Cinema, cultura & afins

Opinião|Olhar de Cinema. As vidas de Fernando


 

Por Luiz Zanin Oricchio
 Foto: Estadão

CURITIBA - Fernando, o segundo brasileiro na competição, situa-se no limite entre o documental e o ficctício para falar da vida de um personagem real. No caso, Fernando Boher, ator e professor de arte dramática. Mais que isso, vemos pelo filme, um personagem da cena cultural carioca e espécie de guru para um grupo de admiradores. Entre os quais obviamente se incluem os diretores do filme, Igor Angelkorte, Julia Ariani e Paula Vilela.

Fernando é mostrado em momentos cruciais de sua vida atual. Dando cursos de sensibilização corporal ao seu grupo de alunos. Na intimidade do lar, com seu companheiro Rubens Barbot. Conversando com amigos num bar sobre política cultural e a arte. Submetendo-se a um teste ergométrico e depois a uma consulta, na qual a médica discorre sobre as condições problemáticas do seu coração. Tentando orientar uma moça sobre a melhor maneira de editar um livro sobre seu método de trabalho.

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Tudo é encenado, claro. E tudo, também, é verdade. A opção de apresentar uma vida em alguns rasgos, mostra-se acertada. Vemos o personagem em sua atividade principal, em suas dúvidas sobre a saúde e o futuro, em seu relacionamento afetivo, falando sobre o trabalho e o método pessoal que desenvolveu.

E, por fim, numa cena tocante, montando com o companheiro um mosaico de cores, uma espécie de jogo de peças de vidro, ao som de música clássica e na semi-obscuridade. Para meu gosto pessoal, essa sequência longa, talvez de uns sete ou oito minutos sem cortes, é a melhor síntese do personagem, do filme e os resume, vida e obra.

Afinal, o que tentamos fazer da vida senão montar um conjunto de peças, de preferência em companhia de alguém querido, construindo um pedacinho de beleza neste mundo informe e insano? Se alguém exigir metáfora melhor para o "sentido" da vida, que o faça. Esta me basta.

 Foto: Estadão

CURITIBA - Fernando, o segundo brasileiro na competição, situa-se no limite entre o documental e o ficctício para falar da vida de um personagem real. No caso, Fernando Boher, ator e professor de arte dramática. Mais que isso, vemos pelo filme, um personagem da cena cultural carioca e espécie de guru para um grupo de admiradores. Entre os quais obviamente se incluem os diretores do filme, Igor Angelkorte, Julia Ariani e Paula Vilela.

Fernando é mostrado em momentos cruciais de sua vida atual. Dando cursos de sensibilização corporal ao seu grupo de alunos. Na intimidade do lar, com seu companheiro Rubens Barbot. Conversando com amigos num bar sobre política cultural e a arte. Submetendo-se a um teste ergométrico e depois a uma consulta, na qual a médica discorre sobre as condições problemáticas do seu coração. Tentando orientar uma moça sobre a melhor maneira de editar um livro sobre seu método de trabalho.

Tudo é encenado, claro. E tudo, também, é verdade. A opção de apresentar uma vida em alguns rasgos, mostra-se acertada. Vemos o personagem em sua atividade principal, em suas dúvidas sobre a saúde e o futuro, em seu relacionamento afetivo, falando sobre o trabalho e o método pessoal que desenvolveu.

E, por fim, numa cena tocante, montando com o companheiro um mosaico de cores, uma espécie de jogo de peças de vidro, ao som de música clássica e na semi-obscuridade. Para meu gosto pessoal, essa sequência longa, talvez de uns sete ou oito minutos sem cortes, é a melhor síntese do personagem, do filme e os resume, vida e obra.

Afinal, o que tentamos fazer da vida senão montar um conjunto de peças, de preferência em companhia de alguém querido, construindo um pedacinho de beleza neste mundo informe e insano? Se alguém exigir metáfora melhor para o "sentido" da vida, que o faça. Esta me basta.

 Foto: Estadão

CURITIBA - Fernando, o segundo brasileiro na competição, situa-se no limite entre o documental e o ficctício para falar da vida de um personagem real. No caso, Fernando Boher, ator e professor de arte dramática. Mais que isso, vemos pelo filme, um personagem da cena cultural carioca e espécie de guru para um grupo de admiradores. Entre os quais obviamente se incluem os diretores do filme, Igor Angelkorte, Julia Ariani e Paula Vilela.

Fernando é mostrado em momentos cruciais de sua vida atual. Dando cursos de sensibilização corporal ao seu grupo de alunos. Na intimidade do lar, com seu companheiro Rubens Barbot. Conversando com amigos num bar sobre política cultural e a arte. Submetendo-se a um teste ergométrico e depois a uma consulta, na qual a médica discorre sobre as condições problemáticas do seu coração. Tentando orientar uma moça sobre a melhor maneira de editar um livro sobre seu método de trabalho.

Tudo é encenado, claro. E tudo, também, é verdade. A opção de apresentar uma vida em alguns rasgos, mostra-se acertada. Vemos o personagem em sua atividade principal, em suas dúvidas sobre a saúde e o futuro, em seu relacionamento afetivo, falando sobre o trabalho e o método pessoal que desenvolveu.

E, por fim, numa cena tocante, montando com o companheiro um mosaico de cores, uma espécie de jogo de peças de vidro, ao som de música clássica e na semi-obscuridade. Para meu gosto pessoal, essa sequência longa, talvez de uns sete ou oito minutos sem cortes, é a melhor síntese do personagem, do filme e os resume, vida e obra.

Afinal, o que tentamos fazer da vida senão montar um conjunto de peças, de preferência em companhia de alguém querido, construindo um pedacinho de beleza neste mundo informe e insano? Se alguém exigir metáfora melhor para o "sentido" da vida, que o faça. Esta me basta.

 Foto: Estadão

CURITIBA - Fernando, o segundo brasileiro na competição, situa-se no limite entre o documental e o ficctício para falar da vida de um personagem real. No caso, Fernando Boher, ator e professor de arte dramática. Mais que isso, vemos pelo filme, um personagem da cena cultural carioca e espécie de guru para um grupo de admiradores. Entre os quais obviamente se incluem os diretores do filme, Igor Angelkorte, Julia Ariani e Paula Vilela.

Fernando é mostrado em momentos cruciais de sua vida atual. Dando cursos de sensibilização corporal ao seu grupo de alunos. Na intimidade do lar, com seu companheiro Rubens Barbot. Conversando com amigos num bar sobre política cultural e a arte. Submetendo-se a um teste ergométrico e depois a uma consulta, na qual a médica discorre sobre as condições problemáticas do seu coração. Tentando orientar uma moça sobre a melhor maneira de editar um livro sobre seu método de trabalho.

Tudo é encenado, claro. E tudo, também, é verdade. A opção de apresentar uma vida em alguns rasgos, mostra-se acertada. Vemos o personagem em sua atividade principal, em suas dúvidas sobre a saúde e o futuro, em seu relacionamento afetivo, falando sobre o trabalho e o método pessoal que desenvolveu.

E, por fim, numa cena tocante, montando com o companheiro um mosaico de cores, uma espécie de jogo de peças de vidro, ao som de música clássica e na semi-obscuridade. Para meu gosto pessoal, essa sequência longa, talvez de uns sete ou oito minutos sem cortes, é a melhor síntese do personagem, do filme e os resume, vida e obra.

Afinal, o que tentamos fazer da vida senão montar um conjunto de peças, de preferência em companhia de alguém querido, construindo um pedacinho de beleza neste mundo informe e insano? Se alguém exigir metáfora melhor para o "sentido" da vida, que o faça. Esta me basta.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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