Afeto ancestral: Djamila Ribeiro lança novo livro ‘Cartas para Minha Avó’


Uma das maiores intelectuais e referência em estudos antirracistas e feministas do País, Djamila escreveu o diálogo entre quatro mulheres: a avó, sua mãe, ela própria e sua filha

Por Marilia Neustein

Djamila Ribeiro sempre cultivou o hábito de anotar suas recordações, prática herdada de seu pai. Em seu livro Quem tem Medo do Feminismo Negro?, a escritora já havia colocado alguns trechos dessas memórias autobiográficas, mas foi agora em Cartas para Minha Avó (Companhia das Letras, R$ 35) que ela abriu de vez suas anotações.

Engana-se, no entanto, quem achar que a publicação é apenas um livro sobre lembranças. Uma das maiores intelectuais e referência em estudos antirracistas e feministas do País, Djamila explica que o fio condutor da narrativa é o diálogo entre quatro mulheres: sua avó, sua mãe, ela própria e sua filha.“O livro passa pela questão da perspectiva dos filhos, da educação antirracista e da celebração do feminino”, afirma. 

A escritora Djamila Ribeiro Foto: Flavio Teperman
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A avó Antonia foi uma figura muito importante em sua vida. A autora conta que as lembranças são doces e afetuosas, mas que o livro é também uma reflexão da maternidade contemporânea e das mudanças de perspectiva sobre o assunto nessas quatro gerações. Por isso, nota-se no livro como ela se aproxima e, ao mesmo tempo, se afasta da mãe e da avó ao viver o processo de educar sua própria filha.

O motivo dessa dialética é claro: de um lado Djamila manteve muito de sua educação, pautada nesse afeto e amor, de outro achou essencial mudar o paradigma da brutalidade à qual sua mãe e avó foram expostas, como outras tantas mulheres negras brasileiras. “Me afastei e cortei o padrão para ser uma mãe da forma que eu acredito: mais humana, que erra, que enxerga a filha como indivíduo, sem tantos pesos”, diz. “A sociedade racista brutaliza essas mães e faz elas acreditarem que uma educação na dureza prepara para a vida.” O processo de escrita de Cartas para Minha Avó não foi fácil, conta ela. Revistar as lembranças, sobretudo das perdas de seu pai, sua mãe e sua avó, foi uma jornada dolorida. “Falar dos lutos sucessivos e tocar em assuntos que, muitas vezes, achamos que já estão entendidos são processos longos e profundos. Foram memórias que me arrebataram. Eu diria que é um livro também sobre as ausências.”

Mas, acima de tudo, a publicação é um grande mergulho nos elos que conectam as mulheres. Djamila explica que isso é essencial na mensagem do livro e também na forma que ela busca viver hoje. “Em uma sociedade que somos ensinadas a sempre rivalizar umas com as outras, até mesmo no seio familiar, o afeto entre mulheres é muito importante.”

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A ativista diz que falar sobre perdão e tentar compreender as situações e o contexto de outras gerações é um ato de generosidade. “Isto é fundamental, sobretudo para nós, mulheres negras, que crescemos acreditando que não temos direito ao amor e que devemos cuidar dos outros, estar sempre à disposição. Esse lugar da ‘guerreira forte’ vem nos adoecendo. O afeto é ‘revolucionário’. Traz uma outra possibilidade de existência para mulheres negras e passa necessariamente por um processo curativo de tantas feridas que a sociedade causa.”

Djamila Ribeiro sempre cultivou o hábito de anotar suas recordações, prática herdada de seu pai. Em seu livro Quem tem Medo do Feminismo Negro?, a escritora já havia colocado alguns trechos dessas memórias autobiográficas, mas foi agora em Cartas para Minha Avó (Companhia das Letras, R$ 35) que ela abriu de vez suas anotações.

Engana-se, no entanto, quem achar que a publicação é apenas um livro sobre lembranças. Uma das maiores intelectuais e referência em estudos antirracistas e feministas do País, Djamila explica que o fio condutor da narrativa é o diálogo entre quatro mulheres: sua avó, sua mãe, ela própria e sua filha.“O livro passa pela questão da perspectiva dos filhos, da educação antirracista e da celebração do feminino”, afirma. 

A escritora Djamila Ribeiro Foto: Flavio Teperman

A avó Antonia foi uma figura muito importante em sua vida. A autora conta que as lembranças são doces e afetuosas, mas que o livro é também uma reflexão da maternidade contemporânea e das mudanças de perspectiva sobre o assunto nessas quatro gerações. Por isso, nota-se no livro como ela se aproxima e, ao mesmo tempo, se afasta da mãe e da avó ao viver o processo de educar sua própria filha.

O motivo dessa dialética é claro: de um lado Djamila manteve muito de sua educação, pautada nesse afeto e amor, de outro achou essencial mudar o paradigma da brutalidade à qual sua mãe e avó foram expostas, como outras tantas mulheres negras brasileiras. “Me afastei e cortei o padrão para ser uma mãe da forma que eu acredito: mais humana, que erra, que enxerga a filha como indivíduo, sem tantos pesos”, diz. “A sociedade racista brutaliza essas mães e faz elas acreditarem que uma educação na dureza prepara para a vida.” O processo de escrita de Cartas para Minha Avó não foi fácil, conta ela. Revistar as lembranças, sobretudo das perdas de seu pai, sua mãe e sua avó, foi uma jornada dolorida. “Falar dos lutos sucessivos e tocar em assuntos que, muitas vezes, achamos que já estão entendidos são processos longos e profundos. Foram memórias que me arrebataram. Eu diria que é um livro também sobre as ausências.”

Mas, acima de tudo, a publicação é um grande mergulho nos elos que conectam as mulheres. Djamila explica que isso é essencial na mensagem do livro e também na forma que ela busca viver hoje. “Em uma sociedade que somos ensinadas a sempre rivalizar umas com as outras, até mesmo no seio familiar, o afeto entre mulheres é muito importante.”

A ativista diz que falar sobre perdão e tentar compreender as situações e o contexto de outras gerações é um ato de generosidade. “Isto é fundamental, sobretudo para nós, mulheres negras, que crescemos acreditando que não temos direito ao amor e que devemos cuidar dos outros, estar sempre à disposição. Esse lugar da ‘guerreira forte’ vem nos adoecendo. O afeto é ‘revolucionário’. Traz uma outra possibilidade de existência para mulheres negras e passa necessariamente por um processo curativo de tantas feridas que a sociedade causa.”

Djamila Ribeiro sempre cultivou o hábito de anotar suas recordações, prática herdada de seu pai. Em seu livro Quem tem Medo do Feminismo Negro?, a escritora já havia colocado alguns trechos dessas memórias autobiográficas, mas foi agora em Cartas para Minha Avó (Companhia das Letras, R$ 35) que ela abriu de vez suas anotações.

Engana-se, no entanto, quem achar que a publicação é apenas um livro sobre lembranças. Uma das maiores intelectuais e referência em estudos antirracistas e feministas do País, Djamila explica que o fio condutor da narrativa é o diálogo entre quatro mulheres: sua avó, sua mãe, ela própria e sua filha.“O livro passa pela questão da perspectiva dos filhos, da educação antirracista e da celebração do feminino”, afirma. 

A escritora Djamila Ribeiro Foto: Flavio Teperman

A avó Antonia foi uma figura muito importante em sua vida. A autora conta que as lembranças são doces e afetuosas, mas que o livro é também uma reflexão da maternidade contemporânea e das mudanças de perspectiva sobre o assunto nessas quatro gerações. Por isso, nota-se no livro como ela se aproxima e, ao mesmo tempo, se afasta da mãe e da avó ao viver o processo de educar sua própria filha.

O motivo dessa dialética é claro: de um lado Djamila manteve muito de sua educação, pautada nesse afeto e amor, de outro achou essencial mudar o paradigma da brutalidade à qual sua mãe e avó foram expostas, como outras tantas mulheres negras brasileiras. “Me afastei e cortei o padrão para ser uma mãe da forma que eu acredito: mais humana, que erra, que enxerga a filha como indivíduo, sem tantos pesos”, diz. “A sociedade racista brutaliza essas mães e faz elas acreditarem que uma educação na dureza prepara para a vida.” O processo de escrita de Cartas para Minha Avó não foi fácil, conta ela. Revistar as lembranças, sobretudo das perdas de seu pai, sua mãe e sua avó, foi uma jornada dolorida. “Falar dos lutos sucessivos e tocar em assuntos que, muitas vezes, achamos que já estão entendidos são processos longos e profundos. Foram memórias que me arrebataram. Eu diria que é um livro também sobre as ausências.”

Mas, acima de tudo, a publicação é um grande mergulho nos elos que conectam as mulheres. Djamila explica que isso é essencial na mensagem do livro e também na forma que ela busca viver hoje. “Em uma sociedade que somos ensinadas a sempre rivalizar umas com as outras, até mesmo no seio familiar, o afeto entre mulheres é muito importante.”

A ativista diz que falar sobre perdão e tentar compreender as situações e o contexto de outras gerações é um ato de generosidade. “Isto é fundamental, sobretudo para nós, mulheres negras, que crescemos acreditando que não temos direito ao amor e que devemos cuidar dos outros, estar sempre à disposição. Esse lugar da ‘guerreira forte’ vem nos adoecendo. O afeto é ‘revolucionário’. Traz uma outra possibilidade de existência para mulheres negras e passa necessariamente por um processo curativo de tantas feridas que a sociedade causa.”

Djamila Ribeiro sempre cultivou o hábito de anotar suas recordações, prática herdada de seu pai. Em seu livro Quem tem Medo do Feminismo Negro?, a escritora já havia colocado alguns trechos dessas memórias autobiográficas, mas foi agora em Cartas para Minha Avó (Companhia das Letras, R$ 35) que ela abriu de vez suas anotações.

Engana-se, no entanto, quem achar que a publicação é apenas um livro sobre lembranças. Uma das maiores intelectuais e referência em estudos antirracistas e feministas do País, Djamila explica que o fio condutor da narrativa é o diálogo entre quatro mulheres: sua avó, sua mãe, ela própria e sua filha.“O livro passa pela questão da perspectiva dos filhos, da educação antirracista e da celebração do feminino”, afirma. 

A escritora Djamila Ribeiro Foto: Flavio Teperman

A avó Antonia foi uma figura muito importante em sua vida. A autora conta que as lembranças são doces e afetuosas, mas que o livro é também uma reflexão da maternidade contemporânea e das mudanças de perspectiva sobre o assunto nessas quatro gerações. Por isso, nota-se no livro como ela se aproxima e, ao mesmo tempo, se afasta da mãe e da avó ao viver o processo de educar sua própria filha.

O motivo dessa dialética é claro: de um lado Djamila manteve muito de sua educação, pautada nesse afeto e amor, de outro achou essencial mudar o paradigma da brutalidade à qual sua mãe e avó foram expostas, como outras tantas mulheres negras brasileiras. “Me afastei e cortei o padrão para ser uma mãe da forma que eu acredito: mais humana, que erra, que enxerga a filha como indivíduo, sem tantos pesos”, diz. “A sociedade racista brutaliza essas mães e faz elas acreditarem que uma educação na dureza prepara para a vida.” O processo de escrita de Cartas para Minha Avó não foi fácil, conta ela. Revistar as lembranças, sobretudo das perdas de seu pai, sua mãe e sua avó, foi uma jornada dolorida. “Falar dos lutos sucessivos e tocar em assuntos que, muitas vezes, achamos que já estão entendidos são processos longos e profundos. Foram memórias que me arrebataram. Eu diria que é um livro também sobre as ausências.”

Mas, acima de tudo, a publicação é um grande mergulho nos elos que conectam as mulheres. Djamila explica que isso é essencial na mensagem do livro e também na forma que ela busca viver hoje. “Em uma sociedade que somos ensinadas a sempre rivalizar umas com as outras, até mesmo no seio familiar, o afeto entre mulheres é muito importante.”

A ativista diz que falar sobre perdão e tentar compreender as situações e o contexto de outras gerações é um ato de generosidade. “Isto é fundamental, sobretudo para nós, mulheres negras, que crescemos acreditando que não temos direito ao amor e que devemos cuidar dos outros, estar sempre à disposição. Esse lugar da ‘guerreira forte’ vem nos adoecendo. O afeto é ‘revolucionário’. Traz uma outra possibilidade de existência para mulheres negras e passa necessariamente por um processo curativo de tantas feridas que a sociedade causa.”

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