vez a 40ª Mostra de Cinema de São Paulo. E não poderia ter colocado um ponto final melhor que, na verdade, seria mais bem definido como um vistoso ponto de exclamação! Lavoura Arcaica, em cópia 35 mm, com a presença do diretor Luiz Fernando Carvalho e do autor do livro, Raduan Nassar. De quebra, na plateia, o escritor Milton Hatoum. Ele e Raduan, salvo engano, são as duas maiores expressões contemporâneas da cultura árabe em versão brasileira.

Lavoura Arcaica vai fundo nessa cultura e, de certa forma, em diálogo com as escrituras bíblicas, mas também com a tragédia grega, mostra o estraçalhamento de um núcleo familiar no entanto muito bem assentado. O pai (Raul Cortez), a mãe (Juliana Carneiro da Cunha), os filhos André (Selton Melo) e Pedro (Leonardo Medeiros), a deslumbrante irmã, Ana (Simone Spoladore). As sentenças do pai à cabeceira da mesa, a ética rígida de vida, corroída pelo desejo, pelo incesto, pela decadência. A fotografia de Walter Carvalho é estupenda. Mostra um filme bem brasileiro que, no entanto, dialoga com Visconti. É, entre muitíssimas outras coisas, uma meditação sobre o desejo, o tempo e a morte.

Depois da projeção do longa de quase três horas, houve debate com o diretor. Muito bom, por sinal. Raduan não participou. A uma pergunta sobre as versões cinematográficas dos seus livros para o cinema (Um Copo de Cólera foi dirigido por Aluisio Abranches), limitou-se a responder: "Estamos vivendo num estado de exceção, e isso é tudo que me preocupa agora".

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Enquanto o mundo explode (ou suspira) com os Temer e os Trump da vida, a arte nos salva. Pelo menos em parte nos alivia. Ontem à noite terminou de vez a 40ª Mostra de Cinema de São Paulo. E não poderia ter colocado um ponto final melhor que, na verdade, seria mais bem definido como um vistoso ponto de exclamação! Lavoura Arcaica, em cópia 35 mm, com a presença do diretor Luiz Fernando Carvalho e do autor do livro, Raduan Nassar. De quebra, na plateia, o escritor Milton Hatoum. Ele e Raduan, salvo engano, são as duas maiores expressões contemporâneas da cultura árabe em versão brasileira.

Lavoura Arcaica vai fundo nessa cultura e, de certa forma, em diálogo com as escrituras bíblicas, mas também com a tragédia grega, mostra o estraçalhamento de um núcleo familiar no entanto muito bem assentado. O pai (Raul Cortez), a mãe (Juliana Carneiro da Cunha), os filhos André (Selton Melo) e Pedro (Leonardo Medeiros), a deslumbrante irmã, Ana (Simone Spoladore). As sentenças do pai à cabeceira da mesa, a ética rígida de vida, corroída pelo desejo, pelo incesto, pela decadência. A fotografia de Walter Carvalho é estupenda. Mostra um filme bem brasileiro que, no entanto, dialoga com Visconti. É, entre muitíssimas outras coisas, uma meditação sobre o desejo, o tempo e a morte.

Depois da projeção do longa de quase três horas, houve debate com o diretor. Muito bom, por sinal. Raduan não participou. A uma pergunta sobre as versões cinematográficas dos seus livros para o cinema (Um Copo de Cólera foi dirigido por Aluisio Abranches), limitou-se a responder: "Estamos vivendo num estado de exceção, e isso é tudo que me preocupa agora".

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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