René Pape lança 'Gods, King & Demons', seu primeiro CD solo


Disco, lançado pelo selo Deutsche Grammophon, mostra o que faz de Pape o principal baixo de sua geração

Por João Luiz Sampaio

Deuses, reis, demônios. Não deixa de ser curioso que uma galeria tão fascinante de personagens não costume chegar ao topo da lista de árias e cenas de ópera favoritas do público. Uma explicação é que nem sempre - aliás, quase nunca - as histórias de amor que tanto fascinam o público recaem sobre eles; na maioria das vezes, é justamente o contrário, são eles que, nas óperas, tentam impedir a realização dos sonhos dos amantes. Outra diz respeito à voz que cabe a interpretação desses papéis - o baixo. São realmente raros os discos dedicados inteiramente a eles - e, nesse sentido, a divulgação do repertório acabaria limitada. Nada disso importa, no entanto, quando se tem um cantor de carisma e talento como René Pape - aí, grandes papéis e cenas encontram-se com um grande intérprete. E temos o melhor dos mundos.   Veja também: Ouça trecho de 'Ella Giammai m'amo'    Esse é o caso de Gods, King & Demons, álbum de estréia do cantor alemão no selo Deutsche Grammophon. Pape já podia ser encontrado em registros importantes de DVDs e CDs, como o Tristão e Isolda do Metropolitan de Nova York ou a A Flauta Mágica gravada na Itália por Claudio Abbado. Agora, ganha disco solo, em que mostra exatamente o que faz dele o principal baixo de sua geração. O timbre é muito bonito, o alcance grave da voz jamais impede a manutenção da expressividade do canto. É o caso, por exemplo, do monólogo "Ella Giammai m’amò", do rei Felipe II, do Don Carlo de Verdi, em que é muito comovente a forma como mostra a luta entre dever e orgulho no coração do monarca espanhol - e, no outro rei do álbum, Boris Godunov (Mussorgski), o resultado alcançado é semelhante.   Como o diabo, nas versões de Gounod e Berlioz para a história de Fausto, a voz ganha cores mais claras, na medida do repertório francês - estilisticamente, contribui muito a regência de Sebastian Weigle, ex-assistente de Barenboim em Berlim, figura em ascensão na regência internacional, à frente da Staatskapelle Dresden. Trechos de Rusalka (Janácek), Demon (Rubinstein) e Contos de Hoffman (Offenbach) e o deus Wotan de O Ouro do Reno, primeira das óperas da tetralogia O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner, completam a coletânea.

Deuses, reis, demônios. Não deixa de ser curioso que uma galeria tão fascinante de personagens não costume chegar ao topo da lista de árias e cenas de ópera favoritas do público. Uma explicação é que nem sempre - aliás, quase nunca - as histórias de amor que tanto fascinam o público recaem sobre eles; na maioria das vezes, é justamente o contrário, são eles que, nas óperas, tentam impedir a realização dos sonhos dos amantes. Outra diz respeito à voz que cabe a interpretação desses papéis - o baixo. São realmente raros os discos dedicados inteiramente a eles - e, nesse sentido, a divulgação do repertório acabaria limitada. Nada disso importa, no entanto, quando se tem um cantor de carisma e talento como René Pape - aí, grandes papéis e cenas encontram-se com um grande intérprete. E temos o melhor dos mundos.   Veja também: Ouça trecho de 'Ella Giammai m'amo'    Esse é o caso de Gods, King & Demons, álbum de estréia do cantor alemão no selo Deutsche Grammophon. Pape já podia ser encontrado em registros importantes de DVDs e CDs, como o Tristão e Isolda do Metropolitan de Nova York ou a A Flauta Mágica gravada na Itália por Claudio Abbado. Agora, ganha disco solo, em que mostra exatamente o que faz dele o principal baixo de sua geração. O timbre é muito bonito, o alcance grave da voz jamais impede a manutenção da expressividade do canto. É o caso, por exemplo, do monólogo "Ella Giammai m’amò", do rei Felipe II, do Don Carlo de Verdi, em que é muito comovente a forma como mostra a luta entre dever e orgulho no coração do monarca espanhol - e, no outro rei do álbum, Boris Godunov (Mussorgski), o resultado alcançado é semelhante.   Como o diabo, nas versões de Gounod e Berlioz para a história de Fausto, a voz ganha cores mais claras, na medida do repertório francês - estilisticamente, contribui muito a regência de Sebastian Weigle, ex-assistente de Barenboim em Berlim, figura em ascensão na regência internacional, à frente da Staatskapelle Dresden. Trechos de Rusalka (Janácek), Demon (Rubinstein) e Contos de Hoffman (Offenbach) e o deus Wotan de O Ouro do Reno, primeira das óperas da tetralogia O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner, completam a coletânea.

Deuses, reis, demônios. Não deixa de ser curioso que uma galeria tão fascinante de personagens não costume chegar ao topo da lista de árias e cenas de ópera favoritas do público. Uma explicação é que nem sempre - aliás, quase nunca - as histórias de amor que tanto fascinam o público recaem sobre eles; na maioria das vezes, é justamente o contrário, são eles que, nas óperas, tentam impedir a realização dos sonhos dos amantes. Outra diz respeito à voz que cabe a interpretação desses papéis - o baixo. São realmente raros os discos dedicados inteiramente a eles - e, nesse sentido, a divulgação do repertório acabaria limitada. Nada disso importa, no entanto, quando se tem um cantor de carisma e talento como René Pape - aí, grandes papéis e cenas encontram-se com um grande intérprete. E temos o melhor dos mundos.   Veja também: Ouça trecho de 'Ella Giammai m'amo'    Esse é o caso de Gods, King & Demons, álbum de estréia do cantor alemão no selo Deutsche Grammophon. Pape já podia ser encontrado em registros importantes de DVDs e CDs, como o Tristão e Isolda do Metropolitan de Nova York ou a A Flauta Mágica gravada na Itália por Claudio Abbado. Agora, ganha disco solo, em que mostra exatamente o que faz dele o principal baixo de sua geração. O timbre é muito bonito, o alcance grave da voz jamais impede a manutenção da expressividade do canto. É o caso, por exemplo, do monólogo "Ella Giammai m’amò", do rei Felipe II, do Don Carlo de Verdi, em que é muito comovente a forma como mostra a luta entre dever e orgulho no coração do monarca espanhol - e, no outro rei do álbum, Boris Godunov (Mussorgski), o resultado alcançado é semelhante.   Como o diabo, nas versões de Gounod e Berlioz para a história de Fausto, a voz ganha cores mais claras, na medida do repertório francês - estilisticamente, contribui muito a regência de Sebastian Weigle, ex-assistente de Barenboim em Berlim, figura em ascensão na regência internacional, à frente da Staatskapelle Dresden. Trechos de Rusalka (Janácek), Demon (Rubinstein) e Contos de Hoffman (Offenbach) e o deus Wotan de O Ouro do Reno, primeira das óperas da tetralogia O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner, completam a coletânea.

Deuses, reis, demônios. Não deixa de ser curioso que uma galeria tão fascinante de personagens não costume chegar ao topo da lista de árias e cenas de ópera favoritas do público. Uma explicação é que nem sempre - aliás, quase nunca - as histórias de amor que tanto fascinam o público recaem sobre eles; na maioria das vezes, é justamente o contrário, são eles que, nas óperas, tentam impedir a realização dos sonhos dos amantes. Outra diz respeito à voz que cabe a interpretação desses papéis - o baixo. São realmente raros os discos dedicados inteiramente a eles - e, nesse sentido, a divulgação do repertório acabaria limitada. Nada disso importa, no entanto, quando se tem um cantor de carisma e talento como René Pape - aí, grandes papéis e cenas encontram-se com um grande intérprete. E temos o melhor dos mundos.   Veja também: Ouça trecho de 'Ella Giammai m'amo'    Esse é o caso de Gods, King & Demons, álbum de estréia do cantor alemão no selo Deutsche Grammophon. Pape já podia ser encontrado em registros importantes de DVDs e CDs, como o Tristão e Isolda do Metropolitan de Nova York ou a A Flauta Mágica gravada na Itália por Claudio Abbado. Agora, ganha disco solo, em que mostra exatamente o que faz dele o principal baixo de sua geração. O timbre é muito bonito, o alcance grave da voz jamais impede a manutenção da expressividade do canto. É o caso, por exemplo, do monólogo "Ella Giammai m’amò", do rei Felipe II, do Don Carlo de Verdi, em que é muito comovente a forma como mostra a luta entre dever e orgulho no coração do monarca espanhol - e, no outro rei do álbum, Boris Godunov (Mussorgski), o resultado alcançado é semelhante.   Como o diabo, nas versões de Gounod e Berlioz para a história de Fausto, a voz ganha cores mais claras, na medida do repertório francês - estilisticamente, contribui muito a regência de Sebastian Weigle, ex-assistente de Barenboim em Berlim, figura em ascensão na regência internacional, à frente da Staatskapelle Dresden. Trechos de Rusalka (Janácek), Demon (Rubinstein) e Contos de Hoffman (Offenbach) e o deus Wotan de O Ouro do Reno, primeira das óperas da tetralogia O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner, completam a coletânea.

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