Cinema, cultura & afins

Opinião|Lévi-Strauss


O etnólogo, no Brasil

Por Luiz Zanin Oricchio

E o homem se foi, com quase 101 anos. Desde ontem, já muita coisa se escreveu e se falou sobre Claude Lévi-Strauss, discutindo-se a permanência do seu pensamento, que acabou ganhando relevo pela longevidade da pessoa. Permitam-me contribuir um pouco com essa inflação de palavras.

O fato é que, autor de obras como O Pensamento Selvagem e Estruturas Elementares do Parentesco, Lévi-Strauss tornou-se um clássico incontornável do século 20. Entre nós, uma obra tem especial significado - Tristes Trópicos, relato (literariamente muito bom) da sua estadia brasileira. É o livro a ser lido para quem deseja celebrá-lo, ou simplesmente estabelecer contato com um grande pensador. Não apresenta as dificuldades técnicas de outras, que supõem conhecimento mais especializado. Tristes Trópicos não. É um relato, muito vivo, muito apaixonado, de um jovem scholar francês que descobre uma cidade como São Paulo, e entra em contato depois com civilizações indígenas. O Brasil mudou a vida de L-S. e ele sempre admitiu isso.

Ano passado, quando completou 100 anos, editamos um Cultura especial em sua homenagem. Na época eu ainda editava o suplemento e voltei aos livros de L.-S. para me preparar, para "pegar o clima" e tocar a edição. Li e reli com grande prazer alguns dos textos que haviam influenciado minha educação universitária. Ninguém, vale dizer, formou sua cabeça durante certa época, em especial os anos 60 e 70, sem dever muito a ele. L.-S. , com suas idéias, arejou áreas como a crítica literária e cinematográfica além da psicanálise e da filosofia.

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Hoje o estruturalismo entrou em recesso, como uma moda intelectual passada. Isso tudo é bobagem, pois o que se pensou (bem) um dia pode ser relativizado, mas ainda conserva grande utilidade de análise, quando usado sem fanatismo.

Mas, relendo alguns textos, não descobri nada que me tocasse mais que o respeito de L.-S. para com os índios, antes tidos como primitivos e inferiores, mas que, sob seu olhar fino e escuta atenta, revelavam-se fihos de civilizações altamente sofisticadas.

L.-S. afirmava essa igualdade fundamental não com as armas da boa-intenção ou dos melhores princípios, mas com as ferramentas da própria ciência. Do pensamento. Por isso ficou. E vai ficar.

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Na ocasião, gravei para o portal um depoimento sobre L.-S. Se você quiser ouvi-lo, clique aqui.

E o homem se foi, com quase 101 anos. Desde ontem, já muita coisa se escreveu e se falou sobre Claude Lévi-Strauss, discutindo-se a permanência do seu pensamento, que acabou ganhando relevo pela longevidade da pessoa. Permitam-me contribuir um pouco com essa inflação de palavras.

O fato é que, autor de obras como O Pensamento Selvagem e Estruturas Elementares do Parentesco, Lévi-Strauss tornou-se um clássico incontornável do século 20. Entre nós, uma obra tem especial significado - Tristes Trópicos, relato (literariamente muito bom) da sua estadia brasileira. É o livro a ser lido para quem deseja celebrá-lo, ou simplesmente estabelecer contato com um grande pensador. Não apresenta as dificuldades técnicas de outras, que supõem conhecimento mais especializado. Tristes Trópicos não. É um relato, muito vivo, muito apaixonado, de um jovem scholar francês que descobre uma cidade como São Paulo, e entra em contato depois com civilizações indígenas. O Brasil mudou a vida de L-S. e ele sempre admitiu isso.

Ano passado, quando completou 100 anos, editamos um Cultura especial em sua homenagem. Na época eu ainda editava o suplemento e voltei aos livros de L.-S. para me preparar, para "pegar o clima" e tocar a edição. Li e reli com grande prazer alguns dos textos que haviam influenciado minha educação universitária. Ninguém, vale dizer, formou sua cabeça durante certa época, em especial os anos 60 e 70, sem dever muito a ele. L.-S. , com suas idéias, arejou áreas como a crítica literária e cinematográfica além da psicanálise e da filosofia.

Hoje o estruturalismo entrou em recesso, como uma moda intelectual passada. Isso tudo é bobagem, pois o que se pensou (bem) um dia pode ser relativizado, mas ainda conserva grande utilidade de análise, quando usado sem fanatismo.

Mas, relendo alguns textos, não descobri nada que me tocasse mais que o respeito de L.-S. para com os índios, antes tidos como primitivos e inferiores, mas que, sob seu olhar fino e escuta atenta, revelavam-se fihos de civilizações altamente sofisticadas.

L.-S. afirmava essa igualdade fundamental não com as armas da boa-intenção ou dos melhores princípios, mas com as ferramentas da própria ciência. Do pensamento. Por isso ficou. E vai ficar.

Na ocasião, gravei para o portal um depoimento sobre L.-S. Se você quiser ouvi-lo, clique aqui.

E o homem se foi, com quase 101 anos. Desde ontem, já muita coisa se escreveu e se falou sobre Claude Lévi-Strauss, discutindo-se a permanência do seu pensamento, que acabou ganhando relevo pela longevidade da pessoa. Permitam-me contribuir um pouco com essa inflação de palavras.

O fato é que, autor de obras como O Pensamento Selvagem e Estruturas Elementares do Parentesco, Lévi-Strauss tornou-se um clássico incontornável do século 20. Entre nós, uma obra tem especial significado - Tristes Trópicos, relato (literariamente muito bom) da sua estadia brasileira. É o livro a ser lido para quem deseja celebrá-lo, ou simplesmente estabelecer contato com um grande pensador. Não apresenta as dificuldades técnicas de outras, que supõem conhecimento mais especializado. Tristes Trópicos não. É um relato, muito vivo, muito apaixonado, de um jovem scholar francês que descobre uma cidade como São Paulo, e entra em contato depois com civilizações indígenas. O Brasil mudou a vida de L-S. e ele sempre admitiu isso.

Ano passado, quando completou 100 anos, editamos um Cultura especial em sua homenagem. Na época eu ainda editava o suplemento e voltei aos livros de L.-S. para me preparar, para "pegar o clima" e tocar a edição. Li e reli com grande prazer alguns dos textos que haviam influenciado minha educação universitária. Ninguém, vale dizer, formou sua cabeça durante certa época, em especial os anos 60 e 70, sem dever muito a ele. L.-S. , com suas idéias, arejou áreas como a crítica literária e cinematográfica além da psicanálise e da filosofia.

Hoje o estruturalismo entrou em recesso, como uma moda intelectual passada. Isso tudo é bobagem, pois o que se pensou (bem) um dia pode ser relativizado, mas ainda conserva grande utilidade de análise, quando usado sem fanatismo.

Mas, relendo alguns textos, não descobri nada que me tocasse mais que o respeito de L.-S. para com os índios, antes tidos como primitivos e inferiores, mas que, sob seu olhar fino e escuta atenta, revelavam-se fihos de civilizações altamente sofisticadas.

L.-S. afirmava essa igualdade fundamental não com as armas da boa-intenção ou dos melhores princípios, mas com as ferramentas da própria ciência. Do pensamento. Por isso ficou. E vai ficar.

Na ocasião, gravei para o portal um depoimento sobre L.-S. Se você quiser ouvi-lo, clique aqui.

E o homem se foi, com quase 101 anos. Desde ontem, já muita coisa se escreveu e se falou sobre Claude Lévi-Strauss, discutindo-se a permanência do seu pensamento, que acabou ganhando relevo pela longevidade da pessoa. Permitam-me contribuir um pouco com essa inflação de palavras.

O fato é que, autor de obras como O Pensamento Selvagem e Estruturas Elementares do Parentesco, Lévi-Strauss tornou-se um clássico incontornável do século 20. Entre nós, uma obra tem especial significado - Tristes Trópicos, relato (literariamente muito bom) da sua estadia brasileira. É o livro a ser lido para quem deseja celebrá-lo, ou simplesmente estabelecer contato com um grande pensador. Não apresenta as dificuldades técnicas de outras, que supõem conhecimento mais especializado. Tristes Trópicos não. É um relato, muito vivo, muito apaixonado, de um jovem scholar francês que descobre uma cidade como São Paulo, e entra em contato depois com civilizações indígenas. O Brasil mudou a vida de L-S. e ele sempre admitiu isso.

Ano passado, quando completou 100 anos, editamos um Cultura especial em sua homenagem. Na época eu ainda editava o suplemento e voltei aos livros de L.-S. para me preparar, para "pegar o clima" e tocar a edição. Li e reli com grande prazer alguns dos textos que haviam influenciado minha educação universitária. Ninguém, vale dizer, formou sua cabeça durante certa época, em especial os anos 60 e 70, sem dever muito a ele. L.-S. , com suas idéias, arejou áreas como a crítica literária e cinematográfica além da psicanálise e da filosofia.

Hoje o estruturalismo entrou em recesso, como uma moda intelectual passada. Isso tudo é bobagem, pois o que se pensou (bem) um dia pode ser relativizado, mas ainda conserva grande utilidade de análise, quando usado sem fanatismo.

Mas, relendo alguns textos, não descobri nada que me tocasse mais que o respeito de L.-S. para com os índios, antes tidos como primitivos e inferiores, mas que, sob seu olhar fino e escuta atenta, revelavam-se fihos de civilizações altamente sofisticadas.

L.-S. afirmava essa igualdade fundamental não com as armas da boa-intenção ou dos melhores princípios, mas com as ferramentas da própria ciência. Do pensamento. Por isso ficou. E vai ficar.

Na ocasião, gravei para o portal um depoimento sobre L.-S. Se você quiser ouvi-lo, clique aqui.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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