Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Série aborda racismo num mundo distópico


Série aborda racismo num mundo distópico

Por Marcelo Rubens Paiva
 

Um episódio vergonhoso é pouco explorado por historiadores americanos: os distúrbios raciais de 1921 em Oklahoma.

Durante dois dias, brancos atacaram a bem-sucedida comunidade negra de Tulsa, até então a mais rica do país, conhecida como Black Wall Street.

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Mais de 1.200 casas foram queimadas, dez mil negros desabrigados, em 30 quadras do condado de Greenwood.

 Foto: Estadão

Negros sobreviventes foram levados a campos de concentração. Muitos deles foram mortos e os corpos embarcados em trens.

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Não se sabe o número de mortos, muitos por linchamento. Só em 2001, descendentes das vítimas foram indenizados. E apenas em 2010, um monumento foi erguido.

A tão aguardada série Watchman, da HBO, que estrou domingo, abre com o massacre de 1921. E pula para os dias atuais, em que racistas da Supremacia Branca retomam as ações violentas. Um descendente do massacre aparece numa cadeira de rodas.

Só que não se trata de um Estados Unidos como conhecemos hoje.

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Eles ganharam a Guerra do Vietnã, que virou um novo estado, Nixon foi elevado à condição de herói nacional, ao ponto de ter o rosto esculpido no Monte de Rushmore, fazendo companhia aos já esculpidos presidentes George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.

Ford sucedeu Nixon, e um tal de Reford veio em seguida, num mandato de 30 anos.

O regime é o "redfordismo", e a polícia anda mascarada. Entendeu? Calma.

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São as janelas abertas numa trama que muda a realidade, mas a utiliza para abordar conflitos contemporâneos, como o autoritarismo em voga, distopia e racismo.

"Por quase cem anos, a verdade do que aconteceu em Tulsa foi mantida fora dos livros didáticos e apenas sussurrada entre os sobreviventes. Watchmen será a primeira vez que muitas pessoas aprenderão sobre o tumulto", escreveu DeNeen Brown, do Washington Post.

Existem traços de inspiração dos quadrinhos Watchman, que se passa na Guerra Fria, em que heróis mascarados investigam a morte de um agente do governo, Nixon ganhou a guerra, os carros são todos elétricos, e a identidade dos vigilantes é segredo.

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Veremos até aonde vai a série. E se agrada.

 

Um episódio vergonhoso é pouco explorado por historiadores americanos: os distúrbios raciais de 1921 em Oklahoma.

Durante dois dias, brancos atacaram a bem-sucedida comunidade negra de Tulsa, até então a mais rica do país, conhecida como Black Wall Street.

Mais de 1.200 casas foram queimadas, dez mil negros desabrigados, em 30 quadras do condado de Greenwood.

 Foto: Estadão

Negros sobreviventes foram levados a campos de concentração. Muitos deles foram mortos e os corpos embarcados em trens.

Não se sabe o número de mortos, muitos por linchamento. Só em 2001, descendentes das vítimas foram indenizados. E apenas em 2010, um monumento foi erguido.

A tão aguardada série Watchman, da HBO, que estrou domingo, abre com o massacre de 1921. E pula para os dias atuais, em que racistas da Supremacia Branca retomam as ações violentas. Um descendente do massacre aparece numa cadeira de rodas.

Só que não se trata de um Estados Unidos como conhecemos hoje.

Eles ganharam a Guerra do Vietnã, que virou um novo estado, Nixon foi elevado à condição de herói nacional, ao ponto de ter o rosto esculpido no Monte de Rushmore, fazendo companhia aos já esculpidos presidentes George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.

Ford sucedeu Nixon, e um tal de Reford veio em seguida, num mandato de 30 anos.

O regime é o "redfordismo", e a polícia anda mascarada. Entendeu? Calma.

São as janelas abertas numa trama que muda a realidade, mas a utiliza para abordar conflitos contemporâneos, como o autoritarismo em voga, distopia e racismo.

"Por quase cem anos, a verdade do que aconteceu em Tulsa foi mantida fora dos livros didáticos e apenas sussurrada entre os sobreviventes. Watchmen será a primeira vez que muitas pessoas aprenderão sobre o tumulto", escreveu DeNeen Brown, do Washington Post.

Existem traços de inspiração dos quadrinhos Watchman, que se passa na Guerra Fria, em que heróis mascarados investigam a morte de um agente do governo, Nixon ganhou a guerra, os carros são todos elétricos, e a identidade dos vigilantes é segredo.

 

Veremos até aonde vai a série. E se agrada.

 

Um episódio vergonhoso é pouco explorado por historiadores americanos: os distúrbios raciais de 1921 em Oklahoma.

Durante dois dias, brancos atacaram a bem-sucedida comunidade negra de Tulsa, até então a mais rica do país, conhecida como Black Wall Street.

Mais de 1.200 casas foram queimadas, dez mil negros desabrigados, em 30 quadras do condado de Greenwood.

 Foto: Estadão

Negros sobreviventes foram levados a campos de concentração. Muitos deles foram mortos e os corpos embarcados em trens.

Não se sabe o número de mortos, muitos por linchamento. Só em 2001, descendentes das vítimas foram indenizados. E apenas em 2010, um monumento foi erguido.

A tão aguardada série Watchman, da HBO, que estrou domingo, abre com o massacre de 1921. E pula para os dias atuais, em que racistas da Supremacia Branca retomam as ações violentas. Um descendente do massacre aparece numa cadeira de rodas.

Só que não se trata de um Estados Unidos como conhecemos hoje.

Eles ganharam a Guerra do Vietnã, que virou um novo estado, Nixon foi elevado à condição de herói nacional, ao ponto de ter o rosto esculpido no Monte de Rushmore, fazendo companhia aos já esculpidos presidentes George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.

Ford sucedeu Nixon, e um tal de Reford veio em seguida, num mandato de 30 anos.

O regime é o "redfordismo", e a polícia anda mascarada. Entendeu? Calma.

São as janelas abertas numa trama que muda a realidade, mas a utiliza para abordar conflitos contemporâneos, como o autoritarismo em voga, distopia e racismo.

"Por quase cem anos, a verdade do que aconteceu em Tulsa foi mantida fora dos livros didáticos e apenas sussurrada entre os sobreviventes. Watchmen será a primeira vez que muitas pessoas aprenderão sobre o tumulto", escreveu DeNeen Brown, do Washington Post.

Existem traços de inspiração dos quadrinhos Watchman, que se passa na Guerra Fria, em que heróis mascarados investigam a morte de um agente do governo, Nixon ganhou a guerra, os carros são todos elétricos, e a identidade dos vigilantes é segredo.

 

Veremos até aonde vai a série. E se agrada.

 

Um episódio vergonhoso é pouco explorado por historiadores americanos: os distúrbios raciais de 1921 em Oklahoma.

Durante dois dias, brancos atacaram a bem-sucedida comunidade negra de Tulsa, até então a mais rica do país, conhecida como Black Wall Street.

Mais de 1.200 casas foram queimadas, dez mil negros desabrigados, em 30 quadras do condado de Greenwood.

 Foto: Estadão

Negros sobreviventes foram levados a campos de concentração. Muitos deles foram mortos e os corpos embarcados em trens.

Não se sabe o número de mortos, muitos por linchamento. Só em 2001, descendentes das vítimas foram indenizados. E apenas em 2010, um monumento foi erguido.

A tão aguardada série Watchman, da HBO, que estrou domingo, abre com o massacre de 1921. E pula para os dias atuais, em que racistas da Supremacia Branca retomam as ações violentas. Um descendente do massacre aparece numa cadeira de rodas.

Só que não se trata de um Estados Unidos como conhecemos hoje.

Eles ganharam a Guerra do Vietnã, que virou um novo estado, Nixon foi elevado à condição de herói nacional, ao ponto de ter o rosto esculpido no Monte de Rushmore, fazendo companhia aos já esculpidos presidentes George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.

Ford sucedeu Nixon, e um tal de Reford veio em seguida, num mandato de 30 anos.

O regime é o "redfordismo", e a polícia anda mascarada. Entendeu? Calma.

São as janelas abertas numa trama que muda a realidade, mas a utiliza para abordar conflitos contemporâneos, como o autoritarismo em voga, distopia e racismo.

"Por quase cem anos, a verdade do que aconteceu em Tulsa foi mantida fora dos livros didáticos e apenas sussurrada entre os sobreviventes. Watchmen será a primeira vez que muitas pessoas aprenderão sobre o tumulto", escreveu DeNeen Brown, do Washington Post.

Existem traços de inspiração dos quadrinhos Watchman, que se passa na Guerra Fria, em que heróis mascarados investigam a morte de um agente do governo, Nixon ganhou a guerra, os carros são todos elétricos, e a identidade dos vigilantes é segredo.

 

Veremos até aonde vai a série. E se agrada.

Opinião por Marcelo Rubens Paiva

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