Cinema, cultura & afins

Opinião|O que você está lendo?


Por Luiz Zanin Oricchio

Não sei porquê, lembrei agora de manhã de um velho amigo argentino, dos tempos de universidade. Ele fazia uma faculdade, eu outra. Às vezes ficávamos muito tempo sem nos ver.

E, quando nos reencontrávamos, num daqueles botecos da entrada da USP, depois do abraço forte ele sempre me perguntava, com seu sotaque portenho: "O que você está lendo agora?"

Ele não queria saber se eu ia bem ou mal, se tinha viajado ou ficado por aqui, se estava namorando alguém ou solitário. Queria saber que livro eu estava lendo.

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Eu respondia e contra-atacava. Estou lendo tal coisa, e você?

Ele me dizia. E, a partir dessas informações trocadas, começávamos conversas muito longas, que iam noite adentro, e tinham a literatura, senão como assunto exclusivo, pelo menos como ponto de partida privilegiado.

Na ignorância dos meus 20 anos, esse amigo me aconselhou vários livros e autores que depois se tornariam de cabeceira. Cortázar e Borges, por exemplo, já que puxava a brasa para sua sardinha. Mas também muitos outros. Eu pagava as dicas com o repertório de que dispunha e acho que, assim, nos beneficiamos mutuamente.

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Nunca mais soube dele e, provável, nem ele de mim.

Foi apenas um momento, um trecho em nossas vidas de estudantes.

Conversas de rapazes, em torno de um copo e da literatura.

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Acho que nunca mais alguém começou uma conversa comigo perguntando o que eu estava lendo.

Sinto falta.

Não sei porquê, lembrei agora de manhã de um velho amigo argentino, dos tempos de universidade. Ele fazia uma faculdade, eu outra. Às vezes ficávamos muito tempo sem nos ver.

E, quando nos reencontrávamos, num daqueles botecos da entrada da USP, depois do abraço forte ele sempre me perguntava, com seu sotaque portenho: "O que você está lendo agora?"

Ele não queria saber se eu ia bem ou mal, se tinha viajado ou ficado por aqui, se estava namorando alguém ou solitário. Queria saber que livro eu estava lendo.

Eu respondia e contra-atacava. Estou lendo tal coisa, e você?

Ele me dizia. E, a partir dessas informações trocadas, começávamos conversas muito longas, que iam noite adentro, e tinham a literatura, senão como assunto exclusivo, pelo menos como ponto de partida privilegiado.

Na ignorância dos meus 20 anos, esse amigo me aconselhou vários livros e autores que depois se tornariam de cabeceira. Cortázar e Borges, por exemplo, já que puxava a brasa para sua sardinha. Mas também muitos outros. Eu pagava as dicas com o repertório de que dispunha e acho que, assim, nos beneficiamos mutuamente.

Nunca mais soube dele e, provável, nem ele de mim.

Foi apenas um momento, um trecho em nossas vidas de estudantes.

Conversas de rapazes, em torno de um copo e da literatura.

Acho que nunca mais alguém começou uma conversa comigo perguntando o que eu estava lendo.

Sinto falta.

Não sei porquê, lembrei agora de manhã de um velho amigo argentino, dos tempos de universidade. Ele fazia uma faculdade, eu outra. Às vezes ficávamos muito tempo sem nos ver.

E, quando nos reencontrávamos, num daqueles botecos da entrada da USP, depois do abraço forte ele sempre me perguntava, com seu sotaque portenho: "O que você está lendo agora?"

Ele não queria saber se eu ia bem ou mal, se tinha viajado ou ficado por aqui, se estava namorando alguém ou solitário. Queria saber que livro eu estava lendo.

Eu respondia e contra-atacava. Estou lendo tal coisa, e você?

Ele me dizia. E, a partir dessas informações trocadas, começávamos conversas muito longas, que iam noite adentro, e tinham a literatura, senão como assunto exclusivo, pelo menos como ponto de partida privilegiado.

Na ignorância dos meus 20 anos, esse amigo me aconselhou vários livros e autores que depois se tornariam de cabeceira. Cortázar e Borges, por exemplo, já que puxava a brasa para sua sardinha. Mas também muitos outros. Eu pagava as dicas com o repertório de que dispunha e acho que, assim, nos beneficiamos mutuamente.

Nunca mais soube dele e, provável, nem ele de mim.

Foi apenas um momento, um trecho em nossas vidas de estudantes.

Conversas de rapazes, em torno de um copo e da literatura.

Acho que nunca mais alguém começou uma conversa comigo perguntando o que eu estava lendo.

Sinto falta.

Não sei porquê, lembrei agora de manhã de um velho amigo argentino, dos tempos de universidade. Ele fazia uma faculdade, eu outra. Às vezes ficávamos muito tempo sem nos ver.

E, quando nos reencontrávamos, num daqueles botecos da entrada da USP, depois do abraço forte ele sempre me perguntava, com seu sotaque portenho: "O que você está lendo agora?"

Ele não queria saber se eu ia bem ou mal, se tinha viajado ou ficado por aqui, se estava namorando alguém ou solitário. Queria saber que livro eu estava lendo.

Eu respondia e contra-atacava. Estou lendo tal coisa, e você?

Ele me dizia. E, a partir dessas informações trocadas, começávamos conversas muito longas, que iam noite adentro, e tinham a literatura, senão como assunto exclusivo, pelo menos como ponto de partida privilegiado.

Na ignorância dos meus 20 anos, esse amigo me aconselhou vários livros e autores que depois se tornariam de cabeceira. Cortázar e Borges, por exemplo, já que puxava a brasa para sua sardinha. Mas também muitos outros. Eu pagava as dicas com o repertório de que dispunha e acho que, assim, nos beneficiamos mutuamente.

Nunca mais soube dele e, provável, nem ele de mim.

Foi apenas um momento, um trecho em nossas vidas de estudantes.

Conversas de rapazes, em torno de um copo e da literatura.

Acho que nunca mais alguém começou uma conversa comigo perguntando o que eu estava lendo.

Sinto falta.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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