Masp expõe 218 gravuras inéditas de Goya


Pela primeira vez no País, quatro importantes séries do artista espanhol

Por Agencia Estado

Um dos mestres incontestáveis da arte européia dos últimos séculos, Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828) também foi um excepcional gravurista. Felizmente, porque por meio dessa técnica ele deixou registrada uma visão contundente, ao mesmo tempo ácida e irônica, sobre os homens, seus hábitos e seus vícios. Felizmente também pelo caráter democratizante da gravura, que permite uma circulação impensável no caso das obras únicas como a pintura. A abertura, no sábado, 18, para convidados e domingo para o público, da exposição no Masp reunindo pela primeira vez no País as quatro séries realizadas pelo artista espanhol, é prova disso. Lá estão expostas 218 obras em papel, pertencentes a Caixanova, instituição financeira da Galícia que encontrou na mostra uma boa maneira de marcar sua entrada no País. E não estão sozinhas: a decisão de colocar a mostra inserida no contexto do acervo permanente do museu, mais precisamente tendo como introdução os quatro retratos de Goya pertencentes à coleção do Masp, valoriza tanto a coleção como uma leitura mais ampla de sua obra. Afinal, há grandes diferenças entre as narrativas ácidas dos trabalhos impressos pelo artista por sua própria conta e risco, recorrendo a técnicas mistas como a água-forte e a ponta-seca, e os retratos que lhe eram encomendados pela aristocracia espanhola. Mas ambas refletem aspectos importantes da vida do artista normalmente identificado como um defensor dos princípios liberais, que procurou combater o obscurantismo e acabou deixando a Espanha no final da vida para escapar do absolutismo de Fernando VII, exatamente o monarca que retratou de forma bastante desfavorável e que constitui um dos destaques do museu paulista. É certo que a beleza não era exatamente um dos atributos do rei, mas não há nessa tela nenhum tipo de adulação comum aos pintores de corte. Várias questões relacionadas à gravura de Goya vêm sendo levantadas ao longo do tempo. Seu caráter militante, a misoginia de suas representações femininas, a força das referências ao inconsciente e às pulsões mais recônditas do ser humano estão entre as características mais ressaltadas pela historiografia. Entre a primeira das séries realizadas por Goya, Caprichos, e a última, Disparates, passaram-se quase 30 anos. Ele lida, na virada do século 18 para o 19, com questões essenciais para três das principais escolas artísticas que surgiriam décadas depois: o realismo, o surrealismo e o expressionismo. Segundo o curador do Masp, José Teixeira Coelho, é necessário ver Goya além da imagem de iluminista, revolucionário, amigo do povo que comumente lhe é atribuída. ´Ele foi um inimigo da estupidez humana, seja na aristocracia, no clero ou no populacho´, resume. Outros aspectos de sua biografia, como a misteriosa doença que o teria deixado surdo em 1792, e a desconfiança que os monstros e o terror tenham aflorado de maneira tão intensa em sua obra como resultado de uma imaginação perturbada pela loucura. Sem dar importância excessiva às especulações em torno das moléstias do artista e suas conseqüências para sua arte, Teixeira Coelho pondera: ´Quando você não entende um artista, você diz que ele é louco - vide o exemplo de Van Gogh - e não porque ele esteja chegando ao auge de sua liberdade.´ Goya: As Gravuras da Coleção Caixanova. Masp. Av. Paulista, 1.578, 3251-5644. 3.ª a dom.,11 h às 18 h. R$ 15. Até 20/5. Abertura domingo para o público

Um dos mestres incontestáveis da arte européia dos últimos séculos, Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828) também foi um excepcional gravurista. Felizmente, porque por meio dessa técnica ele deixou registrada uma visão contundente, ao mesmo tempo ácida e irônica, sobre os homens, seus hábitos e seus vícios. Felizmente também pelo caráter democratizante da gravura, que permite uma circulação impensável no caso das obras únicas como a pintura. A abertura, no sábado, 18, para convidados e domingo para o público, da exposição no Masp reunindo pela primeira vez no País as quatro séries realizadas pelo artista espanhol, é prova disso. Lá estão expostas 218 obras em papel, pertencentes a Caixanova, instituição financeira da Galícia que encontrou na mostra uma boa maneira de marcar sua entrada no País. E não estão sozinhas: a decisão de colocar a mostra inserida no contexto do acervo permanente do museu, mais precisamente tendo como introdução os quatro retratos de Goya pertencentes à coleção do Masp, valoriza tanto a coleção como uma leitura mais ampla de sua obra. Afinal, há grandes diferenças entre as narrativas ácidas dos trabalhos impressos pelo artista por sua própria conta e risco, recorrendo a técnicas mistas como a água-forte e a ponta-seca, e os retratos que lhe eram encomendados pela aristocracia espanhola. Mas ambas refletem aspectos importantes da vida do artista normalmente identificado como um defensor dos princípios liberais, que procurou combater o obscurantismo e acabou deixando a Espanha no final da vida para escapar do absolutismo de Fernando VII, exatamente o monarca que retratou de forma bastante desfavorável e que constitui um dos destaques do museu paulista. É certo que a beleza não era exatamente um dos atributos do rei, mas não há nessa tela nenhum tipo de adulação comum aos pintores de corte. Várias questões relacionadas à gravura de Goya vêm sendo levantadas ao longo do tempo. Seu caráter militante, a misoginia de suas representações femininas, a força das referências ao inconsciente e às pulsões mais recônditas do ser humano estão entre as características mais ressaltadas pela historiografia. Entre a primeira das séries realizadas por Goya, Caprichos, e a última, Disparates, passaram-se quase 30 anos. Ele lida, na virada do século 18 para o 19, com questões essenciais para três das principais escolas artísticas que surgiriam décadas depois: o realismo, o surrealismo e o expressionismo. Segundo o curador do Masp, José Teixeira Coelho, é necessário ver Goya além da imagem de iluminista, revolucionário, amigo do povo que comumente lhe é atribuída. ´Ele foi um inimigo da estupidez humana, seja na aristocracia, no clero ou no populacho´, resume. Outros aspectos de sua biografia, como a misteriosa doença que o teria deixado surdo em 1792, e a desconfiança que os monstros e o terror tenham aflorado de maneira tão intensa em sua obra como resultado de uma imaginação perturbada pela loucura. Sem dar importância excessiva às especulações em torno das moléstias do artista e suas conseqüências para sua arte, Teixeira Coelho pondera: ´Quando você não entende um artista, você diz que ele é louco - vide o exemplo de Van Gogh - e não porque ele esteja chegando ao auge de sua liberdade.´ Goya: As Gravuras da Coleção Caixanova. Masp. Av. Paulista, 1.578, 3251-5644. 3.ª a dom.,11 h às 18 h. R$ 15. Até 20/5. Abertura domingo para o público

Um dos mestres incontestáveis da arte européia dos últimos séculos, Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828) também foi um excepcional gravurista. Felizmente, porque por meio dessa técnica ele deixou registrada uma visão contundente, ao mesmo tempo ácida e irônica, sobre os homens, seus hábitos e seus vícios. Felizmente também pelo caráter democratizante da gravura, que permite uma circulação impensável no caso das obras únicas como a pintura. A abertura, no sábado, 18, para convidados e domingo para o público, da exposição no Masp reunindo pela primeira vez no País as quatro séries realizadas pelo artista espanhol, é prova disso. Lá estão expostas 218 obras em papel, pertencentes a Caixanova, instituição financeira da Galícia que encontrou na mostra uma boa maneira de marcar sua entrada no País. E não estão sozinhas: a decisão de colocar a mostra inserida no contexto do acervo permanente do museu, mais precisamente tendo como introdução os quatro retratos de Goya pertencentes à coleção do Masp, valoriza tanto a coleção como uma leitura mais ampla de sua obra. Afinal, há grandes diferenças entre as narrativas ácidas dos trabalhos impressos pelo artista por sua própria conta e risco, recorrendo a técnicas mistas como a água-forte e a ponta-seca, e os retratos que lhe eram encomendados pela aristocracia espanhola. Mas ambas refletem aspectos importantes da vida do artista normalmente identificado como um defensor dos princípios liberais, que procurou combater o obscurantismo e acabou deixando a Espanha no final da vida para escapar do absolutismo de Fernando VII, exatamente o monarca que retratou de forma bastante desfavorável e que constitui um dos destaques do museu paulista. É certo que a beleza não era exatamente um dos atributos do rei, mas não há nessa tela nenhum tipo de adulação comum aos pintores de corte. Várias questões relacionadas à gravura de Goya vêm sendo levantadas ao longo do tempo. Seu caráter militante, a misoginia de suas representações femininas, a força das referências ao inconsciente e às pulsões mais recônditas do ser humano estão entre as características mais ressaltadas pela historiografia. Entre a primeira das séries realizadas por Goya, Caprichos, e a última, Disparates, passaram-se quase 30 anos. Ele lida, na virada do século 18 para o 19, com questões essenciais para três das principais escolas artísticas que surgiriam décadas depois: o realismo, o surrealismo e o expressionismo. Segundo o curador do Masp, José Teixeira Coelho, é necessário ver Goya além da imagem de iluminista, revolucionário, amigo do povo que comumente lhe é atribuída. ´Ele foi um inimigo da estupidez humana, seja na aristocracia, no clero ou no populacho´, resume. Outros aspectos de sua biografia, como a misteriosa doença que o teria deixado surdo em 1792, e a desconfiança que os monstros e o terror tenham aflorado de maneira tão intensa em sua obra como resultado de uma imaginação perturbada pela loucura. Sem dar importância excessiva às especulações em torno das moléstias do artista e suas conseqüências para sua arte, Teixeira Coelho pondera: ´Quando você não entende um artista, você diz que ele é louco - vide o exemplo de Van Gogh - e não porque ele esteja chegando ao auge de sua liberdade.´ Goya: As Gravuras da Coleção Caixanova. Masp. Av. Paulista, 1.578, 3251-5644. 3.ª a dom.,11 h às 18 h. R$ 15. Até 20/5. Abertura domingo para o público

Um dos mestres incontestáveis da arte européia dos últimos séculos, Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828) também foi um excepcional gravurista. Felizmente, porque por meio dessa técnica ele deixou registrada uma visão contundente, ao mesmo tempo ácida e irônica, sobre os homens, seus hábitos e seus vícios. Felizmente também pelo caráter democratizante da gravura, que permite uma circulação impensável no caso das obras únicas como a pintura. A abertura, no sábado, 18, para convidados e domingo para o público, da exposição no Masp reunindo pela primeira vez no País as quatro séries realizadas pelo artista espanhol, é prova disso. Lá estão expostas 218 obras em papel, pertencentes a Caixanova, instituição financeira da Galícia que encontrou na mostra uma boa maneira de marcar sua entrada no País. E não estão sozinhas: a decisão de colocar a mostra inserida no contexto do acervo permanente do museu, mais precisamente tendo como introdução os quatro retratos de Goya pertencentes à coleção do Masp, valoriza tanto a coleção como uma leitura mais ampla de sua obra. Afinal, há grandes diferenças entre as narrativas ácidas dos trabalhos impressos pelo artista por sua própria conta e risco, recorrendo a técnicas mistas como a água-forte e a ponta-seca, e os retratos que lhe eram encomendados pela aristocracia espanhola. Mas ambas refletem aspectos importantes da vida do artista normalmente identificado como um defensor dos princípios liberais, que procurou combater o obscurantismo e acabou deixando a Espanha no final da vida para escapar do absolutismo de Fernando VII, exatamente o monarca que retratou de forma bastante desfavorável e que constitui um dos destaques do museu paulista. É certo que a beleza não era exatamente um dos atributos do rei, mas não há nessa tela nenhum tipo de adulação comum aos pintores de corte. Várias questões relacionadas à gravura de Goya vêm sendo levantadas ao longo do tempo. Seu caráter militante, a misoginia de suas representações femininas, a força das referências ao inconsciente e às pulsões mais recônditas do ser humano estão entre as características mais ressaltadas pela historiografia. Entre a primeira das séries realizadas por Goya, Caprichos, e a última, Disparates, passaram-se quase 30 anos. Ele lida, na virada do século 18 para o 19, com questões essenciais para três das principais escolas artísticas que surgiriam décadas depois: o realismo, o surrealismo e o expressionismo. Segundo o curador do Masp, José Teixeira Coelho, é necessário ver Goya além da imagem de iluminista, revolucionário, amigo do povo que comumente lhe é atribuída. ´Ele foi um inimigo da estupidez humana, seja na aristocracia, no clero ou no populacho´, resume. Outros aspectos de sua biografia, como a misteriosa doença que o teria deixado surdo em 1792, e a desconfiança que os monstros e o terror tenham aflorado de maneira tão intensa em sua obra como resultado de uma imaginação perturbada pela loucura. Sem dar importância excessiva às especulações em torno das moléstias do artista e suas conseqüências para sua arte, Teixeira Coelho pondera: ´Quando você não entende um artista, você diz que ele é louco - vide o exemplo de Van Gogh - e não porque ele esteja chegando ao auge de sua liberdade.´ Goya: As Gravuras da Coleção Caixanova. Masp. Av. Paulista, 1.578, 3251-5644. 3.ª a dom.,11 h às 18 h. R$ 15. Até 20/5. Abertura domingo para o público

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