'Marock' traz contradições da alta sociedade marroquina


Longa mergulha no mundo dos ricos marroquinos, que levariam pouco a sério os preceitos do Islã

Por Reuters

Marock, um dos raros filmes marroquinos a chegar aos cinemas brasileiros, explora as contradições da alta sociedade de Casablanca. O longa estréia em São Paulo nesta sexta-feira, 7. Escrito e dirigido por uma mulher, Laila Marrakchi, o filme realizado em 2005 foi exibido na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes e no Festival de Toronto.    Assista ao trailer de 'Marock'  Marock mergulha no mundo dos ricos marroquinos, que, segundo a história, levam muito pouco a sério os preceitos da religião muçulmana dentro de suas casas, desobedecendo, por exemplo, ao jejum prescrito para o período do Ramadã. Estes herdeiros de Casablanca assemelham-se em tudo a qualquer elite ocidental, a brasileira incluída. Não só no figurino - outra surpresa para quem esperava chadores ou até burcas nas meninas -, como na música, no comportamento. Todos eles se vestem com jeans e camisetas. As meninas usam roupas justas e decotadas sem problemas. Um detalhe que é fácil de entender porque estes jovens viajam ao exterior com bastante frequência desde a infância. Comunicam-se entre si geralmente em francês, deixando o árabe para falar com os criados - estes sim observadores das tradições religiosas e dos trajes tradicionais. Nada diferencia, neste aspecto, judeus e muçulmanos. Os jovens judeus envolvem-se nos mesmos rachas nas ruas de Casablanca, frequentam as mesmas baladas, têm igual contato com bebida e drogas, consomem os mesmos jeans, CDs e DVDs. Por isso, não se estranha que surja um romance entre a muçulmana Rita (Morjana Alaoui) e o judeu Yuri (Matthieu Boujenah). Mas aí acabam os limites da modernidade aparente desta sociedade. Os dois não podem ficar juntos em público sem arriscar sérios problemas com as respectivas famílias. A tradicional oposição entre as duas religiões, no fundo, continua valendo. Esta sociedade também não permite muitas opções para suas moças. Uma das amigas de Rita, cujo pai perdeu a fortuna, é constrangida a se casar por conveniência e manter a situação de sua família. Outra, que não tem dinheiro suficiente para cursar uma universidade fora do país, teme enfrentar nas escolas locais a influência dos "barbudos" - como eles mesmos chamam os mulás, defensores da tradição e da religião muçulmana. Para as demais, estudar no exterior é a solução. Mas a expectativa de suas famílias é que elas voltem e se casem dentro de seu círculo social, exatamente como sempre foi. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

Marock, um dos raros filmes marroquinos a chegar aos cinemas brasileiros, explora as contradições da alta sociedade de Casablanca. O longa estréia em São Paulo nesta sexta-feira, 7. Escrito e dirigido por uma mulher, Laila Marrakchi, o filme realizado em 2005 foi exibido na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes e no Festival de Toronto.    Assista ao trailer de 'Marock'  Marock mergulha no mundo dos ricos marroquinos, que, segundo a história, levam muito pouco a sério os preceitos da religião muçulmana dentro de suas casas, desobedecendo, por exemplo, ao jejum prescrito para o período do Ramadã. Estes herdeiros de Casablanca assemelham-se em tudo a qualquer elite ocidental, a brasileira incluída. Não só no figurino - outra surpresa para quem esperava chadores ou até burcas nas meninas -, como na música, no comportamento. Todos eles se vestem com jeans e camisetas. As meninas usam roupas justas e decotadas sem problemas. Um detalhe que é fácil de entender porque estes jovens viajam ao exterior com bastante frequência desde a infância. Comunicam-se entre si geralmente em francês, deixando o árabe para falar com os criados - estes sim observadores das tradições religiosas e dos trajes tradicionais. Nada diferencia, neste aspecto, judeus e muçulmanos. Os jovens judeus envolvem-se nos mesmos rachas nas ruas de Casablanca, frequentam as mesmas baladas, têm igual contato com bebida e drogas, consomem os mesmos jeans, CDs e DVDs. Por isso, não se estranha que surja um romance entre a muçulmana Rita (Morjana Alaoui) e o judeu Yuri (Matthieu Boujenah). Mas aí acabam os limites da modernidade aparente desta sociedade. Os dois não podem ficar juntos em público sem arriscar sérios problemas com as respectivas famílias. A tradicional oposição entre as duas religiões, no fundo, continua valendo. Esta sociedade também não permite muitas opções para suas moças. Uma das amigas de Rita, cujo pai perdeu a fortuna, é constrangida a se casar por conveniência e manter a situação de sua família. Outra, que não tem dinheiro suficiente para cursar uma universidade fora do país, teme enfrentar nas escolas locais a influência dos "barbudos" - como eles mesmos chamam os mulás, defensores da tradição e da religião muçulmana. Para as demais, estudar no exterior é a solução. Mas a expectativa de suas famílias é que elas voltem e se casem dentro de seu círculo social, exatamente como sempre foi. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

Marock, um dos raros filmes marroquinos a chegar aos cinemas brasileiros, explora as contradições da alta sociedade de Casablanca. O longa estréia em São Paulo nesta sexta-feira, 7. Escrito e dirigido por uma mulher, Laila Marrakchi, o filme realizado em 2005 foi exibido na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes e no Festival de Toronto.    Assista ao trailer de 'Marock'  Marock mergulha no mundo dos ricos marroquinos, que, segundo a história, levam muito pouco a sério os preceitos da religião muçulmana dentro de suas casas, desobedecendo, por exemplo, ao jejum prescrito para o período do Ramadã. Estes herdeiros de Casablanca assemelham-se em tudo a qualquer elite ocidental, a brasileira incluída. Não só no figurino - outra surpresa para quem esperava chadores ou até burcas nas meninas -, como na música, no comportamento. Todos eles se vestem com jeans e camisetas. As meninas usam roupas justas e decotadas sem problemas. Um detalhe que é fácil de entender porque estes jovens viajam ao exterior com bastante frequência desde a infância. Comunicam-se entre si geralmente em francês, deixando o árabe para falar com os criados - estes sim observadores das tradições religiosas e dos trajes tradicionais. Nada diferencia, neste aspecto, judeus e muçulmanos. Os jovens judeus envolvem-se nos mesmos rachas nas ruas de Casablanca, frequentam as mesmas baladas, têm igual contato com bebida e drogas, consomem os mesmos jeans, CDs e DVDs. Por isso, não se estranha que surja um romance entre a muçulmana Rita (Morjana Alaoui) e o judeu Yuri (Matthieu Boujenah). Mas aí acabam os limites da modernidade aparente desta sociedade. Os dois não podem ficar juntos em público sem arriscar sérios problemas com as respectivas famílias. A tradicional oposição entre as duas religiões, no fundo, continua valendo. Esta sociedade também não permite muitas opções para suas moças. Uma das amigas de Rita, cujo pai perdeu a fortuna, é constrangida a se casar por conveniência e manter a situação de sua família. Outra, que não tem dinheiro suficiente para cursar uma universidade fora do país, teme enfrentar nas escolas locais a influência dos "barbudos" - como eles mesmos chamam os mulás, defensores da tradição e da religião muçulmana. Para as demais, estudar no exterior é a solução. Mas a expectativa de suas famílias é que elas voltem e se casem dentro de seu círculo social, exatamente como sempre foi. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

Marock, um dos raros filmes marroquinos a chegar aos cinemas brasileiros, explora as contradições da alta sociedade de Casablanca. O longa estréia em São Paulo nesta sexta-feira, 7. Escrito e dirigido por uma mulher, Laila Marrakchi, o filme realizado em 2005 foi exibido na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes e no Festival de Toronto.    Assista ao trailer de 'Marock'  Marock mergulha no mundo dos ricos marroquinos, que, segundo a história, levam muito pouco a sério os preceitos da religião muçulmana dentro de suas casas, desobedecendo, por exemplo, ao jejum prescrito para o período do Ramadã. Estes herdeiros de Casablanca assemelham-se em tudo a qualquer elite ocidental, a brasileira incluída. Não só no figurino - outra surpresa para quem esperava chadores ou até burcas nas meninas -, como na música, no comportamento. Todos eles se vestem com jeans e camisetas. As meninas usam roupas justas e decotadas sem problemas. Um detalhe que é fácil de entender porque estes jovens viajam ao exterior com bastante frequência desde a infância. Comunicam-se entre si geralmente em francês, deixando o árabe para falar com os criados - estes sim observadores das tradições religiosas e dos trajes tradicionais. Nada diferencia, neste aspecto, judeus e muçulmanos. Os jovens judeus envolvem-se nos mesmos rachas nas ruas de Casablanca, frequentam as mesmas baladas, têm igual contato com bebida e drogas, consomem os mesmos jeans, CDs e DVDs. Por isso, não se estranha que surja um romance entre a muçulmana Rita (Morjana Alaoui) e o judeu Yuri (Matthieu Boujenah). Mas aí acabam os limites da modernidade aparente desta sociedade. Os dois não podem ficar juntos em público sem arriscar sérios problemas com as respectivas famílias. A tradicional oposição entre as duas religiões, no fundo, continua valendo. Esta sociedade também não permite muitas opções para suas moças. Uma das amigas de Rita, cujo pai perdeu a fortuna, é constrangida a se casar por conveniência e manter a situação de sua família. Outra, que não tem dinheiro suficiente para cursar uma universidade fora do país, teme enfrentar nas escolas locais a influência dos "barbudos" - como eles mesmos chamam os mulás, defensores da tradição e da religião muçulmana. Para as demais, estudar no exterior é a solução. Mas a expectativa de suas famílias é que elas voltem e se casem dentro de seu círculo social, exatamente como sempre foi. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

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