Os americanos se consideram pais e mentores da democracia moderna.
Passaram o século 20 intervindo com ela no estandarte de grandes guerras, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.
Feriu seus próprios princípios apoiando golpes de Estado.
Pediu, enfim, para cientistas políticos listarem como diferenciar um regime democrático de um autoritário.
O casal Philippe Schmitter e Terry Karl, professores de Stanford, foi convocado pela Casa Branca, que detectou um movimento pró-democracia na Europa a partir da Revolução dos Cravos em 1974 em Portuga.
Seguindo pela Espanha, antigas colônias africanas, ditaduras da América Latina, países do Oriente Médio, Ásia e países da antiga Cortina de Ferro, inclusive da própria Rússia, nas décadas de 1970, 80 e 90.
OEA, ONU, EUA, sob o democrata Clinton, movimentavam tropas e rediscutiam uma nova ordem mundial com o colapso da União Soviética.
No verão de 1991, o casal lançou o artigo definitivo: What Democracy Is...And is Not (O que é e o que não é democracia).
E listou.
Só é democracia se tiver:
- Renovação no Poder
- Eleições livres e liberdade partidária
- Liberdade de expressão
- Punição, recompensa e reconhecimento a crimes cometidos no período autoritário.
- Controle civil nas Forças Armadas.
FHC, um dos mentores dos professores de Stanford, reconheceu e recompensou crimes, colocou um civil na Defesa (promessa de campanha), seguiu à risca a tabela e cumpriu 90% dela, deixando de fora apenas "punição" a crimes cometidos na ditadura.
Temer acaba de tirar um dos pilares: nomeou um militar, o general Joaquim Luna, para o Ministério da Defesa.
É o primeiro militar no comando do estratégico ministério desde a sua fundação.