David Bowie, representante máximo da reinvenção no pop, criou um personagem para sua morte


Músico inglês, que morreu aos 69 anos, era um devastador tornado de revoluções culturais atingindo pequenas e indefesas ilhas do Caribe.

Por Pedro Antunes

A música nunca foi a única expressão artística de David Bowie. Figura de distintas personalidades dentro de si, o inglês que morreu aos 69 anos se travestia a cada álbum, cada descoberta, a cada novo empreendimento. A música estava ali, como figura central, responsável por carregar o talento dele ao redor do Globo, mas Bowie fazia girar toda a máquina cultural. A questão nunca foi incluir uma guitarra ali, acertar o verso acolá e manter o topete bem ajeitado. Bowie era conceito no estado puro, a ideia vinha antes mesmo da criação da arte. 

Inverter a ordem das coisas, ao posicionar o conceito a frente da ideia de deixar a arte fluir livremente em estado bruto, o inglês percorreu um caminho perigoso, pelo qual muitos caíram pelo caminho. Não para David Robert Jones, aquele garoto de Brixton, no sul de Londres. Para ele, trocar de pele, transmutar-se para dentro de outra persona sempre pareceu ser fácil demais. Ele queria ganhar o mundo. E chegar às estrelas. 

15 fatos sobre David Bowie que você precisa saber

1 | 2

David Bowie

Foto: Getty Images
2 | 2

David Bowie

Foto: Mick Rock/Divulgação
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David Bowie era um devastador tornado de revoluções culturais atingindo pequenas e indefesas ilhas do Caribe. Força da natureza capaz de não deixar uma estrutura intacta. Levou o homem para o espaço sideral, quando o sonho da humanidade era ser capaz de pisar em solo lunar com Space Oddity, seu primeiro grande single. Aos poucos, foi caminhando em direção ao rock junkie, andrógino, livre, à passos largos para persona que muito consideram ser a sua mais relevante criação, Ziggy Stardust. O caminho de cinco anos entre o disco de estreia, que levava o nome de Bowie, de 1967, até a estreia de Stardust e a banda Spiders from Mars, já era o suficiente para consagrar qualquer artista – e fazer os acomodados acionarem o piloto automático. Em meia década, Bowie assolou o mundo com a apocalíptica The Man Who Sold The Word (1970) e mostrou a trinca: Life on Mars, Changes e Oh! You Pretty Things (de Hunky Dory, de 1971). 

O espaço, a fronteira final para David Bowie. Desde que cantou a desventura de Major Tom, em Space Oddity, Bowie nunca mais deixou de olhar para as estrelas. Ali, buscou as respostas para sua personalidade roqueira definitiva. Incorporou Ziggy Stardust e sacudiu o mundo pós-Beatles, pós-hippies, quando a cultura do paz e amor começava a ruir e o mundo deixava as flores para trás. As apresentações acompanhado da Spiders From Mars se tornaram míticas, mas Bowie pôs fim a vida de Ziggy, e criou para si Aladdin Sane, personagem que dá nome ao seu próximo disco. 

David Bowie no Brasil

1 | 9

David Bowie no Brasil

Foto: OTAVIO MAGALHAES/ESTADÃO
2 | 9

David Bowie no Brasil

Foto: CESAR DINIZ/ESTADÃO
3 | 9

David Bowie

Foto: LUIZ ALONSO/ESTADÃO
4 | 9

David Bowie

Foto: MONICA ZARATTINI/ESTADÃO
5 | 9

David Bowie

Foto: MAURILO CLARETO/ESTADÃO
6 | 9

David Bowie

Foto: MONICA ZARATTINI/ESTADÃO
7 | 9

David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO
8 | 9

David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO
9 | 9

David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO
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Desde então, de tempos em tempos, novos personagens nasceram e morreram através dos conceitos de Bowie. O inglês chancelou o funk e a disco music com seu The Thin White Duke, experimentou e exagerou no uso de cocaína, ajudou a criar a mística em torno de Berlim como capital europeia da música nos anos 1970, foi capaz de sobreviver à implacável década seguinte com hits dançantes, quando até os Stones sucumbiram. 

Se despediu, aos 69 anos, ao flertar com o jazz experimental para o qual mundo não estava preparado para ouvir. De tão genial, criou um novo personagem para sucumbir perante a morte. Morreu como Blackstar. A figura de Bowie, afinal, é eterna. 

David Bowie: discografia completa e comentada, do glam ao jazz

1 | 26

The Man Who Sold the World (1970)

Foto: Reprodução
2 | 26

David Bowie em quatro momentos

Foto: Montagem
3 | 26

David Bowie (1967)

Foto: Reprodução
4 | 26

David Bowie (1969)

Foto: Reprodução
5 | 26

Hunky Dory (1971)

Foto: Reprodução
6 | 26

The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972)

Foto: Reprodução
7 | 26

Aladdin Sane (1973)

Foto: Reprodução
8 | 26

Pin Ups (1973)

Foto: Reprodução
9 | 26

Diamond Dogs (1974)

Foto: Reprodução
10 | 26

Young Americans (1975)

Foto: Reprodução
11 | 26

Station to Station (1976)

Foto: Reprodução
12 | 26

Low (1977)

Foto: Reprodução
13 | 26

Heroes (1977)

Foto: Reprodução
14 | 26

Lodger (1979)

Foto: Reprodução
15 | 26

Scary Monsters (And Super Creeps) (1980)

Foto: Reprodução
16 | 26

Let's Dance (1983)

Foto: Reprodução
17 | 26

Tonight (1984)

Foto: Reprodução
18 | 26

Never Let Me Down (1987)

Foto: Reprodução
19 | 26

Black Tie White Noise (1992)

Foto: Reprodução
20 | 26

Outside (1995)

Foto: Reprodução
21 | 26

Earthling (1997)

Foto: Reprodução
22 | 26

'Hours...' (1999)

Foto: Reprodução
23 | 26

Heathen (2002)

Foto: Reprodução
24 | 26

Reality (2003)

Foto: Reprodução
25 | 26

The Next Day (2013)

Foto: Reprodução
26 | 26

Blackstar (2016)

Foto: Reprodução

A música nunca foi a única expressão artística de David Bowie. Figura de distintas personalidades dentro de si, o inglês que morreu aos 69 anos se travestia a cada álbum, cada descoberta, a cada novo empreendimento. A música estava ali, como figura central, responsável por carregar o talento dele ao redor do Globo, mas Bowie fazia girar toda a máquina cultural. A questão nunca foi incluir uma guitarra ali, acertar o verso acolá e manter o topete bem ajeitado. Bowie era conceito no estado puro, a ideia vinha antes mesmo da criação da arte. 

Inverter a ordem das coisas, ao posicionar o conceito a frente da ideia de deixar a arte fluir livremente em estado bruto, o inglês percorreu um caminho perigoso, pelo qual muitos caíram pelo caminho. Não para David Robert Jones, aquele garoto de Brixton, no sul de Londres. Para ele, trocar de pele, transmutar-se para dentro de outra persona sempre pareceu ser fácil demais. Ele queria ganhar o mundo. E chegar às estrelas. 

15 fatos sobre David Bowie que você precisa saber

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David Bowie

Foto: Getty Images
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David Bowie

Foto: Mick Rock/Divulgação

David Bowie era um devastador tornado de revoluções culturais atingindo pequenas e indefesas ilhas do Caribe. Força da natureza capaz de não deixar uma estrutura intacta. Levou o homem para o espaço sideral, quando o sonho da humanidade era ser capaz de pisar em solo lunar com Space Oddity, seu primeiro grande single. Aos poucos, foi caminhando em direção ao rock junkie, andrógino, livre, à passos largos para persona que muito consideram ser a sua mais relevante criação, Ziggy Stardust. O caminho de cinco anos entre o disco de estreia, que levava o nome de Bowie, de 1967, até a estreia de Stardust e a banda Spiders from Mars, já era o suficiente para consagrar qualquer artista – e fazer os acomodados acionarem o piloto automático. Em meia década, Bowie assolou o mundo com a apocalíptica The Man Who Sold The Word (1970) e mostrou a trinca: Life on Mars, Changes e Oh! You Pretty Things (de Hunky Dory, de 1971). 

O espaço, a fronteira final para David Bowie. Desde que cantou a desventura de Major Tom, em Space Oddity, Bowie nunca mais deixou de olhar para as estrelas. Ali, buscou as respostas para sua personalidade roqueira definitiva. Incorporou Ziggy Stardust e sacudiu o mundo pós-Beatles, pós-hippies, quando a cultura do paz e amor começava a ruir e o mundo deixava as flores para trás. As apresentações acompanhado da Spiders From Mars se tornaram míticas, mas Bowie pôs fim a vida de Ziggy, e criou para si Aladdin Sane, personagem que dá nome ao seu próximo disco. 

David Bowie no Brasil

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David Bowie no Brasil

Foto: OTAVIO MAGALHAES/ESTADÃO
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David Bowie no Brasil

Foto: CESAR DINIZ/ESTADÃO
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David Bowie

Foto: LUIZ ALONSO/ESTADÃO
4 | 9

David Bowie

Foto: MONICA ZARATTINI/ESTADÃO
5 | 9

David Bowie

Foto: MAURILO CLARETO/ESTADÃO
6 | 9

David Bowie

Foto: MONICA ZARATTINI/ESTADÃO
7 | 9

David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO
8 | 9

David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO
9 | 9

David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO

Desde então, de tempos em tempos, novos personagens nasceram e morreram através dos conceitos de Bowie. O inglês chancelou o funk e a disco music com seu The Thin White Duke, experimentou e exagerou no uso de cocaína, ajudou a criar a mística em torno de Berlim como capital europeia da música nos anos 1970, foi capaz de sobreviver à implacável década seguinte com hits dançantes, quando até os Stones sucumbiram. 

Se despediu, aos 69 anos, ao flertar com o jazz experimental para o qual mundo não estava preparado para ouvir. De tão genial, criou um novo personagem para sucumbir perante a morte. Morreu como Blackstar. A figura de Bowie, afinal, é eterna. 

David Bowie: discografia completa e comentada, do glam ao jazz

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The Man Who Sold the World (1970)

Foto: Reprodução
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David Bowie em quatro momentos

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David Bowie (1967)

Foto: Reprodução
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David Bowie (1969)

Foto: Reprodução
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Hunky Dory (1971)

Foto: Reprodução
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The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972)

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Aladdin Sane (1973)

Foto: Reprodução
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Pin Ups (1973)

Foto: Reprodução
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Diamond Dogs (1974)

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Young Americans (1975)

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Station to Station (1976)

Foto: Reprodução
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Low (1977)

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Heroes (1977)

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Lodger (1979)

Foto: Reprodução
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Scary Monsters (And Super Creeps) (1980)

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Let's Dance (1983)

Foto: Reprodução
17 | 26

Tonight (1984)

Foto: Reprodução
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Never Let Me Down (1987)

Foto: Reprodução
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Black Tie White Noise (1992)

Foto: Reprodução
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Outside (1995)

Foto: Reprodução
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Earthling (1997)

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'Hours...' (1999)

Foto: Reprodução
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Heathen (2002)

Foto: Reprodução
24 | 26

Reality (2003)

Foto: Reprodução
25 | 26

The Next Day (2013)

Foto: Reprodução
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Blackstar (2016)

Foto: Reprodução

A música nunca foi a única expressão artística de David Bowie. Figura de distintas personalidades dentro de si, o inglês que morreu aos 69 anos se travestia a cada álbum, cada descoberta, a cada novo empreendimento. A música estava ali, como figura central, responsável por carregar o talento dele ao redor do Globo, mas Bowie fazia girar toda a máquina cultural. A questão nunca foi incluir uma guitarra ali, acertar o verso acolá e manter o topete bem ajeitado. Bowie era conceito no estado puro, a ideia vinha antes mesmo da criação da arte. 

Inverter a ordem das coisas, ao posicionar o conceito a frente da ideia de deixar a arte fluir livremente em estado bruto, o inglês percorreu um caminho perigoso, pelo qual muitos caíram pelo caminho. Não para David Robert Jones, aquele garoto de Brixton, no sul de Londres. Para ele, trocar de pele, transmutar-se para dentro de outra persona sempre pareceu ser fácil demais. Ele queria ganhar o mundo. E chegar às estrelas. 

15 fatos sobre David Bowie que você precisa saber

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David Bowie

Foto: Getty Images
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David Bowie

Foto: Mick Rock/Divulgação

David Bowie era um devastador tornado de revoluções culturais atingindo pequenas e indefesas ilhas do Caribe. Força da natureza capaz de não deixar uma estrutura intacta. Levou o homem para o espaço sideral, quando o sonho da humanidade era ser capaz de pisar em solo lunar com Space Oddity, seu primeiro grande single. Aos poucos, foi caminhando em direção ao rock junkie, andrógino, livre, à passos largos para persona que muito consideram ser a sua mais relevante criação, Ziggy Stardust. O caminho de cinco anos entre o disco de estreia, que levava o nome de Bowie, de 1967, até a estreia de Stardust e a banda Spiders from Mars, já era o suficiente para consagrar qualquer artista – e fazer os acomodados acionarem o piloto automático. Em meia década, Bowie assolou o mundo com a apocalíptica The Man Who Sold The Word (1970) e mostrou a trinca: Life on Mars, Changes e Oh! You Pretty Things (de Hunky Dory, de 1971). 

O espaço, a fronteira final para David Bowie. Desde que cantou a desventura de Major Tom, em Space Oddity, Bowie nunca mais deixou de olhar para as estrelas. Ali, buscou as respostas para sua personalidade roqueira definitiva. Incorporou Ziggy Stardust e sacudiu o mundo pós-Beatles, pós-hippies, quando a cultura do paz e amor começava a ruir e o mundo deixava as flores para trás. As apresentações acompanhado da Spiders From Mars se tornaram míticas, mas Bowie pôs fim a vida de Ziggy, e criou para si Aladdin Sane, personagem que dá nome ao seu próximo disco. 

David Bowie no Brasil

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David Bowie no Brasil

Foto: OTAVIO MAGALHAES/ESTADÃO
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David Bowie no Brasil

Foto: CESAR DINIZ/ESTADÃO
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David Bowie

Foto: LUIZ ALONSO/ESTADÃO
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David Bowie

Foto: MONICA ZARATTINI/ESTADÃO
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David Bowie

Foto: MAURILO CLARETO/ESTADÃO
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David Bowie

Foto: MONICA ZARATTINI/ESTADÃO
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David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO
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David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO
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David Bowie

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Desde então, de tempos em tempos, novos personagens nasceram e morreram através dos conceitos de Bowie. O inglês chancelou o funk e a disco music com seu The Thin White Duke, experimentou e exagerou no uso de cocaína, ajudou a criar a mística em torno de Berlim como capital europeia da música nos anos 1970, foi capaz de sobreviver à implacável década seguinte com hits dançantes, quando até os Stones sucumbiram. 

Se despediu, aos 69 anos, ao flertar com o jazz experimental para o qual mundo não estava preparado para ouvir. De tão genial, criou um novo personagem para sucumbir perante a morte. Morreu como Blackstar. A figura de Bowie, afinal, é eterna. 

David Bowie: discografia completa e comentada, do glam ao jazz

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The Man Who Sold the World (1970)

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David Bowie em quatro momentos

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David Bowie (1967)

Foto: Reprodução
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David Bowie (1969)

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Hunky Dory (1971)

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The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972)

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Aladdin Sane (1973)

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Pin Ups (1973)

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Diamond Dogs (1974)

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Young Americans (1975)

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Station to Station (1976)

Foto: Reprodução
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Low (1977)

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Heroes (1977)

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Lodger (1979)

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Scary Monsters (And Super Creeps) (1980)

Foto: Reprodução
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Let's Dance (1983)

Foto: Reprodução
17 | 26

Tonight (1984)

Foto: Reprodução
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Never Let Me Down (1987)

Foto: Reprodução
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Black Tie White Noise (1992)

Foto: Reprodução
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Outside (1995)

Foto: Reprodução
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Earthling (1997)

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'Hours...' (1999)

Foto: Reprodução
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Heathen (2002)

Foto: Reprodução
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Reality (2003)

Foto: Reprodução
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The Next Day (2013)

Foto: Reprodução
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Blackstar (2016)

Foto: Reprodução

A música nunca foi a única expressão artística de David Bowie. Figura de distintas personalidades dentro de si, o inglês que morreu aos 69 anos se travestia a cada álbum, cada descoberta, a cada novo empreendimento. A música estava ali, como figura central, responsável por carregar o talento dele ao redor do Globo, mas Bowie fazia girar toda a máquina cultural. A questão nunca foi incluir uma guitarra ali, acertar o verso acolá e manter o topete bem ajeitado. Bowie era conceito no estado puro, a ideia vinha antes mesmo da criação da arte. 

Inverter a ordem das coisas, ao posicionar o conceito a frente da ideia de deixar a arte fluir livremente em estado bruto, o inglês percorreu um caminho perigoso, pelo qual muitos caíram pelo caminho. Não para David Robert Jones, aquele garoto de Brixton, no sul de Londres. Para ele, trocar de pele, transmutar-se para dentro de outra persona sempre pareceu ser fácil demais. Ele queria ganhar o mundo. E chegar às estrelas. 

15 fatos sobre David Bowie que você precisa saber

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David Bowie

Foto: Getty Images
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David Bowie

Foto: Mick Rock/Divulgação

David Bowie era um devastador tornado de revoluções culturais atingindo pequenas e indefesas ilhas do Caribe. Força da natureza capaz de não deixar uma estrutura intacta. Levou o homem para o espaço sideral, quando o sonho da humanidade era ser capaz de pisar em solo lunar com Space Oddity, seu primeiro grande single. Aos poucos, foi caminhando em direção ao rock junkie, andrógino, livre, à passos largos para persona que muito consideram ser a sua mais relevante criação, Ziggy Stardust. O caminho de cinco anos entre o disco de estreia, que levava o nome de Bowie, de 1967, até a estreia de Stardust e a banda Spiders from Mars, já era o suficiente para consagrar qualquer artista – e fazer os acomodados acionarem o piloto automático. Em meia década, Bowie assolou o mundo com a apocalíptica The Man Who Sold The Word (1970) e mostrou a trinca: Life on Mars, Changes e Oh! You Pretty Things (de Hunky Dory, de 1971). 

O espaço, a fronteira final para David Bowie. Desde que cantou a desventura de Major Tom, em Space Oddity, Bowie nunca mais deixou de olhar para as estrelas. Ali, buscou as respostas para sua personalidade roqueira definitiva. Incorporou Ziggy Stardust e sacudiu o mundo pós-Beatles, pós-hippies, quando a cultura do paz e amor começava a ruir e o mundo deixava as flores para trás. As apresentações acompanhado da Spiders From Mars se tornaram míticas, mas Bowie pôs fim a vida de Ziggy, e criou para si Aladdin Sane, personagem que dá nome ao seu próximo disco. 

David Bowie no Brasil

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David Bowie no Brasil

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David Bowie no Brasil

Foto: CESAR DINIZ/ESTADÃO
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David Bowie

Foto: LUIZ ALONSO/ESTADÃO
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David Bowie

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David Bowie

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David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO
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David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO
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David Bowie

Foto: ROBSON FERNANDJES / ESTADÃO

Desde então, de tempos em tempos, novos personagens nasceram e morreram através dos conceitos de Bowie. O inglês chancelou o funk e a disco music com seu The Thin White Duke, experimentou e exagerou no uso de cocaína, ajudou a criar a mística em torno de Berlim como capital europeia da música nos anos 1970, foi capaz de sobreviver à implacável década seguinte com hits dançantes, quando até os Stones sucumbiram. 

Se despediu, aos 69 anos, ao flertar com o jazz experimental para o qual mundo não estava preparado para ouvir. De tão genial, criou um novo personagem para sucumbir perante a morte. Morreu como Blackstar. A figura de Bowie, afinal, é eterna. 

David Bowie: discografia completa e comentada, do glam ao jazz

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The Man Who Sold the World (1970)

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David Bowie em quatro momentos

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David Bowie (1967)

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David Bowie (1969)

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Hunky Dory (1971)

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The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972)

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Aladdin Sane (1973)

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Pin Ups (1973)

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Diamond Dogs (1974)

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Young Americans (1975)

Foto: Reprodução
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Station to Station (1976)

Foto: Reprodução
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Low (1977)

Foto: Reprodução
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Heroes (1977)

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Lodger (1979)

Foto: Reprodução
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Scary Monsters (And Super Creeps) (1980)

Foto: Reprodução
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Let's Dance (1983)

Foto: Reprodução
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Tonight (1984)

Foto: Reprodução
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Never Let Me Down (1987)

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Black Tie White Noise (1992)

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20 | 26

Outside (1995)

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Earthling (1997)

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'Hours...' (1999)

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23 | 26

Heathen (2002)

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24 | 26

Reality (2003)

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The Next Day (2013)

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