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Opinião|O filme da Elza Soares


Em homenagem a essa grande artista, republico texto sobre o filme My name is Now - Elza Soares,  e também uma crônica que escrevi após assistir a um show da cantora  Obs. Recebi a informação de que, em homenagem a Elza, o filme será exibido neste domingo, 24/1/22, as 19h25, no Canal Curta! Não perca.

Por Luiz Zanin Oricchio
 Foto: Estadão

Luiz Zanin Oricchio

Em My Name is Now - Elza Soares, a diretora mineira Elizabeth Martins tem o desafio de mostrar ao público alguém que dispensa apresentações. Elza Soares, a grande cantora, sambista, companheira de Mané Garrincha, musa de tantas gerações. Elza, que atravessou tragédias em sua vida e soube, como poucas, se reinventar e reencontrar a alegria, do outro lado do rio. 

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Essa é a Elza que aparece no filme, num estudo de rosto, sofrido, marcante, marcado, porém tão expressivo. Elza que, apresentando-se no programa de calouros de Ary Barroso, e indagada pelo ácido apresentador de onde viera, respondeu, de bate-pronto: "Venho do país da fome". 

Essa mulher, que conheceu tantas vitórias e derrotas é associada ao mito do Fênix, ave que renasce das próprias cinzas. Essa referência mítica dá o tom a um filme que prefere a linguagem alegórica à realista. Evita assim o que seria uma redundância na caracterização da personagem pública que Elza, desde o início da carreira, nunca deixou de ser. 

A cantora magnífica, que usava o gogó e empunhava o microfone com a ginga que o morro lhe deu, não cessou de mudar e se refazer. Poderia ter ficado na, como hoje se diz, zona de conforto, mas inovou na vida, no repertório e no público, hoje dirigindo-se à nova geração e tornando-se musa da vanguarda. 

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Elza também que é dona de uma pegada jazzística e foi comparada, por Louis Armstrong, a outra diva, Billie Holiday. Vê-la e ouvi-la, dominando a arte do scat singing dos grandes mestres negros norte-americanos, é um prazer incomparável. 

O filme passa por tudo isso, e, com a câmera colocada rente ao rosto da artista, em super close, conta o que ela mesma tem a dizer sobre si. Como essas palavras duras: "Aprendi a cantar carregando lata d'água na cabeça, subindo o morro". 

Elza Soares é mais do que uma cantora, mais ainda que uma artista no completo domínio de sua arte. É expressão de um Brasil que podia ser pobre, miserável mesmo, mas era um país talentoso. Bem diferente da vulgaridade atual.

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 Foto: Estadão
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Luiz Zanin Oricchio

Em My Name is Now - Elza Soares, a diretora mineira Elizabeth Martins tem o desafio de mostrar ao público alguém que dispensa apresentações. Elza Soares, a grande cantora, sambista, companheira de Mané Garrincha, musa de tantas gerações. Elza, que atravessou tragédias em sua vida e soube, como poucas, se reinventar e reencontrar a alegria, do outro lado do rio. 

Essa é a Elza que aparece no filme, num estudo de rosto, sofrido, marcante, marcado, porém tão expressivo. Elza que, apresentando-se no programa de calouros de Ary Barroso, e indagada pelo ácido apresentador de onde viera, respondeu, de bate-pronto: "Venho do país da fome". 

Essa mulher, que conheceu tantas vitórias e derrotas é associada ao mito do Fênix, ave que renasce das próprias cinzas. Essa referência mítica dá o tom a um filme que prefere a linguagem alegórica à realista. Evita assim o que seria uma redundância na caracterização da personagem pública que Elza, desde o início da carreira, nunca deixou de ser. 

A cantora magnífica, que usava o gogó e empunhava o microfone com a ginga que o morro lhe deu, não cessou de mudar e se refazer. Poderia ter ficado na, como hoje se diz, zona de conforto, mas inovou na vida, no repertório e no público, hoje dirigindo-se à nova geração e tornando-se musa da vanguarda. 

Elza também que é dona de uma pegada jazzística e foi comparada, por Louis Armstrong, a outra diva, Billie Holiday. Vê-la e ouvi-la, dominando a arte do scat singing dos grandes mestres negros norte-americanos, é um prazer incomparável. 

O filme passa por tudo isso, e, com a câmera colocada rente ao rosto da artista, em super close, conta o que ela mesma tem a dizer sobre si. Como essas palavras duras: "Aprendi a cantar carregando lata d'água na cabeça, subindo o morro". 

Elza Soares é mais do que uma cantora, mais ainda que uma artista no completo domínio de sua arte. É expressão de um Brasil que podia ser pobre, miserável mesmo, mas era um país talentoso. Bem diferente da vulgaridade atual.

 

 Foto: Estadão
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Luiz Zanin Oricchio

Em My Name is Now - Elza Soares, a diretora mineira Elizabeth Martins tem o desafio de mostrar ao público alguém que dispensa apresentações. Elza Soares, a grande cantora, sambista, companheira de Mané Garrincha, musa de tantas gerações. Elza, que atravessou tragédias em sua vida e soube, como poucas, se reinventar e reencontrar a alegria, do outro lado do rio. 

Essa é a Elza que aparece no filme, num estudo de rosto, sofrido, marcante, marcado, porém tão expressivo. Elza que, apresentando-se no programa de calouros de Ary Barroso, e indagada pelo ácido apresentador de onde viera, respondeu, de bate-pronto: "Venho do país da fome". 

Essa mulher, que conheceu tantas vitórias e derrotas é associada ao mito do Fênix, ave que renasce das próprias cinzas. Essa referência mítica dá o tom a um filme que prefere a linguagem alegórica à realista. Evita assim o que seria uma redundância na caracterização da personagem pública que Elza, desde o início da carreira, nunca deixou de ser. 

A cantora magnífica, que usava o gogó e empunhava o microfone com a ginga que o morro lhe deu, não cessou de mudar e se refazer. Poderia ter ficado na, como hoje se diz, zona de conforto, mas inovou na vida, no repertório e no público, hoje dirigindo-se à nova geração e tornando-se musa da vanguarda. 

Elza também que é dona de uma pegada jazzística e foi comparada, por Louis Armstrong, a outra diva, Billie Holiday. Vê-la e ouvi-la, dominando a arte do scat singing dos grandes mestres negros norte-americanos, é um prazer incomparável. 

O filme passa por tudo isso, e, com a câmera colocada rente ao rosto da artista, em super close, conta o que ela mesma tem a dizer sobre si. Como essas palavras duras: "Aprendi a cantar carregando lata d'água na cabeça, subindo o morro". 

Elza Soares é mais do que uma cantora, mais ainda que uma artista no completo domínio de sua arte. É expressão de um Brasil que podia ser pobre, miserável mesmo, mas era um país talentoso. Bem diferente da vulgaridade atual.

 

 Foto: Estadão
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Luiz Zanin Oricchio

Em My Name is Now - Elza Soares, a diretora mineira Elizabeth Martins tem o desafio de mostrar ao público alguém que dispensa apresentações. Elza Soares, a grande cantora, sambista, companheira de Mané Garrincha, musa de tantas gerações. Elza, que atravessou tragédias em sua vida e soube, como poucas, se reinventar e reencontrar a alegria, do outro lado do rio. 

Essa é a Elza que aparece no filme, num estudo de rosto, sofrido, marcante, marcado, porém tão expressivo. Elza que, apresentando-se no programa de calouros de Ary Barroso, e indagada pelo ácido apresentador de onde viera, respondeu, de bate-pronto: "Venho do país da fome". 

Essa mulher, que conheceu tantas vitórias e derrotas é associada ao mito do Fênix, ave que renasce das próprias cinzas. Essa referência mítica dá o tom a um filme que prefere a linguagem alegórica à realista. Evita assim o que seria uma redundância na caracterização da personagem pública que Elza, desde o início da carreira, nunca deixou de ser. 

A cantora magnífica, que usava o gogó e empunhava o microfone com a ginga que o morro lhe deu, não cessou de mudar e se refazer. Poderia ter ficado na, como hoje se diz, zona de conforto, mas inovou na vida, no repertório e no público, hoje dirigindo-se à nova geração e tornando-se musa da vanguarda. 

Elza também que é dona de uma pegada jazzística e foi comparada, por Louis Armstrong, a outra diva, Billie Holiday. Vê-la e ouvi-la, dominando a arte do scat singing dos grandes mestres negros norte-americanos, é um prazer incomparável. 

O filme passa por tudo isso, e, com a câmera colocada rente ao rosto da artista, em super close, conta o que ela mesma tem a dizer sobre si. Como essas palavras duras: "Aprendi a cantar carregando lata d'água na cabeça, subindo o morro". 

Elza Soares é mais do que uma cantora, mais ainda que uma artista no completo domínio de sua arte. É expressão de um Brasil que podia ser pobre, miserável mesmo, mas era um país talentoso. Bem diferente da vulgaridade atual.

 

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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