Cinema, cultura & afins

Opinião|O fator humano


Por Luiz Zanin Oricchio

Gostei muito da coluna do Armando Nogueira, no Lance!, dedicada ao Renato Gaúcho. Em nome dos não boleiros, contextualizo. Os boleiros me perdoem a redundância. Domingo, no Maracanã, disputava-se a semi-final do primeiro turno do Campeonato Carioca (espertos, eles fazem dois campeonatos em um, mas esta é outra história). Empate entre Vasco e Flamengo no tempo regulamentar, as equipes vão disputar quem passa para as finais nos pênaltis. Renato Gaúcho, técnico do Vasco, senta-se no banco e não acompanha as cobranças. Enfia a cabeça entre as mãos e assim permanece. Muita gente viu no ato uma falha de comando (tinha de estar junto dos jogadores), uma fraqueza, uma anomalia, em suma.

Armando Nogueira, não. Detectou ali o ser humano, complexo, num momento seu, de recolhimento e solidão. Quando a crônica esportiva tende a ser técnica, falando de esquemas táticos e da numerologia (3-5-2, 4-4-2 e outros bichos) associada ao esporte, Armando devolve ao futebol aquela que é sua dimensão maior, e faz dele o preferido entre todos, o fator humano. No que nada mais faz senão prestar homenagem ao mestre de todos nós, Nelson Rodrigues, que via um jogo com olhos de dramaturgo e portanto via melhor do que os outros.

Sim, o Vasco foi derrotado nos pênaltis. Depois de tudo acabado, Renato disse que "disputa por pênalti é loteria". Há quem pense assim, há quem diga que esse duelo entre dois jogadores é questão de treinamento, técnica, equilíbrio emocional. Fico mais com a segunda alternativa, mas isto aqui não importa. Importa é o que pensa o Renato. Se pênalti é loteria, como acredita, lá estava ele entregue ao destino, ao imponderável, à Providência Divina. Desamparado, em suma. Como uma criança, lembra Armando Nogueira na crônica. Essa aflição diante do destino incontrolável é que lhe dá a dimensão humana.

continua após a publicidade

Eu quase ia dizendo que lhe dá uma dimensão trágica, porque no fundo é disso e não de outra coisa que tratam os gregos em suas peças.

Gostei muito da coluna do Armando Nogueira, no Lance!, dedicada ao Renato Gaúcho. Em nome dos não boleiros, contextualizo. Os boleiros me perdoem a redundância. Domingo, no Maracanã, disputava-se a semi-final do primeiro turno do Campeonato Carioca (espertos, eles fazem dois campeonatos em um, mas esta é outra história). Empate entre Vasco e Flamengo no tempo regulamentar, as equipes vão disputar quem passa para as finais nos pênaltis. Renato Gaúcho, técnico do Vasco, senta-se no banco e não acompanha as cobranças. Enfia a cabeça entre as mãos e assim permanece. Muita gente viu no ato uma falha de comando (tinha de estar junto dos jogadores), uma fraqueza, uma anomalia, em suma.

Armando Nogueira, não. Detectou ali o ser humano, complexo, num momento seu, de recolhimento e solidão. Quando a crônica esportiva tende a ser técnica, falando de esquemas táticos e da numerologia (3-5-2, 4-4-2 e outros bichos) associada ao esporte, Armando devolve ao futebol aquela que é sua dimensão maior, e faz dele o preferido entre todos, o fator humano. No que nada mais faz senão prestar homenagem ao mestre de todos nós, Nelson Rodrigues, que via um jogo com olhos de dramaturgo e portanto via melhor do que os outros.

Sim, o Vasco foi derrotado nos pênaltis. Depois de tudo acabado, Renato disse que "disputa por pênalti é loteria". Há quem pense assim, há quem diga que esse duelo entre dois jogadores é questão de treinamento, técnica, equilíbrio emocional. Fico mais com a segunda alternativa, mas isto aqui não importa. Importa é o que pensa o Renato. Se pênalti é loteria, como acredita, lá estava ele entregue ao destino, ao imponderável, à Providência Divina. Desamparado, em suma. Como uma criança, lembra Armando Nogueira na crônica. Essa aflição diante do destino incontrolável é que lhe dá a dimensão humana.

Eu quase ia dizendo que lhe dá uma dimensão trágica, porque no fundo é disso e não de outra coisa que tratam os gregos em suas peças.

Gostei muito da coluna do Armando Nogueira, no Lance!, dedicada ao Renato Gaúcho. Em nome dos não boleiros, contextualizo. Os boleiros me perdoem a redundância. Domingo, no Maracanã, disputava-se a semi-final do primeiro turno do Campeonato Carioca (espertos, eles fazem dois campeonatos em um, mas esta é outra história). Empate entre Vasco e Flamengo no tempo regulamentar, as equipes vão disputar quem passa para as finais nos pênaltis. Renato Gaúcho, técnico do Vasco, senta-se no banco e não acompanha as cobranças. Enfia a cabeça entre as mãos e assim permanece. Muita gente viu no ato uma falha de comando (tinha de estar junto dos jogadores), uma fraqueza, uma anomalia, em suma.

Armando Nogueira, não. Detectou ali o ser humano, complexo, num momento seu, de recolhimento e solidão. Quando a crônica esportiva tende a ser técnica, falando de esquemas táticos e da numerologia (3-5-2, 4-4-2 e outros bichos) associada ao esporte, Armando devolve ao futebol aquela que é sua dimensão maior, e faz dele o preferido entre todos, o fator humano. No que nada mais faz senão prestar homenagem ao mestre de todos nós, Nelson Rodrigues, que via um jogo com olhos de dramaturgo e portanto via melhor do que os outros.

Sim, o Vasco foi derrotado nos pênaltis. Depois de tudo acabado, Renato disse que "disputa por pênalti é loteria". Há quem pense assim, há quem diga que esse duelo entre dois jogadores é questão de treinamento, técnica, equilíbrio emocional. Fico mais com a segunda alternativa, mas isto aqui não importa. Importa é o que pensa o Renato. Se pênalti é loteria, como acredita, lá estava ele entregue ao destino, ao imponderável, à Providência Divina. Desamparado, em suma. Como uma criança, lembra Armando Nogueira na crônica. Essa aflição diante do destino incontrolável é que lhe dá a dimensão humana.

Eu quase ia dizendo que lhe dá uma dimensão trágica, porque no fundo é disso e não de outra coisa que tratam os gregos em suas peças.

Gostei muito da coluna do Armando Nogueira, no Lance!, dedicada ao Renato Gaúcho. Em nome dos não boleiros, contextualizo. Os boleiros me perdoem a redundância. Domingo, no Maracanã, disputava-se a semi-final do primeiro turno do Campeonato Carioca (espertos, eles fazem dois campeonatos em um, mas esta é outra história). Empate entre Vasco e Flamengo no tempo regulamentar, as equipes vão disputar quem passa para as finais nos pênaltis. Renato Gaúcho, técnico do Vasco, senta-se no banco e não acompanha as cobranças. Enfia a cabeça entre as mãos e assim permanece. Muita gente viu no ato uma falha de comando (tinha de estar junto dos jogadores), uma fraqueza, uma anomalia, em suma.

Armando Nogueira, não. Detectou ali o ser humano, complexo, num momento seu, de recolhimento e solidão. Quando a crônica esportiva tende a ser técnica, falando de esquemas táticos e da numerologia (3-5-2, 4-4-2 e outros bichos) associada ao esporte, Armando devolve ao futebol aquela que é sua dimensão maior, e faz dele o preferido entre todos, o fator humano. No que nada mais faz senão prestar homenagem ao mestre de todos nós, Nelson Rodrigues, que via um jogo com olhos de dramaturgo e portanto via melhor do que os outros.

Sim, o Vasco foi derrotado nos pênaltis. Depois de tudo acabado, Renato disse que "disputa por pênalti é loteria". Há quem pense assim, há quem diga que esse duelo entre dois jogadores é questão de treinamento, técnica, equilíbrio emocional. Fico mais com a segunda alternativa, mas isto aqui não importa. Importa é o que pensa o Renato. Se pênalti é loteria, como acredita, lá estava ele entregue ao destino, ao imponderável, à Providência Divina. Desamparado, em suma. Como uma criança, lembra Armando Nogueira na crônica. Essa aflição diante do destino incontrolável é que lhe dá a dimensão humana.

Eu quase ia dizendo que lhe dá uma dimensão trágica, porque no fundo é disso e não de outra coisa que tratam os gregos em suas peças.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.